Richard Jakubaszko
Absolutamente hilariante o vídeo abaixo onde Jabor aparece com um texto ufanístico, e faz um inusitado proselitismo do Brasil, aplaude o Bolsa Família, a Copa do Mundo, o pleno emprego dos brasileiros, exalta o reconhecimento internacional do país lá fora, e ainda pede desculpas pelo inconveniente: "Desculpe o transtorno, estamos tentando mudar o país!"
Este vídeo foi postado hoje (30/6/2013) no Youtube, dia em que o Brasil se tornou tetra campeão na Copa das Confederações. Não tem autoria ou créditos, é de alguém que propositalmente não se identifica, mas merece congratulações pela criatividade.
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domingo, 30 de junho de 2013
sábado, 29 de junho de 2013
Por R$ 0,20 fazemos qualquer negócio!
Richard Jakubaszko
Negócios explícitos e adesão sem restrições.
"Fazemos qualquer negócio, entramos até nas manifestações!".
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Negócios explícitos e adesão sem restrições.
"Fazemos qualquer negócio, entramos até nas manifestações!".
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sexta-feira, 28 de junho de 2013
Plástico que volta a ser petróleo
Richard Jakubaszko
Enviado por Hélio Casale, o vídeo abaixo mostra uma geringonça feita por um japonês que transforma plástico em petróleo, novamente... Ora, será que os japoneses descobriram como se faz o moto-perpétuo? Desconheço, em termos científicos, se seria possível se fazer isso. Recorro aos "universitários" frequentadores do blog para nos dizer se é viável esse "retorno às origens".
Se for verídico, é genial! Mas num primeiro momento me parece ser uma pegadinha de "japonês" pra troçar com gente sem conhecimentos científicos...
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Enviado por Hélio Casale, o vídeo abaixo mostra uma geringonça feita por um japonês que transforma plástico em petróleo, novamente... Ora, será que os japoneses descobriram como se faz o moto-perpétuo? Desconheço, em termos científicos, se seria possível se fazer isso. Recorro aos "universitários" frequentadores do blog para nos dizer se é viável esse "retorno às origens".
Se for verídico, é genial! Mas num primeiro momento me parece ser uma pegadinha de "japonês" pra troçar com gente sem conhecimentos científicos...
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quinta-feira, 27 de junho de 2013
Oito dicas para você não pagar mico em tempos de Manifestações
Richard Jakubaszko
Publicado no blog “Amigos do presidente Lula”: http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2013/06/oito-dicas-pra-nao-pagar-mico-em-tempos.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+blogspot/Eemp+%28Os+Amigos+do+Presidente+Lula%29
Publicado no blog “Amigos do presidente Lula”: http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2013/06/oito-dicas-pra-nao-pagar-mico-em-tempos.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+blogspot/Eemp+%28Os+Amigos+do+Presidente+Lula%29
1- Não compartilhe o vídeo dos atores da Globo contra Belo
Monte. Esse vídeo de 2011 está cheio de informações falsas. Inclusive alguns
atores que gravaram o vídeo se arrependeram depois de descobrir que o que eles
disseram não era bem assim.
2- Não diga que foram gastos 30 bilhões em estádios. Na
verdade, foram gastos 7 bilhões, que é coisa pra caramba. Desses 7 bilhões,
grande parte é emprestado pelo governo federal, mas a maior fatia será paga
pela iniciativa privada - que vão explorar os estádios-. Os outros 23 bilhões
foram investimentos em infraestrutura, transporte e aeroportos. Inclusive, o
investimento em transporte é uma das reivindicações dos protestos.
3- Nunca peça
para governo gastar com saúde o
mesmo que se gastou com estádio de futebol. Nos 7 anos de preparação para a
Copa, foram gastos aproximadamente 7 bilhões com estádios. Neste mesmo período,
foram gastos mais de 500 bilhões com saúde. Então se você fizer isso, na
prática você está pedindo pra reduzir consideravelmente os gastos com saúde.
Gastos com saúde nunca são demais. Então cuidado pra não pedir a coisa errada.
4- Não peça para
presidente garantir que algum
político seja preso. Isso é papel do poder Judiciário. O manifesto deve ser
endereçado a este poder.
5- Não peça para presidente
impedir a votação de uma lei ou PEC. Isso é prerrogativa do Congresso. O
manifesto deve ser endereçado aos parlamentares.
6- Não peça para presidente
cassar o mandato de algum deputado ou senador. Isso é papel das casas
legislativas. Está escrito no artigo 55 da Constituição Federal.
7- Nunca peça pra fechar o Congresso e acabar com os
partidos. O último presidente que fez isso foi um Marechal. Tal ato aconteceu
em 1968 e foi nada menos do que o temido AI-5 da ditadura.
8- Não compartilhe aquelas informações falsas sobre o
auxílio reclusão. O auxílio reclusão é um benefício pago à família do detento
que contribuiu com o INSS, logo ele está recebendo um valor pelo qual já pagou
anteriormente. O detento deve ser punido, não sua família.
Por Sidney Braga
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quarta-feira, 26 de junho de 2013
Caiu a árvore? Culpa do prefeito!
Richard Jakubaszko
Por que caem árvores nas cidades? Isso não é normal! Todavia, acontece toda hora.
É porque as prefeituras acham que árvore é um estorvo.
Simples assim.
Se deixassem áreas de terra em volta dos troncos, para que a água das chuvas pudesse penetrar no solo as árvores não ficariam com as raízes secas ou podres, sem serventia para elas em termos de se alimentarem e em se manterem em pé.
Já escrevi sobre isso, aqui no blog, numa matéria chamada "Se as árvores falassem", e entrevistei uma autêntica sibipiruna, mostrando o que as árvores acham dessas imbecilidades dos prefeitos e dos técnicos das prefeituras de cimentar tudo até o tronco.
Se desejar aprofundar seus conhecimentos sobre o tema, leia o texto no link a seguir: aqui
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Por que caem árvores nas cidades? Isso não é normal! Todavia, acontece toda hora.
av 9 de julho, São Paulo, hoje, 26/6/2013. A árvore caiu, culpa de uma chuva de inverno bem fininha e levinha. Atrapalhou o trânsito. Moacyr Lopes Junior/Folhapres |
Simples assim.
Se deixassem áreas de terra em volta dos troncos, para que a água das chuvas pudesse penetrar no solo as árvores não ficariam com as raízes secas ou podres, sem serventia para elas em termos de se alimentarem e em se manterem em pé.
Já escrevi sobre isso, aqui no blog, numa matéria chamada "Se as árvores falassem", e entrevistei uma autêntica sibipiruna, mostrando o que as árvores acham dessas imbecilidades dos prefeitos e dos técnicos das prefeituras de cimentar tudo até o tronco.
Se desejar aprofundar seus conhecimentos sobre o tema, leia o texto no link a seguir: aqui
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terça-feira, 25 de junho de 2013
Dançando com o Diabo
A Caixa de Pandora
Mauro Santayana
Publicado no Coxinha News Network: http://esquerdopata.blogspot.com.br/
As manifestações que tomaram as ruas de todo o país nas
últimas semanas começaram de forma legítima e democrática, convocadas por uma
organização conhecida, que existe há muito tempo, e que há muitos anos defende
a mesma bandeira, acompanhada de outras organizações, muitas delas situadas à
esquerda do espectro político.
O caráter apartidário do Movimento Passe Livre, o êxito da
mobilização, a pauta relativamente aberta de reivindicações, foram logo vistos
pela extrema direita como oportunidade para infiltrar, diretamente e pela
internet, suas ideias no movimento, como “Acorda Brasil”, adaptação direta do
Deutschland Erwacht! do nazismo, atribuído a Goebbels.
Passou-se a incitar o ódio aos políticos, o desprezo pelas
instituições, com a intenção de desacreditar a imagem do país no exterior, e de
atingir a governabilidade e a economia.
Em um primeiro momento, alguns setores da oposição
democrática, inseridos no sistema político normal, podem ter sido atraídos pelo
movimento que exibia cartazes pedindo o impeachment da Presidente Dilma, sem
ver outros, mais numerosos, pedindo indiscriminadamente a cabeça dos políticos
e taxando-os, todos, de ladrões e corruptos.
Outros membros da oposição também se sentiram certamente
acuados, ao se verem cercados no Congresso, ou em cidades e estados governados
por seus partidos, por milhares de pessoas e por grupos armados de paus, pedras
e fogo.
O que estamos vendo, resguardados os manifestantes comuns, é
o vir à luz de um Frankenstein político que, em nome da liberdade de
manifestação, ataca, com bandidos mascarados, instituições nacionais e
militantes do PT, do PSTU, e do PSDB, quando estes ousam sair às ruas.
A tentação de dançar com o diabo, mesmo que por parte de uma
minoria, é perigosa e enganadora. Muitos daqueles que apostaram no caos em
1964, pensando que ascenderiam ao poder - como Carlos Lacerda - terminaram
cassados e humilhados pela Ditadura.
Apesar do recuo das autoridades na questão do preço das
passagens, continuam as manifestações, agora com a intenção deliberada de
paralisar as capitais, como mostram as manobras sincronizadas de interrupção do
tráfego em diferentes pontos, como aconteceu em São Paulo no início da semana.
Essa vertente fascista vem estendendo paulatinamente o seu
controle, indireta e insidiosamente, sobre centenas de pessoas inocentes e bem
intencionadas, e não se descarta a possibilidade de que estejam sendo pagos os
vândalos que promovem quebra-quebras e desatam sua fúria diante das câmeras da
imprensa internacional.
É contra esses inimigos ocultos da democracia que as
instituições, os homens públicos e os cidadãos, quaisquer sejam seus partidos,
têm que se unir – e agora.
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sábado, 22 de junho de 2013
Povo não é bucha de canhão!
Richard Jakubaszko
A imbecilidade parece ter tomado conta do país e do planeta. O que se percebe é o povo manipulado, como sempre foi, as elites e poderosos fazendo o povo de bucha de canhão. É terrorismo puro, não há ética, nem pudor. Na briga pelo "câmbio justo", por menor inflação, políticas sociais mais justas, melhor educação, mais saúde, mais segurança, pela derrubada da PEC 37 (óps! que delícia de reivindicação da mídia elitista! - o povo nem sabe o que é PEC...). Tudo isso é fruto do "sair às ruas como um leão, mas votar como jumento".
Na politicalha oportunista, por trás dos panos e na mídia, dizem "agora tira o Mantega e põe o Meirelles", ou "aumenta a Selic", para ganhar mais na especulação financeira, no desespero de conquistar uns votos a mais na campanha de 2014, a mídia comandada pela elite repete os pleitos que imagina serem os sonhos do povo. E motiva um bando de jovens idealistas - e panacas! - da classe média emergente a protestar nas ruas por 0,20 centavos e que, embevecidos de sua "luta social", se deixam contaminar por neonazistas que só querem a bagunça generalizada. Atrás deles surgem os aproveitadores que assaltam lojas e pessoas nas ruas. E o circo se forma. Primeiro a mídia critica ou ignora as massas, conforme a conveniência. Depois aplaude, e os chavões tipo "o gigante acordou!" imbecilizam a blogosfera e a grande mídia.
Na politicalha oportunista, por trás dos panos e na mídia, dizem "agora tira o Mantega e põe o Meirelles", ou "aumenta a Selic", para ganhar mais na especulação financeira, no desespero de conquistar uns votos a mais na campanha de 2014, a mídia comandada pela elite repete os pleitos que imagina serem os sonhos do povo. E motiva um bando de jovens idealistas - e panacas! - da classe média emergente a protestar nas ruas por 0,20 centavos e que, embevecidos de sua "luta social", se deixam contaminar por neonazistas que só querem a bagunça generalizada. Atrás deles surgem os aproveitadores que assaltam lojas e pessoas nas ruas. E o circo se forma. Primeiro a mídia critica ou ignora as massas, conforme a conveniência. Depois aplaude, e os chavões tipo "o gigante acordou!" imbecilizam a blogosfera e a grande mídia.
Pura manipulação, o barulho atende exclusivamente as críticas da elite que só sabe repetir o refrão da corrupção, "contra tudo isso que aí está". Na guerra da comunicação as trocas de desaforos, a desinformação, o quase caos, ninguém sabe o que está acontecendo, mas as tentativas de golpes seguem seu curso. O Governo Federal, imbecilizado também, politicamente correto, acuado pela mídia, diz que vai atender as tais reivindicações, que vai ouvir os líderes dos protestos.
Que líderes são esses, se há uma anomia (ausência de leis e líderes)? Ou ela está covardemente anônima e escondida! É o que se suspeita.
Parece não haver outra forma de reagir. Se o governo desafiar os manipuladores será acusado de desequilibrado e incapaz de gerir o país. Collor fez isto, pediu ao povo para que não o deixasse sozinho. Saiu, sozinho, foi defenestrado. Justamente pela mídia que o tinha colocado no poder.
Todo mundo manipulado. Sempre foi assim. Usam o povo como bucha de canhão.
Dizem por aí que episódios similares em outros países, nos anos recentes e nos dias de hoje, mostram um colapso da confiança na democracia. Politicólogos dizem que o cidadão comum é apartidário, sente-se cada vez menos representado pelos partidos, pelos políticos e pelos governos. No Brasil, como em outros países, os protestos não são contra correntes específicas ou partidárias ou a favor de ideologias. Especula-se que os jovens não gostam de política e de políticos. Mas, como viver sem eles? Não é uma utopia? Como dito, o brasileiro vai à rua contra “tudo que está aí”. Será? Pode ser, há insatisfações no ar, é verdade, insufladas e estimuladas pela mídia e pelos políticos da oposição, isso sempre houve, mas anda sendo manipulado e exacerbado, convenhamos. Querem reinventar a democracia? Ou desejam desestabilizar o governo? Esta última hipótese parece ser a mais provável, e já apontei isso em posts anteriores. Normalmente dá em merda!
Leio no blog da Cidadania: “o instituto Datafolha realizou entre os manifestantes sobre intenção de voto para presidente da República e que deixou Dilma Rousseff em terceiro lugar e o presidente do STF, Joaquim Barbosa, disparado na frente, em primeiro, mostra que esse movimento que convulsionou e pisoteou o país não representa a grande maioria da sociedade. Segundo a pesquisa, o perfil dos manifestantes mostra que a maioria é composta por homens (61%) e tem nível
superior (78%). Precisa dizer mais alguma coisa?”
Imbecis! Se o povo sair das favelas e dos morros para protestar, se descer ao asfalto, não sobra pedra sobre pedra!
O que se percebe com as pessoas comuns é descontentamento pelo excesso de protesto e manifestação. Alguns declaram ter medo. Outros, mostram irritação, pois viver em grandes cidades está se tornando inóspito, seja pelo trânsito sempre caótico, a demora entre ir e vir do trabalho, a insegurança de andar pelas ruas, e ainda ter de enfrentar baderneiros que querem transformar o país em paraíso, mas antes disso destroem tudo o que encontram pela frente.
Entretanto, sejamos atentos, entendamos o que seja manipulação. Perceba que você está sendo manipulado, lendo abobrinhas pelos "faces" da vida, ao assistir TV ou ler jornais e revistas. Nos blogs também, é óbvio... Leia o texto abaixo, depois de entender o que é manipulação você nunca mais será o mesmo.
As 10 estratégias de manipulação midiática
por Noam Chomsky *
Publicado neste blog, em
JAN/2011: http://richardjakubaszko.blogspot.com.br/2011/01/as-10-estrategias-de-manipulacao.html
1 - A estratégia da distração. O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).
2 - Criar problemas e depois oferecer soluções. Esse método também é denominado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.
3 - A estratégia da gradualidade. Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.
4 - A estratégia de diferir. Outra maneira de forçar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e desnecessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Logo, porque o público, a massa tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.
5 - Dirigir-se ao público como se fossem menores de idade. A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico”.
6 - Utilizar o aspecto emocional mais do que a reflexão. Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos.
7 - Manter o público na ignorância e na mediocridade. Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).
8 - Estimular o público a ser complacente com a mediocridade. Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, ou vulgar e inculto.
9 - Reforçar a autoculpabilidade. Fazer as pessoas acreditarem que são culpadas por sua própria desgraça, devido à pouca inteligência, por falta de capacidade ou de esforços. Assim, em vez de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se autodesvalida e se culpa, o que gera um estado depressivo, em que um dos efeitos é a inibição de sua ação. E sem ação, não há revolução!
10 - Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem. No transcurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados das ciências geraram uma enorme diferença entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no psicológico. O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos indivíduos sobre si mesmos.
* Linguista, filósofo e ativista político estadunidense. Professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, IMT.
NOTAS DO BLOGUEIRO:
A) Este texto consta como autoria de Noam Chomsky. Mas amigos me informam que o verdadeiro autor seria Sylvan Timsit. Não obtive a confirmação, nem de uma coisa e nem de outra, em minhas pesquisas.
B) Dentre as chamadas estratégias de manipulação, seja da mídia ou da população, as mais antigas e conhecidas são as histórias de Papai Noel, a cegonha, logo desmentidas.
C) As crises econômicas e políticas sempre foram criadas por interesses de grupos hegemônicos, ou que tinham pretensão a isso. As guerras, por exemplo, sempre tiveram desculpas religiosas, políticas e econômicas.
D) Como uso da estratégia de manipulação midiática há vários exemplos recentes na história da humanidade: o primeiro, talvez o maior até então, foi a “desculpa” e acusação dos EUA, e de alguns países aliados, de que o Iraque detinha armas de destruição química em massa e precisavam ser detidos nessa caminhada. Assim, detiveram o Iraque, a mídia acompanhou e aplaudiu tudo. Invadiram o Iraque, capturaram, “julgaram”, condenaram e executaram o ditador Sadam Hussein, apesar de ter sido comprovado que as armas químicas não existiam. Guardadas as proporções, foi como o caso da Escola Base, em São Paulo, em 1994. A mídia até hoje se lamenta, e poucos fazem o mea culpa.
E) Outra estratégia de manipulação em curso é a história da carochinha sobre o aquecimento planetário. Tenho vários artigos aqui no blog sobre este assunto, é só o leitor pesquisar aí na aba lateral pelas palavras “CO2”, “aquecimento”, ou “meio ambiente”, que irá localizar dezenas de textos específicos. Recomendo “CO2: a unanimidade da mídia é burra”, escrito com a parceria de Odo Primavesi: http://richardjakubaszko.blogspot.com/2009/10/co2-unanimidade-da-midia-e-burra.html um texto que é, de longe, o meu artigo mais lido até hoje. Recomendo ainda “CO2: discussão de bêbados”: http://richardjakubaszko.blogspot.com/2010/03/discussao-de-bebados.html onde aponto de forma clara os responsáveis por essa manipulação.
F) Lembro que a gripe suína, em 2008, foi mais uma manipulação, de marketing viral, evidentemente, pois iria acabar com pelo menos 1/5 da população planetária. Bastou a indústria farmacêutica vender as vacinas, e mesmo sem o seu uso, os índices de contaminação caíram e a gripe suína esfriou na mídia, saiu das manchetes. Foi a mesma coisa com a história dos gases CFC que iam acabar com a camada de ozônio, foi assim com o boog do milênio, lembram? Ia desligar tudo, porque os computadores não saberiam calcular o calendário dos anos dois mil...
2 - Criar problemas e depois oferecer soluções. Esse método também é denominado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.
3 - A estratégia da gradualidade. Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.
4 - A estratégia de diferir. Outra maneira de forçar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e desnecessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Logo, porque o público, a massa tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.
5 - Dirigir-se ao público como se fossem menores de idade. A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico”.
6 - Utilizar o aspecto emocional mais do que a reflexão. Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos.
7 - Manter o público na ignorância e na mediocridade. Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).
8 - Estimular o público a ser complacente com a mediocridade. Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, ou vulgar e inculto.
9 - Reforçar a autoculpabilidade. Fazer as pessoas acreditarem que são culpadas por sua própria desgraça, devido à pouca inteligência, por falta de capacidade ou de esforços. Assim, em vez de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se autodesvalida e se culpa, o que gera um estado depressivo, em que um dos efeitos é a inibição de sua ação. E sem ação, não há revolução!
10 - Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem. No transcurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados das ciências geraram uma enorme diferença entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no psicológico. O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos indivíduos sobre si mesmos.
* Linguista, filósofo e ativista político estadunidense. Professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, IMT.
NOTAS DO BLOGUEIRO:
A) Este texto consta como autoria de Noam Chomsky. Mas amigos me informam que o verdadeiro autor seria Sylvan Timsit. Não obtive a confirmação, nem de uma coisa e nem de outra, em minhas pesquisas.
B) Dentre as chamadas estratégias de manipulação, seja da mídia ou da população, as mais antigas e conhecidas são as histórias de Papai Noel, a cegonha, logo desmentidas.
C) As crises econômicas e políticas sempre foram criadas por interesses de grupos hegemônicos, ou que tinham pretensão a isso. As guerras, por exemplo, sempre tiveram desculpas religiosas, políticas e econômicas.
D) Como uso da estratégia de manipulação midiática há vários exemplos recentes na história da humanidade: o primeiro, talvez o maior até então, foi a “desculpa” e acusação dos EUA, e de alguns países aliados, de que o Iraque detinha armas de destruição química em massa e precisavam ser detidos nessa caminhada. Assim, detiveram o Iraque, a mídia acompanhou e aplaudiu tudo. Invadiram o Iraque, capturaram, “julgaram”, condenaram e executaram o ditador Sadam Hussein, apesar de ter sido comprovado que as armas químicas não existiam. Guardadas as proporções, foi como o caso da Escola Base, em São Paulo, em 1994. A mídia até hoje se lamenta, e poucos fazem o mea culpa.
E) Outra estratégia de manipulação em curso é a história da carochinha sobre o aquecimento planetário. Tenho vários artigos aqui no blog sobre este assunto, é só o leitor pesquisar aí na aba lateral pelas palavras “CO2”, “aquecimento”, ou “meio ambiente”, que irá localizar dezenas de textos específicos. Recomendo “CO2: a unanimidade da mídia é burra”, escrito com a parceria de Odo Primavesi: http://richardjakubaszko.blogspot.com/2009/10/co2-unanimidade-da-midia-e-burra.html um texto que é, de longe, o meu artigo mais lido até hoje. Recomendo ainda “CO2: discussão de bêbados”: http://richardjakubaszko.blogspot.com/2010/03/discussao-de-bebados.html onde aponto de forma clara os responsáveis por essa manipulação.
F) Lembro que a gripe suína, em 2008, foi mais uma manipulação, de marketing viral, evidentemente, pois iria acabar com pelo menos 1/5 da população planetária. Bastou a indústria farmacêutica vender as vacinas, e mesmo sem o seu uso, os índices de contaminação caíram e a gripe suína esfriou na mídia, saiu das manchetes. Foi a mesma coisa com a história dos gases CFC que iam acabar com a camada de ozônio, foi assim com o boog do milênio, lembram? Ia desligar tudo, porque os computadores não saberiam calcular o calendário dos anos dois mil...
G) Retornemos aos protestos manipulados contra os 0,20 de aumento no transporte público. Movimento sem líder, que começa de repente, e vai crescendo. Igual ao que aconteceu por vários países da Europa, especialmente Grécia, Espanha, e agora na Turquia. Exatamente como a tal "Primavera árabe", que levou países à guerra civil, como Líbia, e outros. Quem será que faz isso? A CIA? A coisa começa pelo "face", tem pauta única e justa em termos sociais, que agrada a um grupo, e vai crescendo, chega às ruas e depois se generaliza, aí todo mundo quer outras melhorias e mudanças, todas justas. Vira pauta generalizada de reivindicações de grupos e grupelhos.
Coincidentemente, aspecto comum aos outros países, são pautas dos grupos políticos que estão fora do poder, mas não têm propostas a fazer. Assim, manipulam os que protestam, e a mídia repercute com alegria. É deplorável! Hipocrisia pura. Até porque, fica claro que anteciparam a campanha política de 2014, mas queriam, quem sabe, interromper a Copa da Confederações, talvez a Copa do Mundo de Futebol de 2014. O Brasil que se ferre!
Era isso, peço perdão aos leitores se me estendi. Mas a causa é nobre.
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Dilma, segura esse povo!
Richard Jakubaszko
Vem da Espanha o sensacional exemplo de como a presidente Dilma pode segurar e acalmar o povo, esse "touro" miura que desfila desorientado nas ruas do Brasil. Evidentemente que precisa de coragem, minha gente, mas é viável, é possível. Até porque o touro diz que representa alguém que não é o povo, que a mídia acha que é, mas é só o tal "mercado" financeiro, um animal arisco, predador, egoísta e insaciável, típico das grandes urbes.
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Vem da Espanha o sensacional exemplo de como a presidente Dilma pode segurar e acalmar o povo, esse "touro" miura que desfila desorientado nas ruas do Brasil. Evidentemente que precisa de coragem, minha gente, mas é viável, é possível. Até porque o touro diz que representa alguém que não é o povo, que a mídia acha que é, mas é só o tal "mercado" financeiro, um animal arisco, predador, egoísta e insaciável, típico das grandes urbes.
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quinta-feira, 20 de junho de 2013
Agora já existe um mártir!
Richard Jakubaszko
Demorou, mas apareceu hoje um mártir, em Ribeirão Preto, SP. Mártir involuntário, vitima de atropelamento intencional. Marcos Delefrate, 18, é o nome do ativista, e morreu no local. Fruto da intempestividade de alguém da elite, afinal, pilotava uma Land Rover, placas KVB-6963. Tresloucado, isoladamente, o motorista desejava passar em meio ao movimento de protesto. Estava acompanhado de uma mulher e uma criança. É carro de empresa e já foi localizado, mas o motorista encontra-se foragido. Fugiu sem prestar socorro às 4 vitimas, pois atropelou outros 3 além do morto. Dos três sobreviventes um deles tem gravíssima situação, e corre risco de morte. Quando for localizado, ou se apresentar à polícia, corre o risco de ser linchado.
O vídeo abaixo (veiculado no UOL), que registrou a imbecilidade ao vivo, não deixa dúvidas de que foi um ato impensado, insano, de irritação, covarde e inapropriado a um cidadão civilizado, que deveria ter dado meia volta e procurado outro trajeto.
Por enquanto, é uma consequência pequena do que pode vir a acontecer neste país diante dos protestos generalizados que a gente assiste pelas TVs. Na Globo, então, parece que há uma festa "lá embaixo", tudo filmado dos robocoops, a impressão que se tem é a de que, lá embaixo, acontece um Carnaval generalizado, país adentro.
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Demorou, mas apareceu hoje um mártir, em Ribeirão Preto, SP. Mártir involuntário, vitima de atropelamento intencional. Marcos Delefrate, 18, é o nome do ativista, e morreu no local. Fruto da intempestividade de alguém da elite, afinal, pilotava uma Land Rover, placas KVB-6963. Tresloucado, isoladamente, o motorista desejava passar em meio ao movimento de protesto. Estava acompanhado de uma mulher e uma criança. É carro de empresa e já foi localizado, mas o motorista encontra-se foragido. Fugiu sem prestar socorro às 4 vitimas, pois atropelou outros 3 além do morto. Dos três sobreviventes um deles tem gravíssima situação, e corre risco de morte. Quando for localizado, ou se apresentar à polícia, corre o risco de ser linchado.
O vídeo abaixo (veiculado no UOL), que registrou a imbecilidade ao vivo, não deixa dúvidas de que foi um ato impensado, insano, de irritação, covarde e inapropriado a um cidadão civilizado, que deveria ter dado meia volta e procurado outro trajeto.
Por enquanto, é uma consequência pequena do que pode vir a acontecer neste país diante dos protestos generalizados que a gente assiste pelas TVs. Na Globo, então, parece que há uma festa "lá embaixo", tudo filmado dos robocoops, a impressão que se tem é a de que, lá embaixo, acontece um Carnaval generalizado, país adentro.
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Como reconhecer se os ovos estão bons
Richard Jakubaszko
O teste é bem simples, observe a foto, e siga as instruções. O ideal seria que a gente também pudesse fazer isso com as pessoas, né não? Por exemplo, numa passeata,
saber quem é quem, se é infiltrado, se está dissimulando, fingindo que é favor da reivindicação, quando na verdade não se interessa pelo protesto e pela causa social, mas apenas em tirar proveito político da situação, seja quebrando, depredando o patrimônio público, seja roubando grandes lojas e magazines, ou pequenas lojas de micro-comerciantes, seja assaltando pessoas nas ruas depois que o grande grupo se vai a outro local e as ruas antes cheias ficam entregues a vândalos, pois a polícia segue atrás do grupo que protesta, e quem fica para trás é que se dana...
É o preço da democracia. Mesmo sendo um sistema imperfeito deve ser preservado, até que se consiga criar um sistema melhor.
A única certeza que tenho é que os excessos nunca edificam nada de positivo. Ainda considero o voto como a forma mais adequada e perfeita de se manter a democracia em pé, altiva e soberana, acima das opiniões elitistas, daí a importância de se fazer escolhas pertinentes, e que vença a maioria, para atender em tudo aquilo que o povo quer e precisa.
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O teste é bem simples, observe a foto, e siga as instruções. O ideal seria que a gente também pudesse fazer isso com as pessoas, né não? Por exemplo, numa passeata,
saber quem é quem, se é infiltrado, se está dissimulando, fingindo que é favor da reivindicação, quando na verdade não se interessa pelo protesto e pela causa social, mas apenas em tirar proveito político da situação, seja quebrando, depredando o patrimônio público, seja roubando grandes lojas e magazines, ou pequenas lojas de micro-comerciantes, seja assaltando pessoas nas ruas depois que o grande grupo se vai a outro local e as ruas antes cheias ficam entregues a vândalos, pois a polícia segue atrás do grupo que protesta, e quem fica para trás é que se dana...
É o preço da democracia. Mesmo sendo um sistema imperfeito deve ser preservado, até que se consiga criar um sistema melhor.
A única certeza que tenho é que os excessos nunca edificam nada de positivo. Ainda considero o voto como a forma mais adequada e perfeita de se manter a democracia em pé, altiva e soberana, acima das opiniões elitistas, daí a importância de se fazer escolhas pertinentes, e que vença a maioria, para atender em tudo aquilo que o povo quer e precisa.
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terça-feira, 18 de junho de 2013
Estamos em guerra!
Richard Jakubaszko
Sim, estamos em guerra! E, nas guerras, a primeira vítima é a verdade. Esse aforismo comprovou-se verdadeiro na atual situação.
Num primeiro momento os protestos dos jovens brasileiros contra o aumento das tarifas dos transportes públicos foi considerado extemporâneo, tanto pela mídia como pelos governos, em todas as instâncias. Num segundo momento, a grande mídia insuflou as PMs a acabar com a "baderna", e autorizou as polícias a "descer o cacete". A PM mandou ver e os manifestantes tornaram-se vítimas, só faltou um mártir morto, mesmo sem o mártir os jovens ganharam a simpatia do povo, das pessoas, lideranças, artistas, etc.
Como em política não existe espaços vazios, e por causa da ausência de lideranças explícitas no movimento MPL, Movimento do Passe Livre, o que exacerbava a falta de comunicação com a população e os governos, pseudo-intérpretes de grupos partidários e ideológicos tomaram para si a palavra e a tradução do que representa o MPL. Os Jabor da vida já caíram do cavalo, e ele talvez tenha sido o único "honesto", ao admitir que foi apressado e avaliou mal suas percepções sobre as reivindicações. Não apenas por Jabor, mas pela sua conduta e postura nos noticiários, a Rede Globo foi uma das mais criticadas no protesto de ontem, com sonoras vaias dos jovens a cada vez que seu robocop surgia nos céus, com um sonoro "Rede Globo, vai tomar no cu". A Globo sentiu o impacto, seus apresentadores estavam carrancudos ontem, desconfortáveis, e alguns dos repórteres esconderam o logotipo da Globo, impressos em seus microfones.
A mídia, entretanto, ocupa os espaços, interpreta as mensagens, partidariza o debate, puxa a brasa para a sua sardinha, e ao MPL aderiram, nestes últimos momentos, quase todos os partidos políticos, antecipando o que será a campanha eleitoral em 2014.
A mídia vai além e tenta interpretar o MPL como um movimento de insatisfação geral, como se fôssemos uma Grécia cheia de desempregados e em plena crise. Compara-se o Brasil a outros países em crise e tenta-se jogar a responsabilidade nos governos de plantão, nivelando a política na sua mais baixa estatura, interesseira e rasteira, e à qual se acrescenta, conforme os interesses de conveniência, um problema "caótico" a mais, seja a votação da PEC 37, seja a não prisão dos "mensaleiros" condenados, seja a "corrupção generalizada", e até a "inflação galopante", ou a desvalorização do dólar em 0,02 centavos coloca os mercados em "pânico", tudo comprovado pelas vaias contra Dilma, e, especialmente, pela queda de seus "índices de popularidade" nas pesquisas.
Dilma, por sua vez, declarou à mídia que:
Bonito discurso, mas ainda é pouco, presidente Dilma. Precisa mais. Seu governo peca pela má comunicação com o povo, neste e em outros momentos. Há muita coisa boa em seu governo para informar ao povo.
Ora, ora, se a verdade é a primeira vítima das guerras, esta guerra não será diferente. Os líderes do MPL precisam ter a consciência de que aproveitadores de plantão irão ocupar os espaços vazios do vácuo de liderança explícita do movimento, com o viés de conveniência de simplesmente protestar por protestar. O desenrolar das reivindicações (e que serão, a partir de agora, mais incentivados pela grande mídia a abrir o leque de temas - leia-se Veja, por exemplo), levará o país a ter eleições tumultuadas em 2014, com possibilidades de surpresas inimagináveis aos acomodados ou distraídos de hoje. Foi assim que a Espanha voltou a eleger políticos de direita como Aznar, ou que a Itália reconduziu Berlusconi ao poder, e por isso hoje a situação anda tão ruim para eles, a começar pelo desemprego, crises, dívidas impagáveis e perspectiva zero de futuro.
Barbas de molho, minha gente!
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Sim, estamos em guerra! E, nas guerras, a primeira vítima é a verdade. Esse aforismo comprovou-se verdadeiro na atual situação.
Num primeiro momento os protestos dos jovens brasileiros contra o aumento das tarifas dos transportes públicos foi considerado extemporâneo, tanto pela mídia como pelos governos, em todas as instâncias. Num segundo momento, a grande mídia insuflou as PMs a acabar com a "baderna", e autorizou as polícias a "descer o cacete". A PM mandou ver e os manifestantes tornaram-se vítimas, só faltou um mártir morto, mesmo sem o mártir os jovens ganharam a simpatia do povo, das pessoas, lideranças, artistas, etc.
Como em política não existe espaços vazios, e por causa da ausência de lideranças explícitas no movimento MPL, Movimento do Passe Livre, o que exacerbava a falta de comunicação com a população e os governos, pseudo-intérpretes de grupos partidários e ideológicos tomaram para si a palavra e a tradução do que representa o MPL. Os Jabor da vida já caíram do cavalo, e ele talvez tenha sido o único "honesto", ao admitir que foi apressado e avaliou mal suas percepções sobre as reivindicações. Não apenas por Jabor, mas pela sua conduta e postura nos noticiários, a Rede Globo foi uma das mais criticadas no protesto de ontem, com sonoras vaias dos jovens a cada vez que seu robocop surgia nos céus, com um sonoro "Rede Globo, vai tomar no cu". A Globo sentiu o impacto, seus apresentadores estavam carrancudos ontem, desconfortáveis, e alguns dos repórteres esconderam o logotipo da Globo, impressos em seus microfones.
A mídia, entretanto, ocupa os espaços, interpreta as mensagens, partidariza o debate, puxa a brasa para a sua sardinha, e ao MPL aderiram, nestes últimos momentos, quase todos os partidos políticos, antecipando o que será a campanha eleitoral em 2014.
A mídia vai além e tenta interpretar o MPL como um movimento de insatisfação geral, como se fôssemos uma Grécia cheia de desempregados e em plena crise. Compara-se o Brasil a outros países em crise e tenta-se jogar a responsabilidade nos governos de plantão, nivelando a política na sua mais baixa estatura, interesseira e rasteira, e à qual se acrescenta, conforme os interesses de conveniência, um problema "caótico" a mais, seja a votação da PEC 37, seja a não prisão dos "mensaleiros" condenados, seja a "corrupção generalizada", e até a "inflação galopante", ou a desvalorização do dólar em 0,02 centavos coloca os mercados em "pânico", tudo comprovado pelas vaias contra Dilma, e, especialmente, pela queda de seus "índices de popularidade" nas pesquisas.
Dilma, por sua vez, declarou à mídia que:
Meu governo está comprometido com a transformação
social’, disse. E ainda:
“Os que foram ontem (17/6/2013) às ruas deram uma mensagem direta ao
conjunto da sociedade, sobretudo aos governantes de todas as instâncias. Essa
mensagem direta das ruas é por mais cidadania, por melhores escolas, melhores
hospitais, postos de saúde, pelo direito à participação. Essa mensagem direta
das ruas mostra a exigência de transporte público de qualidade e a preço justo.
Essa mensagem direta das ruas é pelo direito de influir nas decisões de todos
os governos, do Legislativo e do Judiciário. Essa mensagem direta das ruas é de
repudio à corrupção e ao uso indevido do dinheiro público”, afirmou.
E continuou:
“O Brasil tem orgulho deles. Devemos louvar o caráter
pacifico do atos públicos. O caráter pacífico dos atos públicos de ontem
evidenciou também o correto tratamento dado pela segurança publica à livre
manifestação popular”, afirmou.
Bonito discurso, mas ainda é pouco, presidente Dilma. Precisa mais. Seu governo peca pela má comunicação com o povo, neste e em outros momentos. Há muita coisa boa em seu governo para informar ao povo.
Ora, ora, se a verdade é a primeira vítima das guerras, esta guerra não será diferente. Os líderes do MPL precisam ter a consciência de que aproveitadores de plantão irão ocupar os espaços vazios do vácuo de liderança explícita do movimento, com o viés de conveniência de simplesmente protestar por protestar. O desenrolar das reivindicações (e que serão, a partir de agora, mais incentivados pela grande mídia a abrir o leque de temas - leia-se Veja, por exemplo), levará o país a ter eleições tumultuadas em 2014, com possibilidades de surpresas inimagináveis aos acomodados ou distraídos de hoje. Foi assim que a Espanha voltou a eleger políticos de direita como Aznar, ou que a Itália reconduziu Berlusconi ao poder, e por isso hoje a situação anda tão ruim para eles, a começar pelo desemprego, crises, dívidas impagáveis e perspectiva zero de futuro.
Barbas de molho, minha gente!
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domingo, 16 de junho de 2013
Dilma: estamos preparando o país para os próximos vinte anos.
Dilma, exclusivo: estamos preparando o país para os próximos vinte anos
Entrevista publicada no site do Jornal GGN:
por Luis Nassif
O ar aparenta certo cansaço. Mas os olhos brilham e Dilma
Rousseff é capaz de discorrer por duas horas sem perder o pique sobre seu tema
preferido: o Brasil.
Garante que no segundo semestre o país testemunhará o
deslanche das concessões e parcerias público-privadas. Entusiasma-se ao falar
da construção naval, da lei dos portos e de como a reserva do campo de Libra
impactará o país.
Criaram-se lendas de que Dilma irrita-se com críticas, a
ponto de romper com o crítico. Não é o que transpareceu na conversa de duas
horas, na quinta-feira no Palácio do Planalto. Mostrou sua visão de país e
informou ter alertado alguns ministros mais suscetíveis sobre a importância de
se dar atenção às críticas fundamentadas.
Um dos interlocutores de Dilma garante que a imagem da
“gerentona” não faz justiça a ela. Segundo ele, poucos presidentes na história
tiveram a visão estratégica de futuro de Dilma. “Ela sempre pensa no país daqui
a 10, 15 anos”, explica o interlocutor. “Não se inebria com resultados
imediatos”.
Tem pressa. Entende que presidentes passam, o país fica. E
quer deixar o máximo possível de sementes plantadas. Talvez explique o fato de
empurrar conflitos com a barriga, ceder em muitos pontos, não parar sequer para
colocar o Ministério em ordem, por não
ter tempo a perder para colocar em pé um trabalho que – segundo sua mesma
expectativa – só começará a frutificar daqui a dez, quinze anos.
E é o que talvez explique a condescendência imprudente com
seu Ministério.
Na hora da operação, esbarra na fragilidade de alguns
Ministros e no acomodamento de outros. Aí, é obrigada a perder parte relevante
do tempo corrigindo problemas operacionais. O álibi “Dilma truculenta” é
invocada por muitos Ministros para justificar sua própria mediocridade e
apatia.
A entrevista revela uma presidente com plena clareza sobre
os caminhos estratégicos do país. Mas, para consolidar sua obra, falta a freada
de arrumação, uma mudança maiúscula no Ministério, uma reestruturação no modo
de gerenciar os Ministros – agrupando núcleos de Ministérios em torno de
algumas figuras-chave, que possam ser a Dilma da Dilma -, uma reformulação na
articulação política. E determinar aos seus Ministros que corram riscos,
busquem iniciativas, demitindo os que se dizem com medo de cara feia.
Ao ouvir o nome do jornal GGN, pergunta a relação com o
Grupo Gente Nova (GGN), organização de lideranças jovens cristãs, que vicejou
em Minas nos anos 60. O berço do GGN foi Belo Horizonte e, através das
freirinhas do Sion, Dilma e outros jovens faziam trabalho social em bairros
pobres, discutiam política e o Concílio Vaticano 2 de João 23. O GGN
transbordou para Poços de Caldas, também através de freirinhas - na caso, as
dominicanas.
Dilma recorda desses tempos, compara com o que sua neta
encontrará pela frente. E dá o mote para o início da entrevista.
O novo país
GGN – Que país a senhora pretende que nossa geração entregue
para a de nossos netos?
Dilma - Está vindo por aí uma nova geração totalmente
diferente, que encontrará um país totalmente diferente do que nossa geração
recebeu. Nós vamos transformar o Brasil em um país rico, de classe média.
Pessoalmente acho que essa herança ficará não apenas eliminando a pobreza, mas
conseguindo uma educação de altíssima qualidade. Só a educação permite um ganho
permanente, irreversível. Por isso defendo os royalties para educação.
GGN – Qual a próximo ciclo da economia?
Dilma – A etapa do combate à miséria absoluta está prestes a
terminar. Hoje em dia, existe o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, o apoio
ao microempreendedor, o Luz Para Todos. Essa foi a primeira grande leva de
transformações e só tem dez anos. Os frutos ainda nem começaram a aparecer. A
segunda grande leva será a busca da competitividade.
GGN – E as frentes da próxima batalha?
Dilma – A principal é a Educação, que serve ao lado social e
à competitividade. Há um amplo investimento no Prouni (Programa Universidade
para Todos), no FIES (Financiamento Estudantil), na ampliação das escolas
técnicas, de universidades e novos campis. E na interiorização da educação.
Levar a educação para o interior muda padrão de vida de toda uma região.
Os analistas ainda não se deram conta da extensão do
trabalho em educação. Financiamos R$ 1,5 bilhões para o Senai ampliar a
formação de mão de obra. A Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego) da CNI (Confederação Nacional da Indústria) irá formar 8 milhões
de trabalhadores até 2014. O MEC (Ministério da Educação) está entrando com
recursos para formação de técnico para nível médio.
A parte relevante é o treinamento de mão de obra com vários
escalões, até chegar à Tereza Campello (do Ministério do Desenvolvimento
Social). Há várias turmas de filhos do Bolsa Família se formando. Já chegam a
um milhão de alunos.
Essa mesma parceria do Senai estamos fazendo com o Senar (da
Agricultura) e com o Senac (do Comércio). O Senai e o Senar são os parceiros
mais ativos.
O mais interessante é a quantidade de mulheres que saem do
Bolsa Família e se tornam operárias especializadas. Na cerimônia de formação
dos alunos do BF, a oradora da turma era uma moça que se tornou eletricista.
Os marcos regulatórios
GGN – E a outra frente?
Dilma - A segunda frente são os novos marcos regulatórios.
No período Lula houve o marco do setor elétrico. Depois, o pre-sal. Como se
sabia onde havia petróleo, com risco menor de prospecção, mudou-se a exploração
para o sistema de partilha, para o país beneficiar-se o máximo possível da nova
riqueza.
GGN – E a Lei dos Portos?
Dilma – O marco regulatório dos portos é fundamental. No
lançamento afirmei que seria a segunda abertura dos portos. A primeira, de Dom
João VI, foi para o comércio com as nações amigas. A segunda, agora, é a
abertura para o investimento privado. Há a necessidade de um padrão de
eficiência compatível com a sofisticação industrial, agrícola e a extração de
minérios.
No caso dos portos, ampliar os terminais de uso privado,
deixar quem quiser exportar através de container, sem reserva de mercado, e
ampliar a capacidade de comunicação do país com o exterior.
Na sequencia, o desafio será priorizar a cabotagem
(navegação da costa).
Um de nossos principais atos foi o de desobstruir a
infraestrutura. Todo mundo tem o direito de passar. Para não penalizar quem faz
a infra, quem quiser passar paga o mesmo que o concessionária cobra de si
próprio.
A expansão dos portos abrirá um novo mundo, permitindo a
integração com ferrovias, com o transporte aquaviário.
Hoje em dia, temos condições de planejar estrutura
ferroviária, porque os portos são importantes, porque rodovias estão sendo
duplicadas. Eisenhower, quando assume
governo norte-americano, duplicou todas as estradas. Chefiou as Forças Aliadas
na Segunda Guerra. Planejou atravessar a França para chegar e Berlim em
determinado prazo. O planejamento fio em cima da experiência antiga com as
estradas francesas, estreitas. Quando entrou nas autobans, a chegada em Berlim
foi abreviada. Aí ele entendeu a importância das autoestradas. Levou 15 anos
para duplicar as estradas norte-americanas. Nós duplicamos os principais eixos.
O salto agrícola
GGN – Resolve-se, com isso, o problema do transporte das
safras?
Dilma - Ninguém notou muito, mas lançamos recentemente uma
política fundamental, a de armazenagem. Precisamos de 65 milhões de toneladas
de capacidade instalada de armazéns. No último Plano de Safras, foram
destinados R$ 136 bilhões para a agricultura comercial e R$ 21 bi para a
familiar. Foram colocados R$ 5,5 bilhões, a 3% ao ano de juros e prazos de 15
anos, para a ampliação da rede de armazéns.
Ao mesmo tempo, será recriada uma estrutura de assistência
técnica e extensão rural.
A Embrapa é uma instituição voltada para a pesquisa. A nova
organização será voltada para a assistência técnica, como agência de difusão de
tecnologia. Será enxuta e seu papel consistirá em articular consultorias
privadas para atuar em duas áreas prioritárias: agricultura de precisão e
produção de hortifrutigranjeiros em áreas protegidas (estufas), além de
pesquisas em biotecnologia, nas áreas de DNA, pecuária leiteira.
O campo de Libra
GGN – E a licitação do campo de Libra?
Dilma - Ainda não caiu a ficha geral sobre a próxima
licitação do pré-sal, em 22 de outubro. Será licitado apenas um campo, o de
Libra. Dentro da política da ANP (Agência Nacional de Petróleo), a Petrobras
foi contratada para furar um poço. Fez a prospecção e constatou, inicialmente,
uma capacidade potencial de 5 bilhões de barris equivalente de petróleo.
Depois, pegaram os mapas de sísmica em 3D e enviaram para análises em Londres.
Os últimos dados apontam para uma capacidade de 8 a 12 bilhões de bpe. É algo
em torno de 2/3 do total das reservas brasileiras descobertas em toda sua
história.
As análises iniciais indicam um preço bastante competitivo,
na faixa de 40 dólares o barril. O gás de xisto dos Estados Unidos, tão falado,
não sairá por menos de 80 dólares.
GGN – Recentemente fizemos em Porto Alegre um seminário
sobre a indústria naval e houve relatos entusiasmados sobre os avanços no
setor.
Dilma – Você não sabe a satisfação que é quando se percebe
que um objetivo foi alcançado. Lembro-me que em 2003 o presidente Lula me
chamou e disse que o Brasil já tinha sido um dos maiores produtores de navio
nos anos 70. E que queria que voltasse a ser. Fui com a Graça Foster, titular
de uma das secretarias do Ministério, até um estaleiro abandonado.
Era um areal imenso, a perder de vista, sem nada em cima. As
pessoas caçoavam, diziam que seria impossível o Brasil construir navios, que
estava muito acima da nossa capacidade. Ora, construir navios é a capacidade de
transportar chapas e de soldar. Como, impossível?
Hoje, quando volto aos mesmos lugares, vemos guindastes
gigantescos, o estado da arte, equipamentos sofisticados. E com o campo de
Libra, vai ser um salto ainda maior. Haverá uma demanda gigantesca por
equipamentos, de 14 a 17 plataformas, exigindo acelerar substancialmente a
indústria naval.
GGN – Porque concessões e investimentos demoram tanto a
deslanchar?
Dilma - O país paga um preço de 20 anos com austeridade
fiscal e baixa projeção econômica e de investimento. Ninguém passa imune por
isso.
As consequências foram a hipertrofia das estruturas de
fiscalização em detrimento da execução. O funcionalismo fiscal tornou-se
importante; o de execução perdeu status e incentivo. Esse fenômeno espalhou-se
pelo setor privado, com os engenheiros de produção cedendo lugar aos
engenheiros voltados para a área financeira e de gestão. Desapareceram as
grandes empresas de consultoria de engenharia.
O planejamento de longo prazo retornou ao país em 2007, com
o primeiro PAC (Plano de Aceleração do Crescimento). Ninguém mais fazia
projetos, nem a União, nem os estados nem a iniciativa privada estavam
preparados para enfrentar o desafio.
De lá para cá houve expressiva mudança qualitativa. Hoje em
dia União, estados e iniciativa privada estão mais aparelhados, as empresas de
projetos são bem melhores, com impacto no ritmo das obras. Houve modificações
nos sistemas de contratação, reduzindo o tempo, melhoria na capacidade de
planejar.
GGN – Quando as concessões deslancharão?
Dilma - Na segunda metade do ano, haverá um festival de
licitações. Serão licitados 7.500 km de rodovias, aeroportos, ferrovias, o poço
de Libra, gás em terra, armazéns, linhas de transmissão e geração e o TAV (Trem
de Alta Velocidade). Os empresários internacionais já acordaram para isso.
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sexta-feira, 14 de junho de 2013
Sem distorcer, distorcendo.
Carlos Brickmann *
Frase do pastor Silas
Malafaia: “O crime de opinião foi extinto e o ativismo gay quer dizer que a
minha opinião sobre a união homoafetiva é crime”.
Título do portal
noticioso de um grande jornal: “Silas Malafaia diz que união homoafetiva é
crime”.
Talvez tenha sido um erro, de alguém que leu o texto muito
por alto e elaborou o primeiro título que coube no espaço. Talvez tenha sido o
efeito-manada: como é politicamente correto falar mal do pastor Malafaia, vale
qualquer título que se faça contra ele. Mas é óbvio, pelo texto, que o pastor
disse que há ativistas querendo transformar em crime uma opinião com a qual não
concordam.
Frase do
ex-presidente Lula: “Já liguei para a presidente Dilma e disse para ela
(...) da falta de fiscal. Ela disse: Pode deixar que eu vou chamar o pessoal
para resolver isso”.
Título de um grande
jornal: “Lula diz a executivos do Peru que influi em decisões de Dilma”.
Talvez tenha sido um erro, de alguém que confundiu a
reclamação de uma pessoa de prestígio (e comunica a seus interlocutores que a
queixa deu resultado) com uma bravata, uma bazófia, uma tentativa de mostrar-se
importante. Talvez tenha sido o efeito-manada: há grupos partidários
interessados em mostrar que Lula manda em Dilma, há grupos partidários
interessados em mostrar que, ao contrário do que dizem outros grupos, Lula e
Dilma se entendem perfeitamente, há grupos partidários interessados em mostrar
que, sem os conselhos de Lula, a presidente Dilma é incapaz de tomar qualquer
decisão, por simples que seja. Mas é óbvio, pelo texto, que Lula diz ter feito
uma queixa à presidente (que o atende prontamente ao telefone, e isso nunca foi
segredo, nem é errado) e que ela prometeu levar em conta as ponderações que lhe
foram feitas.
O pior é que, tanto no noticiário impresso quanto no
virtual, o título é mais lido do que a notícia. Como agravante, o noticiário
virtual não dá aos títulos a mesma importância que lhes é concedida nos meios
impressos. Entrou no espaço (às vezes nem isso), está ótimo: bola pra frente,
que o importante é sair alguns segundos na frente da concorrência – sabe-se lá
para que, mas deve ser bom.
Há alguns anos, quando o então candidato Lula comandava a
Caravana da Cidadania e o presidente era Itamar Franco, Lula fez um comentário
absolutamente normal, em linguagem coloquial, sobre as oportunidades que, a seu
ver, Itamar estava perdendo. As palavras que usou poderiam normalmente ser
consideradas ofensivas; mas, em determinado contexto – algo como “esse (...) do
nosso goleiro está pegando tudo!” – são elogiosas. Definitivamente, Lula não
estava insultando Itamar nem sua família; definitivamente, o que Lula dizia de
Itamar não se referia à conduta de dona Itália, a senhora mãe do então
presidente. Mas houve quem forçasse a barra, forçando o país a discutir insultos
que não haviam sido proferidos.
Tão ruim quanto distorcer o que foi dito para obter um
título melhor é levar ao pé da letra uma expressão coloquial, para criar
constrangimentos (ou criando-os do mesmo jeito, mesmo sem intenção). Quando
alguém se refere a um jogador de futebol como perna de pau, ou a um boxeador
como queixo de vidro, certamente não está pensando numa prótese.
De qualquer forma, surge então o principal problema: além da
criação de constrangimentos, o desvio de foco dos debates. Pois quando se
discute o problema errado a solução será sempre errada.
O passado passou
Atenção, colegas: o Superior Tribunal de Justiça decidiu
pelo direito ao esquecimento. Da mesma forma como um eventual crime é prescrito
depois de determinado período, fatos passados não devem ser relembrados
constantemente, como se fossem uma espécie de aposto do nome do personagem.
Ninguém pode ser obrigado a conviver para sempre com erros do longínquo
passado.
As decisões foram adotadas em dois casos diferentes: o de
uma pessoa acusada (processada, julgada e absolvida) no caso da Chacina da
Candelária, e o de uma jovem assassinada em 1958, num caso que mereceu ampla
repercussão da imprensa em geral, capitaneada pelas reportagens da revista O
Cruzeiro. O processo, no episódio da moça assassinada, foi movido por sua
própria família, alegando que os fatos já não eram mais de conhecimento popular
e que revivê-los apenas traria de volta as angústias e sofrimentos por que
passou na época.
Diz o ministro Luiz
Eduardo Salomão, relator dos dois casos no STJ:
“Não se pode, pois, nestes casos, permitir a eternização da
informação. Especificamente no que concerne ao confronto entre o direito de
informação e o direito ao esquecimento dos condenados e dos absolvidos em
processo criminal, a doutrina não vacila em dar prevalência, em regra, ao
último”.
Não há uma definição do prazo que faz com que o envolvido em
algum episódio ganhe o direito ao esquecimento. Cada caso é um caso (e nem
sempre o princípio do direito ao esquecimento poderá ser aplicado). O
importante é saber que há uma nova tendência na análise de eventuais abusos que
prejudiquem a imagem de personagens de notícias ou lhes causem qualquer tipo de
prejuízo.
Preconceito, sempre
Na foto de um grande portal noticioso, a tenista Maria
Sharapova aparece durante num bom lance de mais uma partida que venceu. No
título, informa-se que a tenista “só não vence a celulite”.
É o preconceito velho de guerra: este colunista nunca viu
críticas à estética das pernas de Garrincha, exceto quando se discutiam
problemas médicos e as causas de, mesmo sendo tortas, permitirem dribles
incríveis e rápidas arrancadas. Mas Maria Sharapova não pode apenas ser uma das
maiores tenistas do mundo: o importante, para alguns meios de comunicação, é a
celulite. Então, tá.
A culpa da vítima
E, por falar em preconceito, a polícia da capital chinesa,
Pequim, iniciou campanha contra o assédio sexual. Sugere às mulheres que não
usem minissaias ou outras roupas “leves demais” em ônibus ou no metrô. Outra
sugestão: que cubram a parte visível das pernas com a bolsa ou com jornais.
Como de hábito, a culpa é das vítimas. No Brasil já houve
campanhas (que apareceram até mesmo na internet) em que as mulheres eram
aconselhadas a usar cabelos curtos, blusas sem decotes, tudo para evitar
estupros. Prender os estupradores, nem pensar.
Dinheiro nos ralos
Responda depressa: o caro colega tem o direito de escolher a
empresa que lhe fornecerá água encanada e receberá o esgoto de sua residência?
Não? Então, se está submetido a um monopólio, por que o governo de São Paulo
vai gastar R$ 120 milhões por ano em propaganda de sua empresa de águas e
esgotos?
Pois é. Esquisito! E há coisas ainda mais estranhas. No ano
que vem haverá eleições. Pois não é que o governo tucano paulista retirou da
sua empresa de águas e esgotos a responsabilidade pela escolha das agências que
a atenderão e assumiu diretamente o pesado encargo de julgar a concorrência?
Talvez o tempo disponível da diretoria da empresa de águas e
esgotos esteja escasso, diante da magnitude de suas tarefas, e o governo,
preocupado em não sobrecarregá-la, decidiu aproveitar suas próprias horas
ociosas para fazer o serviço. É. Pensando bem, deve ser isso.
Como...
Do portal noticioso de um grande jornal:
** “Morto aos 23, alemão, Georg Büchner tem duas pessas em
cartaz em SP”.
Duas pessas, cim, çenhor. E, se houvece mais três, ceriam
sinco pessas.
...é...
De um grande jornal impresso, de circulação nacional:
** “As vendas de manufaturados representaram apenas 36,9% do
total embarcado. A receita dos básicos correspondeu a 47,6% do total e a dos
semimanufaturados a 31,2%”.
Quando este colunista estudou aritmética, 100% equivalia ao
total. Logo, em algum lugar dos cálculos do jornal, deve haver dupla contagem.
Mas onde?
...mesmo?
De um grande portal noticioso:
** “Rubens Paiva foi autuado por estacionar em vaga
especial”.
A notícia em si é daquelas que só acontecem no Brasil.
Embora use cadeira de rodas o tempo todo, embora tenha a autorização oficial
para estacionar o carro em vagas para deficientes físicos, embora coloque a
autorização em lugar visível, já foi multado várias vezes. E seus recursos,
comprovando a tese de que aprovar ou rejeitar recursos é questão de cotas, vêm
sendo sucessivamente rejeitados.
Mas o personagem da notícia é Marcelo Rubens Paiva, o
escritor. Rubens Paiva é seu pai, preso e assassinado pela ditadura militar há
cerca de 40 anos.
Frases
Do blogueiro Ricardo Noblat:
** “Se a imprensa não existisse os governos seriam mais
felizes.”
Do repórter e escritor Cláudio Tognolli:
** “Na Arábia Saudita, bandido é amputado: no Brasil, é
deputado.”
Do jornalista e dramaturgo Oswaldo Mendes:
** “O jogador chega ao clube e diz que veio para ajudar.
Chega à seleção e diz que veio para ajudar. E até o Neymar diz que chega ao
Barcelona para ajudar. Ninguém chega pra jogar, caramba? O politicamente
correto é um porre!”
Do compositor Júnior Bueno:
** “Jornalistas, vamos parar de usar a palavra
‘companheiro/a’ pra casais do mesmo sexo? Somos gays, não somos da CUT.”
As não notícias
Existe uma maneira simples de evitar o cansativo trabalho de
apuração e os riscos de assumir a responsabilidade por divulgar uma notícia: é
só dizer que a notícia talvez tenha acontecido, talvez não, ou pode ser que
eventualmente, sabe-se lá, tenha algum fundo de verdade. Ou não.
1. – Texto: “Uma tentativa de sequestro-relâmpago na Zona
Sul de São Paulo terminou com um suspeito morto e outro detido (...)”
Os cavalheiros capturaram a jovem que dirigia o carro,
fizeram-na de refém, atiraram na polícia. E continuam sendo tratados como
“suspeitos”.
2. – Paris, filha de Michael Jackson, tentou suicídio, foi
internada, recuperou-se. Mãe e hospital confirmaram a tentativa de suicídio.
Títulos:
** “Filha de Michael Jackson teria tentado suicídio”
** “Filha de Michael Jackson é internada após suposta tentativa
de suicídio”
3. – O vídeo mostra um cavalheiro de blusa vermelha atirando
na vítima e matando-a. O portal noticioso tem link do vídeo; todos podem vê-lo.
Por que o assassino vira “suspeito” após todo mundo assistir
ao crime que ele acaba de cometer???
E eu com isso?
As notícias viraram não-notícias; em compensação, as
não-notícias viraram notícias, confirmadas, caprichadas, com fotos, com
revelações espetaculares.
** “Tenho a periquita mais desejada do Brasil”, diz Gaby
Amarantos
** “Katy Perry circula de bobes no cabelo em Los Angeles”
** “Isis Valverde sai para jantar com namorado”
** “Justin Bieber é visto cercado de garotas”
** “Murilo Benício usa bermuda justinha”
** “Shakira adora andar descalça”
** “Cláudio Heinrich surfa na praia da Barra”
** “Keanu Reeves passeia de moto na Califórnia”
** “Carolinie Figueiredo almoça com Guga Coelho e sua filha”
** “Angelina Jolie acompanha Brad Pitt a première de filme
em Berlim”
** “Caio Castro mostra foto da infância”
** “Beyoncé espanta boato de gravidez”
O grande título
O material é caprichado. Começa com algo que parece uma
crítica ao trabalho de uma atriz, embora o fato merecesse elogios:
** “Mulher de Tim Burton fica irreconhecível como Elizabeth
Taylor em filme”
Ainda bem: se ela não se transformasse em Liz Taylor, seria
uma péssima atriz.
E um título notável mostra que a capacidade de Neymar de
surpreender os repórteres esportivos parece não ter fim:
** “Neymar fala com camisa do Barça”
Que será que a camisa do Barça respondeu?
* Carlos Brickmann é jornalista, diretor da
Brickmann&Associados Comunicação, em 11/06/2013, no Observatório da Imprensa, edição 750: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed750_sem_distorcer_distorcendo
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