sábado, 1 de agosto de 2009
Orgânicos não são mais nutritivos que alimentos convencionais
por Fernando Penteado Cardoso *
E gastamos tanto tempo e dinheiro (inclusive público da ESALQ, do IAC e da EMBRAPA) com essa tecnologia.
(Grifos do autor)
Estudo
Orgânicos não são mais nutritivos que alimentos convencionais
Os alimentos orgânicos não são mais nutritivos do que aqueles produzidos da forma convencional, revelou uma grande revisão de estudos sobre o tema divulgada ontem no Reino Unido. O estudo não mediu outras vantagens dos orgânicos, como o não uso de agrotóxico e fertilizantes em seu cultivo.
Pesquisadores da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres alertaram que os consumidores estariam pagando preços mais elevados em parte por causa dos benefícios nutricionais dos orgânicos sem que haja comprovação científica de tais benefícios.
A revisão de 162 estudos sobre o tema, publicados ao longo dos últimos 50 anos, revelou que não há diferença significativa. “Um pequeno número de diferenças em nutrientes foi constatado entre os produtos orgânicos e os convencionais, mas sem nenhuma relevância em termos de saúde pública”, afirmou Alan Dangour, um dos autores do estudo. “Não há nenhuma evidência a embasar a escolha dos alimentos orgânicos sobre os convencionais por conta de sua superioridade nutricional”.
Foram estudadas 20 das 23 categorias nutricionais, entre eles, vitamina C, cálcio e ferro presentes em legumes, frutas e verduras. O mesmo foi constatado em carnes, laticínios e ovos.
Associações de produtores de orgânicos protestaram.
* Engenheiro agrônomo (ESALQ, turma de 1936) e presidente da Agrisus - Fundação Agricultura Suntentável.
Fonte: Jornal Diário de S. Paulo – 31.07.2009
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E gastamos tanto tempo e dinheiro (inclusive público da ESALQ, do IAC e da EMBRAPA) com essa tecnologia.
(Grifos do autor)
Estudo
Orgânicos não são mais nutritivos que alimentos convencionais
Os alimentos orgânicos não são mais nutritivos do que aqueles produzidos da forma convencional, revelou uma grande revisão de estudos sobre o tema divulgada ontem no Reino Unido. O estudo não mediu outras vantagens dos orgânicos, como o não uso de agrotóxico e fertilizantes em seu cultivo.
Pesquisadores da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres alertaram que os consumidores estariam pagando preços mais elevados em parte por causa dos benefícios nutricionais dos orgânicos sem que haja comprovação científica de tais benefícios.
A revisão de 162 estudos sobre o tema, publicados ao longo dos últimos 50 anos, revelou que não há diferença significativa. “Um pequeno número de diferenças em nutrientes foi constatado entre os produtos orgânicos e os convencionais, mas sem nenhuma relevância em termos de saúde pública”, afirmou Alan Dangour, um dos autores do estudo. “Não há nenhuma evidência a embasar a escolha dos alimentos orgânicos sobre os convencionais por conta de sua superioridade nutricional”.
Foram estudadas 20 das 23 categorias nutricionais, entre eles, vitamina C, cálcio e ferro presentes em legumes, frutas e verduras. O mesmo foi constatado em carnes, laticínios e ovos.
Associações de produtores de orgânicos protestaram.
* Engenheiro agrônomo (ESALQ, turma de 1936) e presidente da Agrisus - Fundação Agricultura Suntentável.
Fonte: Jornal Diário de S. Paulo – 31.07.2009
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9 comentários:
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Oi, Richard.
ResponderExcluirFaltou incluir na pesquisa o caso dos transgênicos.
Esse negócio de orgânico versus convencionais sempre imaginamos ser bobagem, embora certos produtores orgânicos continuem batendo na tecla suspeita.
Os ingleses estão inventando a roda, ótimo, adoramos quando os desenvolvidos nos dizem o que já sabemos ou desconfiamos.
A grande questão entre um e outro está nos resíduos dos produtos que recebem agrotóxicos, só.
Interessante é que muita gente continua achando que aquelas frutas e legumes
descomunais devem seu tamanho aos agrotóxicos, esquecendo dos fertilizantes e quejandos. Que fazer?
abs, RB de Catende
Barreto,
ResponderExcluiresse jogo dos orgânicos versus convencionais estava desigual, digamos 4 a 2 para os orgânicos. Agora chegamos aos 4 x 3, mas a partida ainda não terminou...
O 1º gol dos orgânicos é a questão dos resíduos dos agrotóxicos.
Depois apregoam, por propaganda enganosa, que são mais saborosos, então 2 x 0. Até aí são 2 gols, mas apenas 1 é legítimo, o outro é muito discutível. O 3º gol dos orgânicos já foi em pleno impedimento, e envolvia essa questão de serem “mais saudáveis e nutritivos”, então, valida um gol pra cada lado. O 4º gol dos orgânicos vinha do uso dos fertilizantes, tidos também como poluentes. Ocorre que especialistas como o Professor Emérito da Univ. Federal de Lavras, Alfredão Scheid Lopes, nosso campeão olímpico também nos esportes de salto, já desmistificou isso, mostrando cientificamente que as plantas não diferenciam a “química”, ou melhor, os fertilizantes minerais, dos chamados orgânicos, desde que feita uma boa compostagem, caso contrário o estrume usado nos adubos “naturais” mata a todos os consumidores pela presença de Escherichia coli, salmonelas e outras indesejáveis bactérias. Estamos com 4 x 2, certo?
Pois valida então aos alimentos convencionais o 3º gol, que é a capacidade de chegar a todos por preços mais, digamos assim, razoáveis, além do fato de estarem dentro de conformidade com a lei em termos de conteúdo de agroquímicos, que podem ser tóxicos para nós consumidores quando excedem as quantidades permitidas.
O jogo vai empatar em 4 x 4 na questão da capacidade de fornecimento dos alimentos, coisa que os orgânicos não têm e nunca terão, talvez possamos dizer que lamentavelmente, pois a baixa produtividade dos orgânicos exigiria áreas enormes de terra para plantio, da qual não há disponibilidade, como sabemos. Lembro a você do meu artigo “Agricultura é poluição”, que pode ser lido aqui ao lado, nos “Arquivos do blog”.
Em resumo: acho os dois alimentos bons. O que não deve haver é propaganda enganosa. Cada consumidor que dispuser de grana que opte pelo que achar melhor e mais conveniente. Para que possamos conviver pacificamente. Não acho saudável esse marketing "ambientalista" de gerar medo e de desqualificar o “concorrente” para poder alavancar as suas vantagens competitivas. Já escrevi sobre isso no meu livro Marketing da Terra. Fora desses aspectos, venha o que vier eu sou contra...
Richard
ResponderExcluirAcho por bem citar abaixo os resultados dos autores da referida publicação, todos mostrando melhor conteudo nutricional em organicos. Em clinicas que tratam de pacientes com cancer usando metodos principalmente de dieta (p.ex. www.gerson.org ) o mesmo protocolo com alimentos convencionais traz resultados notavelmente inferiores ou até mesmo a perda/morte ou entoxicação do paciente (concentracao de pesticidas, baixo nivel enzimatico ou conteudo mineral), enquanto que o uso de organicos leva consistentemente a muito melhores resultados. Alem disso, há proteçao do solo, água, meio ambiente etc - ausencia de transgenicos, pesticidas e fertilizantes sinteticos. Muito mais importante que um 'titulo' de organico é a saude do solo. Solo saudavel e bem mineralizado leva naturalmente a plantas mais sadias. Há pesquisas claras mostrando a desmineralizacao dos solos em todo o mundo, um problema que é bem menor ou inexistente no plantio organico.
SDS
Dr Gerson Machado PhD
[...]
"Although the researchers say that the differences between organic and non-organic food are not 'important', due to the relatively few studies, they report in their analysis that there are higher levels of beneficial nutrients in organic compared to non-organic foods. For example, the mean positive difference between the following nutrients, when comparing organic to non-organic food, was found in the FSA study to be:
- Protein 12.7%
- Beta-carotene 53.6%
- Flavonoids 38.4%
- Copper 8.3%
- Magnesium 7.1%
- Phosphorous 6%
- Potassium 2.5%
- Sodium 8.7%
- Sulphur 10.5%
- Zinc 11.3%
- Phenolic compounds 13.2%
The researchers also found higher levels of beneficial polyunsaturated fatty acids in organic meat and dairy products (between 2.1% - 27.8% higher) compared to non-organic meat and dairy.
The Soil Association is also disappointed that the FSA failed to include the results of a major European Union-funded study involving 31 research and university institutes and the publication, so far, of more than 100 scientific papers, at a cost of 18million Euros, which ended in April this year [1].
continuando...
ResponderExcluirThe European Union research programme concluded that:
• 'Levels of a range of nutritionally desirable compounds (e.g. antioxidants, vitamins, glycosinolates) were shown to be higher in organic crops'
• 'Levels of nutritionally undesirable compounds (e.g. mycotoxins, glycoalkaloids, Cadmium and Nickel) were shown to be lower in organic crops'.
In addition, levels of fatty acids, such as CLA and omega 3 were between 10 - 60% higher in organic milk and dairy products, and levels of Vitamin C were up to 90% higher in leafy vegetables and fruits.
There are limited studies available on the health benefits of organic versus non-organic food. Without large-scale, longitudinal research it is difficult to come to far-reaching clear conclusions on this, which was acknowledged by the authors of the FSA review.
[...]
29 July 2009 Soil Association response to the Food Standards Agencys Organic Review
http://www.soilassociation.org/News/NewsItem/tabid/91/smid/463/ArticleID/97/reftab/57/t/Soil-Association-response-to-the-Food-Standards-Agency-s-Organic-Review/Default.aspx
===
http://www.youtube.com/watch?v=bc4bXIg8JDk
Jared Diamond "Collapse: How Societies Choose to Fail or Succeed." This lecture examines the factors that caused great civilizations of the past to collapse and what we can learn from their fates.
http://www.globalonenessproject.org/interviewee/woody-tasch
Slow Money
http://www.consciousmedianetwork.com/
Question Everything
http://www.consciousmedianetwork.com/members/dwolfe.htm
Food for Life David Wolfe - the intelligence of food
http://www.dosseydossey.com/larry/default.html
"I used to believe that we must choose between science and reason on one hand, and spirituality on the other, in how we lead our lives. Now I consider this a false choice. We can recover the sense of sacredness, not just in science, but in perhaps every area of life."
Larry Dossey, M.D. from Reinventing Medicine
http://www.youtube.com/watch?v=k8NgHsKt7tU
Larry Dossey, M.D. interview Project-Peace on Earth
www.project-peaceonearth.org
Larry Dossey, M.D., pioneer in the field of holistic medicine and national best selling author, is interviewed about world peace and the power of music to create transformation.
http://www.bbc.co.uk/radio4/history/inourtime/inourtime_20070208.shtml
KARL POPPER
Popper wrote: “The more we learn about the world and the deeper our learning, the more conscious, specific and articulate will be our knowledge of what we do not know, our knowledge of our ignorance”. He believed that even when a scientific principle had been successfully and repeatedly tested, it was not necessarily true. Instead it had simply not proved false, yet! This became known as the theory of falsification. He called for a clear demarcation between good science, in which theories are constantly challenged, and what he called “pseudo sciences” which couldn't be tested.
"The highest form of ignorance is to reject something you know nothing about."
Dr. Wayne W. Dyer
Caro Richard:
ResponderExcluirChamaram minha atenção duas frases, às quais eu acrescento mais uma, de Lord Kelvin, minha preferida.
Dr. Wayne W. Dyer diz:
"The highest form of ignorance is to reject something you know nothing about."
Karl Kopper diz:
"He called for a clear demarcation between good science, in which theories are constantly challenged, and what he called “pseudo sciences” which couldn't be tested".
Lord Kelvin disse em 1883:
"…when you can measure what you are speaking about, and express it in numbers, you know something about it; but when you cannot measure it, when you cannot express it in numbers, your knowledge is of a meagre and unsatisfactory kind."
Grande abraço
Fernando Penteado Cardoso
Obrigado Richard
ResponderExcluirsomething to reflect on
GM
Yes indeed nearly all of mankind's knowledge is of a meagre and unsatisfactory kind. And will always be, since most things are not truly measurable. Despite all of modern-day science and equipment, today's physics and cosmology acknowledges that we do not know what at least 95% of the universe is made of, let alone how it works (attached). Lord Kelvin would probably acknowledge today that the principles of non quantum physics cannot be used to measure quantum systems, of which life and reality is one.
And yet, human intuition allows for fulfilment and peace when living in harmony with nature and neighbours, since reason, by definition (one could also say by design), cannot comprehend, measure or describe a multidimensional dynamic quantum reality - a mere intention changes the system: http://www.youtube.com/watch?v=8qL1OKrs-q4
The Quantum Reality - An interesting video about the reality in which we are living/creating
http://www.youtube.com/watch?v=KdGep07vBtY
Don Alverto Taxo, a Quichua elder and Iachak (community leader/healer), speaks of the ancient prophecy of the eagle and the condor meeting to bring a new harmony into the world. Don Alverto invites us all to trust the universal human intuition to bring greater harmony into our lives, and to seek after life's deeper meaning.
http://www.youtube.com/watch?v=2vvTUt42Nag
February 27, 2009
Don Alverto Taxo, a Quichua elder and Iachak (community leader/healer), shares his indigenous Andean perspective on the crises and potential of the current pachacuti (thousand-year cycle). Recalling the ancient prophecy of the eagle and the condor, Don Alverto outlines a vision of a new society based on harmony, the honoring of diversity, and a shared evolution toward wisdom and the "subtleness of life." He also describes Pacha Mama, Her relationship to God, the earth and humanity, as well as the serious consequences of disrupting Her natural equilibrium.
http://www.globalonenessproject.org/interviewee/woody-tasch
"The biggest opportunity that we have right now is to radically change people's awareness of the purpose of capital markets"
Woody Tasch in Slow Money - Woody Tasch is chairman and president of Slow Money, a 501c3 formed in 2008 to catalyze the flow of investment capital to small food enterprises and to promote new principles of fiduciary responsibility to support sustainable agriculture and the emergence of a restorative economy.
Gerson Machado
Se alguem esta' comprando alimentos de alguem conhecido e sabe que foram produzidos de forma natural, de acordo com boas tradicoes em principios de sustentabilidade, o rotulo organico e' secundario. Entretanto na maioria das vezes compramos alimentos de pessoas ou empresas que nao conhecemos diretamente. Como consumidor eu tenho interesse de comprar produtos livres de irradiacao, modificacao genetica, pesticidas, fertilizantes artificiais; alem disso quero que sejam produzidos usando menos energia e de forma mais sustentavel para o meio ambiente do qual as nossas futuras geracoes dependem. Alimentos organicos simplesmente sao melhores para as pessoas e o meio ambiente. Nao seja vitima de ma' ciencia ou da ilusao de que agricultura industrial seja sustentavel em larga escala. Ha' muita literatura sobre isso, infelizmente pouco em portugues, mas para os interessados em pesquisar mais, procure na Internet por "The seven deadly myths of insdustrial agriculture", varios artigos sobre "permaculture", "sustainable agricultural economics", "expose on GM science hazards ignored", "holistic agriculture library", "energy use in organic food systems", etc. Finalmente, organizacoes que tratam de doencas degenerativas serias (p.ex. www.gerson.org) usam alimentos organicos pois os mesmos protocolos usando alimentos nao organicos trazem resultados insatisfatorios sendo o contrario com alimentos organicos.
ResponderExcluirGerson,
ResponderExcluirconvido vc e demais visitantes do blog a ler meu artigo "Agricultura é poluição", publicado aqui no blog em dezembro 2007. É parte da minha resposta ao seu comentário acima. Foi também publicado no Annual Report do IPCC - FAO/ONU, 2007.
Adicionalmente devo dizer que cada um de nós tem opiniões diferentes, e isto não é uma mera questão polêmica, mas posições frontalmente contrárias em virtude de óticas diferentes, partindo de premissas também diferentes, apesar de acharmos que temos objetivos iguais, que é a sustentabilidade da humanidade. Além do artigo acima, a ser encontrado no "Arquivos do blog" recomendo a leitura de outros textos que tratam dos temas OGMs, controle dos índices demográficos, sustentabilidade etc. Estão todos aqui no blog, publicados em 2007 e 2008:
1 - Vou parar de ler jornais
2 - Somos todos culpados
3 - Me engana que eu gosto, mas a gente precisa discutir a relação...
4 - A sustentabilidade do agricultor
5 - IPCC: e se os cientistas estiverem enganados?
6 - Os mitos amazônicos
7 - Ai, ai, ai, coitadas das árvores
8 - A gente nasce e vive sem Manual de Instruções
Há outros artigos, mas esses são essenciais para entender minha posição a respeito da idílica e sonhada sustentabilidade apregoada pelos ambientalistas.
Obrigado por colocar suas posições e opiniões, acho que os debates nos fazem crescer e aprender cada vez mais. Espero com isso que a humanidade encontre soluções diante do dilema que atualmente vivemos: sustentabilidade, com ou sem alimentos?
Tudo bem, eu sou um agricultor orgânico, mas meu vizinho não é. E se ele jogar pesticidas de avião e o vento trouxer o veneno para as minhas terras? E se ele plantar OGM e o pólen da cultura dele contaminar a minha? Como é que ficamos? Conclusão: ter um vizinho orgânico, tranquilidade. Ter um vizinho "convencional", sai de baixo!
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