Richard Jakubaszko
Alguns desafetos (e com certeza não são poucos) me acusam de polêmico, e com esse eufemismo acreditam jogar-me aos infernos, mas os amigos tratam de me defender, argumentam que sou apenas mal compreendido. Sempre gostei dessa defesa, própria dos amigos leais, apesar de reconhecer que, por vezes, os desafetos até possuem certa razão... Pois vou jogar um pouco de gasolina nessa fogueirinha sem importância, abrindo fogo contra uma das causas à qual atribuo (a partir de agora) como a razão do mau jornalismo praticado no Brasil nestes últimos tempos, e que acabei por descobrir, de forma comprovada e cabal. São alguns poucos professores que existem por aí, graduados inclusive em universidades de renome, e que formam jornalistas de má qualidade profissional. Sobre o mau jornalismo já escrevi aqui no blog e no Observatório da Imprensa, por diversas vezes, entre outros recomendo a leitura do artigo “Vou parar de ler jornais”: http://richardjakubaszko.blogspot.com/2008/01/vou-parar-de-ler-jornais.html e que foi também publicado alguns meses antes no OI.
Nem sempre se nos apresentam exemplos tão claros de profissionais equivocados como este que tenho a ingrata insatisfação de apontar, pois são exemplos que irritam, dão raiva, que empobrecem o jornalismo, além de desmerecer os bons professores. Como não tenho papas na língua, dou nome aos bois: Wilson Bueno, jornalista, professor da Universidade Metodista e parece que também da ECA/USP, e ainda presidente de uma Associação Nacional de Jornalismo Científico, entidade da qual nunca ouvi falar, mesmo atuando no jornalismo especializado rural há mais de 45 anos. Também desse “colega” nunca havia ouvido falar, não conheço, mas o texto do artigo que publicou me levou ao clima inverso do filme “Nunca te vi, sempre te amei”, foi antipatia à flor da pele.
Apresento, pois, aos leitores deste blog, o artigo do professor Wilson Bueno, e que vou comentando, em letras vermelhas, sobre, afinal, o que achei de ruim e inadequado no profissional e nas opiniões emitidas
Efeito estufa no jornalismo agrícola
Wilson Bueno
Parece que o efeito estufa não anda apenas afetando a agricultura em nosso País, porque algo está provocando impacto dramático na cobertura da agropecuária em nossos principais jornais e revistas. Pouco a pouco ela anda definhando de tal modo que, em alguns momentos, praticamente desaparece da mídia ou assume certas formas ou desvios que merecem ser assinalados.
O abalo mais contundente pode ser visto (ele se manifesta já há algum tempo) no veículo emblemático da área: o Suplemento Agrícola do jornal O Estado de S. Paulo, que anda tão magrinho que chega a dar dó. A edição que saiu no dia 5 de janeiro de 2011 basicamente não trazia notícias, resumindo-se praticamente à página central e à última página, com algumas cartas e uma notinha isolada na página 3, de um caderno com 8 páginas, formato tablóide. Pra quem já foi referência na cobertura agropecuária e que se sustenta galhardamente por 57 anos e quase 2.900 edições, é de chorar.
Pois o professor Wilson Bueno se mostra desconectado da realidade, acha que “parece” que o “efeito estufa” não anda apenas afetando a agricultura em nosso País, porque algo está provocando impacto dramático na cobertura da agropecuária em nossos principais jornais e revistas. Ora, falta objetividade e clareza para um artigo de um jornalista também professor de futuros jornalistas. Mistura “efeito estufa” (que na minha modesta opinião, não existe, recomendo a leitura do artigo “CO2: a unanimidade da mídia é burra”:http://richardjakubaszko.blogspot.com/2009/10/co2-unanimidade-da-midia-e-burra.html aqui no blog) com cobertura jornalística da agropecuária, e que afeta a agricultura. É estarrecedor verificar a salada russa que o moço se meteu a fazer. Não há exatamente nenhum exemplo real, até o momento, do chamado efeito estufa na agropecuária. Há previsões, isto sim, de alguns cientistas, de que teremos alterações num futuro breve, quem sabe no médio, talvez no longo prazo, mas até o momento nada de nadica aconteceu. Esclareço que tenho opinião contrária ao que apregoam esses cientistas. Pois o professor “solta” o verbo, faz jogo de cena, mistura um palavreado adjetivado, surfando entre a ironia e o jocoso, para afirmar que em alguns momentos, praticamente desaparece da mídia ou assume certas formas ou desvios que merecem ser assinalados. O abalo mais contundente...
Ora, o professor com certeza desconhece que a chamada área de mídia rural foi o segmento midiático que mais cresceu no Brasil nos últimos anos, caso contrário não faria tal adjetivação sobre definhar... Vi nascer, nos últimos 10 ou 12 anos, pelo menos umas 15 revistas nacionais especializadas, morreram 3 ou 4, apenas; algumas revistas foram de editoras tradicionais; vi nascer e se consolidar uns 4 ou 5 novos canais de televisão focados exclusivamente no agronegócio; vi nascer dezenas de sites especializados no agronegócio, e ainda vi nascer alguns jornais ultra especializados e focados em culturas como cana de açúcar e café, por exemplo, ou regionais, afora umas 10 ou 12 feiras (agrishows) especializadas, de porte respeitável, algumas destas equiparando-se, ou até mesmo superando, ao que há de melhor e maior na Europa e EUA. Feiras e mostras, se o professor não sabe, são "canais de comunicação", apesar de não serem ditos “mídia”, e são concorrentes entre si das minguadas verbas publicitárias que mantêm a existência de todos os meios de comunicação, conforme assinalei no livro “Marketing rural, como se comunicar com o homem que fala com Deus” (1ª edição, 1992, pela Best Seller, e 2ª edição pela Editora UFV, Universidade Federal de Viçosa, MG, 2007).
Assinalo que a edição do Estadão, de 5 de janeiro último, é a primeira edição do ano, e integra-se, não apenas na mídia urbana, mas na rural, na entressafra da publicidade, pois até as redes de TVs mais ricas do país sofrem com a falta de verbas publicitárias nesses meses de férias; e existem revistas tradicionais, respeitadas há muitos anos, que são intensamente programadas com anúncios, de março a outubro, mas em janeiro chegam a suprimir a edição do mês, por absoluta falta de anúncios. O academicismo, e a falta de prática do jornalista e professor, neste primeiro momento, pisaram feio no tomate.
O suplemento agrícola do Estadão já foi gordo, robusto, mas está sofrendo de alguma doença grave, que pode ser a falta de compromisso do jornal com a cobertura agropecuária, a falta de anunciantes (o pessoal da fazenda parece que não gosta mesmo de material jornalístico e prefere o marketing de produtos e serviços) e talvez até gente especializada para dar conta deste trabalho.
Aqui é uma suposição irônica, ou quiçá equivocada, do jornalista e professor, de que o pessoal da fazenda parece que não gosta mesmo...
No fundo, o que acontece com o Estadão se reflete nos outros principais jornais do País (vide Folha de S. Paulo, O Globo etc) (aqui o jornalista e professor escorrega, de novo: entre os jornalões só o Estadão tem tradição nessa área, a Folha de SP apresentou raros momentos de interesse jornalístico técnico em sua história com o agronegócio, através de um suplemento, que ainda existe, mas em raros momentos foi importante, e O Globo NUNCA teve nada nessa área, pois a TV Globo tem um programa diário e outro semanal para o agronegócio; a Editora Globo, sim, tem uma revista, e a RBS também tem TV especializada, mas o mercado é liderado por editoras independentes, como a DBO Editores Associados, onde trabalho, e que edita 3 revistas periódicas e ultra especializadas, e ainda um portal na Internet e um programa diário de TV, o DBO na TV, retransmitido pelo Canal TerraViva, da BandNews) que sofrem de uma síndrome cujo tratamento parece fugir da alçada de editores e de empresários da comunicação: interesse por notícias não comerciais que venham do campo (não entendi isso, é absolutamente incoerente...). Sim, porque quando há pressão dos lobbies e acordos não muito transparentes, a divulgação de produtos e serviços ganha corpo (então é comercial... ou o jornalista deseja que essas notícias sejam o quê?), como se pode ver nas páginas de economia, generosa na badalação de transgênicos, agrotóxicos e de florestas (que de floresta não tem nada!) plantadas de eucalipto (que horror!), uma aberração contra o meio ambiente e o espírito crítico. (Aqui o professor comete uma falácia, ou equívoco mal intencionado, os jornalões, e as TVs, criticam incansavelmente o agronegócio, diariamente, de forma aberta, ou veladamente, os OGMs, os agrotóxicos, as queimadas, o desmatamento. Já a aberração contra o meio ambiente, é uma opinião do professor, que cospe no prato em que come, diariamente).
É triste perceber na cobertura de veículos de prestígio, como o Valor Econômico, (lembro que o jornal Valor é de economia, é jornalão urbano, não é de cobertura do agronegócio para produtores rurais, é para o mercado industrial e financeiro, além do governamental e das academias...) a influência nefasta de grandes exportadores, de tal modo que o jornal prefere chamar agrotóxico (que é veneno mesmo) (o termo agrotóxico, informo ao professor, usei há mais de 25 anos, e fui muito criticado pelo segmento de agroquímicos, mas hoje é lei, desde 1990, e é obrigatória a citação do termo) de defensivo agrícola (mas aceito como sinônimo, para não ser repetitivo) para agradar os produtores e a Andef que não querem ver a sua imagem arranhada, mesmo tendo a certeza, como nós, de que o agrotóxico emporcalha o meio ambiente, mata milhares de pessoas em todo o mundo e de remedinho de planta não tem nada (é remédio de planta, sim, defende as mesmas de predadores, portanto). Vai lá: pode até aumentar a produtividade (Faltou dizer que NÃO aumenta a produtividade, mas garante que essa não vai cair se houver infestação de pragas nas plantas. Se não existissem os agrotóxicos perderíamos no mínimo 40% da produção para os insetos e doenças) mas à custa da nossa saúde e da degradação ambiental: não existe almoço grátis nessa área e alguém paga a fatura (você tem dúvida de que somos nós!) que nos encaminham a todo momento.
(Professor, enorme equívoco e desconhecimento no assunto a sua afirmação: agrotóxicos são venenos calculados em gramas, para matar insetos, e não a animais de sangue quente, como nós humanos. O tema é complexo, adorado por certos ambientalistas e críticos da área, recomendo a leitura de outro artigo meu: “Agricultura é poluição”, publicado aqui no blog em 2007, http://richardjakubaszko.blogspot.com/2007/12/agricultura-poluio.html e, antes disso, no Annual Report do IPCC, da FAO/ONU/2007, para mostrar a contribuição dos agroquímicos na produção mundial de alimentos. Isto permite que neófitos como o professor, cuspam diariamente no prato em que comem, e ainda pensem que "pagam a conta", sem saber que a cesta básica caiu de preço, em valor real e absoluto nos últimos 16 anos, "culpa" do aumento da produtividade, pelo uso dos insumos entre eles os agrotóxicos).
O jornalismo agrícola anda capenga em nosso País e a situação parece contraditória porque temos uma produção agrícola importante (e só temos a produção agrícola importante por causa dos insumos como fertilizantes, agroquímicos, sementes OGMs e convencionais...), dependemos em grande parte da exportação de commodities (é uma meia verdade que o professor parece desconhecer, pois exportamos só 30% do que produzimos) (o que não quer dizer que o modelo não deveria ser outro), (êpa, o professor que não conhece o atual e único modelo, tem ideia de outro modelo, um modelo alternativo? Um espanto!!!) e porque há muita gente que depende do campo em nosso País. Claro, quase todos os 83% dos cidadãos urbanos e ignorantes, que passariam FOME nas cidades.
Essa falta de postura crítica (os lobbies funcionam mesmo e a falta de conscientização dos nossos veículos e empresários é lamentável!) faz com que a mídia, com raras exceções, ignore os problemas sociais decorrentes da ação de grandes empresários (trabalho escravo, agressão ambiental, mortes decorrentes de acidentes e contaminação por agrotóxicos, pressão de empresas sobre produtores, concentração da terra e avanço de estrangeiros sobre o nosso território, desmatamento etc etc).
Acusações genéricas do professor, que, em sua soberba, na empáfia própria dos que ignoram, repete embevecido e arrogantemente os chavões de raros exemplos, todos eles casos de polícia, que são exceções e deveriam ser punidos, mas que se generalizam e parecem privar da impunidade pelos impactantes escândalos midiáticos, nas TVs e jornais.
Apenas algumas reportagens isoladas (reportagens isoladas? Outra falácia do professor, eu possuo, à disposição de quem desejar ler, centenas de reportagens escandalosas anotadas...) denunciam os abusos mas eles morrem no esquecimento porque as autoridades e os parlamentares são reféns das grandes corporações agrícolas, que transitam livremente em Brasília, e de políticos que são subsidiados pelos grandes proprietários de terras, a bancada ruralista que, mesquinhamente, defende apenas os seus interesses. (Existe alguma bancada que defenda interesse de outros? A evangélica, por exemplo, defende os meus interesses católicos? Ou os interesses de outras religiões? E a bancada ambientalista, defende quem? Ora, o Veríssimo matou a velhinha de Taubaté... Ou ela ressuscitou e encarnou num certo professor?)
A imprensa não investiga a fundo a anistia dada aos latifundiários (que sempre renovam suas dívidas) (bom, se anistiou não pode ser renovado... Êta cara enrolado, esse, sô! Mas tem de botar essa turma na cadeia, professor, aí tá corretíssimo. Isso é fácil, são menos de mil latifundiários neste nosso País, nem todos são devedores, e são todos uns filhos da puta endinheirados, dos quais a gente sempre deve ter ódio, né não, professor? Mas os produtores rurais médios, pequenos e de grande porte, que são mais de 2 milhões de trabalhadores, uns bem sucedidos, a maioria não, e que nada têm a ver com isso, esses têm de aguentar essa sua acusação vazia, diariamente repetida na mídia) e vive à mercê de fontes (será que essas fontes fazem lobby? Que acusação mais inconsistente, mais genérica, mais tresloucada...) falar mal dos órgãos de fiscalização, dos ambientalistas, e propagar os benefícios da agricultura respaldada na química e na mecanização acelerada, enquanto os problemas sociais e ambientais se aprofundam, sem qualquer solução. (É caso pobrema sem solução esse, né professor? Saiba que falta gente para trabalhar na agricultura. Vem gente do Nordeste para cortar cana em São Paulo. Bom, vinha, porque a mecanização acelerada da colheita da cana, imposta a ferro e fogo, se tornou obrigatória pela pressão dos ambientalistas, para evitar as queimadas, e acabou com essa fonte de emprego...). comprometidas que gostam de
É preciso considerar na cobertura da agropecuária os vários momentos (antes, dentro e depois da porteira) (Êpa, eu conhecia o antes e o depois da porteira. Agora tem o dentro da porteira? É a terceira via? Interessante isso, preciso voltar a estudar... Mas dê uma olhada no meu outro livro, professor, o Marketing da Terra, fala do que ocorre fora da porteira, o depois...), mas parece que a imprensa gosta mesmo, financiada e/ou influenciada pelo lobby das empresas, é de proclamar os benefícios da "moderna" agricultura, dando as costas aos seus impactos e às mazelas sociais decorrentes da implantação de grandes projetos agroindustriais. Você já percebeu como a mídia brasileira, sobretudo os jornalões, sem qualquer postura crítica, só vê vantagens nesses projetos que impactam brutalmente o meio ambiente e os pequenos produtores rurais, como o que acontece na implantação de novas fábricas para produção de papel e celulose (estão transformando o Rio Grande do Sul num grande eucaliptal!). Os indígenas do Espírito Santo sabem como foi deletéria a ação da Aracruz (ganharam até processo dela) e os trabalhadores rurais continuam sendo brutalmente explorados em madeireiras, usinas de açúcar, fazendas de café etc, sem que o Governo aja com rigor e presteza para evitar esses abusos inaceitáveis. (Ai, ai, ai, a velhinha de Taubaté reencarnou mesmo...)
A imprensa ignora o processo nefasto de concentração na produção de sementes, (a imprensa ignora tanta coisa, meu caro jornalista e professor que se deixou incorporar pela velhinha de Taubaté... Ignora a concentração dos bancos, o oligopólio do cimento, das TVs, da rede de TV a cabo, das telefônicas, das cervejeiras, quer mais exemplos? Existem às dúzias...) a apropriação da água doce, a relação espúria entre a CTNBIO e as empresas de biotecnologia (me mostre só um caso de relação espúria! Na verdade, houve a relação espúria entre ambientalistas e a CTNBio, isto sim, acordo que engessou a pesquisa agrícola brasileira por quase 10 anos enquanto os EUA, Argentina e outros países saíram pesquisando e plantando OGMs!!! E ainda estamos atrasados), a pressão dos produtores de agrotóxicos sobre a ANVISA e o IBAMA e a ação deletéria de representantes comerciais (concordo parcialmente, leia o meu artigo “Agricultores em pânico", aqui no blog, mas o problema é igual, de parte a parte, assim como de médicos e hipocondríacos) espalhados por esse Brasilzão afora, empurrando todo tipo de veneno aos agricultores que se sentem seduzidos por vantagens que logo se dissipam. Quem pode ignorar o efeito deletério do uso do glifosato pela pressão insustentável da Monsanto que quer apenas vender a sua tecnologia Round up?
(Ai, ai, ai, de novo a velhinha de Taubaté, que velha mais chata! Defendo o glifosato, porque temos mais de 20 fabricantes do produto no Brasil, é um commodity, afora os importados, mas posso adiantar-lhe que, se desejar se suicidar, tome um copo de glifosato, deve funcionar, mas tome cuidado, vai demorar alguns dias pra morrer, com sofrimento, evidentemente. Se, entretanto, depois de tomar o copo de glifosato vier a se arrepender, coma um copo equivalente de terra, pois a terra vai desestruturar a molécula do glifosato, e o efeito deletério desaparece. Saiba que, se o produtor rural usar água de rio barrento o glifosato não funciona, perde o efeito, todo produtor rural experiente sabe disso. Ou seja, o glifosato não faz mal ao meio ambiente se usado nas doses recomendadas, que são mínimas, são de 2 a 4 litros por hectare, ou melhor, essa dose é pulverizada a cada 10 mil metros quadrados. Eu não falei que as doses são calculadas em gramas? Faça os cálculos!)
A cobertura da agropecuária infelizmente está comprometida com os grandes interesses e será necessário reinventá-la para que ela possa efetivamente cumprir sua função social, libertando-se do jugo das grandes corporações agrícolas que visam apenas aumentar os seus lucros. As exceções confirmam a regra, não é assim mesmo? (Não, não é, senhor jornalista e professor mal informado. O agronegócio gera 1 a cada 3 empregos no Brasil, e ainda enche a sua barriga, diariamente!)
Será necessário, para reverter este quadro triste, dispormos de fontes independentes (a maioria faz o jogo das grandes empresas), de parlamentares corajosos (nem me falem do Aldo Rabelo, o comunista que apóia a destruição do Código Florestal!) e de autoridades que consigam colocar-se à margem destes lobbies (até quando o Ministro da Agricultura continuará sendo indicado pelos grandes interesses, hein?) e que levem a sério a reforma agrária pra valer. (Professor, leia um artigo bem recente de minha autoria: “O agronegócio tem de se dar importância, porque nenhum estranho vai fazer isso", está no blog e na revista da qual sou editor, a DBO Agrotecnologia:http://richardjakubaszko.blogspot.com/2010/11/o-agronegocio-tem-que-se-dar.html ou www.dboagrotecnologia.com.br
É hora de o jornalismo agrícola acordar para a nova realidade, valorizando a agricultura familiar (Professor, afora os chavões repetitivos, e o conteúdo politicamente correto de todo o seu texto, desejo saber se é com ou sem ideologia esse negócio aí de agricultura familiar?), a agricultura orgânica (É piada isso de agricultura orgânica, professor, conta outra. Isso é assunto e poesia apenas pra mauricinho dos jardins daqui da capital paulistana, ou do Leblon carioca. Essa história de agricultura orgânica para alimentar 6,8 bilhões de bocas hoje, ou 9 bilhões daqui a 25 anos, é promessa vazia e falaciosa. O orgânico custa de 70% a 100% mais caro do que o alimento convencional, o povão não pode pagar. Se o produto for mal cultivado, se não for desinfetado corretamente em casa, morre-se de diarreia, contaminado por vermes e bactérias. Nos EUA, dois anos atrás, morreram mais de 120 pessoas numa comunidade, por consumirem espinafre orgânico contaminado por Escherichia Coli resistente a todos os antibióticos conhecidos) dando voz e vez aos pequenos agricultores que andam sem crédito, pressionados pelos bancos (que exigem contrapartida que só os grandes produtores conseguem dar) e colocando o meio ambiente e a questão social como prioridades.
Os cursos de jornalismo precisam formar profissionais que saibam perceber a realidade do mundo rural (é verdade, professor – parabéns!!! Clap, clap, clap!!! – ou se mudam as faculdades, ou se mudam os professores, caso contrário vamos aos quintos dos infernos...) e que não se deixem seduzir por propaganda enganosa de empresas de biotecnologia, de papel e celulose, agroquímica, do tabaco (essas matam sem dó milhões de pessoas em todo mundo e chegam a ganhar prêmio de sustentabilidade de revistas brasileiras!) ou de alimentos (que as empresas de fastfood deixem em paz as nossas crianças e não as entupam de porcaria, como gostam de fazer impunemente!).
Reinventemos o jornalismo agrícola. O Brasil precisa acordar para a realidade que é menos cor-de-rosa como pintam alguns veículos a soldo de grandes corporações. Precisamos ouvir as minorias, os quilombolas, os indígenas, os mateiros, os movimentos sociais demonizados pela mídia tradicional. (Claro, professor, boa proposta essa, eles vão produzir alimentos pra todos nós, né não? O novo jornalismo agrícola vai ser o salvador da pátria! Que proposta inteligente, sô!)
Em tempo: Você anda lendo o que a embaixada americana andou fazendo para pressionar a União Européia visando derrubar os vetos de alguns países aos transgênicos, para favorecer sobretudo a poderosa Monsanto? O WikiLeaks (Viva o WikiLeaks, sou um defensor do Assange, está aqui no blog!) revelou o esquema e ele só confirma o que temos dito por aqui e em todo lugar: cuidado com essas corporações que têm laços estreitos com os governos, especialmente nos EUA.
Aliás, você ainda não viu o filme O mundo segundo a Monsanto? Ele evidencia a relação espúria entre a Monsanto e as autoridades norte-americanas, uma "amizade" que rende lucros e royalties para todos eles. Tem livro também publicado no Brasil com o mesmo título, uma obra primorosa de investigação jornalística de Marie Monique Robin (consulte o Google e encontrará informações valiosas sobre o seu trabalho), (sua cultura de Google é comprometedora, professor... Leu o livro? Pois eu li, achei uma merda, a autora é venal, comprometida, falaciosa, emocional, foi um livro financiado por interesses difusos...) que denuncia a ação predatória desta empresa, gigante das sementes, da biotecnologia e da contaminação química (você precisa saber que o glifosato é nefasto e que está contribuindo para aumentar as pragas que atacam a soja!). (Professor, glifosato é herbicida, é para controlar ervas daninhas, que são vegetais, sabia? Não tem nada a ver com pragas... Para pragas usam-se inseticidas, acaricidas, e para doenças são fungicidas. Ora, ora, que confusão monumental...)
Não confie em empresas apenas porque elas têm santo no nome . Aliás, Freud explica estes deslizes, como você pode observar nas gigantes de tabaco que tem "Cruz" e " Morris" em sua razão social. O diabo veste Prada, mas também alimenta empresas agroquímicas e de tabaco. Ah, como entendem de veneno. Sai lá prá, Satanás! (Nossa, entrou até religião, moda e cinema na pregação do jornalista e professor, lamentável. Que falta de objetividade. Deveria haver uma única proposta plausível e prática no artigo, mas não tem. Foram apenas acusações levianas, atiradas a esmo, sem nenhuma objetividade, afirmações inconsequentes, acusações irresponsáveis, todas indignas de um jornalista e professor que se preze. Escreveu chavões do dia a dia, publicados na Internet o tempo inteiro. O lamentável de tudo é que no blog do professor apareceu um bando de bajuladores registrando parabéns pela “coragem” do eminente autor... É, são alunos ignorantes, todos urbanos, aprendizes de feiticeiros que, na falta de uma causa justa, abraçam ideias de idiotas do apocalipse).
Não esqueça, e nem faça confusões, o texto grafado em vermelho é do blogueiro e jornalista Richard Jakubaszko.
O texto em preto tem o autor indicado abaixo: