Josias de Souza
6/07/2012
O Ministério Público Federal deflagrou uma ofensiva contra o
Incra na Amazônia. Em ações judiciais movidas em seis Estados da região, o
órgão federal responsável pela reforma agrária é acusado de ser o maior
desmatador da floresta amazônica.
Os processos foram abertos no Pará, Amazonas, Rondônia,
Roraima, Acre e Mato Grosso. Resultam de investigação que durou um ano.
Valendo-se de dados oficiais, os procuradores sustentam:
“Os assentamentos instalados pelo Incra responderam por 18%
dos desmatamentos verificados na Amazônia Legal nos últimos 10 anos.” O problema
se agrava. Hoje, um terço da derrubada ilegal de mata ocorre em áreas de
reforma agrária.
As ações judiciais contabilizam a existência 2.163 projetos
de assentamento nos Estados varejados pela investigação. Nessas áreas, já foram
abaixo 133.644 km2 de mata –o equivalente a cerca de 100 vezes a área total da
cidade de São Paulo.
Só no ano passado, desmatou-se nos assentamentos da Amazônia
1,67 milhão de hectares. Cada hectare corresponde a um campo de futebol. Entre
2000 e 2010, devastou-se uma área do tamanho de 60 milhões de campos de
futebol.
Num instante em que Dilma Rousseff briga para por em pé um
Código Florestal que impõe aos produtores rurais a recomposição de matas
degradadas, a Procuradoria descobriu: Em 1.511 assentamentos do Incra, mais de
20% da cobertura vegetal já virou madeira. Em 1.156, foi à motossera mais de
50% da mata.
A Procuradoria aponta três causas para o fenômeno:
negligência do Incra no provimento de infraestrutura aos assentados,
descontrole sobre a venda ilegal de lotes destinados à reforma agrária e,
sobretudo, ausência de licenciamento ambiental. Segundo o TCU, havia em 2003
mais de 4 mil assentamentos sem licença ambiental no país.
Para deter o descalabro, o Ministério Público Federal pede
na Justiça o seguinte: interrupção imediata do desmatamento em áreas de reforma
agrária, proibição de criação de novos assentamentos sem licenciamento
ambiental e a elaboração de um plano para emissão de licenças para os
assentamentos já existentes. Requer, de resto, a recuperação das áreas
desmatadas.
COMENTÁRIO DO BLOGUEIRO:
Tenho dito e escrito sobre isso desde tempos imemoriais, é só pesquisar aqui no blog. O MPF, agora, "descobriu" a África... E os produtores rurais vêm pagando esse mico faz muitos anos. É claro que tem gente de todo tipo, inclusive pecuaristas, abrindo áreas na Amazônia, fazendo queimadas, mas até agora ninguém tinha tido a coragem de apontar os assentamentos como principais co-responsáveis pelas queimadas e desmatamentos, estes sempre apontados como causadores das mudanças climáticas e do aquecimento, outra mentira que começa a desabar. A mídia, como sempre, por repercutir notícias infundadas e com altos interesses políticos e econômicos, faz parecer que o agronegócio é o vilão.
.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por participar, aguarde publicação de seu comentário.
Não publico ofensas pessoais e termos pejorativos. Não publico comentários de anônimos.
Registre seu nome na mensagem. Depois de digitar seu comentário clique na flechinha da janela "Comentar como", no "Selecionar perfil' e escolha "nome/URL"; na janela que vai abrir digite seu nome.
Se vc possui blog digite o endereço (link) completo na linha do URL, caso contrário deixe em branco.
Depois, clique em "publicar".
Se tiver gmail escolha "Google", pois o Google vai pedir a sua senha e autenticar o envio.