Richard Jakubaszko
Um estudo da Fundação
Bertelsmann, com sede em Gütersloh, Alemanha, constatou um
retrocesso da democracia e da economia social de mercado em todo o
mundo e um aumento da influência da religião sobre as instituições
políticas e jurídicas.
“A democracia e a economia
social de mercado encontram-se em retrocesso em todo o planeta”,
diz um comunicado de imprensa da fundação, no qual se resumem as denúncias do estudo (leia aqui)
O projeto, que contou com a
participação de 250 cientistas, analisa a situação de 129 países
em vias de desenvolvimento e transformação, para avaliar a
qualidade dos respectivos governos, a partir da consideração de um
total de 17 critérios.
Desses 129 países, a apenas seis
é atribuída boa qualidade de governança, o que representa o nível
mais baixo desde 2006, quando se começou a realizar o estudo
periodicamente.
Apesar de nos países analisados,
as democracias terem aumentado ligeiramente (de 72 para 74) e as
autocracias terem diminuído de 57 para 55, a situação geral piorou
relativamente a cada uma das respectivas formas de governo.
Desde o mais recente estudo –
há dois anos –, as autocracias consideradas “duras” aumentaram
de 58% para 73% e apenas 15 das 55 consideradas protegem em parte os
direitos civis e se outorgam direitos políticos limitados.
Nas demais 40 autocracias, as
detenções arbitrárias de jornalistas e ativistas dos direitos
humanos são frequentes, segundo o estudo.
Sobre as democracias, o estudo
indica que uma em casa duas é qualificada como ‘falha’ e na
grande maioria dos países da Europa Oriental existe atualmente mais
restrições à liberdade de imprensa e de expressão do que dez anos
atrás.
O presidente da Fundação
Bertelsmann, Aart De Geus, manifestou especial preocupação com a
situação nos países vizinhos da União Europeia.
“Os países vizinhos da Europa
tornaram-se mais conflituosos, menos estáveis e mais autoritários.
O que preocupa é, principalmente, a crescente incapacidade para o
debate social e político”, observou.
Essa situação, segundo o
estudo, ajuda ao crescimento do populismo que, em muito países, já
encontra terreno fértil na pobreza, desigualdade e na falta de
perspectivas econômicas para boa parte da população.
O documento lamenta que os anos
de prosperidade econômica mundial não tenham sido aproveitados para
investir em educação e saúde e na luta contra a desigualdade
social.
O estudo destaca ainda que a
influência da religião na política aumentou em 53 países nos
últimos dez anos e recuou em apenas 12.
Da Agência
Brasil
Foto: AFP
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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
domingo, 28 de fevereiro de 2016
O sono da memória
Não há problema em publicar o Mein Kampf do Hitler, cujos direitos de edição recém-caíram em domínio público. O livro interessa a historiadores e estudiosos da psicologia de massa e a qualquer pessoa curiosa sobre o poder de suas ideias, um poder capaz de galvanizar uma nação e mudar radicalmente sua história. Eu só acho que as novas edições de Mein Kampf deveriam vir com um DVD encartado, com cenas dos cadáveres empilhados e dos moribundos esquálidos descobertos em Auschwitz e outros campos de extermínio, no fim da 2ª Guerra Mundial. Cenas terríveis dos esqueletos das cidades bombardeadas e dos milhares de refugiados tentando sobreviver em meio aos escombros, enquanto o mundo ficava sabendo, nos julgamentos dos criminosos, das barbaridades cometidas em concordância com a kampf do Hitler. Assim, o comprador do livro teria o nazismo como teoria e o nazismo na prática. As ideias e suas consequências.
Novas edições de Mein Kampf deveriam vir com DVD encartado, com cenas dos cadáveres empilhados e dos moribundos esquálidos em Auschwitz.
Seria bom se as ideias viessem sempre acompanhadas de suas consequências. As pessoas pensariam melhor no que dizem e pregam, para não terem remorso depois. Já se disse que muitas barbaridades teriam sido evitadas no mundo se existisse algo parecido com o remorso antes do fato, uma espécie de remorso preventivo. Não se imagina o próprio Hitler se arrependendo de suas teses e, diante dos horrores que elas desencadearam, dizendo “Ei, pessoal, não era nada disso!”. Está claro que no cerne patológico da pregação de Hitler há uma volúpia de destruição, um desejo secreto de caos que tem tanto a ver com o romantismo alemão quanto com a geopolítica da época. Mas outros não têm o mesmo motivo para desprezarem as consequências. Ou para esquecerem-se delas.
Naquela famosa legenda de uma gravura do Goya está escrito que o sono da razão cria monstros. Pior que o sono da razão, Goya, é o sono da memória. As pessoas que hoje defendem a volta da ditadura militar no Brasil esqueceram-se de como foi. Esqueceram-se das prisões arbitrárias, das torturas, do terror e dos assassinatos de Estado, da censura, do número de estrelas nos ombros como única credencial para governar. Se não lhes falta memória, lhes falta razão. Ou miolos.
O Jair Bolsonaro, principal proponente da volta à ditadura, é o deputado mais votado do Rio. Tem uma multidão de apoiadores. E tem mais do que isso: na recente mudança no Comando Militar do Sul, Bolsonaro foi um convidado especial do novo comandante para a cerimônia de posse. Não se sabe se o comandante também é um nostálgico como ele. De qualquer maneira, tenho tido longas conversas com a minha paranoia, tentando acalmá-la.
Publicado originalmente em O Globo, em 31/1/2016:
Republicado do blog Limpinho & Cheiroso: http://limpinhoecheiroso.com/2016/02/04/luis-fernando-verissimo-o-sono-da-memoria/
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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
A Encíclica de Francisco vira filme
Richard Jakubaszko
Vídeo release humorístico sobre a Encíclica do Papa Francisco. Evidentemente trata-se de um filme oportunista, pró ambientalismo, divulgado nos EUA pouco antes do lançamento da encíclica Laudato Sí. Viralizou na internet, mas foi retirado do ar poucos dias depois, a pedido de católicos conservadores. No Brasil foi adotado por uma ONG e ainda está no Youtube (legendado), mas pode ser retirado a qualquer momento.
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Vídeo release humorístico sobre a Encíclica do Papa Francisco. Evidentemente trata-se de um filme oportunista, pró ambientalismo, divulgado nos EUA pouco antes do lançamento da encíclica Laudato Sí. Viralizou na internet, mas foi retirado do ar poucos dias depois, a pedido de católicos conservadores. No Brasil foi adotado por uma ONG e ainda está no Youtube (legendado), mas pode ser retirado a qualquer momento.
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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
Bomba, bomba! Lula é acusado pela PF de laticínio!
Richard Jakubaszko
Se nóis não tem como desfazê as mentira, nóis mostra as verdade e leva isso a jato pra vosmicê tomá conhecimento...
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Se nóis não tem como desfazê as mentira, nóis mostra as verdade e leva isso a jato pra vosmicê tomá conhecimento...
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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
Serra vai vender a Petrobras e o Brasil
Richard Jakubaszko
José Serra(PSDB), o senador por São Paulo, é entreguista. O Senado leva à votação, hoje, o projeto de lei de Serra, que abre o pré-sal para exploração pelas multinacionais. Serra e o Senado entregam patrimônio brasileiro ao capital internacional, e a mídia não debate isso. Não consigo entender.
Por que Serra quer vender o Brasil?
A desculpa é de que a Petrobras não tem tecnologia para explorar o pré-sal. Mentira deslavada!
A Petrobras é a única empresa petrolífera no mundo que dispõe e domina essa tecnologia. As petrolíferas virão aqui e vão aprender como é que se faz a retirada de petróleo de águas profundas.
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José Serra(PSDB), o senador por São Paulo, é entreguista. O Senado leva à votação, hoje, o projeto de lei de Serra, que abre o pré-sal para exploração pelas multinacionais. Serra e o Senado entregam patrimônio brasileiro ao capital internacional, e a mídia não debate isso. Não consigo entender.
Por que Serra quer vender o Brasil?
A desculpa é de que a Petrobras não tem tecnologia para explorar o pré-sal. Mentira deslavada!
A Petrobras é a única empresa petrolífera no mundo que dispõe e domina essa tecnologia. As petrolíferas virão aqui e vão aprender como é que se faz a retirada de petróleo de águas profundas.
Serra, o entreguista, privatiza nosso petróleo do pré-sal. |
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
Espíritos que aparecem em vídeos?
Richard Jakubaszko
Existem espíritos? Ou ETs? Estas são antigas curiosidades humana, nunca comprovadas cientificamente, ou sequer oficialmente. Há relatos históricos que afirmam positivamente, mas sempre faltam comprovações e testemunhas, mesmo quando vídeos registram algo anormal. É o caso do vídeo abaixo, gravado em um sistema de monitoramento por TV num quarto de um bebê que dormia em seu berço, enquanto uma figura é gravada ao lado do seu berço, como se velasse o sono.
Vídeos desse tipo, tanto para espíritos como ETs, estão cheios na internet, mas esse é particularmente intrigante, porém sempre se pensa em fraude.
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Existem espíritos? Ou ETs? Estas são antigas curiosidades humana, nunca comprovadas cientificamente, ou sequer oficialmente. Há relatos históricos que afirmam positivamente, mas sempre faltam comprovações e testemunhas, mesmo quando vídeos registram algo anormal. É o caso do vídeo abaixo, gravado em um sistema de monitoramento por TV num quarto de um bebê que dormia em seu berço, enquanto uma figura é gravada ao lado do seu berço, como se velasse o sono.
Vídeos desse tipo, tanto para espíritos como ETs, estão cheios na internet, mas esse é particularmente intrigante, porém sempre se pensa em fraude.
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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016
Austrália e Nova Zelândia se diferenciam
Marcos Sawaya
Jank *
A Austrália e a Nova Zelândia estão entre os doze maiores exportadores de produtos agropecuários e alimentos do mundo, num ranking em que o Brasil ocupa a terceira posição.
A Austrália é o sexto maior país do mundo em área total, logo atrás do Brasil. Mas a sua área agricultável é inferior à nossa, e o país sofre com a falta crônica de água e as mudanças do clima.
Em população, os dois países da Oceania não chegam a 30 milhões de habitantes, menos que o estado de São Paulo. Portanto, como o mercado doméstico é limitado, esses países vêm apostando no desenvolvimento de produtos de alta tecnologia e maior valor adicionado. E o foco tem sido a Ásia, região que concentra mais da metade da população mundial e que, nas duas últimas décadas, tornou-se o novo epicentro econômica do planeta.
Dois fatores de diferenciação chamam a atenção na estratégia de inserção internacional da Austrália e da Nova Zelândia.
O primeiro é a estrutura sofisticada que os seus governos montaram para garantir o acesso a mercados na Ásia, uma região notoriamente protecionista no campo da agricultura. Metade das exportações do agronegócio desses dois países já se encontra coberta por acordos bilaterais e regionais, que garantem acesso privilegiado. A outra metade dirige-se a países com quais há acordos em negociação. Com isso, o eventual maior custo de produção é compensado por menores barreiras para exportar.
A Austrália tem 35 adidos agrícolas em 18 países, sendo 10 só na Ásia. O Brasil tem 8 adidos para o mundo todo. A agência de promoção de exportações da Austrália (Austrade) tem 44 escritórios e cobre 15 mercados da Ásia.
O segundo fator é a organização das cadeias produtivas – empresas, associações e governo – para garantir diferenciação, qualidade, sustentabilidade e segurança do alimento.
As associações setoriais desenvolveram programas notáveis nas áreas de marketing, desenvolvimento de selo-país, inovação e capacitação. Ao lado do governo, têm feito um notável esforço de harmonização de regras e padrões técnicos, biossegurança, rastreabilidade (origem dos produtos) e sustentabilidade.
A Austrália tenta construir a sua imagem-país na Ásia a partir da diferenciação dos seus alimentos como "clean, green and safe" (limpo, verde e seguro). Bons exemplos dessa organização sistêmica para exportar estão nos setores de carne bovina e vinhos. Na Nova Zelândia, os melhores exemplos estão nos setores de lácteos e carneiros.
O Brasil é mundialmente conhecido e respeitado na produção e na exportação de commodities. Mas o país ainda é tímido na oferta de alimentos diferenciados para o consumidor global, apesar do notável esforço de internacionalização de algumas empresas e marcas nacionais.
Austrália e Nova Zelândia saíram na frente e se diferenciaram como país na percepção nos mercados consumidores mais dinâmicos da atualidade. Mas sempre é tempo de se organizar melhor para virar o jogo.
* o autor é especialista em questões globais do agronegócio.
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A Austrália e a Nova Zelândia estão entre os doze maiores exportadores de produtos agropecuários e alimentos do mundo, num ranking em que o Brasil ocupa a terceira posição.
A Austrália é o sexto maior país do mundo em área total, logo atrás do Brasil. Mas a sua área agricultável é inferior à nossa, e o país sofre com a falta crônica de água e as mudanças do clima.
Em população, os dois países da Oceania não chegam a 30 milhões de habitantes, menos que o estado de São Paulo. Portanto, como o mercado doméstico é limitado, esses países vêm apostando no desenvolvimento de produtos de alta tecnologia e maior valor adicionado. E o foco tem sido a Ásia, região que concentra mais da metade da população mundial e que, nas duas últimas décadas, tornou-se o novo epicentro econômica do planeta.
Dois fatores de diferenciação chamam a atenção na estratégia de inserção internacional da Austrália e da Nova Zelândia.
O primeiro é a estrutura sofisticada que os seus governos montaram para garantir o acesso a mercados na Ásia, uma região notoriamente protecionista no campo da agricultura. Metade das exportações do agronegócio desses dois países já se encontra coberta por acordos bilaterais e regionais, que garantem acesso privilegiado. A outra metade dirige-se a países com quais há acordos em negociação. Com isso, o eventual maior custo de produção é compensado por menores barreiras para exportar.
A Austrália tem 35 adidos agrícolas em 18 países, sendo 10 só na Ásia. O Brasil tem 8 adidos para o mundo todo. A agência de promoção de exportações da Austrália (Austrade) tem 44 escritórios e cobre 15 mercados da Ásia.
O segundo fator é a organização das cadeias produtivas – empresas, associações e governo – para garantir diferenciação, qualidade, sustentabilidade e segurança do alimento.
As associações setoriais desenvolveram programas notáveis nas áreas de marketing, desenvolvimento de selo-país, inovação e capacitação. Ao lado do governo, têm feito um notável esforço de harmonização de regras e padrões técnicos, biossegurança, rastreabilidade (origem dos produtos) e sustentabilidade.
A Austrália tenta construir a sua imagem-país na Ásia a partir da diferenciação dos seus alimentos como "clean, green and safe" (limpo, verde e seguro). Bons exemplos dessa organização sistêmica para exportar estão nos setores de carne bovina e vinhos. Na Nova Zelândia, os melhores exemplos estão nos setores de lácteos e carneiros.
O Brasil é mundialmente conhecido e respeitado na produção e na exportação de commodities. Mas o país ainda é tímido na oferta de alimentos diferenciados para o consumidor global, apesar do notável esforço de internacionalização de algumas empresas e marcas nacionais.
Austrália e Nova Zelândia saíram na frente e se diferenciaram como país na percepção nos mercados consumidores mais dinâmicos da atualidade. Mas sempre é tempo de se organizar melhor para virar o jogo.
* o autor é especialista em questões globais do agronegócio.
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sábado, 20 de fevereiro de 2016
Organizando a oferta para exportar
Marcos Sawaya Jank *
Uma das falácias mais repetidas no Brasil é a excessiva dependência de commodities, cujos preços estariam vivendo um novo ciclo de baixa que prejudicaria toda a economia.
Ocorre que a conta do
bem-estar não pode ser feita apenas pelo lado dos "preços". Primeiro,
porque quedas de preços em dólares podem ser neutralizadas por
desvalorizações cambiais, como a que ocorreu com o real desde 2012.
Podem também ser impactadas pelas relações de troca entre produtos e
insumos.
Além disso, a receita das exportações não é dada apenas pela variação dos preços, mas também pelas quantidades exportadas. No caso do agronegócio brasileiro, os preços em dólares caíram 30% desde o último pico de preços, em 2011, mas os volumes exportados cresceram 40%.
Nessa história, os agentes gastam muita energia tentando entender e se aproveitar da ciclotimia dos preços. Mas os preços são variáveis aleatórias, cujo papel é, portanto, continuar variando aleatoriamente. Gastam, também, bastante tempo falando da demanda potencial, que nas commodities tende a continuar crescendo de forma acelerada, acompanhando o aumento da população e da renda per capita.
Ocorre que o grande questão não é a demanda ou nos preços, mas sim a organização estratégica da oferta, a forma como o país e suas empresas se inserem no mundo globalizado.
Um dos maiores desafios é retomar as negociações que garantam acesso a mercados. Na parte das barreiras tarifárias, há 15 anos não negociamos nenhum acordo comercial de relevância. Enquanto isso, EUA, Europa, países da costa pacífica das Américas e os grandes players da Ásia e da Oceania multiplicaram seus acordos, criando condições preferenciais de acesso que já estão nos deslocando de mercados importantes. O Ministério da Agricultura tem provocado o governo para avançar nessa agenda, mas ainda falta senso de urgência e maior coordenação intraministerial.
Mas o pior são as barreiras não tarifárias – técnicas, sanitárias, burocráticas e outras –, que dificultam ou literalmente impedem o comércio de alimentos de maior valor adicionado, como no caso das proteínas animais. Por exemplo, Índia, Indonésia, Nigéria, Etiópia e Sudão somam quase 2 bilhões de habitantes, que consomem menos de 5 kg de frango por habitante/ano, ante 45 kg no Brasil. A demanda potencial é realmente extraordinária, mas todos os cinco países encontram-se literalmente fechados para o Brasil.
Na Ásia-Pacífico, hoje a região mais dinâmica do planeta, os países que obtiveram melhores resultados em acesso aos mercados são a Austrália e a Nova Zelândia, após desenvolverem estruturas sofisticadas de representação e negociação. Governo, empresas e associações que agregam as cadeias produtivas de ponta a ponta atuam de forma coordenada, oferecendo produtos com marcas e selos que já conquistaram um espaço diferenciado na preferência dos consumidores. Volto a esse tema em um próximo artigo.
Ciclos periódicos de preços baixos não são problema quando o país se organiza para acessar os consumidores e ofertar de forma diferenciada.
No agronegócio a demanda potencial é imensa, quase infinita. O potencial que o Brasil tem de gerar oferta está entre os maiores do planeta. O desafio está na capacidade de se organizar direito para ligar uma coisa à outra de forma inteligente.
*o autor é especialista em questões globais do agronegócio.
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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016
Alckmin usou R$ 3,37 mi da Educação em assinaturas de jornais e revistas 'dos amigos'
Alckmin usou R$ 3,37 mi da Educação em assinaturas de jornais e revistas 'dos amigos'
Governador tentou fechar escolas no ano passado alegando medidas de economia, mas continua usando verbas públicas para pagar – caro – por assinaturas de jornais e revistas da imprensa que não o ataca
No ano de 2015, a empresa O Estado de São Paulo, que publica o jornal O Estado de S. Paulo, recebeu R$ 1.173.910,43 dos cofres públicos paulistas, mais especificamente vindos da Secretaria da Educação, por meio da Fundação para o Desenvolvimento para a Educação (FDE).
Pelos mesmos caminhos, a empresa Folha da Manhã, dona do jornal Folha de S.Paulo, recebeu R$ 1.163.610,83. A Abril Comunicações, da revista Veja, foi aquinhoada com R$ 557.600,40. Para a Editora Globo, publicadora da revista Época, foram R$ 480.548,30.
Os dados são oficiais e podem ser conferidos na imagem deste post.
sua página dentro do portal do governo estadual paulista, a FDE é apresentada como "responsável por viabilizar a execução das políticas educacionais definidas pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, implantando e gerindo programas, projetos e ações destinadas a garantir o bom funcionamento, o crescimento e o aprimoramento da rede pública estadual de ensino".
Ainda segundo a própria FDE, "entre suas principais atribuições estão: construir escolas; reformar, adequar e manter os prédios, salas de aula e outras instalações; oferecer materiais e equipamentos necessários à Educação; gerenciar os sistemas de avaliação de rendimento escolar; e viabilizar meios e estruturas para a capacitação de dirigentes, professores e outros agentes educacionais e administrativos, visando sempre a melhor qualidade do ensino e a aplicação apropriada das políticas educativas definidas pelo Estado".
Vamos ficar nas empresas acima. No Portal da Transparência, dos R$ 3.375.669,96 pagos a Estadão, Folha, Veja e Época, é possível identificar pelo menos R$ 2,5 milhões sob a rubrica "renovação de assinaturas" - sem especificar de qual publicação, nem a quantidade de assinaturas. Um valor irrisório de R$ 279,95 está identificado como "publicidade legal". E há ainda R$ 857 mil sem identificação precisa do motivo do pagamento – só foi incluído ou o número da nota fiscal ou a descrição genérica "serviços prestados", sem nem mesmo especificar a natureza de quais foram estes serviços.
Destes R$ 857 mil por serviços não discriminados – o que vai contra o princípio da transparência – houve uma curiosa divisão "salomônica". Metade para a Folha e metade para o Estadão. Em um mesmo dia, 15 de maio de 2015, foram pagos R$ 215.663,28 para o jornal da família Frias e quase o mesmo valor, R$ 212.968,76, ao dos Mesquita.
Em julho do mesmo ano, no dia 22, o Estadão recebeu outro pagamento no mesmo valor recebido em maio, como uma segunda parcela. No dia 29, a Folha também recebeu R$ 215.714,12 - valor apenas R$ 50,84 acima do recebido em maio – o que também sugere se tratar de uma segunda parcela.
Fossem as duas empresas empreiteiras recebendo de algum órgão federal, certamente choveriam ilações sobre "combinação" de licitação.
O fato de o governo tucano ser, possivelmente, o maior e melhor cliente de cada uma destas empresas, traz por natureza conflito de interesses entre o público e o particular. Os resultados desta relação são facilmente notáveis na linha editorial destes jornais e revistas: reverente e dócil ao grupo político do governador, por mais que pipoquem denúncias de irregularidades e ilícitos, e muito acima do tom nos ataques aos adversários, por mais que se apontem a inconsistência das matérias que publicam.
Foi notável, como mostra de cortesia entre parceiros comerciais de longa data, a presença do governador num almoço, em dezembro passado, na sede da Folha quando, coincidentemente, o jornal retirou de seu site um vídeo-reportagem de alunos da rede estadual que ocupavam as escolas em ato de resistência contra a reorganização do ensino público proposta por Alckmin.
O questionamento sobre o mau uso de verbas deslocadas da educação para assinar jornais e revistas, principalmente não didáticas, pelos governos tucanos paulistas é antigo. Aqui na Rede Brasil Atual, fizemos em 2013 um post sobre a relação de Alckmin com a revista Veja, cujo parágrafo final continua mais atual do que nunca:
"Enfim, a decisão de continuar comprando estas assinaturas é muito boa para os interesses empresariais dos donos da revista, inclusive sustentando a tiragem artificialmente, o que segura o preço dos anúncios. Pode ser boa também para os interesses políticos do governador, mas é péssima para os cofres públicos paulistas e para os estudantes das escolas públicas".
Haverá desdobramentos.
Publicado originalmente em http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/helena/2016/02/alckmin-usou-em-2015-r-3-37-milhoes-da-educacao-em-assinaturas-de-jornais-e-revistas-dos-amigos-6541.html
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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
Esquenta ou não esquenta? E o que a agricultura tem com isso?
Ciro Rosolem *
Nos últimos meses tem se acirrado o debate sobre o aquecimento da atmosfera. Recentemente, James Lovelock, um dos principais cientistas a elaborarem a teoria de que a emissão de gases para a atmosfera resultaria em aquecimento global revisou suas previsões iniciais, concluindo agora que o aquecimento não está acontecendo na intensidade inicialmente prevista. Um grupo de cientistas sempre argumentou que estávamos em um ciclo de aquecimento e agora estaríamos entrando em um ciclo de esfriamento, dependentes do sol. Por outro lado, “aquecimentistas” demonstram, utilizando complexos modelos matemáticos, que o ambiente se aquece como consequência da emissão de gases de efeito estufa como o gás carbônico, óxido nitroso e metano. O que a Agricultura tem com isso?
Há estimativas de que a agricultura mundial seria responsável por 14% do total de emissões antropogênicas globais de gases de efeito estufa. No Brasil, embora não exista uma base de dados consistente, estima-se que a agropecuária responderia por 75% do gás carbônico e 90% da emissão anual de metano e óxido nitroso. Isso vai do preparo do canteiro de alface até o desmatamento (que nem sempre é devido à agropecuária), passa pelo uso de corretivos e fertilizantes, pela produção de arroz irrigado e outros alimentos e chega ao arroto/flatulência do boi. Aliás, já se publicou que a flatulência dos dinossauros teria causado aquecimento global maior que o atual, isso, a mais ou menos 150 milhões de anos. Triste sina, morrer no calor da própria flatulência...
A boa notícia é que a pesquisa agrícola brasileira tem feito a lição de casa. Há mais de 30 anos estudamos e desenvolvemos técnicas de semeadura e plantio diretos; há mais de 10 anos estamos aprendendo e aperfeiçoando as técnicas de cultivo de alimentos e matérias primas junto à criação de gado e mesmo integração da agricultura com florestas. Mais que aceitar essa tecnologia, os agricultores tem se adiantado no seu desenvolvimento, investindo seu próprio capital. Daí o aparecimento de termos como “Boi verde”, “Integração Lavoura Pecuária Floresta”, “Agricultura de Baixo Carbono” e outras. O próprio governo brasileiro se comprometeu com organismos internacionais a diminuir as emissões da agropecuária, e lançou o programa ABC – Agricultura de Baixo Carbono, uma linha de financiamento especial. As boas técnicas agrícolas podem sim colaborar para diminuir a taxa de emissão de gases de efeito estufa. Mas, seria esse o principal objetivo de uma Agricultura Sustentável?
A agricultura tem como função a produção de alimento, matérias primas e energia. Os agricultores já descobriram, por exemplo, que a erosão tolhe seu patrimônio, que a falta de água o empobrece. Assim, existe a consciência de que a produção e a conservação dos recursos naturais se confundem, ninguém no campo quer outra coisa. Daí a necessidade de uma Agricultura Sustentável, que é muito maior que a simples mitigação do efeito estufa. Uma Agricultura Sustentável implica em conservação dos recursos, melhoria do solo, perdas mínimas de nutrientes, alta produtividade e, portanto, uso de tecnologia que permita sua existência infinita. Ora, se durante o processo evitarmos a emissão de carbono, óxido nitroso e metano, melhor. Então, não importa se o ambiente esquente ou esfrie, precisamos de uma agricultura cada vez mais eficiente e sustentável. Isso depende de gente, de ciência, de gestão e, principalmente, de vontade política.
* o autor é professor da Unesp (SP)
NOTA DO BLOGUEIRO:
O autor destaca que: Recentemente, James Lovelock, um dos principais cientistas a elaborarem a teoria de que a emissão de gases para a atmosfera resultaria em aquecimento global revisou suas previsões iniciais, concluindo agora que o aquecimento não está acontecendo na intensidade inicialmente prevista.
Este blogueiro enfatiza a questão semântica de que o aquecimento e as mudanças climáticas não são "teorias". Teorias, são, por exemplo, a da Relatividade, de Einstein, ou a da Evolução das Espécies, de Darwin, e que ainda carecem de comprovação científica para virar "Lei", como a da Gravidade; o aquecimento e as mudanças climáticas, portanto, seriam, no máximo, hipóteses, que ainda não atingiram o status de "teoria", justamente por serem tão polêmicas e por não terem sido comprovadas cientificamente. Como cético da questão aquecimentista, sou adepto de que essa hipótese é uma "teoria da conspiração".
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Nos últimos meses tem se acirrado o debate sobre o aquecimento da atmosfera. Recentemente, James Lovelock, um dos principais cientistas a elaborarem a teoria de que a emissão de gases para a atmosfera resultaria em aquecimento global revisou suas previsões iniciais, concluindo agora que o aquecimento não está acontecendo na intensidade inicialmente prevista. Um grupo de cientistas sempre argumentou que estávamos em um ciclo de aquecimento e agora estaríamos entrando em um ciclo de esfriamento, dependentes do sol. Por outro lado, “aquecimentistas” demonstram, utilizando complexos modelos matemáticos, que o ambiente se aquece como consequência da emissão de gases de efeito estufa como o gás carbônico, óxido nitroso e metano. O que a Agricultura tem com isso?
Há estimativas de que a agricultura mundial seria responsável por 14% do total de emissões antropogênicas globais de gases de efeito estufa. No Brasil, embora não exista uma base de dados consistente, estima-se que a agropecuária responderia por 75% do gás carbônico e 90% da emissão anual de metano e óxido nitroso. Isso vai do preparo do canteiro de alface até o desmatamento (que nem sempre é devido à agropecuária), passa pelo uso de corretivos e fertilizantes, pela produção de arroz irrigado e outros alimentos e chega ao arroto/flatulência do boi. Aliás, já se publicou que a flatulência dos dinossauros teria causado aquecimento global maior que o atual, isso, a mais ou menos 150 milhões de anos. Triste sina, morrer no calor da própria flatulência...
A boa notícia é que a pesquisa agrícola brasileira tem feito a lição de casa. Há mais de 30 anos estudamos e desenvolvemos técnicas de semeadura e plantio diretos; há mais de 10 anos estamos aprendendo e aperfeiçoando as técnicas de cultivo de alimentos e matérias primas junto à criação de gado e mesmo integração da agricultura com florestas. Mais que aceitar essa tecnologia, os agricultores tem se adiantado no seu desenvolvimento, investindo seu próprio capital. Daí o aparecimento de termos como “Boi verde”, “Integração Lavoura Pecuária Floresta”, “Agricultura de Baixo Carbono” e outras. O próprio governo brasileiro se comprometeu com organismos internacionais a diminuir as emissões da agropecuária, e lançou o programa ABC – Agricultura de Baixo Carbono, uma linha de financiamento especial. As boas técnicas agrícolas podem sim colaborar para diminuir a taxa de emissão de gases de efeito estufa. Mas, seria esse o principal objetivo de uma Agricultura Sustentável?
A agricultura tem como função a produção de alimento, matérias primas e energia. Os agricultores já descobriram, por exemplo, que a erosão tolhe seu patrimônio, que a falta de água o empobrece. Assim, existe a consciência de que a produção e a conservação dos recursos naturais se confundem, ninguém no campo quer outra coisa. Daí a necessidade de uma Agricultura Sustentável, que é muito maior que a simples mitigação do efeito estufa. Uma Agricultura Sustentável implica em conservação dos recursos, melhoria do solo, perdas mínimas de nutrientes, alta produtividade e, portanto, uso de tecnologia que permita sua existência infinita. Ora, se durante o processo evitarmos a emissão de carbono, óxido nitroso e metano, melhor. Então, não importa se o ambiente esquente ou esfrie, precisamos de uma agricultura cada vez mais eficiente e sustentável. Isso depende de gente, de ciência, de gestão e, principalmente, de vontade política.
* o autor é professor da Unesp (SP)
NOTA DO BLOGUEIRO:
O autor destaca que: Recentemente, James Lovelock, um dos principais cientistas a elaborarem a teoria de que a emissão de gases para a atmosfera resultaria em aquecimento global revisou suas previsões iniciais, concluindo agora que o aquecimento não está acontecendo na intensidade inicialmente prevista.
Este blogueiro enfatiza a questão semântica de que o aquecimento e as mudanças climáticas não são "teorias". Teorias, são, por exemplo, a da Relatividade, de Einstein, ou a da Evolução das Espécies, de Darwin, e que ainda carecem de comprovação científica para virar "Lei", como a da Gravidade; o aquecimento e as mudanças climáticas, portanto, seriam, no máximo, hipóteses, que ainda não atingiram o status de "teoria", justamente por serem tão polêmicas e por não terem sido comprovadas cientificamente. Como cético da questão aquecimentista, sou adepto de que essa hipótese é uma "teoria da conspiração".
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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016
Repetições, engôdos e castigos de Sísifo da Silva
Sísifo - Museu do Prado/Madri |
Rebelde, malicioso, o mais astuto dos mortais, capaz de enganar os deuses e até ludibriar a morte — não apenas uma, mas duas vezes — Sísifo foi pintado pelo renascentista Tiziano no momento em que cumpria um dos lances do interminável castigo que lhe foi imposto: empurrar morro acima a pesada peça de mármore e, chegando ao topo, assistir a uma poderosa força fazendo-a rolar até o chão. Em seguida, tudo recomeçava, sem alteração ou interrupção.
A lenda grega e sua carga simbólica inspiraram o franco-argelino Albert Camus, um dos pais do existencialismo, a compor durante a ocupação nazista, aos 28 anos, “O mito de Sísifo”, ousado ensaio onde lança a sua filosofia do absurdo com a mais inquietante afirmação do pensamento moderno: “só há um problema filosófico verdadeiramente sério — o suicídio”.
O Sísifo que nos interessa não é o de Camus, é uma versão mais próxima do original com os pés no chão, finório, autêntico vivaldino tropical, Sísifo da Silva ou de Andrade, contumaz explorador da exuberância e da fartura à sua volta e, por isso, impaciente, sôfrego e insatisfeito, avesso ao esmero, descuidado. Enérgico e fatigado, triste mas eufórico, trágico nas contradições.
“Vai dar certo, basta começar”, seria o moto do seu brasão, se tivesse o tempo, gosto ou empenho para desenhar um brasão e dar acabamento ao que iniciara. Inventivo, de certa forma incansável, confiante e desperdiçador, não repara em detalhes, nem percebe caminhos já percorridos. Incapaz de enxergar repetições – curva-se a elas. Não se dá conta dos retornos, reiterações, do já visto, já vivido e já experimentado.
Neste ponto é que se dá a fatal convergência entre o Sísifo de Éfira e seu homônimo da Silva, Não percebem o absurdo a que foram condenados nem a monstruosa repetência a eles impostas.
No discurso proferido no final do ano passado em Campinas ao receber o título Professor Emérito, Carlos Vogt, ex-Reitor da Unicamp lembrou nosso cacoete de utilizar o adjetivo novo/nova para disfarçar velhas fórmulas e venerandas experiências: Nova República, Estado Novo, Cinema Novo, Bossa Nova, Novo Jornalismo, Escola Nova, Cidade Nova, Não completamos as tarefas, simplesmente as renomeamos e vamos em frente esquecidos que estamos marcando passo ou indo para trás.
Quantos surtos inflacionários já debelamos nos últimos cem anos? Quantas medidas desesperadas foram adotadas para conter os gastos desde que Campos Sales decidiu suprimir o papel-moeda? Quantos mares de lama já foram encontrados a partir do momento em que se desvendou que as burras do Estado — e não os postes — são imbatíveis em eleições? Quantas reformas político-partidárias foram paridas depois dos generais e marechais decretarem que só admitiriam duas agremiações – a do Contra e do a Favor – e em seguida liberadas desde que seus nomes começassem com um “P”?
Quantas vezes já erradicamos a febre amarela nos últimos cem anos? Mas não acabamos com o Aedes aegypti nem com os mortíferos vírus que continuamente hospeda e espalha. Acontece que este mosquito-vetor — Coisa Ruim até no nome — se dá o direito de aderir ao darwinismo, de acreditar na sobrevivência dos mais fortes e na evolução das espécies. Nós, Sisifos da Silva, preferimos os atalhos das vacinas a atalhar o mal pela raiz.
Quantas vezes mais seremos iludidos por uma suposta liberdade de expressão porém proibidos de verificar o quanto é verdadeira?
O pecado dos Sísifos daqui ou d’alhures não foi o de ofender os deuses, mas o de resignar-se a percorrer os mesmos caminhos sem alarmar-se com repetições. Os revolucionários russos em 1917 adotaram a Marselhesa sem lembrar que a Revolução Francesa fracassou em grande parte por conta dos próprios revolucionários.
Diz a lenda que Sísifo teria sido um dos primeiros gregos a usar a escrita. Nesse caso serviu-se do conhecimento para impor suas espertezas, engodos e auto-engodos sem recorrer a um elemento essencial da condição humana: o impulso para se libertar.
* o autor é jornalista, escritor e cofundador do Observatório da Imprensa
Ilustração: Sísifo, por Tiziano; óleo sobre tela, 237 cm × 216 cm, Museu do Prado / Madri, Espanha.
Publicado no OI/Observatório da Imprensa, em 12/02/2016, http://observatoriodaimprensa.com.br/marcha-do-tempo/repeticoes-engodos-e-castigos-de-sisifo-da-silva/
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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016
Molion: a maior mentira do aquecimento é o CO2
Richard Jakubaszko
O professor Luiz Carlos Baldicero Molion, físico e PdD em Climatologia (UFAL - Universidade Federal da Alagoas), revela, em alto e bom som: a grande mentira sobre o aquecimento é o CO2, impossível de ser reduzido, pois a natureza é responsável pela emissão de 97%.
Esta é uma das muitas falácias reveladas no livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?", que escrevemos juntos, e onde temos a companhia de inúmeros especialistas responsáveis por capítulos específicos, como o físico José Carlos Parente de Oliveira, os engenheiros agrônomos Fernando Penteado Cardoso, Evaristo Eduardo de Miranda, Odo Primavesi, e o climatologista Ângelo Paes de Camargo, entre outros.
Assista o vídeo, tem pouco mais de 2 minutos:
Para adquirir o livro:
(não está à venda em livrarias)
Fone 11 3879.7099
E-mail: co2clima@gmail.com
DBO Editores Associados Ltda / São Paulo - 2015
288 pgs - R$ 40,00 mais taxa postal
O professor Luiz Carlos Baldicero Molion, físico e PdD em Climatologia (UFAL - Universidade Federal da Alagoas), revela, em alto e bom som: a grande mentira sobre o aquecimento é o CO2, impossível de ser reduzido, pois a natureza é responsável pela emissão de 97%.
Esta é uma das muitas falácias reveladas no livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?", que escrevemos juntos, e onde temos a companhia de inúmeros especialistas responsáveis por capítulos específicos, como o físico José Carlos Parente de Oliveira, os engenheiros agrônomos Fernando Penteado Cardoso, Evaristo Eduardo de Miranda, Odo Primavesi, e o climatologista Ângelo Paes de Camargo, entre outros.
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