Claro que temos que repudiar, lamentar e condenar os atos terroristas em Paris. Foram atentados contra população civil, matando inocentes, muitos, talvez, opositores das intervenções militares da França e aliados na Síria, Líbia, Iraque, Afeganistão.
Se quisermos viver em um mundo melhor, que possa ser chamado de civilizado, precisamos considerar cada vida humana preciosa demais para aceitarmos que seja tirada. Não podemos aceitar o ato de matar como meio para atingir fins. Não matarás e ponto final.
Só que, infelizmente, enquanto os países imperialistas não derem esse mesmo valor à vida do africano, do árabe, do palestino, do afegão, haverá aqueles que, com a morte fazendo parte de seu cotidiano de guerras, sem dar valor à própria vida a ponto de se explodirem, também não darão valor a vida dos franceses, estadunidenses, ingleses etc.
Não construiremos um mundo melhor de se viver se aceitarmos a barbárie de atos terroristas. Mas só restará repudiar, lamentar e condenar os atos, enquanto a barbárie da política de guerra e da indústria bélica imperialista continuar destruindo vidas em países mais pobres para saquear suas riquezas e dominar a geopolítica.
Hollywood está repleta de filmes clássicos do velho oeste, onde uma criança viu sua família trabalhadora, pacífica e honesta ser dizimada por um bando de pistoleiros a mando de um poderoso vilão, dono de terras, ferrovia ou mina. A criança cresce e volta para vingar-se, como um herói fazendo justiça ao matar um por um os algozes de sua família. Será que essa história não passa também na cabeça de um menino iraquiano, afegão ou sírio, que teve sua família dizimada por bombas das forças europeias ou estadunidenses?
Ninguém nasce odiando os outros. O ódio é meticulosamente construído. Pelo opressor por ganância, egoísmo, sociopatias ou simplesmente preconceito e intolerância. O ódio do oprimido é construído pelo sofrimento, injustiça e humilhações impostas pelo opressor.
Quem tem o maior domínio sobre como desarmar o ódio, pelo menos no caso de países, é o opressor. Mas para isso é preciso parar de oprimir. A própria França tem lições em sua história. Na Argélia só teve paz dos argelinos quando reconheceu a independência.
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