Richard Jakubaszko
Ao mesmo tempo, se tudo é verdadeiro, e se os salário são valores mensais médios, aí sim, temos um absurdo merecedor da manchete, e que se use de algum artifício constitucional para convocar urgentemente uma eleição nacional que eleja um Congresso Constituinte de notáveis para se promover uma reforma política, a ser designada pétrea e imutável, antes de qualquer outra reforma. Esta reforma política deve determinar um congresso menor, algo como 300 deputados federais, sem o Senado, por exemplo, e que os deputados eleitos tenham obrigatoriamente representatividade através do voto. Por exemplo, que se estabeleça que um deputado federal para ser eleito tenha um mínimo de votos em seu estado, proporcional à população, e que se tiver excesso de votos que isto não seja transferido a candidatos de seu partido como é hoje, quando um candidato bem votado ajuda a eleger outros 5 ou mais deputados. Isto faz, em São Paulo, que candidatos com 10 mil votos possam tomar posse, enquanto que candidatos com mais de 100 mil votos fiquem de fora, contrariando toda e qualquer lógica e bom senso de uma eleição. É essa distorção que facilita e impulsiona a existência de deputados do chamado centrão, que acabam agindo como exploradores do butim público, acobertados pelo mandato a que não tem direito.
Cada estado só teria um número de deputados eleitos proporcional à sua população, e, da mesma forma o Senado, se esta casa conseguir manter sua sobrevivência como casa de referendo como é hoje. Não há lógica em manter 3 senadores para cada estado, independentemente do tamanho de sua população como é hoje. Isto leva a que São Paulo, no Senado, tenha a mesma importância do que Sergipe ou Alagoas, que possuem menos de 10% dos eleitores de São Paulo, negando a proporcionalidade eleitoral. Essa foi uma das heranças da ditadura militar que implantou primeiro o senador biônico (escolhido pela presidência) e depois incorporou o mesmo como representante de cada estado.
Se não tivermos a constituinte com prioridade em uma reforma política, o Brasil nunca será um país sério. Seria melhor, então, chamar o ladrão, porque a polícia não funciona mais, muito menos a justiça comum, ou a eleitoral, e o resultado é o que temos hoje, deputados e senadores votam e aprovam benefícios para seus amigos, com altos salários nas estatais, mais benefícios, e o povo que se ferre, que coma brioches...
OBS.
mal publiquei o post, amigos me enviaram a matéria do Estadão. Está aí embaixo, no lead da matéria fala em salário mensal do recordista, mas no meio da matéria sai um "salário anual' inexplicável. A jornalista responsável fez algumas confusões sobre o que seja salário, peca nos exageros, claro, e mostra que há barbaridades.
Richard
ResponderExcluirAs informações estão no Relatório de Benefícios das Empresas Estatais Federais (na íntegra 3 MB no link pdf abaixo), elaborado pela Secretaria Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia e divulgado em 21.jan.2022. Tirando as questoes politicas e de cabides de empregos e abusos, ha' certos setores em qualquer economia onde os salarios sao mais ou menos internacionais - privatizado ou nao...
https://www.poder360.com.br/economia/salario-medio-em-estatais-atinge-r-34-100/
https://static.poder360.com.br/2022/01/rebef-2021-relatorio-de-beneficios-das-empresas-estatais-federais.pdf