terça-feira, 31 de dezembro de 2024

POR QUE O ANO COMEÇA À MEIA NOITE DE 1 DE JANEIRO?

Evaristo de Miranda  


Uma das contribuições mais significativas da civilização cristã e ocidental à humanidade é a contagem do tempo e o atual calendário. Foram séculos até o Ocidente criar e adotar o calendário atual. No início do cristianismo, havia três calendários: judaico, romano e litúrgico. Nenhum satisfatório.

O calendário judaico era essencialmente lunar. Os nomes dos meses são de origem assiro-babilônica, assimilados no exílio na Babilônia, no século IV a.C.. São necessários ajustes complexos para encaixar-se no ano solar e para a Páscoa acontecer sempre na primavera. Os anos são contados desde a “criação do mundo”, 5.784 anos atrás. Um planeta bem rejuvenescido.

O calendário romano ou juliano era solar e herdado dos sacerdotes egípcios. Eles estabeleceram um ano de 365 dias, por volta do ano 2800 a.C. Os anos eram contados a partir da fundação de Roma, o ano 753 a.C. A data de início de cada ano era fixa, no primeiro dia de março. Passou por evoluções. Ainda é utilizado pelos cristãos ortodoxos, como calendário religioso.

Nos primeiros séculos, a referência principal do calendário litúrgico cristão era a Páscoa, data da morte de Jesus. Com as divergências entre o calendário judaico e o romano, havia várias datas para o início do ano e a Páscoa.

No século V, o Papa João I decidiu dar fim às “querelas pascais”. Para ajustar o calendário litúrgico, o lunar judaico e o solar romano, ele designou o monge Dionísio, um erudito, canonista, tradutor, astrônomo e matemático.

No ano 525, ele sugeriu ao Papa a revisão completa da divisão do tempo e sua contagem não mais na morte, mas no nascimento de Cristo. E tomou essa data como início da Era Cristã: 25 de dezembro do ano 753 do calendário romano. Encerrou a Era dos Césares. O conceito do Ano do Senhor, Anno Domini (A.D.) está em vigor até hoje. Agora, A.D. 2025.

A Igreja Católica arbitrou e definiu para início do ano, 1 de janeiro e não 25 de dezembro, por razões religiosas. A vinculação oficial de Jesus ao seu povo e a Deus ocorreu no dia da circuncisão, da apresentação no templo, de sua primeira manifestação pública e quando recebeu seu nome.

Só por esse deslocamento de data, Jesus já teria nascido um ano antes do ano 1 da Era Cristã. Não havia ano zero no cálculo. O ano 1 a.C. foi sucedido pelo ano 1 d.C.. O primeiro século da Era Cristã teve 99 anos. Esse e outros fatores levaram Dionísio a um pequeno erro. Jesus nasceu entre os anos 3 e 6, antes da Era Cristã. O Papa Bento XVI mostrou esse erro na obra “A Infância de Jesus”.

Sob o calendário juliano, com imprecisões e deriva temporal, os equinócios se distanciaram da data real em 10 dias no século XVI. Por determinação do papa Gregório XIII, matemáticos e astrônomos jesuítas das universidades de Salamanca e Coimbra trabalharam nas bases de um novo calendário. Em 24 de fevereiro de 1582, pela bula Inter gravíssimas, o papa lançou o Calendário Gregoriano, adotado em Portugal, Espanha e Estados Pontifícios. Logo nos países protestantes e, hoje, no planeta.

O calendário gregoriano é o padrão internacional de registrar o tempo, reconhecido pela ONU e pela União Postal Universal, tanto pelo peso da tradição ocidental, quanto por sua precisão astronômica. Ele estabeleceu até uma ISO específica para se datar: a ISO 8601.

Existe um discurso Woke, politicamente correto, associado à cultura do cancelamento e da censura, onipresente na Internet, sobre o calendário e a marcação do tempo. Ele busca eliminar as referências a Cristo no calendário. Anacrônicos, esses canceladores e censores ideológicos apontam as datas estabelecidas pela Igreja ao longo de séculos como arbitrárias.

As datas do atual calendário foram arbitradas, e não arbitrárias, com os melhores critérios em seu contexto histórico. Inúmeras questões necessitam de arbítrio. Não há livre arbítrio no calendário. Nem há receita bíblica para calcular o tempo. Ele foi arbitrado várias vezes, com recurso aos melhores cientistas de cada época, por uma das maiores autoridades temporais, a Igreja. O Tempo Ocidental se impôs aos do Oriente e alhures.

O calendário universal é Ocidental. Na vida civil e civilizada, ele substituiu outros calendários (muçulmano, judaico, chinês, juliano...), limitados hoje a usos religiosos e tradicionais. Quem regula voos de aviões, satélites, tratados internacionais, GPS de máquinas agrícolas, pagamento de boletos e o cotidiano de bilhões de pessoas é o calendário cristão e romano, criado e estabelecido progressiva e cientificamente pela Igreja.

 

 

 

.

sábado, 21 de dezembro de 2024

Aquecimento Global Catastrófico: Ciência, Política ou Ideologia?

Roberto Lobo *

Recebi um convite de um colega para comentar um artigo que faz uma extrapolação dos níveis de CO
2 na atmosfera para períodos muito anteriores à nossa época. Certamente a intenção desse colega foi a de provocar minha reação diante da evidência de que a quantidade de CO2 na atmosfera, medida para épocas remotas, oscila muito e indica, em algumas delas, concentrações muito superiores desse gás àquelas que temos hoje em dia. Apesar de haver muitos outros fatores envolvidos, a quantidade de gás carbônico e a temperatura da Terra têm forte correlação na história de nosso planeta, embora a relação direta de causalidade seja, aparentemente, complexa.

Esta relação do CO
2 com o efeito estufa e sua influência no aquecimento do planeta já havia sido proposta há dois séculos por pesquisadores como Tyndall, Watt, Fourier, etc. Provavelmente, a provocação foi motivada por comentários que emiti sobre o que considero o exagero do "pânico generalizado com o aquecimento global".

Esse tema foi lançado com estardalhaço na sociedade a partir do documentário com Al Gore, "Uma Verdade Inconveniente", de 2007. Al Gore foi vice-presidente de Bill Clinton e candidato à presidência dos EUA em 2000, tendo sido derrotado por George Bush em uma discutida apuração no estado americano da Flórida.

O documentário levou o político americano novamente para as manchetes e gerou inúmeros convites para conferências que fez sobre o tema que o fizeram ser escolhido para receber o Prêmio Nobel da Paz no mesmo ano. Gore, um parlamentar ambientalista, reuniu evidências científicas sobre a modificação do clima da Terra pela ação humana, principalmente na era industrial, e extrapolou estes dados para o futuro, gerando um clima de urgência, pânico e profundo sentimento de culpa em grande parte da humanidade, na mesma época em que crescia, na mesma época, um sentimento de revolta na sociedade contra preconceitos e discriminações. O rancor latente foi em parte orientado contra os "poluidores" do ambiente e contra as grandes indústrias petrolíferas. O assunto transbordou a área das ciências do clima e se tornou uma bandeira social e uma arma de luta política e ideológica. Embora a exagerada poluição seja um mal para o nosso bem-estar e o combate a ela, feito de forma equilibrada e avaliado constantemente em sua eficácia, deva ser uma política de estado, as extrapolações de Al Gore criaram previsões catastróficas no curto prazo, mobilizando órgãos nacionais e internacionais que investiram grandes recursos no financiamento de pesquisas voltadas ao estudo do previsto aquecimento global. Houve a perigosa mistura de política, ciência, oportunismo e interesses econômicos de todo tipo.

A grande maioria da imprensa, que adotava teses progressistas de inclusão social, abraçaram cegamente as teses de Al Gore: "fora as indústrias petrolíferas!", "fora a derrubada de florestas!", "fora produtos que se valessem do comprometimento do meio ambiente!", etc. Desde o início deste movimento, houve várias denúncias de que dados estivessem sendo "ajeitados" para comprovarem as teses de Al Gore. Nem todos, no entanto. A poluição gerada pela industrialização é verdadeira. CO
2 gera o efeito estufa, mesmo!

Está havendo, realmente, redução de gelo em partes do planeta. As atividades humanas vêm causando um aquecimento extra no clima da Terra. A questão que aponto é a escala de tempo e as proporções previstas sem considerar outras variáveis. Um exemplo: é bem sabido que a população da Terra vem aumentando rapidamente, como previsto por Malthus, mas embora exista miséria e fome, não há uma fome generalizada, sendo as crises alimentares restritas a regiões mais pobres do globo. A tecnologia aumentou a produção de alimentos em escalas inimagináveis nos tempos de Malthus. Hoje, não é tanto a produção de alimentos o problema, mas sua distribuição desigual. A tecnologia superou a estatística.

Outro exemplo: se a população apresentasse o mesmo crescimento ocorrido nos últimos 200 anos, e continuássemos a contar com o cavalo como nosso principal meio de transporte, nossas cidades estariam imundas e malcheirosas pelas fezes equinas, mas veio Henry Ford, que no brindou com os automóveis, solução maravilhosa, que trouxe, como em tudo na vida, sua contrapartida negativa - a poluição da queima do petróleo. E assim caminha a humanidade... sempre encontrando novas soluções para seus problemas e gerando outros problemas como subprodutos. Para confirmar suas pregações, os defensores do aquecimento catastrófico utilizam muitas vezes gráficos e estatísticas que, embora não estejam erradas, apresentam somente uma parte da realidade, parte essa que é extrapolada para o futuro pintando um cenário ainda mais dramático.

Isso quer dizer, por exemplo, que se um fenômeno que oscila ao longo do tempo for apresentado somente no trecho crescente e continuado a partir daí, se terá a impressão de que ele crescerá indefinidamente; se um parâmetro que varia do valor 1 para 2 for ligado em um gráfico linear, dependendo das escalas dos eixos horizontal e vertical ele pode parecer fortemente crescente (quase vertical) se a escala horizontal for reduzida, ou quase estacionário (quase horizontal), se ela for estendida. Ou seja, a forma de apresentar uma escala induz a uma certa conclusão, em especial aos leigos.

Há ainda a recordar o fato de que o clima é basicamente um fenômeno termodinâmico, a ciência que lida com o calor, e suas equações usam a escala Kelvin, que tem a mesma gradação da escala Celsius, mas cujo zero se situa a aproximadamente -173ºC. O calor emitido ou absorvido por um corpo, como a Terra, é medido nestas unidades. A temperatura de 33ºC corresponde a 310ºK. A mesma variação de um grau é uma mudança relativa de 1/310 ou 0,3% na escala Kelvin. Medida em graus Celsius seria uma variação de 1/33, ou 3%, que na escala Celsius parece uma variação grande. A mesma variação de temperatura, dependendo da escala adotada pode dar a impressão ao leigo de ser maior ou menor. A escolha da apresentação pode variar de acordo do que e a quem se pretende convencer. No que diz respeito ao CO
2 e à posição de Al Gore, embora haja bastante verdade no que disse em 2007, muitas previsões, principalmente as mais catastróficas, não se realizaram e muitas não se realizarão tão cedo ou, mesmo, jamais, dependendo de nossa capacidade de inovação tecnológica. Exemplos (dentre outros): 1- "Milhões de pessoas morrerão por causa do calor no futuro próximo". Mas, no caso do aquecimento, muitos deixarão de morrer de frio - atualmente, quatro vezes mais pessoas morrem de frio do que de calor. 2- "Ursos polares estão em extinção" - na verdade, as medidas de proteção aos ursos polares e a proibição da caça fizeram a população destes animais crescer. Hoje existem entre 20 e 30.000 destes lindos animais no Ártico. 3- "Até 2013 haveria 75% de probabilidade de que os oceanos se elevassem a até 7 metros, tornando inabitáveis certas regiões". Na verdade, os oceanos têm subido cerca de 3 mm por ano, o que levaria cerca de um século para aumentar somente cerca de 32 cm. Os cálculos de Al Gore se basearam na hipótese que ele levantou de que, em 2015, não haveria mais neve no Polo Norte no inverno e essa massa de gelo se liquefaria e elevaria o nível dos oceanos, tese que se mostrou claramente equivocada, pelo menos nessa escala de tempo.

Que climatologia é uma ciência complexa, ninguém contesta. Que os modelos matemáticos de previsão são difíceis, também não. Esforços para prever o clima no futuro podem ajudar a sociedade a encontrar formas de minimizar impactos negativos, mas a geração de pânico, como o Aquecimento Global Catastrófico, não vai ajudar a encontrar soluções para os problemas que estão aí e os que ainda virão no futuro. Esta radicalização só tem servido para acirrar a polarização política, colocar no ostracismo cientistas competentes (alguns Prêmio Nobel como Ivar Giaever que, de tão revoltado com a censura política ao debate, abandonou a Sociedade Americana de Física), que, de boa-fé, questionam os atuais modelos e suas extrapolações (muitas vezes incompetentes e maliciosas por uma parcela da imprensa e de alguns cientistas sendo marcados como "negacionistas") e, geralmente, acompanhada de insinuações sobre pagamentos a estes cientistas pela indústria do petróleo. É importante que tenhamos claro que quando se atribui uma alcunha negativa a algum segmento, já se está discriminando seus componentes. A grande imprensa quase sempre desqualifica em seus textos as pessoas que põem em dúvida suas "verdades científicas" que ela segue religiosamente sem sequer saber, de fato, suas origens e o que realmente significam e o que foi incluído, extrapolado ou abandonado nas hipóteses e conclusões.

Como disse o grande físico Freeman Dyson nos primeiros anos deste debate, "O aquecimento moderado poderá contrabalançar seus malefícios, criando campos florescentes na Suécia, na Noruega Islândia e Rússia, além do norte dos EUA e Canadá". A moderação e a objetividade ainda são e sempre serão nossos grandes aliados e, juntamente com a ciência e a tecnologia, vão nos ajudar a construir um futuro melhor para a humanidade.

* o autor é PhD em física pela Purdue University, foi reitor da USP e é presidente do Instituto Lobo

Publicado originalmente no Estadão: https://www.estadao.com.br/educacao/roberto-lobo/aquecimento-global-catastrofico-ciencia-politica-ou-ideologia/

Obs do blogueiro, autor do livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?":

A presença de CO2 na atmosfera não causa o aquecimento do planeta, como se fosse um efeito cobertor, um gás de efeito estufa (GEE). Essa foi a hipótese, e não uma teoria, de um cientista irlandês, John Tyndal, em 1859. Ele afirmou que gases como o dióxido de carbono e o metano aprisionam a radiação infravermelha, criando o chamado efeito estufa, hipótese que, por não ter evidências científicas, não se consolidou e foi abandonada por muitos anos, mas os cientistas do IPCC abraçaram a ideia e a "modernizaram" em 2007. Tyndal, em verdade, contrariou o que o francês Jean Baptiste Fourier afirmou, com base em cálculos, que a Terra seria muito mais fria se não existisse a nossa atmosfera. Comprovou-se então que a temperatura média do planeta era de +15ºC. Caso não existisse a atmosfera seria de -18ºC.

 

.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Redução de R$ 327 bilhões nos gastos fiscais não combina com a nova Taxa Selic de 12,25% a.a.

Richard Jakubaszko
  

Tem alguma coisa muito errada na cachola  da mídia brasileira e do chamado “mercado”, que anda muito estressado nos últimos meses.

O Governo Federal tem discutido publicamente os cortes a serem feitos para reduzir o déficit fiscal. Chegou à meta de economizar R$ 327 bilhões, entre 2025 e 2030, mas o “mercado” considera esse volume de corte insuficiente, daí que o dólar sobe em ritmo acelerado, mas as bolsas permanecem estáveis. Significa que R$ 54 bilhões por ano é pouco nessa economia de enxugamento de despesas, mesmo considerando futuro aumento do PIB e também do aumento na arrecadação de impostos. Ora, o que o ”mercado” deseja, no final das contas?


Simples, o “mercado” deseja um freio no aumento real do salário mínimo, e cortes drásticos nas despesas previdenciárias, além de outras providências.


Com isso, reduziria o déficit no orçamento. Se houvesse cortes nas aposentadorias altamente privilegiadas, diz o “mercado”, como de militares, juízes, membros do judiciário e do legislativo, que se aposentam com benefícios integrais ao que recebiam quando trabalhavam, é possível que a redução do estouro fosse maior do que o pretendido, e que já tem causado muito chororô.


O objetivo do “mercado”, em verdade, trata-se de uma lógica linear e clara. Se o Governo Federal estourar o déficit fiscal, conforme previsto pelo andar da carruagem, o Tesouro só poderá pagar, em primeiro lugar, os benefícios dos aposentados, depois os salários do funcionalismo, e a partir daí passa a pagar as demais despesas, se sobrar dinheiro, como despesas de custeio (aluguéis, por exemplo, saúde, educação), de investimentos, e dos juros pagos aos bancos e rentistas pela enorme dívida pública existente. Se não sobrar verba suficiente, depois de pagar os aposentados e funcionários ativos, o governo não paga as demais despesas, conforme está na Constituição de 1988. Ou seja, o “mercado” projeta que esse risco é real e está muito próximo de acontecer, daí o estresse.


Ocorre que o “mercado” é muito “esperto”, conforme já sabemos. Com o dólar alto, a inflação acelera. Com a alta inflação o Banco Central aumenta a Taxa Selic (hoje aumentou 1%, chegando a 12,25% de juros ao ano). É importante saber que, nos últimos 12 meses, o Tesouro pagou aos bancos e rentistas a bagatela de R$ 875 bilhões em juros para amortização da dívida, e de que cada 1% de juros na Taxa Selic representa R$ 48 bilhões por ano aos cofres públicos só em pagamento de juros, sem amortizar a dívida total. Se o Governo Federal aprovar no Congresso o corte de despesas planejado vai “sobrar” líquido no caixa do Tesouro R$ 6 bilhões por ano...


Não é uma vergonha o que faz o Banco Central? E o que dizer da chantagem do “mercado”, tão anônimo e impessoal como sempre, mas idolatrado pela mídia, que é acrítica no assunto...
 

Entre outras coisas, precisaríamos fazer uma auditoria pra valer na chamada dívida pública interna. Tem muito “gato” nesse angu. Outros países (Grécia, Turquia) já fizeram auditorias em passado recente sobre o valor real de suas dívidas e chegaram a reduções notáveis no valor real. Evidentemente que se necessita recalcular os valores dos altos benefícios pagos a funcionários públicos, como militares e membros do judiciário, e não de colocar um garrote no pescoço de quem ganha Salário Mínimo. E tem de colocar um fim na festa que o Congresso anda fazendo com as verbas públicas das emendas anônimas e secretas.


A propósito, necessita-se fazer uma reforma política no Brasil, para equilibrar a representatividade do voto do povo. Hoje, um deputado federal eleito e bem votado, com mais de 1 milhão de votos, leva no seu vácuo pelo menos 8 a 10 deputados que tiveram menos de 15 mil votos, deixando de dar posse a deputados que tiveram 80 ou 100 mil votos, o que é um descalabro. Temos mais de 30 partidos políticos, e cada um deles tem seu puxador de votos, sejam cantores, jogadores de futebol, apresentadores de TVs, além de “famosos”, e por aí vai. Essa farra tem de acabar, porque ela só incha o Centrão chantagista. Não representa o povo, isso é claríssimo.


Necessita-se também acabar com a cota de 3 senadores por estado. Cada um deles, tem 1 voto, e são 81 senadores, e estados com menos de 5 milhões de eleitores elegem também 3 senadores, o mesmo que São Paulo, Minas Gerais, Bahia ou Rio de Janeiro, que possuem de 4 a 7 vezes mais eleitores. Essa é uma das heranças malditas deixada pela ditadura, e que precisa acabar urgentemente. Particularmente tenho uma ideia ainda melhor, e que seria a de acabar com o Senado, pois não precisamos de uma segunda câmara para referendar o que a Câmara de Deputados já votou. É redundância que os ingleses inventaram, para dar status aos Lordes que votam sempre com a monarquia, que não são eleitos, e sim nomeados, e que nem o Senado Romano ousou criar, pois era uma coisa só...

Definitivamente, redução de R$ 327 bilhões nos gastos fiscais não combina com a nova Taxa Selic de 12,25% a.a.

Quem se habilita a acabar com essas barbaridades?

 

 

.