Richard Jakubaszko
A falta de planejamento tupiniquim, aliada ao negacionismo infantil do governo Bolsonaro, iniciou com a avaliação bolsonarista de que o coronavírus era uma “gripezinha”, e que tudo iria passar, só uns poucos iriam morrer, mas que a imunidade do rebanho resolveria tudo. Ao mesmo tempo, o presidente eleito menosprezava erraticamente a necessidade de vacinação, por isso não comprou antecipadamente as vacinas, ironizou a “vachina” do Dória, quem tomasse podia virar jacaré (ou bambi...) e ainda julgou-se no direito de recomendar o uso de remédios ineficientes para combater o coronavírus, entre eles a hidroxicloroquina e a ivermectina, fármacos que os médicos e cientistas no mundo inteiro testaram e não aprovaram o uso.
Nesse clima de competição quase olímpica, próprio de estudantes juvenis, o Brasil não comprou as vacinas, e ficamos para trás, no fim da fila. Quando países como Israel e Inglaterra alcançaram mais de 50% da população vacinada e viram os índices de contaminação e mortes caírem, o Brasil começava a vacinar, em meados de março/21. A vacinação começava atrasada, como vimos, mas em tempo, graças ao governador João Dória, de SP, que alavancou o Instituto Butantan, caso contrário o início de vacinação no Brasil só teria começado em final de maio, quando começaram a chegar as primeiras vacinas da AstraZeneca / Oxford e a da Pfizer. E Bolsonaro, igual a um palhaço desatinado, desandava a criticar a China (o vírus chinês, coisa de comunista), atrapalhando ao Brasil, via Instituto Butantan, para receber o IFA e mais vacinas. A tática bolsonarista de sempre, ataca dando tiros pra todo lado, na tentativa de desviar a atenção da mídia do assunto principal.
Obstinado, Bolsonaro declarava que os índices de mortos e contaminados eram falsos, que estavam enterrando caixões vazios, houve passeatas em várias cidades, protestando contra o lockdown, grupos de vândalos imbecis invadiram e depredaram hospitais, atacaram médicos e pesquisadores, e alvoroçaram-se fakenews de todo tipo, de que usar máscaras fazia mal à saúde, e até em canais oficiais do governo havia desinformação irresponsável, em tom ideológico. A falta de testes para se saber quantos brasileiros estavam contaminados dava suporte a todo tipo de mentira conspiratória do governo negacionista e ao mesmo tempo retirava a chance dos sanitaristas de rebater a contrainformação, a ponto de, logo no início da pandemia, o próprio presidente proibir o Ministério da Saúde de divulgar dados da pandemia antes das 20h00, o que impossibilitava os principais telejornais de darem notícias atualizadas, e isso obrigou a criação do consórcio de mídia para organizar dados oficiais da pandemia.
O Ministério da Saúde, agora com o 4º ministro em 2 anos e meio de governo, está abarrotado de militares, e demonstra fome e sede de corrupção, conforme revelam os depoimentos e interrogatórios na CPI da Covid-9 no Senado, que já tem novas denúncias por investigar no seu reinício, agora em agosto, após o recesso parlamentar. Ficamos sabendo que nossa vida não vale mais do que míseros US$ 1.00 per capita.
Hoje, iniciando a última semana de julho de 2021, temos pouco mais de 30% da população adulta vacinada no Brasil, mesmo assim os índices de contaminação caem, da mesma forma reduzem as mortes, e também a ocupação dos leitos de UTI, indicando um possível início do fim da pandemia. Mas não. Existe o perigo da variante Delta, originária da Índia, provocar uma nova onda, não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro.
Maledeto esse vírus, que, no Brasil, foi bem recebido pelo governo Bolsonaro, que fez de tudo para que esse hóspede indesejado se desse bem e aqui pudesse fixar residência.
Jamais entenderei a ilógica mental do pensamento bolsonarista, por isso, alguém aí, ajude a fazer avançar pelo menos 1 dos 135 pedidos de impeachment protocolados, há o perigo de que esse cara consiga destruir o Brasil muito antes do fim da pandemia. Ou então vamos enlouquecer coletivamente.
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