Luis Dufaur *
Meses antes de iniciar a COP30, o ambientalismo nos forneceu mais uma escura mensagem da crise em que quer jogar a civilização.
Blackout na Espanha
A Red Eléctrica Espanhola (REE) empresa pública operadora única do sistema elétrico espanhol, reconheceu que o “colapso total” do sistema elétrico que pôs em pânico a Espanha e o vizinho Portugal foi causado pelas fontes de energia alternativa, registrou “El Mundo”.
Em abril a mesma empresa garantia que em caso algum haveria uma interrupção nacional no fornecimento de energia.
Ela recusava o risco da perda de estabilidade do sistema, em consequência do fechamento das centrais nucleares espanholas. Semanas depois a Espanha entrou em pânico em virtude de um apagão inesperado que não podia acontecer.
O presidente da empresa os descartava e o governo socialista também o fazia enfaticamente.
Depois tudo mudou. Relatório da mesma operadora da rede elétrica reconheceu que havia riscos “graves” de cortes de energia ligados à “alta penetração de energia renovável” no país.
A causa do risco foi a muito alta dependência das “energias alternativas”, especialmente as eólicas.
A Redeia, havia alertado seus investidores no relatório financeiro de 2024, para cortes que “podem se tornar graves afetando significativamente o fornecimento de eletricidade, a curto e médio prazo”, registrou a AFP.
Em breves termos as fontes de “energia alternativas” são intermitentes porque dependem do sol, vento, chuvas, que são imprescindíveis.
E se essas fontes começam a ligar e desligar podem levar a um curto do sistema todo e provocar blackouts.
A “perda de produção firme” foi apontada por Redeia como podendo causar um “impacto no fornecimento” que poderia “afetar à Espanha toda”.
A empresa vinha alertando há cinco anos do perigo sendo ignorada e até abafada pelo fanatismo ecológico instalado no governo e na grande mídia.
Os relatórios eram conclusivos: a integração massiva de fontes energias renováveis ameaçava a estabilidade da rede na Espanha, escreveu, a posteriori “El Mundo”.
Os técnicos da empresa pública pediam medidas “essenciais” para evitar desequilíbrios “inaceitáveis”. 
Blackout também afetou Portugal e sul da França
Afinal aconteceu. Cinco anos depois do primeiro brado de alerta, essa foi a causa do apagão histórico que atingiu também Portugal e o sul da França.
As medidas pedidas não foram implementadas ou a um ritmo lento, enquanto se acelerava a geração de energias “renováveis” causantes do desequilíbrio. Até que o sistema elétrico nacional ficou incapaz de amortecê-los.
A Redeia alertava aos investidores o “risco de curto prazo” de “desconexões de geração devido à alta penetração de energias renováveis”.
O relatório também advertia que o fechamento de usinas de convencionais, como as movidas a carvão, gás natural e nucleares, em decorrência de decisões políticas, “implicava na redução da capacidade firme e das capacidades de equilíbrio do sistema elétrico, bem como de sua robustez e inércia”.
A Redeia atribuiu o enorme blackout a um desligamento massivo de usinas fotovoltaicas. Essas geraram oscilações anômalas que causaram o apagão, “desconcertando o setor”.
Nos dias prévios ao apagão, as situações de alta instabilidade levaram a um alto funcionário do setor, a advertir que a Espanha “estava à beira de um apagão”.
O fanatismo ambientalista fez ouvidos surdos... e aconteceu, mas continua igualmente fanático!!!
* Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, e webmaster de diversos blogs.
Publicado originalmente em https://ecologia-clima-aquecimento.blogspot.com/2025/11/energias-alternativas-escureceram.html
ET. Todos os inconvenientes de usos de energias alternativas foram abordados em profundidade no livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?", autoria deste blogueiro, veja na aba deste blog como obter o livro.
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