Richard Jakubaszko
Nesta semana (sexta, 10/2/17) FHC foi ser testemunha da defesa num dos muitos casos do Ministério Público contra Lula. A acusação é de que Lula se "apropriou de bens públicos" e levou para a casa dele presentes que ganhou durante os seus dois períodos presidenciais. Pior, a Polícia Federal "descobriu" objetos "valiosíssimos" em um cofre gigantesco no Banco do Brasil. Presentes que tinham valor incalculável...
Pois o cidadão Fausto Macedo, que se diz jornalista, e é merecedor inegavelmente do troféu "Conexões Tigre", atribuídos a ele pelo jornalista Paulo Henrique Amorim, repercutiu no jornal Estadão o "fato" do depoimento de FHC. O dito depoimento testemunhal de FHC, como peça da defesa, admitiu que foi "obrigado por lei" a levar com ele todos os documentos e "lembrancinhas sem nenhum valor" recebidos de chefes de estados estrangeiros durante seus 8 anos de "reinado", mas que o valor de aposentadoria que recebe como ex-presidente não cobriria os gastos necessários para a manutenção desse tesouro, e por isso pediu doações, "não, da OAS não recebi nada, foram doações do Safra, Itaú, Bradesco, Camargo Correa, Odebrecht, tá tudo lá registrado e só ir conferir".
Bom, isentou Lula e Paulo Okamoto, acusados pelos procuradores de se apropriarem de bens públicos de valores alibabescos... Mas a convicção deles poderá sofrer abalos. Veremos, pelo andar da carruagem, ou melhor, do processo da acusação...
Na seção "interrogatório" com FHC, o juiz federal de 1ª instância Sérgio Moro, demonstrou sua conhecida inteligência, aplaudida nacionalmente, através de uma única perguntinha ao seu inegável ídolo FHC: "haveria nessas doações ao Instituto FHC alguma que fosse anônima, por fora, ou não contabilizada?".
FHC respondeu que "Por fora, zero". Caramba! Moro queria que FHC respondesse o quê? Talvez FHC pudesse ter dito: "Bem, tem só uns 10% ou 20% de doações anônimas, não dá pra identificar, o pessoal gosta muito de mim, sabe como é, né?
Pois este foi o título da matéria do jornalista do estadão, atestando o ilibado, impoluto e incólume FHC. O estadão e Macedo (o do conexões Tigre) fizeram um jornalismo engajado. Não tendo como admitir que "FHC inocenta Lula diante da acusação infundada dos procuradores", o pseudo coleguinha dá um "atestado de boa conduta" para FHC...
É assim, o jornalista não apenas mente, ou deturpa, distorcendo sem querer, mas querendo; se não dá para xingar e acusar o Lula numa manchete, defenda-se o FHC, dá no mesmo, isso é só um aspecto simbólico do que a gente percebe diariamente nos jornalões mentirosos brasileiros.
Depois não sabem porque perdem leitores e anúncios.
Gravei a chamada online em arquivo jpeg, abaixo, para mostrar para minha neta, quando ela crescer, e para que não venha a cair na hipocrisia daqueles que estão a serviço de outros hipócritas mais poderosos que não têm coragem de dar a cara pra mostrar.
Nas fotos mais abaixo, reproduzo matérias antigas da Época e Folha de São Paulo, que identificam como FHC passou o chapéu entre ricos empresários, mas não foi acusado de corrupção ou de apropriação de bens públicos valiosíssimos...
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