sexta-feira, 31 de maio de 2019

Os 7 cavalos com pelagens mais estranhas

Richard Jakubaszko 
Um dos animais mais lindos da natureza, o cavalo tem uma "plástica" única e inigualável, parece que foi feito para ser fotografado, pois sempre "sai bem na foto". Quando possuem pelagens "diferenciadas", que eu não chamaria de exóticas, vejam só os efeitos disso, em vídeos e fotos



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quinta-feira, 30 de maio de 2019

Noites de luar...

Richard Jakubaszko 
Nosso satélite, a Lua, tem muitas influências sobre a vida humana, animal e na natureza, especialmente as águas. A influência maior, como se sabe, é sobre as marés. Mas no coração dos humanos e dos poetas a Lua predomina como rainha do imaginário, desde tempos imemoriais.

Algumas fotos lindas de luares, mundo afora, como estas que registro abaixo, são marcantes:
 











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quarta-feira, 29 de maio de 2019

Bebês charmosos

Richard Jakubaszko  
Bebês charmosos me encantam, como o(a) leitor(a) do blog já deve ter percebido, por isso mostro algumas fotos deslumbrantes...
 












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terça-feira, 28 de maio de 2019

O “padrão Fifa” chegou

Fernando Brito *
  

Jair Bolsonaro escreveu no Twitter que jamais imaginaríamos “uma manifestação expressiva a favor de reformas consideradas impopulares”.

Não mesmo, em condições normais.

Leva tempo até que as pessoas cheguem, por ódio, por louvor da estupidez, defenderem o que é ruim para elas mesmas.

É preciso reunir muito recalque, é preciso criar culpados acessíveis, destes que não têm poder para defender-se e, ainda assim, tirarem-lhe as poucas defesas que possam ter.

É preciso encontrar heróis anti-heróis que não salvam, mas punem; que não erguem, destroem; que transformem a exceção da pena na regra da prisão.

É preciso inverter a máxima de culpa dispensa ser provada, pois a inocência não pode existir no outro, apenas em nós mesmos ou na nossa turma.

Fizemos uma longa caminhada até o dia de ontem, quando uma turba furiosa arrancou a faixa onde se lia “em defesa da educação”.

Ali se poderia ler “em defesa da civilização”, “em defesa da humanidade”, “em defesa da razão” e seria arrancada do mesmo jeito, por “crime ideológico”.

Não precisamos de nada disso, afinal.

Precisamos da eficiência que nos dizem como deve ser: não é preciso aprender, não é preciso pensar, não é preciso conviver.

Progresso é bom comportamento, ciência é Fé e inteligência é obedecer.

Criou-se um passado inexistente, o da ditadura honrada, que “não roubava”, enquanto o país era roubado, e que “dava segurança”, em meio a prisões, sequestros, torturas e assassinatos.

Foi sendo invertida a direção dos nossos desejos, de modo que o futuro passou a significar andar para trás.

Trocado o sinal, nada mais natural de que os “de bem” sejam maus, para que os brutos é que mereçam o amor, para que a arma seja o símbolo da vida, para que virtuoso seja o vício do fútil, do caro e do eu.

O resto fica por conta da “tecnologia”, que substitui magicamente não apenas o saber humano como seu próprio julgamento. Afinal, tudo é medido pelo número de “likes”, de “memes”, de “curtidas”. Viralizar, que vem de vírus e deveria significar doença, passou a ser a medida da inteligência, do talento e da adequação de cada pessoa ao mundo.

Cinco, seis anos depois, o “padrão Fifa” está aí: fazemos o que mandam, como mandam, para que tudo fique exatamente como querem que fique e não como queríamos – e já nem queremos mais? – que fosse.

As escolas que deveriam ser perfeitas, aniquilem-se; os hospitais que deveriam ser o céu, destruam-nos; as casas que deveriam ser boas e para todos que precisassem de uma, que se arruínem em obras paradas.

Arrancarem a faixa “em defesa da educação” é apenas uma chocante alegoria do que deixamos arrancarem de nossas vidas e de nosso país.

* o autor é jornalista, editor do blog Tijolaço.
Publicado em: http://www.tijolaco.net/blog/o-padrao-fifa-chegou/


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segunda-feira, 27 de maio de 2019

Eduardo Macedo Linhares, um mito da pecuária

Richard Jakubaszko  
Tive a honra e a alegria de entrevistar o Dr. Eduardo Macedo Linhares para o Portal DBO. Da conversa ficou estampada a competência do pecuarista, formado em odontologia, que, junto ao irmão Azhauri e o primo João Vieira de Macedo Neto (Macedinho) impulsionaram a Cabanha Azul. e desde os anos 1990 a TAG, no sentido de modernizar e aprimorar a genética na pecuária nacional, ajudando o Brasil a se tornar o maior exportador de carne bovina do planeta, algo impensável no século XX e mesmo no início deste século e milênio.


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domingo, 26 de maio de 2019

Fome oculta, um problema de saúde pública

Daniel Magnoni *
 
A fome oculta é um problema de saúde pública. Ela é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a carência de vitaminas e minerais, que ocorre quando o alimento consumido, apesar de saciar a fome, não possui qualidade suficiente para suprir as necessidades nutricionais do indivíduo. Está associada a uma dieta deficiente em micronutrientes, porém, não obrigatoriamente pobre em calorias, podendo aparecer em pessoas que apresentam sobrepeso ou obesidade.

A despeito de atingir pessoas de todas as idades e faixas de renda, a fome oculta é mais predominante nos países subdesenvolvidos e atinge em maior número crianças pequenas, meninas na adolescência, gestantes, lactentes, idosos. Famílias com baixos recursos são mais suscetíveis a carências nutricionais, pois muitas vezes consomem alimentos altamente energéticos e nutricionalmente pobres, sem variedade de frutas, legumes, peixes e carnes.

Em países desenvolvidos, deficiências nutricionais podem estar relacionadas a períodos de recessão econômica, quando o custo do alimento se torna um determinante maior para a compra do que sua qualidade, e também como resultado de mudanças no estilo de vida, como o aumento no consumo de alimentos processados pobres em nutrientes.
No Brasil, é possível identificar a dupla carga de doenças relacionadas com a alimentação, como o sobrepeso e a obesidade, juntamente com a deficiência de micronutrientes. Estudos indicam a inadequação na ingestão de cálcio, magnésio, selênio, zinco e vitaminas E, D, A e C. A prevalência de inadequação de vitamina B12 e de ferro também foi bem frequente nos resultados.

Como muitas vezes a fome oculta não manifesta sinais claros ou sintomas, ela pode passar despercebida pelo indivíduo e profissionais de saúde. Assim, a deficiência mantida por um período prolongado pode causar consequências graves em longo prazo, afetando o crescimento do indivíduo e até mesmo comprometendo seu desenvolvimento cognitivo.
Micronutrientes também têm importante papel preventivo, como é o caso de vitaminas com ação antioxidante, que diminuem o risco de doenças crônicas, e da vitamina D, que juntamente com o cálcio participa da manutenção da saúde óssea e prevenção da osteoporose.

As principais estratégias para o combate à fome oculta envolvem educação nutricional e informações sobre a importância da maior diversidade da alimentação, fortificação de alimentos e suplementação. O estímulo ao consumo adequado de cereais, leguminosas, frutas, hortaliças, leite e derivados, e a redução de outros altamente processados é essencial para a adequação do consumo de nutrientes.

Assim, é relevante que haja a orientação do consumidor para a adequada escolha dos alimentos que farão parte das suas refeições, priorizando aqueles que oferecem maior quantidade e qualidade de nutrientes e que atendam às suas necessidades em todos os momentos da vida.

• o autor é consultor da iniciativa Nutrientes para a Vida (NPV), diretor de Serviço de Nutrologia e Nutrição Clínica do Hospital do Coração – Hcor, Mestre em cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP; especializado ainda em Clínica Médica, Nutrologia e Nutrição Parenteral e Enteral pela Associação Médica Brasileira – AMB / Conselho Federal de Medicina – CFM


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sábado, 25 de maio de 2019

Memes bolsonarianos

Richard Jakubaszko  
Bolsonaro vai se tornando uma unanimidade. Agora é tarde, o homem está lá no trono e diz besteira o dia inteiro. O Brasil votou errado? Claro, Pelé tinha razão, brasileiro não sabe votar.
Se você votou no mito, agora terá o resto de sua vida para se arrepender.


Nem o filho aguenta mais essa papagaiada...



A juventude tem bom senso...

A careta de espanto do Guedes é exemplar...




quinta-feira, 23 de maio de 2019

O Chico é coisa nossa, viu Camões?

Richard Jakubaszko    O meme ao lado diz tudo sobre o que pensamos, nós brasileiros e patriotas. Chico é o nosso mito, mas as razões dessas sensações e sentimentos nos chegam lá da terrinha, através do maravilhoso texto do jornalista Pedro Tadeu, publicado ontem no jornal Diário de Notícias, respondendo aos "sem noção" de lá e de cá que polemizavam sobre um prêmio de tamanha importância como o "Camões" ser entregue a Chico Buarque, um compositor, mas que é também músico, cantor, dramaturgo e escritor.

Confira, é uma obra prima de texto e explica a real e íntima sociologia coletiva das emoções humanas:

Chico Buarque ensinou o quê?
Pedro Tadeu * 


Quando recebi no telemóvel o alerta "Chico Buarque ganha o Prémio Camões" senti-me no direito de comemorar uma vitória: "ganhei eu, caramba, ganhei eu!".

Fui ler a notícia. Os seis membros do júri explicavam a razão desta atribuição do galardão literário pela "contribuição para a formação cultural de diferentes gerações em todos os países onde se fala a língua portuguesa".

E o que é que este português, de 55 anos, que escreve estas linhas, aprendeu com Chico Buarque?

Aos cinco anos de idade o meu corpo saltitava sempre que no rádio grande do meu pai soava "A Banda", a música que, quando passava, diz o verso final do refrão, ia "cantando coisas de amor". Chico Buarque impulsionou-me a dança.

Aos 10 anos de idade percebi como um indivíduo sozinho nada pode contra o cerco violento da indiferença. Bastou-me ouvir a história circular do operário de "Construção", que "morreu na contramão atrapalhando o sábado". Chico Buarque ensinou-me a identificar a injustiça social.

Aos 11 anos de idade percebi a inutilidade da divindade quando o coro masculino MPB4 repetia, em Partido Alto, "Diz que Deus dará/ Não vou duvidar, ô nega/E se Deus não dá?/Como é que vai ficar, ô nega?". Chico Buarque deu-me razões para ser ateu.

Aos 12 anos de idade intui, com os versos de Fado Tropical, como a brutalidade da colonização sangrou a pele dos povos e como as cicatrizes prevalecentes demoram séculos a fechar: "E o rio Amazonas/Que corre Trás-os-montes/E numa pororoca/Desagua no Tejo/Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal/Ainda vai tornar-se um Império Colonial". Chico Buarque ofereceu-me uma identidade, um medo e uma esperança na Lusofonia.

Aos 13 anos de idade percebi, pela letra do pseudónimo Julinho da Adelaide (um autor inventado, usado para ludibriar a censura da ditadura brasileira, que até falsas entrevistas deu aos jornais...), que confiar na polícia pode ser perigoso, como constata "Acorda amor": "Tem gente já no vão de escada/Fazendo confusão, que aflição/São os homens/E eu aqui parado de pijama/Eu não gosto de passar vexame/Chame, chame, chame, chame o ladrão, chame o ladrão". Com Chico Buarque descobri que, às vezes, está tudo certo se se ficar do lado errado.

Aos 14 anos de idade conspirei o sentido da canção "O que será (à flor da pele)": "Será, que será?/O que não tem decência nem nunca terá/O que não tem censura nem nunca terá/O que não faz sentido..." Chico Buarque revelou-me o secreto significado da palavra "liberdade".

Aos 15 anos de idade compreendi, ao ouvir "Mulheres de Atenas", que a minha mãe, a minha irmã e a minha namorada viviam num mundo pior do que o meu: "Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas/Geram pro seus maridos os novos filhos de Atenas/Elas não têm gosto ou vontade/Nem defeito nem qualidade/Têm medo apenas". Chico Buarque justificou-me o feminismo.

Aos 16 anos de idade espantei-me com o atrevimento de "O Meu Amor". "Eu sou sua menina, viu?/E ele é o meu rapaz/Meu corpo é testemunha/Do bem que ele me faz". Chico Buarque fez-me entender como o sexo pode, ou não, fazer um par com a palavra afeto.

Aos 17 anos comovi-me com "Geni", a prostituta que salva a cidade mas que a cidade despreza: "Joga pedra na Geni!/Joga bosta na Geni!/Ela é feita pra apanhar!/Ela é boa de cuspir!/Ela dá pra qualquer um/Maldita Geni!". Chico Buarque confrontou-me com a dignidade dos indignos.

Aos 18 anos de idade a história de "O Malandro" exemplificou-me como é sempre o mexilhão que se lixa: um tipo que foge de um tasco sem pagar a cachaça que bebeu provoca uma crise mundial. Mas, no final das crises, há sempre um bode expiatório: "O garçom vê/Um malandro/Sai gritando/Pega ladrão/E o malandro/Autuado/É julgado e condenado culpado/Pela situação". Chico Buarque antecipou-me a globalização e fez de mim um comunista.

Aqueles anos foram os tempos do meu caminho até à chegada à idade adulta, uma época anterior aos romances que Chico Buarque escreveu e que completam, com a verdadeira poesia de muitas das suas canções, um currículo mais do que suficiente para a atribuição do mais importante prémio literário em Língua Portuguesa.

Aqueles anos foram os tempos que moldaram o meu carácter.

Aqueles foram os tempos que moldaram o carácter de tantos outros e de tantas outras que, como eu, cresceram a ouvir estas canções mas que entenderam nelas tantas coisas que eu não entendi, que compreenderam nelas tantas coisas que eu não percebi, que tiraram conclusões destes textos muito diferentes das que eu tirei.

Mas, tenho a certeza, apesar de pensarem e sentirem de maneiras tão diferentes da minha, ontem, milhões de vós, ao saberem da notícia do Prémio Camões atribuído a Chico Buarque, tiveram o mesmo impulso que eu e comemoram: "ganhei eu, caramba, ganhei eu!".


* jornalista português
Publicado no jornal Diário de Notícias, acesso em 23/5/19:
https://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/pedro-tadeu/interior/chico-buarque-ensinou-o-que-10926786.html




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quarta-feira, 22 de maio de 2019

A incrível máquina quebra-pedras

Richard Jakubaszko 
Descobri na internet, por acidente, a fantástica máquina quebra-pedras que compartilho no vídeo abaixo. Por não saber a procedência divulgo, na esperança de que alguém me informe quem fabrica e onde. A dica é que quem estava testando a máquina fala francês, por isso deduzo que deva ser francesa, ou belga, quem sabe canadense, talvez da Suíça francesa.



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terça-feira, 21 de maio de 2019

Bolsonaro encheu-se do vazio

Fernando Brito
Poucas vezes na história um presidente foi eleito com tantas possibilidade políticas como as que se abriram para Jair Bolsonaro.

A maioria eleitoral foi expressiva, os grandes partidos – em geral – aniquilados, o seu próprio partido, neófito, podendo ser moldado à sua imagem e semelhança e o país, arruinado pelos anos de crise, ansioso por medidas econômicas que, ainda que duras, pudessem restabelecer um mínimo de dinamismo para a vida brasileira.

O presidente tomou posse e, em menos de cinco meses, malbaratou este potencial político. Está reduzido a nada e vai, esta semana, submeter-se à vergonha de implorar para manter seu “enxugamento” do Ministério, para que não se recriem cargos que, paradoxalmente, ninguém com importância política quer.

Reage com a ameaça de sublevação de suas falanges, na qual ninguém – nem os seus – acredita e fogem, apelando por pedidos de moderação impossíveis, dada a naturezsa de odio e fascismo em que estão mergulhados seus remanescentes bolsões.

Até seu “Posto Ipiranga” e seu “Lava Jato” se apavoram com o estado de “boneco de posto” a que chegou o presidente, como capta hoje, na Folha, num resumo impiedoso, o cartunista João Montanaro.

Jair Bolsonaro decaiu de esperança de mudança para a insignificância e, agora, vai atravessando a solitária estrada que leva à rejeição e à repulsa populares.

Com seu espalhafato oco, não conseguiu atrair ninguém, muito embora Congresso, Justiça, militares e sociedade estivessem num estado de excitação autoritária em que talvez jamais tenham estado nas últimas décadas.

Agita-se, empurrado pelo vento das redes sociais, mas só consegue afigurar-se patético, desesperado, inacreditável.

Deixaram-no só.

* o autor é jornalista, editor do blog Tijolaço.
Publicado em http://www.tijolaco.net/blog/bolsonaro-encheu-se-do-vazio/


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sábado, 18 de maio de 2019

O presidente que virou bagaço

Fernando Brito *  
Não se pode adivinhar as intenções de Jair Bolsonaro, exceto naquilo em que ele as deixa óbvias: a radicalização política.

Daí para frente corre-se o risco de confundir o que é sua desorientação pessoal – e esta não é pequena – e o que é seu projeto político e aniquilamento do Brasil.


Pode-se, porém, verificar o movimento perceptível da opinião pública, que vai se descolando da natural e legítima esperança em quem foi eleito para, quase que exclusivamente, o polo que rejeita o governante.

Há cada vez menos gente neutra em relação ao ex-capitão e os que deixam de sê-lo passam a uma posição de rejeição ao seu comando político extremista.

Curiosamente, quem está no governo, com todos os poderes, assume uma posição de “resistir” aos que se lhes opõem, quando a ordem natural é que resistir seja papel da oposição.

Bolsonaro consegue a junção de duas palavras parecidas, mas não iguais. É inapto para governar, porque lhe faltam aptidão, capacidade e habilidade para tal, e é inepto, porque carece de inteligência, de sentido e coerência para exercer o posto presidencial.

Conseguiu transformar um parlamento hegemonicamente direitista em um foco de oposição.

Suas “conquistas” são para lá de polêmicas, as de apoiar e promover duas questões que só excitam uma minoria: o armamento pesado aos civis e a retirada de direitos aos que vão (será que ainda vão?) se aposentar.

No resto – emprego, inflação, crescimento econômico – vai se afigurando pior que Michel Temer. Humilhou o país ante os Estados Unidos. Hostilizou abertamente toda a juventude ao confrontar a universidade. O mesmo fez aos partidos, especialmente os de direita que lhe davam apoio. Deixou-se ver como um homem governado pelos filhos e maltratou sua base militar.

Onde se meteu, desgastou-se. E não se tornou o que não é – mas se se pretende hoje – um inimigo do establishment.

É muito cedo para achar que Jair Bolsonaro queira renunciar e também é cedo, por falta de informação, que algum escândalo familiar o vá levar a isso.

Mas não é cedo para dizer que sua autoridade presidencial se esvai e que, talvez, ele o sinta e vá a algum gesto extremo.

Não tem os compromissos morais com o país e o povo que o levem a se sacrificar ou a enfrentar intempéries e isso pode ser determinante num desfecho pífio do apogeu de sua trajetória improvável.

Dele só se pode dizer que se esvai, que o tempo o devora como a areia da ampulheta que o genial Aroeira intuiu na charge que ilustra o povo.

Jair Bolsonaro é alguém que o país sabe que não é futuro e quer ver se tornar passado.


* o autor é jornalista e editor do blog Tijolaço.
Publicado em http://www.tijolaco.net/blog/o-presidente-que-virou-bagaco/



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