É o termo usado para definir um dos vícios de linguagem. É um dos erros mais comuns, cometidos pela pessoas no uso do vernáculo, seja na comunicação escrita ou oral. Consiste na repetição de uma ideia com palavras diferentes, mas com o mesmo sentido. Tautologia tem o mesmo significado que pleonasmo, ou redundância.
O exemplo clássico é o famoso 'subir para cima' ou o 'descer para baixo'. Mas há outros, como se pode ver na lista a seguir:
- elo de ligação (todo elo é de ligação, pois não?)
- acabamento final (se é de acabamento, é o final...)
- certeza absoluta (a certeza é sempre absoluta!)
- nos dias 8, 9 e 10, inclusive. (inclusive o que?)
- juntamente com (impossível é juntamente sem...)
- expressamente proibido (então é proibido, mesmo?)
- em duas metades iguais (é divertido ver metades diferentes)
- sintomas indicativos (se é sintoma, é porque indica algo)
- há anos atrás (é impossível "há anos à frente")
- vereador da cidade (uns ganham salários, outros não...)
- outra alternativa (das melhores, só perde para subir pra cima)
- detalhes minuciosos (imagine detalhes gerais)
- a razão é porque (é porque não tem razão....)
- anexo junto à carta (e se o anexo perdeu o trem?)
- de sua livre escolha (imagine se fosse obrigatória)
- superávit positivo (caso contrário seria prejuízo)
- todos foram unânimes (a unanimidade continua burra)
- conviver junto (porque se vive junto, mas separado...)
- fato real (a ficção desmente a realidade...)
- encarar de frente (tem olho na nuca, ou tá de soslaio!)
- multidão de pessoas (muitos idiotas...)
- amanhecer o dia (prefiro a noite, que é uma criança...)
- criação nova (ou é cópia nova do antigo?)
- retornar de novo (hors concours, campeoníssimo!!!)
- empréstimo temporário (que Deus te pague...)
- surpresa inesperada (foi fofoca, contaram antes...)
- escolha opcional (não sabe definir o que quer...)
- planejar antecipadamente (não planejou, aí dançou...)
- abertura inaugural (sem discursos, pelo menos isso)
- continua a permanecer (é insistente, mesmo!!!)
- a última versão definitiva (se fosse opção definitiva)
- possivelmente poderá ocorrer (essa é mineirice...)
- comparecer em pessoa (pois irá em espírito...)
- gritar bem alto (prefiro os sussurros...)
- propriedade característica (essa é tautológica arraigada...)
- demasiadamente excessivo (outra mineira...)
- a seu critério pessoal (quem sabe critério animal?)
- exceder em muito (tautologicamente pleonástica...)
- eu pessoalmente (idem acima, mas embute egolatria)
- urgência urgentíssima (campeã da tautologia, é oficial)
Portanto, fique atento às expressões você que utiliza no seu dia-a-dia. Não deixe acontecer com você o que se passou com um deputado federal, aliás, recentemente eleito, ao circular pelos corredores da Câmara dos Deputados. Ele estava com um olho inchado, por causa de uma infecção. Ao encontrar um colega, este perguntou-lhe: - o que é isso no seu olho, nobre deputado? Respondeu que era uma conjuntivite. Mais adiante outro deputado perguntou o que era aquilo, e ele respondeu que era uma conjuntivite no olho, mas o deputado, que era um linguista, corrigiu-lhe, afirmando que poderia ser conjuntivite, mas que, antes de tudo, aquilo era um pleonasmo. O novato deputado ainda não entendeu nada sobre seus novos companheiros...
Oi, Richard.
ResponderExcluirUm dos mais comuns, e até mesmo em gente com bagagem intelectual comprovada e reconhecida, é "pré-requisito".
Ora, se requisito é "condição para algo" (uma titulação, o preenchimento de um cargo, o exercício de uma função etc), então já é "pré", não?
Rsrsrsrsrs
Luiz Carlos
Muito bom Richard,
ResponderExcluirabs
J. Annes
Gostei dos tópicos, Richard. Sugestão para o próximo: “plus a mais”. Pq as pessoas insistem em falar desse jeito, quando plus significa, exatamente, mais?????
ResponderExcluirRs!!!!
Marisa
RESPOSTA DO BLOGUEIRO:
É que é um neologismo tautológico importeé de la France! Adoramos tudo o que é importado...