Richard Jakubaszko
O Brasil está capenga e desajustado por tudo que é lado, parece que não temos nada no lugar, e essa observação não é pessimista, ela é real, é o que vemos, observamos e sentimos. Falta tudo no país. Estamos com inflação em plena recessão, e altíssimo desemprego. Não há uma única liderança que indique um rumo em direção a um porto seguro, tudo parece depender do fim da pandemia.
Mesmo assim aparecem as propostas imbecis como a de Bolsonaro de editar uma portaria que permita quem já tenha tomado as duas doses de vacina ou já tenha tido a infecção do vírus possa circular sem máscara. Ora, ora, pelo amor de Deus! Então é esse o problema, pela visão do presidente? Aí fica claro para mim, o cara não tem noção de merda nenhuma do que está acontecendo. Demitamos esse cara, por absoluta incompetência, porque não é um líder e nem sabe o que se passa.
Eu, no lugar dele, iria comprar vacinas, e já, porque é a única solução pra pandemia, mas isso parece que é absurdo pra esse maluco fã da cloroquina. Tomara que ele tenha uma reinfecção do corona, a cepa de Manaus, e tenha de internar, com intubação e tudo mais, quero ver se ele autoriza o uso da cloroquina nele mesmo...
Na falta de um líder temos uma CPI em que os senadores se pavoneiam, reclamam, acusam, mas não há qualquer coisa que se possa chamar de produtiva. Vemos senadores governistas endossando de forma infantil defesas do uso de remédios como a cloroquina para controlar precocemente o coronavírus. E a pandemia vai se alastrando, chegamos ao ponto em que podemos entrar na terceira onda a qualquer momento. E os senhores senadores se pavoneiam, na crença de que conquistam votos para a próxima eleição.
Literalmente, não há planejamento de nada no país. Tudo acontece de improviso, dependemos dos fatos divinos, e o que é importante, dentro dessa pandemia, é que o governo federal não ajuda a construir absolutamente nada. Vem aí a maior seca hídrica dos últimos 90 anos, e o governo já salvou as distribuidoras de energia, autorizando o uso da tabela vermelha II. É isso aí meu amigo, mais uma vez vamos pagar a conta das privatizações mal feitas, onde os que compram os bens públicos não tem responsabilidades, e sim direitos de cobrar o que querem. É ferro no povo!
Não há harmonia em nada, vejam o que a mídia internacional divulga sobre os nossos infortúnios, e o maior exemplo disso é a The Economist dessa semana, publicação inglesa, de posição centro-direita no campo ideológico, mas que aponta a falta de rumo do Brasil e recomenda aos brasileiros que devem se desvencilhar de Bolsonaro. Tudo com muito bom senso...
Parece terra de ninguém. Em meio às desgraças e tragédias dessa pandemia o egoísmo prevalece. Todos pedimos esmolas, carentes de calor humano, de suporte espiritual, de um conforto, da segurança de uma âncora.
Vamos entrando, aos poucos, na campanha eleitoral de 2022, e aí moram os perigos de posição exacerbada dos grupos apoiadores de cada um dos lados, em que a qualquer momento alguma coisa pode dar mais merda.
Por enquanto, o Brasil vira-lata vai de copa América, mais um campeonato caça níquel dos patrocinadores, polêmica a que de forma imbecil os partidos políticos recorrem a um STF para impedir sua realização, como forma de criticar o presidente incompetente. Ora, incompetente versus incompetente. O que é que o STF tem a ver com essa palhaçada?
Até no futebol as questões de incompetência se refletem, é só observar a chamada Copa do Brasil, riquíssima em prêmios, em que Palmeiras, Corinthians, Internacional, Cruzeiro, Chapecoense, perdem para times da série B e (incrível!) até mesmo times da série C, e descontinuam sua participação. No Brasileirão e na Libertadores a situação não é diferente, times de futebol que sempre foram coadjuvantes agora estão na liderança, tudo junto e misturado, uma bagunça do jeito que o coisa ruim gosta. Quando olho os brasileiros na rua, de máscara, ou sem ela, vejo da mesma maneira que Duke, cartunista criativo a quem faço homenagem divulgando seu trabalho:
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