Richard Jakubaszko
Volta e meia aparece na mídia uma notícia denunciando trapaças dos cientistas aquecimentistas. Mas é raro, e tem de ser coisa "oficial", como essa notícia abaixo, publicada no site da Veja.
Já notícias de cientistas céticos é mais raro ainda na grande mídia. No meu caso, por exemplo, informo que estou sendo censurado na divulgação do meu livro, "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?".
Vejam esta notícia que saiu na revista Veja, mas só na versão eletrônica (os negritos abaixo são meus):
Congresso
americano investiga manipulação de dados para "provar" o aquecimento
global
A agência federal americana
teria omitido informações e escolhido estações de medição para chegar à conclusão
de que temperaturas seguem em alta. O Comitê de Ciência e
Tecnologia do Congresso dos Estados Unidos abriu um painel para investigar se
pesquisadores da agência oficial encarregada dos estudos sobre o clima
manipularam dados para chegar à conclusão de que a temperatura da atmosfera
continua subindo, contrariando outras pesquisas recentes nas quais foi
identificada uma estabilização no chamado aquecimento global.
Lamar Smith, congressista
republicano e chefe do comitê, quer averiguar se os técnicos da National
Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) omitiram informações e escolheram
dados de maneira deliberada, em vez de trabalhar com isenção científica
absoluta.
Outros estudos climáticos
realizados nos últimos quinze anos, citados inclusive pelo Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), apontam para uma pausa no
fenômeno de aquecimento do planeta. Tais estudos são frequentemente usados por
Smith para criticar as políticas de Barack Obama para reduzir a emissão de gás
de estufa.
A controvérsia diz respeito a
um artigo produzido por um time do NOAA e publicado em junho pela revista
Science ( http://www.sciencemag.org/content/348/6242/1469.abstract
). Nele, os autores argumentam que o
aquecimento prosseguiu nos últimos quinze anos de maneira tão intensa quanto à
observada no século passado. Mas existe a suspeita de que algumas estimativas
foram aplicadas sem a consideração da margem de erro. Além disso, as boias de
coleta de dados teriam sido criteriosamente escolhidas para fabricar o
resultado esperado.
Além da contestação
científica dos dados, a investigação do Congresso pretende questionar a
politização da discussão técnica sobre o clima. Estudos recentes, feitos com a
ajuda inclusive de psicólogos, indicam que, frequentemente, as conclusões de
pesquisas alarmistas sobre o clima são diretamente influenciadas pelo próprio
alarmismo de leigos vocalizado diariamente pela imprensa mundial. É como querer
comprovar o que se deseja, no lugar de concluir cientificamente a partir de
dados colhidos da maneira o mais isenta possível.
Se confirmada, a suposta
manipulação de dados pela NOAA seria uma das mais graves da história da
climatologia. A última, de 2009, foi descoberta depois do vazamento de e-mails
de pesquisadores do IPCC. Phil Jones, então um respeitado cientista da
entidade, dizia que havia aplicado um modelo de cálculo que "escondia o
declínio" das temperaturas globais. Os estudos produzidos pelo IPCC
apontavam também para o aumento do aquecimento global e faziam uma relação
direta do fenômeno com as ações do homem. Na época, Jones foi a público para se
retratar e reconheceu que não havia nenhum indicador concreto de que o globo
estava esquentando de forma relevante desde 1995.
Não se pode ignorar que as
emissões de dióxido de carbono aumentaram por causa da queima dos combustíveis
fósseis, nem que a ação humana afeta o ambiente. No entanto, não é possível
ainda ter certeza sobre quais são as reais dimensões das consequências desse
fenômeno nas temperaturas do planeta. O papel fundamental de órgãos como o IPCC
e a NOAA é estudar os dados técnicos e tratar as considerações de maneira
isolada à da opinião pública ou das correntes ideológicas já existentes para
dar respostas contundentes a essas incertezas.
Publicado originalmente em: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/congresso-americano-investiga-manipulacao-de-dados-para-provar-o-aquecimento-global/
Enviado a este blog por
William Rocha, de São Paulo.
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