quinta-feira, 2 de maio de 2019

Ricardo Felício: sou candidato

Richard Jakubaszko    
Recebi hoje do amigo Ricardo Augusto Felício, e-mail informando de sua candidatura a diretor do CEMADEN, e um texto que resume essa proposta, o que evidencia certa polêmica no ambiente. Como nunca deixo um amigo à beira da estrada, como se faz nos tempos contemporâneos, divulgo o manifesto do Ricardo Felício:

Com o meu histórico de vida como meteorologista, profissional de salvamento e com experiência em operações nos mais diversos ambientes, nada seria mais natural que eu voltasse esta vivência para servir ao país, portanto, resolvi me apresentar ao pleito para o cargo de Diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais – CEMADEN.

Trata-se de um centro jovem, ainda em amadurecimento profissional e operacional, que deveria, em princípio, atender às necessidades de emitir alertas na iminência da aproximação de condições que levariam a possíveis desastres de ordem natural. Este papel não é fácil, pois envolve diversos entes do Estrato Geográfico, onde a ação da atmosfera é o principal estopim para desencadear um cenário problemático de crise.

Aliado a isto, sabemos que o trabalho de monitorar o tempo meteorológico também se torna um desafio permanente, tanto para a realização do seu diagnóstico, quanto do prognóstico, em um país de dimensões continentais. Como os nossos desastres naturais, virtualmente na sua totalidade, possuem sua origem no âmbito atmosférico, a mobilidade que esta possui, em diversas escalas, refletir-se-á nos outros, como as bacias hidrográficas, tipo de solo, ocupações humanas etc., também observadas em diversas escalas. Tais fenômenos e suas consequências sempre ocorrerão e cabe a nós criarmos resiliência diante deles.

Esta condição foi-me questionada e deve-se destacar que tal atributo possui duas formas de abordagem: a estratégica e a tática. A estratégica parte do planejamento extremamente racional sobre o uso do território e das suas formas de ocupação, envolvendo entes fora da alçada deste projeto e saindo dos objetivos do centro, pois legitimaria ações do Estado em formulação de Leis para atingirem a população, não sendo esta a resposta escolhida. Quanto à tática, a resposta certa, pois segue as premissas que deveriam nortear a função do centro, permite que se criem as condições para se detectar e antecipar os problemas no contexto do território ocupado atual e real, tomando as medidas preventivas necessárias para atenuar os problemas ao máximo.

Quanto à relação multi-escalar entre os entes do Estrato Geográfico, questionamento muito relevante realizado sobre o meu projeto, já que este trabalho é ainda bastante árduo e não totalmente resolvido pela óptica geográfica, ela servirá de mote para diversas pesquisas que envolvam as suas particularidades no território nacional, utilizando uma gama enorme de benefícios tecnológicos, atuais e vindouros, seguindo a premissa “Uso da Tecnologia para o Bem”.


Estas pesquisas serão aliadas especificamente à ação em auxiliar o setor operacional, elencando desde os contextos das situações pretéritas, ocorridas nos municípios, até os futuros cenários de condições que realmente podem ser selecionados para uma possível situação de crise. Este é um trabalho amplo e espetacular, pois será sinérgico entre as diversas disciplinas das Geociências. O meu projeto visou exatamente isto, em um contexto de centralização de dados, mas de regionalização de decisões, dado ao homem certo, no lugar certo, o poder de decisão para cumprir a principal função do centro: salvar vidas!

Neste contexto, não há lugar para a escatológica “mudança de clima” em um centro como o CEMADEN, questionamento também realizado, tendo em vista que o objetivo deste centro é monitorar o presente e dar respostas para o imediato, baseado na ocupação territorial do agora, não importando se esquenta ou se esfria, se neva ou se derrete. O dinheiro do contribuinte deve ser utilizado exclusivamente para a resolução de seus problemas e não para estudar possibilidades futuras, quando as verdadeiras ameaças já fazem parte das condições do presente. Fazendo uma observação de caráter um pouco mais pessoal, destaco ainda que, criar ligações de desastres atuais, os quais ceifaram vidas e envolveram o emocional de pessoas e famílias inteiras do agora, com fantasiosos cenários futuros para o todo da humanidade, só pode ser classificado como, no mínimo, terrorismo, fugindo dos preceitos mais nobres da moral e ética, atributos facilmente explicados e norteados pelo pensamento filosófico.

Entre as diversas diretivas que nortearam o meu projeto de direção, aproveitando que o CEMADEN é um centro jovem e que tem muito a oferecer para a sociedade, estão as operações e a criação de metodologias e procedimentos para auxiliar majoritariamente a Defesa Civil, em suas diversas atribuições, buscando um maior entendimento regional e suas particularidades. Essas foram as minhas considerações sobre todo o certame.

A ação de prevenção deve se destacar sempre, pois objetiva-se salvar a vida das pessoas. Da parte da população, espera-se criar uma cultura de ação de Defesa Civil e que os alertas e estados das situações, quando informados, devem ser levados em consideração, não promovendo um terrorismo ambiental, mas um entendimento cultural e educacional de que os fenômenos ocorrem e de que suas vidas estão suscetíveis a isto.


Ricardo Augusto Felício

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