segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Física da vida: Jeremy England, termodinâmica e evolução

Jamil Soni Neto
Por volta de 2013, o cientista americano Jeremy England começa a ganhar reconhecimento explicando fenômenos biológicos com o uso da linguagem física estatística. Segundo ele, a geração de vida é um processo favorecido e estimulado pelas próprias leis que regem os minerais em todo o universo.

A segunda lei da termodinâmica, ou a "flecha do tempo", quando aponta a direção do universo sempre à maior desorganização, pode nos parecer contra intuitiva devido ao surgimento de vida trazer maior organização ao sistema. Mas ao passo da geração de vida, e de biodiversidade, ocorre maior trabalho e assim aumenta-se a energia dissipada do sistema e a entropia do universo aumenta.

Ecossistemas são compostos por duas partes que se afetam mutuamente: inanimada (ambiente físico) e animada (comunidade biológica). Em especial da parte viva (produtores e consumidores) que é determinada pelo ambiente, mencionamos os decompositores no solo que executam a função essencial de degradar compostos químicos energéticos em compostos menos energéticos e mais estáveis. Como agente produtor, uma planta é muito melhor em dissipar energia do que somente um aglomerado de átomos.

O processo da geração da vida é uma forma de trabalho realizado sobre a matéria resultando em sua organização. A única forma da ocorrência de sua reversibilidade ao estado anterior mais energético, ou seja, a aniquilação da vida no planeta Terra, somente ocorreria com uma força de trabalho muito maior do que foi empregada, e portanto, apesar de possível, extremamente improvável quando a própria evolução e perpetuação do homem é dependente do funcionamento do sistema Terra.

A irreversibilidade estatística e a produção de entropia permanecem exatamente de acordo com as leis de Newton, e a irreversibilidade dos processos é tão maior quanto o trabalho executado.

A teoria de England pode soar como uma variação da "geração espontânea", por exemplo, quando ele afirma não ser surpresa alguma que se um amontoado de átomos for iluminado por bastante tempo, obter-se-ia uma planta. Fenômenos de emergência, quando a soma das partes não representa o efeito do todo, são explicados por "limiares" que, quando atingidos, reorganizam e estabilizam o sistema. Assim, o surgimento da vida seria somente uma vertente de um fenômeno mais geral da termodinâmica.

Ocasionalmente, England parece um pouco descondescendente e inadequado com a biologia, um rabino peculiar. Enquanto sua teoria é extremamente especulativa, ele sobe em ombros de gigantes para olhar mais longe, como os do físico austríaco Erwin Schrödinger e do russo Ilya Prigogine, este último laureado em química pelo Nobel por sua pesquisa sobre sistemas complexos (caos).

A teoria de Jeremy poderia explicar a herança lamarkiana da metilação de DNA. Fatores ambientais podem mudar a expressão gênica via adição de um carbono metila à guanina que pode ser herdado transgeracionalmente sem alterar a sequência de bases no DNA. Lamark mantinha que as características adquiridas durante a vida de um indivíduo são passadas à prole. Assim, a epigenética, que trata da metilação de DNA, assim como modificação de histona, pode ser explicada com o argumento que as restrições ambientais favorecem determinado estado e não necessariamente por representar um valor adaptativo maior.

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O botânico australiano Keith Skene considera que o processo de geração de vida obedece a segunda e a primeira lei da termodinâmica, essa última se tratando da difusão. Assim, a geração de vida segue as mesmas leis que governam a expansão de um gás e o surgimento de interfaces fractais em sua borda.

James Lovelock com sua hipótese de Gaia não quis dizer que a Terra seja um organismo vivo, mas sim que se comporta como um organismo vivo. Skene argumenta que a influência do ser humano, inclusive nosso sistema econômico destrutivo, é meramente uma inconveniência para o sistema Terra que poderá responder aos ataques de forma sistêmica e potencialmente nos rejeitar.

Considerando ainda que um sistema complexo deve operar de forma subótima e não eficiente, que a otimização em qualquer nível é um desastre para todo o sistema, Skene sugere ressonar e reintegrar com o nosso ambiente, nosso planeta. Podemos ajustar nossa pegada ecológica e uso de insumos, mas é o planeta Terra que irá realizar a cura, recuperação e funcionamento do sistema. Somos apenas parte de um sistema e estamos dentro dele, gostemos ou não.

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Na física, tudo deve ter uma causa, mas ao longo da história, a ideia da causalidade estrita foi desafiada algumas vezes. Erwin Schrödinger não hesitaria em conceder que uma partícula primal, como o elétron, exiba pequenos desvios de uma lei fictícia do movimento, mas que tal quebra da causalidade estrita abra margens para o comportamento espontâneo dos animais não se justificaria.

Em um primeiro momento, poderíamos considerar não haver nada em uma situação que determinasse a escolha de uma partícula. Por outro lado, acredita-se que o ambiente determine com rigorosa precisão as probabilidades de várias possíveis escolhas.

Fisiologista contemporâneo de Schrödinger, Sir Charles Sherrington, afirmou que "não há divisas entre o animado e o inanimado; as mesmas leis da física e da química se sustentam tanto dentro do corpo vivo quanto fora dele". A mente por sí mesma não pode tocar o piano, é necessário o aparato do sistema nervoso tanto para conjurar o plano de ação quanto transmitir impulsos eletroquímicos até os músculos dos dedos.

Schrödinger alerta sobre a insignificância cósmica do ser humano quando diz que "ao lado dos juízes no tribunal, senta-se um assessor sem jurisprudência, ou seja, nosso próprio e pequeno ego que acha desagradável se passar por um autômato". O que nos move é uma necessidade, seja física, fisiológica ou intelectual. Existindo uma causa, não é necessário livre arbítrio. O comportamento do ser humano foi ditado pelos grandes ciclos solares e as mudanças de temperatura na Terra ao longo da história – não tivemos escolha.

Referências
Quem é o físico chamado de 'novo Darwin' que pode explicar origem da vida, UOL, 2022.
<https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2022/07/20/quem-e-o-fisico-chamado-de-novo-darwin-que-pode-explicar-a-origem-da-vida.htm>

A New Physics Theory of Life, Quanta Magazine, 2014.
<https://www.quantamagazine.org/a-new-thermodynamics-theory-of-the-origin-of-life-20140122/>

Life's a Gas: A Thermodynamic Theory of Biological Evolution, Keith Skene, 2015.
<https://www.mdpi.com/1099-4300/17/8/5522>

Resolving the Climate Crisis, Keith Skene, 2020.
<https://www.youtube.com/watch?v=aoguoaZKTxs>

Do electrons think? Erwin Schrödinger, BBC, 1949.
<https://quantumlifescience.wordpress.com/2014/04/10/do-electrons-think-erwin-schrodinger-bbc-1949/>


* o autor é biólogo.











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sexta-feira, 26 de agosto de 2022

MST no Jornal Nacional

Richard Jakubaszko   
Quer saber por que existe a frase que afirma que "uma foto vale por mil palavras"? É por causa disso, mano: a Renata aderiu ao MST...
   



 

 

 

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quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Relíquias do Brasil

Richard Jakubaszko   
Circulando pelas redes sociais e pelo zap o meme abaixo. O simbolismo do que fica é parecido a um julgamento da história para cada um.



 

 

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domingo, 21 de agosto de 2022

Brasil necessita urgente de uma reforma política madura

Richard Jakubaszko

A estabilidade sonhada pelos brasileiros seja ela econômica e social, ou política, e tudo que o Brasil necessita, somente será alcançada através da reforma política. Esse joguinho irresponsável e leviano de esquerda x direita, ou de progressistas x neoliberais, é populismo de ambas as correntes políticas.

De nada adianta a proposição de novas leis se existe o Centrão na Câmara dos Deputados. Nem tampouco o Senado, como órgão de referendo. O Centrão, como regra histórica, aprovará as propostas que forem do interesse dos donos de partidos políticos, e de seus financiadores, e isso sempre foi assim em nosso Legislativo desde a proclamação da república em 1889. Quando a situação aperta um golpe acontece.

No momento, desde a Constituição de 1988, os nossos legisladores direcionam para a manutenção de um status quo perverso onde o que interessa é “levar vantagem” pessoal ou para o seu partido. É por isso que o Brasil tem hoje mais de 30 partidos políticos, e os donos dessas agremiações não possuem nenhum objetivo de trabalhar pelo bem do país. Chegaram nessa legislatura ao finérrimo humor do "orçamento secreto", uma peça singular de delírio ditatorial público, tudo isso aprovado pelo Centrão e aceito pelo presidente que nos desgoverna.

A explicação para tudo isso é muito simples: os nossos legisladores não são representativos dos eleitores, e não têm com eles nenhum compromisso público. Permanece em vigor a proporcionalidade, ou seja, um partido nanico escolhe como candidato um cidadão de notória fama em sua atividade, com notável imagem pública entre a população pobre. Esse candidato, um Tiririca, por exemplo, elege-se com vários milhões de votos, e puxa para seu partido a condição de empossar meia dúzia de deputados federais que tiveram em São Paulo, por exemplo, 5 ou 10 mi votos, enquanto candidatos a deputados com 80 mil votos no mesmo estado ficam de fora pela regra da proporcionalidade. É justo isso? Tem lógica essa gambiarra? É claro que não, mas a Lei Eleitoral é assim, foi votada na Câmara dos Deputados pelo Centrão de legislatura anterior e assim é feita a posse. E a bagunça é generalizada. Vemos isso acontecer hoje, no desgoverno de Bolsonaro, foi assim no governo Sarney, e no de Itamar, quando o Centrão assumiu após o impeachment de Collor. Dos 513 deputados federais hoje empossados, segundo os especialistas, cerca de 90% não tiveram votos em 2018 suficientes para serem eleitos, mas eles estão lá por conta da regra da proporcionalidade. O fenômeno atinge todos os estados em virtude da regra matemática malandra e extremamente complexa que foi engendrada, e a cada eleição tende a piorar ainda mais.

Então, a mais importante reforma é a política, para corrigir essa distorção, e a segunda reforma, é a do Senado, que deveria ser extinto. Por que precisamos de uma câmara de referendo? Não há necessidade, basta uma câmara, a dos Deputados, e tudo vai se agilizar e funcionar melhor, com representatividade da vontade popular, reduzindo custos e despesas para o Tesouro Nacional. Um Senado como temos hoje, que não representa os votos dos cidadãos. Basta ver que cada estado possui 3 senadores, e não é possível entender que isso seja justo ou equilibrado se estados como Acre, Alagoas, Amapá, Rondônia, Roraima, Sergipe, com densidade populacional pequena tenham o mesmo número de votos no Senado se comparados a São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, por exemplo, com nível populacional muito maior. Do jeito que está um senador do Acre tem o mesmo peso em seu voto do que um senador de São Paulo. É justo isso? É evidente que não! Para piorar, no Senado existe a figura do suplente, invariavelmente um riquíssimo financiador eleitoral da candidatura do pretendente a ser Senador. Se eleito, o senador titular será indicado a alguma função ministerial, e o suplente assume... Ou, nos 8 anos de seu período eleito, tira uma licença para tratar de assuntos pessoais ou de saúde. Ora, tem algum trampo nesse negócio, não é? Suplentes de Senadores que votam temas nacionais relevantes no Congresso, mas que não tiveram nenhum voto? Se contarmos isso para algum ET ou estrangeiro eles darão muitas gargalhadas em nossa cara.

Há, ainda, a questão da representatividade no Senado, Basta verificar que um Senador por São Paulo, Rio de Janeiro ou Minas Gerais, necessita de no mínimo 3 ou 4 milhões de votos para ser eleito, enquanto que nos estados de menor população bastam 100 mil votos e o candidato se elege.

Como o Senado é desnecessário, menos ainda são necessários 3 senadores por estado, Esta é uma herança da ditadura militar que inventou o Senador biônico para poder controlar votos no Senado. O Senador biônico não era eleito, era indicado pelo general de plantão, mas o terceiro senador ficou e ninguém contesta. As consequências perversas da política continuarão enquanto o voto representativo não for o mais importante.

Portanto, devemos votar a reforma política em caráter prioritário, finalize-se a eleição de deputados pela regra da proporcionalidade, e fechemos o Senado, não temos necessidade dessa anomalia. Se 513 deputados não votarem certo, não serão 81 senadores comprometidos, quase metade deles suplentes, ou representantes de poucos eleitores, que vão corrigir essa distorção. A chamada câmara superior (Senado) foi uma gambiarra inventada pela nobreza inglesa (A Câmara dos Lordes) negociada quando a monarquia deixou o poder, e permanece até hoje, absolutamente inútil, mas eficiente pra inglês ver, com se diz no jargão popular. Os EUA copiaram a malandragem do Reino Unido, mas pelo menos cada Estado americano tem apenas um Senador, e não 3, como no Brasil.

Quem vota tudo isso? O atual Congresso? Não, essa reforma que corta na carne dos políticos jamais seria aprovada por legisladores eleitos pela proporcionalidade em qualquer tempo. Ela precisaria ser feita por representantes eleitos especificamente para uma Assembleia Nacional Constituinte que iria votar a reforma política. Em eleições convocadas pelo STF. Desde já deixo a sugestão de que apenas sexagenários notáveis poderiam se candidatar, todos com histórico de reputação civil e criminal ilibada. Então, entre esses constitucionalistas poderemos ter também, por que não, humoristas, jogadores de futebol e artistas de TV ou de circo.

 

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sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Tchutchuca do Centrão

Richard Jakubaszko

Lá no cercadinho do Palácio Alvorada que saiu o grito para Bolsonaro, foi de Wilker Leão, um youtuber e ardoroso fã, um seguidor bolsominium da extrema direita, o aforismo agora famoso Tchutchuca do Centrão, A imprensa internacional se desdobrou para traduzir o enunciado. Na França, o jornal conservador de direita Le Figaro, traduziu como “Putain du Centrao” (Puta do Centrão), o La Nación, de Buenos Aires, traduziu para “Perrita de Centrão” (Cadelinha do Centrão), o The New York Times verteu para “Love girl of Congress central” (Garota do amor do Centrão do Congresso), e por aí afora. Até no Japão houve comentários, todos galhofeiros para o presidente que nos desgoverna.

Ele merece, faz bobagem e apanha. Parece que gosta, e amanhã teremos mais.

Abaixo, prove que você não é um robô:



 

 

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quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Plymouth Rock simbolizava uma coisa, hoje também é simbolo de outra coisa

Richard Jakubaszko  

Monumento histórico que marca a chegada dos ingleses à América foi danificado com spray em 2020.
A jornalista americana Alana Sousa publicou em 18 de fevereiro de 2020 que o
monumento histórico Plymouth Rock foi alvo de vandalismo na semana anterior. A pedra, localizada no estado de Massachusetts, nos Estados Unidos, simboliza a chegada de William Bradford e dos Peregrinos de Mayflower, responsáveis por fundar a Colônia de Plymouth, em 1620.

As autoridades não obtiveram pistas dos suspeitos pelo crime. Os infratores invadiram o local onde a rocha está em exibição pública, no Memorial Park Pilgrim.
  “O Departamento das equipes de Conservação e Recreação estão lavando o Plymouth Rock”, informou uma jornalista que estava cobrindo o caso. Será necessário um trabalho minucioso para recuperar a pedra sem causar estragos maiores.

A Plymouth Rock (acima) foi grafitada com uma tinta vermelha, podem-se observar palavras e números, que ainda não foram decifrados.
   
Plymouth Rock (acima) antes do vandalismo, onde é possível ver a data da chegada dos colonos 

Curiosidade e história à parte, perceba o leitor que a Plymouth Rock passa a simbolizar uma questão importante em nossos dias. Como ela está à beira mar, em Massachusetts, hoje cercada por um muro e grade de proteção, mas ao alcance das marés alta e baixa, ela comprova que os ambientalistas mentem ao afirmar que o nível dos mares subiu 50 cm nos últimos 80 anos. A Plymouth Rock é a prova cabal de que isso não aconteceu.

Para você, que não entende como essa história de elevação do nível dos mares é um assunto pra lá de importante, recomendo a leitura de meu livro, o "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?", onde analiso, critico e desnudo essa história do aquecimento, que classifico como a maior mentira do século XXI, caminhando para ser a maior mentira de todos os tempos.

O livro custa R$ 50,00 inclusas as taxas de correios. Escreva para o e-mail co2clima@gmail.com que a gente explica como fazer o depósito, para vc receber o livro em casa, autografado pelo autor.

 

 

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Alarmistas falsificadores da acidificação dos mares são denunciados

Richard Jakubaszko  

Há um estado de êxtase entre alguns jovens cientistas defensores da causa climática, quase que em todo o planeta. Para "comprovar" que existe um "consenso" entre os cientistas sobre as mudanças climáticas, que provocariam um aquecimento planetário, prenunciando dias difíceis para a humanidade, esses jovens publicam trabalhos pseudocientíficos denunciando imbecilidades científicas, como a tragicômica denúncia de que os recifes estão entrando em extinção porque os mares estão sendo poluídos e encontram-se acidificados. Parecem desconhecer que os mares são alcalinos, ao redor de 8,0 na régua de medição do pH, ou, Potencial de Hidrogênio, que é a escala que mede o grau de acidez ou alcalinidade de uma substância, e que varia de 0 a 14.

Abaixo há um artigo do biólogo Jamil Soni Neto, um dos coautores do livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?", que mostra em linguagem simpática a patifaria de irresponsáveis que nos bombardeiam diariamente com fake news sobre as mudanças climáticas, e que a grande mídia reproduz com avidez neurotizante para demonstrar o "consenso entre cientistas" imbecis.

Efeitos da acidificação dos oceanos nos recifes e peixes de corais em xeque
por Jamil Soni Neto, biólogo, agosto 2022

Ao longo da última década, um importante grupo de `pesquisadores estrelas´ têm lançado dúvidas, medo e insegurança a respeito da dita `acidificação oceânica´ e a saúde dos arrecifes de corais e seus peixes.

Pesquisadores pioneiros da pesquisa sobre efeitos do aumento da concentração de CO2 na atmosfera que acidificaria as cáusticas águas dos oceanos, estão ligados a artigos que alegam pelo menos três importantes mudanças: peixes tornando-se propensos a nadar em direção aos sinais químicos liberados por predadores em vez de fugir, aumento de atividade reprodutora em detrimento de forrageamento e tendência do peixe escolher preferencialmente o lado direito ou esquerdo em algumas situações.

O medo de que organismos com conchas e esqueletos de carbonato pudessem estar em perigo foi enfrentado por Timothy Clark, cientista da Universidade de Deakin (Geelong, Austrália). Em 2020, publicou um artigo na Nature resultado de pesquisa que disputou a falha narrativa corrente, em que esclarece, de forma geral, que a exposição de peixes a águas com níveis de acidificação previstos para o final do século tem efeitos negligíveis nesses três comportamentos de peixes.

A Grande Barreira de Corais (GBC) na costa da Austrália decretada morta em um obituário na revista Outside em 2016 tem se recuperado e neste ano de 2022 expressa os maiores níveis de crescimento desde que os registros começaram em 1986. Na realidade, a GBC nunca esteve em perigo iminente. Em 2016, o pesquisador Fredrik Jutfelt, junto a antigos colaboradores de Dixson de seu próprio laboratório iniciaram uma análise dos dados da pesquisadora e tem sofrido retaliação pesada por suas denúncias, agora vingados pelo veredito do comitê de ética da Universidade de Delaware (USA).

A robusta refutação de Timothy Clark contra os argumentos alarmistas sobre recifes e peixes de corais culminou em um processo formal de investigação. Mais especificamente, Danielle Dixson, famosa ecóloga atualmente da Universidade de Delaware, conjuntamente com seu orientador de PhD de 2012, Philip Munday, da Universidade James Cook (JCU, Townsville) na Austrália, tiveram suas pesquisas desmascaradas. Aparentemente, Danielle Dixson forjou muitos resultados em suas pesquisas e os papéis científicos alarmistas contemporâneos sempre têm relação com algum membro desse grupo de pesquisadores.

Essas mesmas pessoas são responsáveis pela errada ideia de que larvas de peixes prefeririam comer micro plásticos ao invés da sua dieta natural. As larvas de peixes são bem mais instintivas nesse ponto do que a má comparação com adolescentes que preferem comer fast-food, divulgada na mídia. O comitê de ética da Universidade de Delaware chegou à conclusão que resultados foram fabricados em várias pesquisas, com vestígios de copia e cola de dados em planilhas de Excel.

Diversos artigos da Danielle Dixson e outros pesquisadores relacionados com Munday, como Oona Lönnsted, têm sido retratados. O problema da irreprodutibilidade de pesquisas chegou até a ecologia, a `revisão por pares´ tem se mostrado uma `revisão por camaradas´. A verdadeira revisão por pares começa quando a pesquisa e os dados brutos são publicados e caem sob o escrutínio do olho clínico da comunidade científica em geral.

Observou-se `efeito de declínio´ nas pesquisas recentes, quando são selecionados somente determinados efeitos de um fenômeno e efeitos mais sutis são ignorados. Há várias causas para o `efeito de declínio´: viés de publicação, citação ou metodológico e efeitos do investigador. Por exemplo, investigando-se `efeito de grupo´; quando todos os papéis com coautoria de pelo menos um dos principais autores dos estudos iniciais sobre acidificação oceânica são retirados de uma meta análise (n = 41 estudos, 45%), o efeito de declínio não foi mais aparente de 2012 à 2019. Assim, conclui-se que efeitos de investigador ou de grupo de laboratório contribuíram para o aumento de publicações com conclusões estreitas e alarmistas nesse tema.

Referências
Martin Enserink, Science Magazine
Star marine ecologist committed misconduct, university says
<https://www.science.org/content/article/star-marine-ecologist-committed-misconduct-university-says>

Analysis challenges slew of studies claiming ocean acidification alters fish behavior
<https://www.science.org/content/article/analysis-challenges-slew-studies-claiming-ocean-acidification-alter-fish-behavior>
<https://twitter.com/martinenserink/status/1557058290328150016>

Fredrik Jutfelt
<https://twitter.com/FredrikJutfelt/status/1557007576172269573>

How did climate doomsters get the Great Barrier Reef so wrong? R Clark, 2022
<https://www.spectator.co.uk/article/how-did-climate-doomsters-get-the-great-barrier-reef-so-wrong->

Willis Eschenbach, efeito de declínio
<https://wattsupwiththat.com/2022/02/21/the-decline-effect-part-1-ocean-acidification/>

  

 

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