Richard Jakubaszko
Gambiarra, na definição do pai dos burros, é um termo técnico, um substantivo feminino de significado técnico para uso de lâmpadas e outros desígnios. Na percepção e no falar do povo brasileiro, que faz a língua permanentemente viva e dinâmica, tornou-se adjetivo, sinônimo de adaptação criativa, de inventividade, de quebra-galho do cotidiano. Abaixo temos vários exemplos de gambiarra entre os gringos, ou seja, gambiarras estrangeiras. As fotos nos mostram que a vida seria muito mais criativa e charmosa se não houvessem tantas leis que limitassem a criatividade da humanidade. Prometo, para dentro em breve, publicar fotos de gambiarras tupiniquins, aliás, se os leitores do blog tiverem alguma foto é só mandar, estou juntando para fazer uma boa seleção. (cliquem nas fotos para ampliar, as fotos falam por elas mesmas)quinta-feira, 29 de outubro de 2009
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
A Floresta Amazônica e a presença do Homem
Richard Jakubaszko
Recebi e-mail do Dr. Fernando Penteado Cardoso, presidente da Agrisus, que é autoexplicativo:
Richard,
disse-lhe ontem na reunião INOVAÇÃO, da Andef, que enviaria material de interesse. Vide abaixo.
Por que será que gente desse calibre é pouco ouvida? Só porque não antevêem o fim do mundo?
Ângelo Paes de Camargo já morreu, mas ficou seu exemplo de climatologista lógico e sincero, não repetidor de repetecos, não temeroso de ONGs de além mar.
Seu filho continua no IAC com a mesma honestidade técnica do pai.
Grande abraço
Fernando Penteado Cardoso
A Floresta Amazônica e a presença do Homem
Ângelo Paes de Camargo
Pesquisador Científico aposentado
do Instituto Agronômico de Campinas - IAC
(In memoriam, falecido em 2006).
Artigo publicado na revista “O Agronômico”, Campinas, 57(1), 2005.
Ao realizar a fotossíntese pela folhagem das plantas, sob a ação da energia da radiação solar, forma-se o hidrato de carbono, seja o açúcar e a celulose, pela combinação do gás carbônico com a água da atmosfera. Esse processo libera o oxigênio para a atmosfera. Assim, formou-se, através de milhões de anos o elevado teor de oxigênio na composição da atmosfera da Terra, cerca de 21%. O nitrogênio, um gás inerte, ocupa quase todo o volume da atmosfera, em torno de 78% e o gás carbônico, apenas 0,03 %.
O oxigênio presente na atmosfera terrestre foi originado pela fotossíntese realizada pelos vegetais da superfície. Os organismos, plantas e animais, presentes nas florestas da Terra não mais contribuem para alterar a composição da atmosfera. Quando vivas, as plantas realizam a fotossíntese, produzindo e liberando o oxigênio, ao mesmo tempo em que formam a matéria orgânica e consomem o gás carbônico. Quando morrem e se decompõem, fazem o contrário, consomem o oxigênio, numa combustão lenta e lançam em seu lugar gás carbônico na atmosfera. Por isso os teores de gás carbônico e de oxigênio na atmosfera mantêm-se constantes.
Serapilheira
Toda floresta adulta, em clímax, apresenta sobre o solo uma camada de matéria orgânica oriunda da folhagem senescente que cai da copa das árvores e que apresenta na parte inferior em contato com o solo uma camada em decomposição. É a serapilheira.
Essa serapilheira, ao mesmo tempo em que recebe material na superfície, vai se decompondo e desaparecendo na parte inferior. Dessa forma, a serapilheira fica sempre com a mesma altura. Se não houvesse essa decomposição, a camada de serapilheira iria aumentando de espessura continuamente e chegaria a muitos metros da altura. O que nunca acontece. A floresta virgem, ao mesmo tempo em que produz oxigênio pela fotossíntese, produz também o gás carbônico, pela decomposição da matéria orgânica quando morrem. Assim, não alteram a oxigenação da atmosfera.
Superfície aquosa
Uma vegetação natural ocorre também em superfícies aquosas como de lagos e oceanos. São principalmente as algas, muito abundantes, que fazem a fotossíntese. Absorvem o gás carbônico (CO2) e liberam o oxigênio. Mas, as algas também respiram e se decompõem quando morrem, produzindo o gás carbônico na mesma proporção que produziu o oxigênio.
A superfície do globo terrestre apresenta três quartas partes cobertas por oceanos e apenas uma quarta parte por terra. Dessa forma, a influência dos continentes, e assim da Floresta Amazônica, nas condições físicas, térmicas e hídricas do clima do globo é mínima em comparação com a dos oceanos.
Se a Floresta Amazônica fosse substituída por outra cobertura vegetal, como a pastagem ou uma cultura agrícola arbustiva ou arbórea, o efeito na composição da atmosfera terrestre seria desprezível, principalmente se comparada com o efeito da abundante vegetação dos oceanos, que ocupa quase toda a superfície do planeta. Os teores de oxigênio e de gás carbônico da atmosfera sobre os oceanos e sobre os continentes são iguais e continuam sendo sempre os mesmos.
Ocupação humana da floresta
A floresta natural na ausência do homem civilizado mantém-se virgem em equilíbrio, com todos os seus componentes inclusive o homem em estado selvagem. Quando o homem civilizado vem e ocupa uma região florestada altera em algumas dezenas de anos, seu equilíbrio e transforma o ambiente numa condição favorável à sua sociedade. A floresta não será mais virgem, mas uma floresta antrópica, como aconteceu com a Mata Atlântica brasileira. São também florestas antrópicas as coberturas atuais da Europa, dos Estados Unidos, da China, do Japão etc.
No início do século vinte, quase todo o território do Estado de São Paulo estava coberto pela Mata Atlântica, cerca de 90%, Com o decorrer dos anos a cobertura florestal foi sendo reduzida sistematicamente. Por volta de 1950, na metade do século vinte, já tinha caído para menos de 15%. Com essa enorme redução na área florestada não se verificou alteração sensível nas suas condições climáticas. Elas continuaram favoráveis à vida humana e ao cultivo das mesmas culturas, como anteriormente.
O papel da floresta no clima
A floresta não tem papel significativo na temperatura da atmosfera terrestre. Certamente, um terreno de solo desnudo, desprotegido, pode apresentar grande variação de temperaturas no seu ambiente microclimático. Mas é um efeito local e não climático. Os fatores que afetam decisivamente a temperatura da superfície terrestre e da atmosfera são a radiação solar e as suas condições geográficas como: latitude, altitude, continentalidade, as massas de ar etc.
A floresta não influi na distribuição da precipitação pluvial da região. O regime pluvial é um efeito das condições geográficas e topográficas da região e não da cobertura do terreno. As grandes precipitações da região amazônica são efeito da sua posição geográfica. A foz do Rio Amazonas fica a oeste da região equatorial quente do Oceano Atlântico e pela circulação geral da atmosfera essa faixa latitudinal é caracterizada pelos ventos alísios, que sopram de leste. Assim, depois de passar sobre as águas quentes equatoriais do oceano Atlântico, a atmosfera aquece-se e umedece-se consideravelmente.
Dessa forma, penetra pela foz e vale planos do rio Amazonas, subindo seus afluentes, seguindo o curso do rio até as encostas da Cordilheira dos Andes. Nesse percurso as altitudes vão se elevando, as temperaturas caindo, a umidade atmosférica se condensando e as nuvens formando-se e precipitando-se em forma de chuva, independentemente da cobertura do solo, que pode ser de floresta ou não.
A floresta que cobre o solo é efeito das condições favoráveis do terreno e do clima. Se houver deficiência de nutrientes no solo, como carência de potássio, de fósforo, de cálcio, de zinco, etc. a vegetação natural será o cerrado. Se houver falta de chuva e carência de água, a vegetação natural será a caatinga.
Na grande região central brasileira, os solos são oriundos de rocha sedimentar muito velha, sujeita há milhões de anos à lavagem pluvial. Foi muito lixiviada e empobrecida. Os solos resultantes são igualmente muito pobres. Não suportam uma floresta ou uma cultura agrícola. Sua vegetação natural será raquitizada. É o cerrado. Quando seu solo empobrecido for convenientemente fertilizado pela adubação pode se tornar uma terra de cultura e ser utilizada sem problema para culturas agrícolas, pastagens e mesmo para reflorescimento.
No Nordeste brasileiro, onde as chuvas são escassas e irregulares, o balanço hídrico climático pode acusar severas deficiências de água no solo e a vegetação natural não pode ser uma floresta natural, mas sim a vegetação raquitizada. É a conhecida caatinga.
Reconhecimento da Amazônia
A Amazônia é conhecida pelas margens dos rios, por onde circulam as embarcações. As margens, quando arenosas e muito lavadas pelas enchentes, apresentam terras excessivamente pobres em nutrientes e imprestáveis para a agricultura.
Isso dá ideia de que os solos amazônicos em geral são também demasiados pobres e impróprios para a agricultura. Hoje, com novas rodovias, passando pelas terras altas e bem drenadas dos interflúvios, verifica-se que muitos solos são bastante férteis, cobertos de florestas vigorosas, indicativas de solo e clima excelentes para agricultura e pecuária.
Considerações finais
Uma floresta adulta, vigorosa, em estado de clímax, não é fonte de oxigênio para a atmosfera. Todo o oxigênio que produz pela fotossíntese é consumido pela respiração e pela vegetação senescente em decomposição.
Mesmo que produzisse um saldo de oxigênio, ele seria insignificante em face do produzido pela imensa vegetação da superfície oceânica, que cobre mais de dois terços da superfície do globo terrestre.
A floresta amazônica é diminuta comparada à enorme cobertura oceânica do Globo, e praticamente não influi no clima geral da Terra.
A cobertura vegetal natural de um solo é consequência das condições do seu meio. Se forem todas favoráveis, a cobertura natural será a floresta. Se um fator não for favorável, não ocorrerá a floresta. Poderá ser o cerrado, o campo limpo, a caatinga, o solo nu etc.
Se houver influência da ocupação humana civilizada, a cobertura do solo não será a natural. Será uma cobertura antrópica, que poderá ter áreas florestadas ou não, segundo as conveniências do homem.
O destino de uma Floresta Amazônica antrópica será o mesmo da Mata Atlântica atual. Ficará equilibrada, e em harmonia com a presença do homem. Quem viver, verá!
Recebi e-mail do Dr. Fernando Penteado Cardoso, presidente da Agrisus, que é autoexplicativo:
Richard,
disse-lhe ontem na reunião INOVAÇÃO, da Andef, que enviaria material de interesse. Vide abaixo.
Por que será que gente desse calibre é pouco ouvida? Só porque não antevêem o fim do mundo?
Ângelo Paes de Camargo já morreu, mas ficou seu exemplo de climatologista lógico e sincero, não repetidor de repetecos, não temeroso de ONGs de além mar.
Seu filho continua no IAC com a mesma honestidade técnica do pai.
Grande abraço
Fernando Penteado Cardoso
A Floresta Amazônica e a presença do Homem
Ângelo Paes de Camargo
Pesquisador Científico aposentado
do Instituto Agronômico de Campinas - IAC
(In memoriam, falecido em 2006).
Artigo publicado na revista “O Agronômico”, Campinas, 57(1), 2005.
Ao realizar a fotossíntese pela folhagem das plantas, sob a ação da energia da radiação solar, forma-se o hidrato de carbono, seja o açúcar e a celulose, pela combinação do gás carbônico com a água da atmosfera. Esse processo libera o oxigênio para a atmosfera. Assim, formou-se, através de milhões de anos o elevado teor de oxigênio na composição da atmosfera da Terra, cerca de 21%. O nitrogênio, um gás inerte, ocupa quase todo o volume da atmosfera, em torno de 78% e o gás carbônico, apenas 0,03 %.
O oxigênio presente na atmosfera terrestre foi originado pela fotossíntese realizada pelos vegetais da superfície. Os organismos, plantas e animais, presentes nas florestas da Terra não mais contribuem para alterar a composição da atmosfera. Quando vivas, as plantas realizam a fotossíntese, produzindo e liberando o oxigênio, ao mesmo tempo em que formam a matéria orgânica e consomem o gás carbônico. Quando morrem e se decompõem, fazem o contrário, consomem o oxigênio, numa combustão lenta e lançam em seu lugar gás carbônico na atmosfera. Por isso os teores de gás carbônico e de oxigênio na atmosfera mantêm-se constantes.
Serapilheira
Toda floresta adulta, em clímax, apresenta sobre o solo uma camada de matéria orgânica oriunda da folhagem senescente que cai da copa das árvores e que apresenta na parte inferior em contato com o solo uma camada em decomposição. É a serapilheira.
Essa serapilheira, ao mesmo tempo em que recebe material na superfície, vai se decompondo e desaparecendo na parte inferior. Dessa forma, a serapilheira fica sempre com a mesma altura. Se não houvesse essa decomposição, a camada de serapilheira iria aumentando de espessura continuamente e chegaria a muitos metros da altura. O que nunca acontece. A floresta virgem, ao mesmo tempo em que produz oxigênio pela fotossíntese, produz também o gás carbônico, pela decomposição da matéria orgânica quando morrem. Assim, não alteram a oxigenação da atmosfera.
Superfície aquosa
Uma vegetação natural ocorre também em superfícies aquosas como de lagos e oceanos. São principalmente as algas, muito abundantes, que fazem a fotossíntese. Absorvem o gás carbônico (CO2) e liberam o oxigênio. Mas, as algas também respiram e se decompõem quando morrem, produzindo o gás carbônico na mesma proporção que produziu o oxigênio.
A superfície do globo terrestre apresenta três quartas partes cobertas por oceanos e apenas uma quarta parte por terra. Dessa forma, a influência dos continentes, e assim da Floresta Amazônica, nas condições físicas, térmicas e hídricas do clima do globo é mínima em comparação com a dos oceanos.
Se a Floresta Amazônica fosse substituída por outra cobertura vegetal, como a pastagem ou uma cultura agrícola arbustiva ou arbórea, o efeito na composição da atmosfera terrestre seria desprezível, principalmente se comparada com o efeito da abundante vegetação dos oceanos, que ocupa quase toda a superfície do planeta. Os teores de oxigênio e de gás carbônico da atmosfera sobre os oceanos e sobre os continentes são iguais e continuam sendo sempre os mesmos.
Ocupação humana da floresta
A floresta natural na ausência do homem civilizado mantém-se virgem em equilíbrio, com todos os seus componentes inclusive o homem em estado selvagem. Quando o homem civilizado vem e ocupa uma região florestada altera em algumas dezenas de anos, seu equilíbrio e transforma o ambiente numa condição favorável à sua sociedade. A floresta não será mais virgem, mas uma floresta antrópica, como aconteceu com a Mata Atlântica brasileira. São também florestas antrópicas as coberturas atuais da Europa, dos Estados Unidos, da China, do Japão etc.
No início do século vinte, quase todo o território do Estado de São Paulo estava coberto pela Mata Atlântica, cerca de 90%, Com o decorrer dos anos a cobertura florestal foi sendo reduzida sistematicamente. Por volta de 1950, na metade do século vinte, já tinha caído para menos de 15%. Com essa enorme redução na área florestada não se verificou alteração sensível nas suas condições climáticas. Elas continuaram favoráveis à vida humana e ao cultivo das mesmas culturas, como anteriormente.
O papel da floresta no clima
A floresta não tem papel significativo na temperatura da atmosfera terrestre. Certamente, um terreno de solo desnudo, desprotegido, pode apresentar grande variação de temperaturas no seu ambiente microclimático. Mas é um efeito local e não climático. Os fatores que afetam decisivamente a temperatura da superfície terrestre e da atmosfera são a radiação solar e as suas condições geográficas como: latitude, altitude, continentalidade, as massas de ar etc.
A floresta não influi na distribuição da precipitação pluvial da região. O regime pluvial é um efeito das condições geográficas e topográficas da região e não da cobertura do terreno. As grandes precipitações da região amazônica são efeito da sua posição geográfica. A foz do Rio Amazonas fica a oeste da região equatorial quente do Oceano Atlântico e pela circulação geral da atmosfera essa faixa latitudinal é caracterizada pelos ventos alísios, que sopram de leste. Assim, depois de passar sobre as águas quentes equatoriais do oceano Atlântico, a atmosfera aquece-se e umedece-se consideravelmente.
Dessa forma, penetra pela foz e vale planos do rio Amazonas, subindo seus afluentes, seguindo o curso do rio até as encostas da Cordilheira dos Andes. Nesse percurso as altitudes vão se elevando, as temperaturas caindo, a umidade atmosférica se condensando e as nuvens formando-se e precipitando-se em forma de chuva, independentemente da cobertura do solo, que pode ser de floresta ou não.
A floresta que cobre o solo é efeito das condições favoráveis do terreno e do clima. Se houver deficiência de nutrientes no solo, como carência de potássio, de fósforo, de cálcio, de zinco, etc. a vegetação natural será o cerrado. Se houver falta de chuva e carência de água, a vegetação natural será a caatinga.
Na grande região central brasileira, os solos são oriundos de rocha sedimentar muito velha, sujeita há milhões de anos à lavagem pluvial. Foi muito lixiviada e empobrecida. Os solos resultantes são igualmente muito pobres. Não suportam uma floresta ou uma cultura agrícola. Sua vegetação natural será raquitizada. É o cerrado. Quando seu solo empobrecido for convenientemente fertilizado pela adubação pode se tornar uma terra de cultura e ser utilizada sem problema para culturas agrícolas, pastagens e mesmo para reflorescimento.
No Nordeste brasileiro, onde as chuvas são escassas e irregulares, o balanço hídrico climático pode acusar severas deficiências de água no solo e a vegetação natural não pode ser uma floresta natural, mas sim a vegetação raquitizada. É a conhecida caatinga.
Reconhecimento da Amazônia
A Amazônia é conhecida pelas margens dos rios, por onde circulam as embarcações. As margens, quando arenosas e muito lavadas pelas enchentes, apresentam terras excessivamente pobres em nutrientes e imprestáveis para a agricultura.
Isso dá ideia de que os solos amazônicos em geral são também demasiados pobres e impróprios para a agricultura. Hoje, com novas rodovias, passando pelas terras altas e bem drenadas dos interflúvios, verifica-se que muitos solos são bastante férteis, cobertos de florestas vigorosas, indicativas de solo e clima excelentes para agricultura e pecuária.
Considerações finais
Uma floresta adulta, vigorosa, em estado de clímax, não é fonte de oxigênio para a atmosfera. Todo o oxigênio que produz pela fotossíntese é consumido pela respiração e pela vegetação senescente em decomposição.
Mesmo que produzisse um saldo de oxigênio, ele seria insignificante em face do produzido pela imensa vegetação da superfície oceânica, que cobre mais de dois terços da superfície do globo terrestre.
A floresta amazônica é diminuta comparada à enorme cobertura oceânica do Globo, e praticamente não influi no clima geral da Terra.
A cobertura vegetal natural de um solo é consequência das condições do seu meio. Se forem todas favoráveis, a cobertura natural será a floresta. Se um fator não for favorável, não ocorrerá a floresta. Poderá ser o cerrado, o campo limpo, a caatinga, o solo nu etc.
Se houver influência da ocupação humana civilizada, a cobertura do solo não será a natural. Será uma cobertura antrópica, que poderá ter áreas florestadas ou não, segundo as conveniências do homem.
O destino de uma Floresta Amazônica antrópica será o mesmo da Mata Atlântica atual. Ficará equilibrada, e em harmonia com a presença do homem. Quem viver, verá!
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
sábado, 17 de outubro de 2009
Quando eles se tornam elas, via fotoshop
Richard Jakubaszko
Mostro aqui no blog um excepcional trabalho de fotoshop que circula pela internet, vejam só:
(para aumentar o tamanho das imagens clique em cima)
(para aumentar o tamanho das imagens clique em cima)
Tony Blair, com toda fleugma.
Saddan Hussein, sem o
bigode não teria graça...
bigode não teria graça...
Putin, from Rússia, e sem frio.
Príncipe Charles,
vamp tropical.
vamp tropical.
John Kennedy,
uma blond com sardas...
uma blond com sardas...
Bush, vai para a parede, mas
ninguém tem saudades.
Bill Clinton,
depois dum cigarrinho ecológico.
Arnold Schwarzenegger, 62,
em corpinho de uma de 47.
em corpinho de uma de 47.
Zapatero,
estilo flamenco delicatessen.
sábado, 10 de outubro de 2009
CO2: a unanimidade da mídia é burra.
Richard Jakubaszko
O aforismo de Nélson Rodrigues tem se revelado verdadeiro nessa questão que a mídia divulga de forma massiva e dogmaticamente, sem nenhum debate, sobre o CO2 ser a principal causa do chamado aquecimento planetário. Às vésperas da conferência de Copenhague, em dezembro próximo, já se cunhou e consagrou a expressão “economia de baixo carbono”. Ora, nem a própria ciência tem essa certeza e unanimidade expressa pela mídia, pois vários cientistas registram que teremos resfriamento ao invés de aquecimento.
Acesso em: outubro 2009.Fonte: Pidwirny, M. (2006). "The Carbon Cycle". Fundamentals of Physical Geography, 2nd Edition.
Disponível em: http://www.physicalgeography.net/fundamentals/9r.html
O CO2 não esquenta nada
CO2 é o gás da vida! |
Não pretendo escrever aqui nenhum tratado científico ou tese de doutoramento, mas um argumento fundamentado em uma série de questões lógicas que tenham premissas científicas inquestionáveis, e esse parece ser o problema, pois são raras essas unanimidades na ciência. A mídia, por simplificar a informação, juntamente com a publicidade comercial das empresas "verdes", banaliza o assunto e confunde quem deseja conhecer a fundo as causas do problema. Pesquisei dados sobre a proporção de CO2 na chamada camada de gases de feito estufa (GEE) e na atmosfera, a conclusão a que cheguei é de que o que há de informação e desinformação na mídia e na internet é patético. Confunde-se atmosfera com camada de GEE...
Os 6 elementos essenciais à vida
São eles, sem os quais a vida não existiria conforme a conhecemos:
1 – carbono
2 – hidrogênio
3 – oxigênio
4 – nitrogênio
5 – enxofre
6 – fósforo
e energia solar (luz e calor, sem o qual não haveria fotossíntese)
(A fórmula é CHONSP)
O carbono é um elemento notável por várias razões. Suas formas alotrópicas incluem, surpreendentemente, uma das substâncias mais frágeis e baratas (o grafite) e uma das mais duras e caras (o diamante). Mais: apresenta uma grande afinidade para combinar-se quimicamente com outros átomos pequenos, incluindo átomos de carbono que podem formar largas cadeias. O seu pequeno raio atômico permite-lhe formar cadeias múltiplas; assim, com o oxigênio forma o dióxido de carbono, vital para o crescimento das plantas (ciclo do carbono, a fotossíntese); com o hidrogênio forma numerosos compostos, denominados, genericamente, hidrocarbonetos, essenciais para a indústria e o transporte na forma de combustível derivados de petróleo e gás natural. Combinado com ambos forma uma grande variedade de compostos como, por exemplo, os ácidos graxos, essenciais para a vida, e os ésteres que dão sabor às frutas. Além disso, fornece, através do ciclo carbono-nitrogênio, parte da energia produzida pelo Sol. O carbono é a plataforma da vida sobre a Terra. Mas a mídia parece não saber, e não dá bola para essas coisas.
A camada de gases de efeito estufa - GEE
Se ela não existisse morreríamos fritos durante o dia (assim como os animais e plantas), pela ação dos raios solares, e à noite congelaríamos pelo frio, pois o calor se dissiparia na estratosfera. A camada de "GEE" é composta em 99% de nitrogênio e oxigênio, sendo que apenas 1% contém carbono, hidrogênio, metano e outros compostos químicos. Dessa ínfima parcela de 1% o carbono representa 0,035% hoje em dia, mas já foi de 0,029% há uns 2 séculos atrás, quando começou a era industrial. Ou seja, do total da camada de "GEE" o carbono representa somente 0,035%. De outro lado, verifica-se que a proporção de carbono na camada de GEE aumentou cerca de 20% nos últimos duzentos anos e seria responsável pelo futuro cataclisma que se anuncia para dentro em breve no planeta, ou seja, o apocalipse.
Não citados: Xenônio (0,00001%), Dióxido de enxofre (0,2 ppb),
Neônio (0,0018%), Criptônio (0,0001%) e Argônio (0,093%).
Sulfeto de hidrogênio (0,2 ppb).Hidrogênio (0,00005%), |
Não citados: Xenônio (0,00001%), Dióxido de enxofre (0,2 ppb),
Neônio (0,0018%), Criptônio (0,0001%) e Argônio (0,093%). Hidrogênio (0,00005%),
Sulfeto de hidrogênio (0,2 ppb).
“Verdades” convenientes
O documentário "Uma verdade inconveniente", apresentada pelo político e hoje prêmio Nobel da Paz, Al Gore, faz sensacionalismo com a presença do carbono que teria subido de 278 ppm (partes por milhão) no início do século XX para 370 ppm no início do século XXI, e de que isso iria aquecer o planeta.
Ora, esqueceu de esclarecer, nessa profecia apocalíptica, várias questões sobre o carbono:
1 – cerca de 60% do carbono que está na atmosfera é sequestrado pelas algas marinhas e 40% pelas florestas e árvores urbanas remanescentes, de outras vegetações naturais, e de atividades agrícolas.
2 – se não houvesse esse carbono na atmosfera não haveria fotossíntese, e sem essa não haveria agricultura, florestas, árvores;
3 – mais de 50% do carbono está fixado nas árvores (na madeira e raízes) e na agricultura (nas raízes) em forma de "carbono estocado".
4 – outros 50% do carbono estão no solo (trazidos de volta pelas chuvas) e o sistema de plantio direto e pastagens bem manejadas são uma forma de conservar (sem liberar) este carbono.
5 – o carbono atmosférico (CO2 e CO = monóxido de carbono, tóxico) está concentrado sobre as áreas de queimada e nos grandes conglomerados urbanos participando da "aura" amarronzada sobre todas as grandes cidades quando as sobrevoamos nas aterrissagens e decolagens por avião. Esta concentração de poluentes de origem urbana tem duas formas de ser dissipada: ou pelos ventos ou por chuva, e neste último caso provoca o fenômeno da "chuva ácida", muito comum em metrópoles gigantescas como Pequim, Nova York, São Paulo, Los Angeles etc.
Estimativa dos maiores depósitos de carbono na Terra
Estimativa dos maiores depósitos de carbono na Terra
Acesso em: outubro 2009.Fonte: Pidwirny, M. (2006). "The Carbon Cycle". Fundamentals of Physical Geography, 2nd Edition.
Disponível em: http://www.physicalgeography.net/fundamentals/9r.html
O CO2 não esquenta nada
Mas alguns cientistas insistem em afirmar a necessidade de reduzir suas emissões, e a mídia repete de forma unânime a papagaiada proselitista. Se há algum fator que provoque o aquecimento planetário eles seriam dois, de evidência elementar, porém cientificamente ainda não comprovados:
1 – solos degradados, áridos, semi-áridos e desérticos. Estes, além de não conterem água atenuadora, nem água e vegetação vaporizadora para formarem nuvens refletoras e sombreadoras, emitem calor em excesso, que a tal camada de GEE (majoritariamente vapor de água, veja tabela acima) "segura", por ser composta de água na forma gasosa. A idéia é de Odo Primavesi, engenheiro agrônomo, ex-pesquisador da Embrapa Sudeste, São Carlos, SP, e um dos 17 cientistas brasileiros signatários do já famoso relatório do IPCC (International Panel Climatics Changes, na sigla em inglês), e que juntamente com outros 2.500 cientistas do mundo inteiro, representando mais de 120 países, assinaram o documento. Muitos cientistas foram vozes e opiniões vencidas, apesar de contrários à tese do CO2 ser a causa única do aquecimento. É que venceu por votação, mas longe de haver unanimidade entre os participantes. De outro lado, nem todos eram exatamente cientistas, muitos eram apenas especialistas em diversas áreas do conhecimento humano, sendo funcionários de grandes empresas estatais ou privadas, mas com interesses na polêmica questão.
2 - a energia solar, incidente sobre o planeta.
2 - a energia solar, incidente sobre o planeta.
Segundo Odo Primavesi, “o foco para esse painel foram os gases, e não havia espaço para incluir outros fatores diferentes de gases (como tentou sugerir), que em realidade respondem por somente 30% das mudanças climáticas (correntes marinhas respondem por mais 10%, áreas degradadas geradoras de calor em excesso (acima de 300 W/m2) por mais 40% a 50%, e outros, como a variação na intensidade do sol, por mais 10% a 20%). Somente 1/3 da Terra são ambientes terrestres, e 40% ou mais destes são áreas desérticas, semi-áridas, degradadas, gerando pulsos de calor em excesso. Mesmo áreas não consideradas degradadas, agrícolas, inclusive no Brasil, podem gerar calor em excesso no inverno seco, quando sem cobertura vegetal permanente vaporizando água”.
Porcentagem de efeito estufa em função do gás
Porcentagem de efeito estufa em função do gás
Gás de efeito estufa
|
Efeito, %
|
Vapor de água
|
36 a 66
|
Dióxido de carbono
|
9 a 26
|
Metano
|
4 a 9
|
Ozônio
|
3 a 7
|
Fonte: Randy Russell (2007)
Nuvens podem praticamente dobrar o albedo da Terra de 15% (sem nuvens) para 31%, e são responsáveis pela reflexão de 17% da energia solar incidente de volta para o espaço, evitando que gere calor.
Copenhague vem aí
Ou seja, depois desse encontro, se for confirmada a "culpabilidade" do CO2, mesmo que sem provas, apenas considerando os indícios e as suspeitas das provas ditas circunstanciais, já consagradas pela reunião de Kyioto, vamos tentar conquistar a "economia de baixo carbono". A Europa já tem antológicos projetos de lei aprovados em alguns países, para multar pesadamente os emissores exagerados de CO2 e cobrar impostos adicionais dos tradicionais "criminosos ecológicos" que não reduzirem suas emissões. A ideia é acabar com os cassinos das bolsas onde se compra penitência por emissão de CO2.
Entretanto, recentemente, num seminário em Brasília, que reuniu empresários agrícolas, ambientalistas e gente do governo, tive notícias de uma das conclusões do seminário, em alto e bom som, e de bom senso: "Ambientalistas e agricultores concordam que a ciência deve mediar o debate entre os dois setores". Ou seja, os contendores, pelos menos os líderes, não aguentam mais tanto bate-boca inútil e publicitário sobre a sustentabilidade, e pedem socorro aos cientistas. Os cientistas se fingem de mortos, o assunto parece que não é com eles.
A mídia não deu bola para o pedido de SOS daquelas lideranças. Enquanto isso Copenhague vai se aproximando, sem definições prévias, sem acordos, sem ajustes, sem consenso.
(Nota de Odo Primavesi: muitos cientistas, por terem uma visão mais ampla e de conjunto global, estão desesperados em ver que seus clamores não são ouvidos, pois o que vale é a decisão política norteada por interesses econômicos de curto prazo, e que pouco ligam para o médio e longo prazo. O único segmento da sociedade que pode levar ao rumo certo é a iniciativa privada (empresários e financistas), devendo estar cientes de que mudanças são investimentos, e envolvem sacrifícios, mas que em mutirão, em rede integrada regional e global, levarão aos resultados esperados, com lucros sustentáveis).
Corre-se o perigo, no pós Copenhague, da seguinte situação paradigmática: toda atividade humana emissora de CO2 será coibida. É fácil imaginar multas e impostos a quem respirar (pois emite CO2), inclusive na prática da corrida matinal. Por enquanto, apenas os automóveis dos egoístas poderiam ser poupados, enquanto não chegam os combustíveis gasosos, à base de hidrogênio. Problema será quando alguns cientistas e jornalistas descobrirem que as árvores e plantas em geral, no período noturno, emitem parte do CO2, ao invés de resgatarem o mesmo como fazem durante o dia. Quem sabe alguém da grande mídia põe o problema em debate e acabe com essa unanimidade infantilizada que está se tornando uma verdadeira hipocrisia internacional.
O carbono faz parte, a menor parte do problema. Boas práticas de manejo dos solos (urbano e rural) poderiam reduzir os maiores problemas. Enquanto isso, cresce de forma acelerada o aumento de áreas degradadas, geradoras de calor.
Extensão de áreas secas por continente
Continente
|
Extensão
|
Valor relativo
| |||||
Total
|
Árido
|
Semi-árido
|
Sub-úmido seco
|
Árido
|
Semi-árido
|
Sub-úmido seco
| |
milhões de ha
|
%
| ||||||
Ásia
|
1.657,78
|
704,3
|
727,97
|
225,51
|
25,48
|
26,34
|
8,16
|
África
|
1.298,11
|
467,6
|
611,35
|
219,16
|
16,21
|
21,2
|
7,60
|
Europa
|
218,03
|
0,3
|
94,26
|
123,47
|
0,01
|
1,74
|
2,27
|
América N-C
|
517,07
|
4,27
|
130,71
|
382,09
|
6,09
|
17,82
|
4,27
|
América S
|
378,61
|
5,97
|
122,43
|
250,21
|
7,11
|
14,54
|
5,97
|
Oceania
|
708,95
|
459,5
|
211,2
|
38,24
|
59,72
|
27,42
|
4,97
|
Global
|
4.778,55
|
1.641,94
|
1.897,92
|
1.238,68
|
Fonte: FAO (2002)
Estimativa de desertificação (excluindo áreas hiper-secas)
Tipo de paisagem degradada
|
Área (1)
|
Tipo de degradação de solo
|
Área (2)
|
milhões de ha
|
milhões de ha
| ||
Pastagens naturais
|
757
|
Erosão hídrica
|
478
|
Lavouras
|
216
|
Erosão eólica
|
513
|
Áreas irrigadas
|
43
|
Química
|
111
|
Física
|
35
| ||
Total
|
1.016
|
1.137
|
Fontes: 1 - UNEP (1991), 2 - Oldeman & van Lynden (1998).
As maiores vilãs são as pastagens mantidas sob superpastoreio. E a erosão hídrica e eólica.
O presente artigo teve a colaboração e participação do engenheiro agrônomo Odo Primavesi, um dos 2.500 cientistas signatários do IPCC, em 2007.
_
_
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Publicidade animal
Richard Jakubaszko
A publicidade sempre sonhou usar outros sentidos além do visual (imagens, fotos, filmes) e do som (palavras e música). Por exemplo, usar o sentido do olfato como estímulo sensorial para anunciar alimentos e perfumes com maior índice de persuasão. Já pensaram, comercial de TV de um pudim, chocolate ou iogurte, ou anúncio de perfume em revista, com o cheiro do produto? Nas revistas isso até já é possível hoje em dia, apesar de custar muito caro, na TV deve demorar um pouco mais, mas nos cartazes outdoor isso já é possível. Na Alemanha a subsidiária da Purina usou cartazes de rua para divulgar ração para cães, com perfume do produto, e os futuros clientes parece que aprovaram... qual o(a) dono(a) que resistiria a tamanho interesse?
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
FIM DOS ORÁCULOS
por Roberto Barreto, de Catende.
Minha imaginação não consegue chegar às raias do que a Rede Globo deve estar maquinando para faturar com as Olimpíadas de 2016. Faturamento, em cima de idiotas, não me passa pela cabeça, talvez porque estudei comunicação, na década de 70, numa escola, a ECA – sigla que para mim, nordestino, representava algo nojento -, em que a idéia de trabalhar para promover unicamente o mercado era algo impensável. Mas, como quase tudo que vem acontecendo no governo do Lula acaba classificado, por sortudos, como lanço da sorte, a decisão do Comitê Olímpico de trazer os jogos de 2016 para a Cidade Maravilhosa só pode ter saído da mente de uma gente que ignora a inexistência de uma política em prol do esporte em nosso país. Demos sorte, portanto. Imagino que Juca Kfouri tivesse – e tenha – lá suas razões para defender Madri, Chicago e Tóquio, jamais o Rio de Janeiro, para acolher as Olimpíadas durante o que, espero, seja mais um mandato de Lula.
O egrégio jornalista sempre defendeu nosso esporte, lembremos, com ênfase no futebol profissional, como um Quixote em luta contra os moinhos do poder retrógrado, representado por figuras como o Teixeira, da CBF. Palmas. Pena que o sopro do COI tenha girado as pás em sentido contrário aos dos desejos do famoso jornalista. O jornalismo, que fez do Juca uma estrela, hoje é luz apagada pelas práticas da promoção entre amigos. O oráculo, hoje global, perdeu o dom das revelações, tornando-se uma divindade que vive de um séquito louvaminheiro. Prefiro, portanto ficar com as palavras do Lula Paz & Amor, aos trechos do discurso que consegui anotar, minutos antes do anúncio da nossa vitória.
‘'A alma extraordinária do brasileiro merece... A diferença substancial é que estávamos com a alma, com o coração... Eu não estarei mais como presidente, mas hoje recebemos o respeito... Essa é uma vitória da América Latina.... O Brasil merecia fazer uma Olimpíada... O olhar, o gingado, a cor, o olhar do nosso povo... O Rio de Janeiro não ganhou do Obama... O Rio de Janeiro tem alma, quer fazer uma Olimpíada... Eu confesso que não tinha mais razão para ficar emocionado... Orgulho imenso por estar defendendo o Brasil. Nós conquistamos cidadania absoluta. Agora quero descansar, agradecer a cada pessoa mais humilde'.
Bastou-me, embora reconheça os elogios feitos pela imprensa internacional, a inglesa particularmente, ao publicar que o discurso do Lula foi fundamental para a nossa vitória. Bom que concordem conosco. A íntegra do que nosso Presidente falou encontra-se na internet e, possivelmente, estará em nossos meios de comunicação hoje à noite e, na imprensa escrita, amanhã de manhã e no fim de semana. Um aviso: a VEJA talvez traga que tudo aconteceu por conta de um vacilo das nações desenvolvidas ou mesmo de uma débâcle ante o passageiro imperialismo megalonanico. Que hacer, camaradas? Chicago, eliminada. Espanhóis, com seu espírito ‘deportivo extraordinario’, esperavam os votos de Tóquio em sua urna, e não caíram. Bom, agora, como canta o Gonzaguinha, vamos continuar, viver e não ter a vergonha de ser feliz, cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno - e olímpico - aprendiz!
_
Minha imaginação não consegue chegar às raias do que a Rede Globo deve estar maquinando para faturar com as Olimpíadas de 2016. Faturamento, em cima de idiotas, não me passa pela cabeça, talvez porque estudei comunicação, na década de 70, numa escola, a ECA – sigla que para mim, nordestino, representava algo nojento -, em que a idéia de trabalhar para promover unicamente o mercado era algo impensável. Mas, como quase tudo que vem acontecendo no governo do Lula acaba classificado, por sortudos, como lanço da sorte, a decisão do Comitê Olímpico de trazer os jogos de 2016 para a Cidade Maravilhosa só pode ter saído da mente de uma gente que ignora a inexistência de uma política em prol do esporte em nosso país. Demos sorte, portanto. Imagino que Juca Kfouri tivesse – e tenha – lá suas razões para defender Madri, Chicago e Tóquio, jamais o Rio de Janeiro, para acolher as Olimpíadas durante o que, espero, seja mais um mandato de Lula.
O egrégio jornalista sempre defendeu nosso esporte, lembremos, com ênfase no futebol profissional, como um Quixote em luta contra os moinhos do poder retrógrado, representado por figuras como o Teixeira, da CBF. Palmas. Pena que o sopro do COI tenha girado as pás em sentido contrário aos dos desejos do famoso jornalista. O jornalismo, que fez do Juca uma estrela, hoje é luz apagada pelas práticas da promoção entre amigos. O oráculo, hoje global, perdeu o dom das revelações, tornando-se uma divindade que vive de um séquito louvaminheiro. Prefiro, portanto ficar com as palavras do Lula Paz & Amor, aos trechos do discurso que consegui anotar, minutos antes do anúncio da nossa vitória.
‘'A alma extraordinária do brasileiro merece... A diferença substancial é que estávamos com a alma, com o coração... Eu não estarei mais como presidente, mas hoje recebemos o respeito... Essa é uma vitória da América Latina.... O Brasil merecia fazer uma Olimpíada... O olhar, o gingado, a cor, o olhar do nosso povo... O Rio de Janeiro não ganhou do Obama... O Rio de Janeiro tem alma, quer fazer uma Olimpíada... Eu confesso que não tinha mais razão para ficar emocionado... Orgulho imenso por estar defendendo o Brasil. Nós conquistamos cidadania absoluta. Agora quero descansar, agradecer a cada pessoa mais humilde'.
Bastou-me, embora reconheça os elogios feitos pela imprensa internacional, a inglesa particularmente, ao publicar que o discurso do Lula foi fundamental para a nossa vitória. Bom que concordem conosco. A íntegra do que nosso Presidente falou encontra-se na internet e, possivelmente, estará em nossos meios de comunicação hoje à noite e, na imprensa escrita, amanhã de manhã e no fim de semana. Um aviso: a VEJA talvez traga que tudo aconteceu por conta de um vacilo das nações desenvolvidas ou mesmo de uma débâcle ante o passageiro imperialismo megalonanico. Que hacer, camaradas? Chicago, eliminada. Espanhóis, com seu espírito ‘deportivo extraordinario’, esperavam os votos de Tóquio em sua urna, e não caíram. Bom, agora, como canta o Gonzaguinha, vamos continuar, viver e não ter a vergonha de ser feliz, cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno - e olímpico - aprendiz!
_
Assinar:
Postagens (Atom)