quarta-feira, 13 de julho de 2022

Agricultores holandeses protestam contra as novas regras ambientais

Richard Jakubaszko
O governo holandês, pressionado por ambientalistas, e pela própria comunidade europeia, determinou que os produtores rurais da Holanda devem reduzir em no mínimo 30% a emissão de metano na produção agropecuária até 2030.

Essa nova regra nem foi colocada em debate pelo governo com a sociedade. Mas os agropecuaristas holandeses colocaram seus tratores nas estradas em protesto nacional, atravancando até mesmo o trânsito nas cidades pequenas.

A nova regra ambiental prevê que o rebanho de vacas leiteiras holandesas, hoje de 4,5 milhões de animais, terá de ser reduzido em 50% para diminuir a emissão de metano. Da mesma forma o rebanho suíno, de 12 milhões de cabeças, e o avícola, de 100 milhões, terão de ser cortados pela metade.

Ao mesmo tempo, o governo determina que o uso de fertilizantes nitrogenados tenha queda de uso de 30% até 2030. Isto nos permite projetar uma menor produção de alimentos na Holanda. A decisão do governo holandês, em minha leitura, como análise desse processo, avalia que os políticos enlouqueceram de forma definitiva na busca dos votos dos ambientalistas e dos jovens urbanos que apoiam essas ações, em detrimento da segurança alimentar nas cidades.

Isso significa que a Holanda vai ser uma maior importadora de alimentos? Com certeza, e os políticos não se importam nesse momento com os problemas que vão causar. Ou seja, criam dificuldades hoje, para trazer novas soluções no mês que vem. É o aforismo máximo dos governos neoliberais, quebram suas pernas hoje, e amanhã fornecem próteses e cadeiras de rodas para você se movimentar, propagandeando que se não fossem eles você estaria paralisado. Num primeiro momento o Brasil pode se beneficiar disso. No médio prazo virão cobranças, o famoso “nós cortamos na carne, agora é a vez de vocês”.

Quanto tempo vai durar essa disputa na Holanda? Ninguém sabe.

A imbecilidade coletiva ambientalista consegue avançar mais um passo nessa história, ao convencer os políticos que estão de plantão no governo, em tomar medidas que possam frear o propalado “aquecimento global” e as “mudanças climáticas”. Não querem saber se haverá redução na produção de alimentos. Esse é o novo normal, onde todos pensam de acordo com a máxima do “farinha pouca, meu pirão primeiro”. Lembro que imbecil é um termo médico que indica um adulto que raciocina como uma criança de 10 anos.

Tenho denunciado isso em meu livro “CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?”, desde 2015. A terceira edição do livro saiu agora em maio/22, com novas análises, mas os protestos dos agricultores na Holanda antecipam que a quarta edição do livro precisa ser projetada, ou quem sabe um novo livro, em continuidade. Porque o que acontece hoje na Europa é uma amostra grátis do futuro breve, onde os ambientalistas culpam os produtores rurais dessa utopia do aquecimento. O Brasil exportou para o mundo essa distorção analítica, que existia só aqui no Brasil.

De toda forma, continuo com o firme propósito de sugerir debates entre cientistas de todas as áreas sobre a questão do aquecimento, ao qual qualifico como a grande mentira do século XXI. Porque não existe nenhuma prova científica do aquecimento. O propalado efeito estufa só é possível dentro de um ambiente fechado. Na atmosfera livre, sem paredes ou teto, a troca de energia e calor é uma constante.

CO2 é o gás da vida. O CO2 equivalente é uma distorção da ciência e que a Física não suporta, porque é uma mentira estatística. A presença do metano na atmosfera encontra-se estável há 200 anos. Precisamos de cientistas, de todas as áreas do saber humano, que derrubem essa monstruosidade que nada tem de científica sobre o aquecimento. É vital desconstruir essa mentira das mudanças climáticas, que não apenas corroem a esperança dos jovens em relação ao futuro, mas começa agora a meta de reduzir de forma drástica a produção de alimentos.

Nossos líderes na agropecuária brasileira estão dormindo de toca, ou então discursam falsamente ao lado dos ambientalistas por um mundo sustentável. Os holandeses nos mostram que essa sustentabilidade será possível apenas para uma minoria. Os demais, conforme sugerido por Thomas Malthus, serão lançados à natureza, para que sobrevivam diante das suas potencialidades. Ou seja, apertaram o botão do “foda-se”, e que sobrevivam os mais fortes.

No mundo pós-pandemia, boa parte da humanidade retorna ao convívio presencial sob o prisma de “novo normal”, mas devemos saber que isso não vai acontecer de forma pacífica. Teremos novas fúrias legislatórias restritivas, semelhantes a essa da Holanda e piores do que o Código Florestal brasileiro, que virão nos assombrar porque nenhuma criança ou cientista grita para o mundo que “o rei está nu”. Custa-me crer que cientistas nos neguem esse debate, especialmente aqueles que são céticos, mas fingem-se de neutros, e nada mais são do que omissos.

A discussão sobre a segurança alimentar no Brasil é feita do ponto de vista do interesse do mercado financeiro, dos grupos de atacadistas e supermercadistas, e de algumas pequenas defesas
da produção pelos produtores rurais, e todos cobram novas políticas públicas. Vão aparecer os salvadores da pátria, com novas tecnologias, revolucionárias e disruptivas. Ideias velhas e novas serão implantadas, até mesmo a desapropriação da Amazônia, e um novo governo verde multinacional vem aí com apoio absoluto da Otan. Ainda não é o Apocalipse, mas iniciaram-se os preparativos para o Guerra nas Estrelas.

Duas coisas ainda ninguém realizou: primeiro, imigração para Marte onde a humanidade poderá viver em comunhão com o Divino criador, sem precisar trabalhar; e segundo, reduzir a velocidade do crescimento demográfico no planeta Terra. De resto, agora não adianta mais nada, nem mesmo se a Nasa assumir o comando.

 

 

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5 comentários:

  1. É impressionate a cegueira dos políticos holandeses. Essa matéria deve ter mais repercussão na nossa imprensa. Richard, obrigado pela publicação dessa infame notícia
    Carlos Viacava

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  2. Richard,
    Você deveria escrever sobre o ressuscitamento do uso de carvão mineral [coal] pela Alemanha para gerar energia elétrica, e outros países europeus, depois que Putin "fechou" as torneiras do gás. Vão emitir mais CO2? E a meta proposta para 2030?
    BS,
    Molion

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  3. RICHARD
    PARECE-ME QUE A RAZÃO NÃO É SÓ ESSA, MAS CONSEQUÊNCIA DAS SANÇÕES DA EUROPA AO GÁS RUSSO, OU SEJA SANÇÕES DA EUROPA À PRÓPRIA EUROPA. OS DIRIGENTES EUROPEUS ESTÃO TODOS DESORIENTADOS E NÃO QUEREM ADMITIR QUE DERAM UM TIRO NO PÉ
    ABR
    LUIS AMORIM (PORTUGAL)

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  4. José Caram de Souza-Dias14 de julho de 2022 às 12:39

    Jose A Caram Souza-Dias

    08:59 (há 3 horas)
    PARABÉNS Richard. sempre atento e com observações clínicas, precisas! Jornalismo sem ilusionismo. Abração
    Caram

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  5. Rogério Arioli Silva15 de julho de 2022 às 18:55

    Parabéns pela matéria Richard. Essas decisões dos países ricos são como bater a porta na cara das pessoas em estágio de insegurança alimentar no planeta. E a questão demográfica segue sendo varrida pra baixo do tapete.
    Abs

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