Richard Jakubaszko
O que importa, agora, está no discurso de Lula, o Brasil vai voltar a ter igualdade entre todos os brasileiros. Que se acabe com o ódio, que desistam do 3º turno, temos que reconstruir o Brasil, reduzir a fome e o desemprego, e voltar a crescer.
domingo, 30 de outubro de 2022
E Lula ganhou! Agora vai, Brasil!!
sexta-feira, 28 de outubro de 2022
Mitos e mentiras
Richard Jakubaszko
Separe delicadamente uma coisa da outra, mas há mais mentiras na sua e na nossa vida do que pode pretender a sua e a nossa vã filosofia.
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quarta-feira, 26 de outubro de 2022
O fotógrafo e as sincronicidades perigosas
Rinaldo Arruda *
Olhando no retrovisor o caminhoneiro Vilmar viu o carro se aproximando rápido, já no topo da longa subida, quando sua velocidade diminuía.
- Maria, se prepara, segura firme, se esse cara me passar mais uma vez vou jogar a carreta em cima dele.
Vilmar resolveu trazer a mulher junto nessa viagem para Juína, no nortão matogrossense. O asfalto tinha chegado até lá, já não era tão difícil como antigamente.
Mas agora o problema era outro. Se antes a estrada, a lama, os buracos, as pontes destruídas paravam os caminhões e estabeleciam uma solidariedade entre todos naquele mundo de dificuldades, agora eram os assaltos às carretas carregadas que preocupavam e era cada um por si. O asfalto não pára ninguém, todos se movimentando de um ponto ao outro, ninguém para mais para ajudar.
Eram muitos os assaltos no trecho, por isso Vilmar só viajava de dia, assim como outros caminhoneiros.
Já ia passando Campo Novo do Parecis, lá onde Mato Grosso parece um mar, só que de soja, o verde plano se espalhando de horizonte a horizonte, só cortado pela fita de asfalto e pelos linhões de energia elétrica, torres gigantes em fila até se perder de vista, como guardiões, como sentinelas robóticas alienígenas desse mar de soja.
Então, nessa paisagem estranha, é a mulher que vê primeiro: um carro parado e um homem apontando uma máquina fotográfica para eles na carreta. Conforme foi se aproximando Vilmar percebe os sucessivos cliques da máquina. Passa por ele, vê pelo espelho que o homem entra no carro e devagar volta para o asfalto, seguindo sua carreta.
Esquisito, comenta com a mulher. Logo o carro os alcança, ultrapassa e perde-se na distância.
Continuam navegando no estranho e tedioso mar de soja, por sobre a fita cinza negra do asfalto.
Passou-se um tempo, já tinha até esquecido o fotógrafo, distraiam-se olhando o movimento de um avião pulverizando as plantações. De repente, olha de novo o carro parado ali! É o mesmo carro, o mesmo fotógrafo que lhes aponta novamente a máquina, diretamente para a frente do caminhão. Passam apreensivos, sentindo-se perseguidos...
Fala pelo rádio com a central, a mulher tinha anotado a placa do carro. Pedem para verificar. Dali a pouco chega a resposta: o numero da placa corresponde a um carro Monza, não a um Pajero.
Tiveram certeza: placa falsa, provavelmente carro roubado, bandido na certa. Por que as fotografias? Será que envia de algum modo pela internet para outros o interceptarem???
Seguiram em frente com grande apreensão, comunicaram a sua central que estavam sendo seguidos por um carro suspeito. A central diz para ficar em contato, não se arriscar, não parar para conversar, parar num posto de gasolina.
Pelo retrovisor vê novamente o carro se aproximando rápido. Fala para a mulher: se segure, dependendo se ele me passar vou jogar o caminhão para cima dele!
O fotógrafo
Durante muito tempo vinha praticamente todos os anos para o Mato Grosso. Na década de 1980, jovem antropólogo, pesquisou os Rikbaktsa, povo indígena da bacia do rio Juruena. Viu aquela região no início dessa última onda de colonização, que instalou o modelo atual de ocupação, baseado na monocultura da soja e na criação extensiva do gado. Quer dizer, conheceu aquela região quando sua mata estava em pé e os habitantes de lá viviam dela, da floresta. O avanço da agricultura industrial, da rede rodoviária, das hidrelétricas, da expulsão do homem do campo, do inchamento das cidades, da lógica e das práticas capitalistas a vinha desfigurando desde então.
Fazia cerca de 10 anos que não visitava os Rikbaktsa. Nos últimos anos alguns deles é que o visitaram em São Paulo, reacendendo a saudade dos muitos amigos e conhecidos que lá fizera e da região em que vivera alguns anos. Resolveu visitá-los nas férias de janeiro.
Chovia sem parar desde que chegara a Cuiabá, dois dias atrás. Hoje seguia para Campo Novo do Parecis e de lá iria para Brasnorte. Dormiria lá e na manhã seguinte seguiria até a aldeia do Barranco Vermelho, já dentro da terra indígena Rikbaktsa.
Parou a chuva pouco depois de Campo Novo do Parecis, quando o mar de soja se tornava absoluto, dominando os 360 graus da paisagem. Os linhões de energia elétrica de alta voltagem seguiam a perder de vista na paisagem plana. Altas torres, com braços e formas estranhas segurando fios de horizonte a horizonte por sobre um tapete verde uniforme. Paisagem quase alienígena, estranhíssima para quem havia conhecido a exuberância e a variedade das matas que a cobriam.
- Putz! Que paisagem louca! Olha essas nuvens pesadas emoldurando a cena!
Parei o carro para fazer umas fotos. Foto difícil. Difícil passar na imagem a grandiosidade depressiva dessa uniformidade. Quando a gente fotografa fica parecendo sem graça, nenhum contraste, nenhuma variedade, nada que estimule ou desafie o olhar. Mas, vamos lá.
Desci do carro bem quando na estrada vazia surgia um caminhão. Deixei-o se aproximar e quando estava perto cliquei várias vezes, aproveitando a linha cinzenta do asfalto e o caminhão se aproximando para criar um ponto de ruptura, permitindo ao olhar perceber a escala da cena.
Várias fotos depois segui viagem, de novo naquela monotonia de mais soja a perder de vista, vigiadas por fileiras de torres de aço enormes ligadas por fios de alta voltagem até além do horizonte.
Subitamente, um ponto em movimento. Um avião monomotor vermelho, bem pequeno, voava baixo, pouco acima da soja, pulverizando a plantação. Ia longe e voltava até a estrada, ultrapassava-a, fazia uma volta apertada, quase uma acrobacia e voltava pulverizando. Parei de novo para fotografar.
Bem quando o avião subia numa curva acrobática sobre a estrada estava passando um caminhão, quase estragando a cena. Cliquei várias vezes tentando fixar várias posições do avião temendo que o caminhão avançasse demais roubando a cena.
Já no entroncamento para Brasnorte avistei desde longe o gigantesco armazém de soja com o nome da família Maggi, letras enormes, ocupando toda uma lateral, ao lado de um posto de gasolina. Meio com preguiça de parar de novo, fotografei da janela, sem sair do carro, esse lugar de entesouramento de toda aquela linha de produção vegetal, do maior produtor de soja do mundo.
Segui em frente, alcancei Brasnorte, procurei uma pousada, deixei minhas coisas no quarto e de lá saí para jantar.
Vilmar
Vilmar segurava firme a direção com um sentimento meio ruim no peito, sem tirar o olho do retrovisor, enquanto seu perseguidor se aproximava rápido. Na última hora vacilou. Quando viu, o carro, bem mais veloz, já terminava a ultrapassagem distanciando-se na estrada à sua frente.
- E se ele não for assaltante? Não deu para jogar a carreta...
- Você fez bem Vilmar, acho que ele já foi embora, o apoiou Maria.
Estavam chegando no posto de gasolina, bem no entroncamento para Brasnorte quando veem o carro parado na beira da estrada; esperando por eles?
Vilmar entra no posto já falando alto, pedindo socorro. – Estamos sendo seguidos por um carro suspeito, olha ele ali, parado. Os funcionários do posto saem para olhar e o carro se afasta em direção à Brasnorte.
Ligam para a polícia da cidade e contam toda a história, pedindo proteção.
- Não saia daí, vamos já para aí. Qual é a placa do carro? Antes de sair conferem a placa e confirmam que é mesmo de um carro Monza e não de um Pajero.
Meia hora depois já encontram seu Vilmar e dona Maria, escoltando-os até Brasnorte. A polícia local procura o carro suspeito na cidade e ao redor, enquanto Vilmar e a mulher resolvem dormir em Brasnorte e seguir viagem só no outro dia, pois já anoitecia.
O professor
Eu estava na mesa esperando servir o comercial. A moça já tinha trazido a coca-cola, estavam preparando o resto da comida, quando chegaram os policiais.
Estavam parados lá fora, perto da porta, me olhando. Entraram e aproximando-se: - O pajero parado em frente é seu?
-É...
- Tem documento?
- Claro, está no carro. Levantei e fomos andando para lá.
Várias perguntas meio estranhas depois (de onde era, o que fazia, se tinha documento provando que era professor, o que estava fazendo ali, etc.) o policial dispara numa pergunta meio acusadora: - Você fotografou uma carreta hoje à tarde lá na estrada, depois de Campo Novo dos Parecis?
- Provavelmente fotografei até mais de uma carreta, fotografei plantações de soja, armazéns, silos, várias paisagens, a estrada. Como disse, estou numa viagem meio de turismo, vim parando, tirando fotos do que achei interessante. Qual o problema?
Estava mais calmo, até achando tudo meio engraçado. Com quem estavam me confundindo? Falei que era professor da PUC de São Paulo, mostrei a carteirinha de sócio da associação de professores, meus documentos, conversamos numa boa e eles foram relaxando, percebendo o equívoco.
Me disseram como explicação: “Desculpe professor, estamos apenas fazendo nosso trabalho. O motorista de uma carreta achou que o estava perseguindo, nos chamou, queria vir tirar satisfação com você. Dissemos para ele esperar que nós íamos verificar primeiro.
- Já percebemos que a mulher dele anotou uma letra errada da sua placa, como o número era de um Monza achamos que seu carro era roubado. Agora está tudo em ordem. Desculpe, pode jantar sossegado.
Voltei, refletindo sobre o absurdo da situação. Chegou meu comercial, comi com apetite e saí para pegar o carro e ir dormir no hotel. Pensava se os policiais ainda não estariam ali por perto, queria pedir a eles que me desculpassem junto ao caminhoneiro por tê-lo assustado inadvertidamente.
Os policiais não estavam à vista, mas lá fora estavam Vilmar, sua mulher e mais dois caminhoneiros como apoio, me esperando sair.
Vilmar já havia sido esclarecido pela policia, mas a desconfiança ainda teimava em botar a cabeça de fora. Chamou dois caminhoneiros conhecidos para acompanhá-lo numa conversa comigo, só como garantia de segurança.
Foi só aí que eu soube de sua angústia e das coincidências que pareciam reafirmar cada vez mais que eu o perseguia. Minha última parada para fotografar o armazém do Maggi fora a gota d’água. Teve certeza absoluta que eu tramava algo contra ele! No seu entendimento, naquele momento já sabiam que eu era bandido pois minha placa era falsa e quando me viram parado ali, bem no entroncamento, onde ele teria que parar antes de virar em direção a Brasnorte, teve certeza que seria atacado de alguma maneira.
Entrou no posto em busca de socorro, pensando: - Consegui escapar na hora H!
E eu, gelei de repente, minha adrenalina bombou meu coração quando percebi que quase fora morto. Só não jogou a carreta em cima do meu carro por um triz, vacilou, ele ia mesmo jogar, alguma coisa indefinida o conteve, um laivo de uma dúvida. E se ele matasse um inocente?
Conversamos bastante, repetimos muitas vezes a história, ele a dele e eu a minha, até que os dois descarregaram a tensão. A dele de uma tarde inteira e a minha, só da última meia hora, mas que veio forte e intensa quando percebi que por pouco não morri ali, naquele mar de soja, vitima de um equívoco, construído em cima de uma série de pequenas coincidências.
Mas, me pergunto, como fiz a ele, por que um homem parado na beira de uma estrada tirando fotografias pode ser ameaçador dessa maneira? O cara ia me matar! Ou a polícia poderia!
Que mundo é esse em que vivemos? Tá todo mundo louco?
* Rinaldo Arruda, na aldeia Primavera, em janeiro de 2011, onde cheguei a salvo, e olhando bem ao redor antes de fotografar qualquer outra coisa.
O autor é mestre e doutor em antropologia e professor aposentado pela PUC/SP; é autor de diversos livros, entre eles "Os Rikbaktsa: mudança e tradição". Foi presidente do Conselho Diretor da Operação Amazônia Nativa - OPAN por 3 gestões e tem dezenas de estudos e pesquisas científicas publicadas.
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terça-feira, 25 de outubro de 2022
Adivinhe quem era o candidato
Richard Jakubaszko
Será que isso era a verdade? Ou seria mais uma fake news? Julgue vc mesmo! Pode ser uma simples coincidência?
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domingo, 23 de outubro de 2022
Ossadas de 7 séculos de um casal foram descobertas
Richard Jakubaszko
A ciência evoluiu muito desde tempos imemoriais, mas não consegue explicar como aconteceu esse fenômeno. Isso nada tem de machismo, a foto mostra a verdade centenária da união eterna entre homem e mulher.
sábado, 22 de outubro de 2022
A entrevista do canibal
às vésperas do 2º turno das eleições de 2022, muitas fake news e dezenas de declarações do cidadão que nos desgoverna e deseja a reeleição. Agora ele se declara como canibal potencial em evento do qual participou. O cara é um sem noção, absolutamente desconectado de qualquer realidade. Não sei mais o que falta para os brasileiros caírem na real.
quarta-feira, 19 de outubro de 2022
A farsa do IPAM: "Desmatamento é causa de 81% das emissões de metano decorrentes de queimadas"
Richard Jakubaszko
Na guerra ambiental as ONGs, agências e institutos de "pesquisa" ambientais desfrutam junto à mídia de um prestígio nunca visto até então. Qualquer imbecilidade "científica" que saia debaixo do guarda-chuva desses ambientalistas encontra eco na grande mídia, e nas redes sociais, chegando a provocar escândalos monumentais. Por causa disso resolvi contestar a questão conforme explico abaixo.
Recebi um press release da assessoria de imprensa do IPAM - Instituto de Pesquisas da Amazônia, com o seguinte título, e que é o mesmo que usei na manchete deste post: "Desmatamento é causa de 81% das emissões de metano decorrentes de queimadas".
Na sequência o press release, hodiernamente chamado de "sugestão de pauta", apresenta um lead, ou seja, uma linha de subtítulo onde tenta resumir toda a matéria, e afirma que "Fogo associado à mudanças no uso da terra foram responsáveis pela maior parte do metano emitido no setor", sem explicar qual o setor, se a Amazônia, a pecuária, o desmatamento ou as queimadas.
Depois disso o press release vomita dados controversos sobre as emissões de metano no Brasil e no mundo.
Ora, a ciência está sendo tratada com descaso pelos responsáveis científicos do IPAM, e com pouca prática e total inexperiência do jornalista. Torna-se um press release falso e mentiroso. Por uma simples razão que passou despercebida aos responsáveis pelo press release: o desmatamento e as queimadas não emitem metano. Quem produz metano são bactérias que decompõem matéria orgânica, seja no solo, nos intestinos dos ruminantes ou em matéria orgânica em apodrecimento como nos arrozais irrigados ou em mangues, e até mesmo na lata de lixo de qualquer residência ou restaurante.
Desta forma, por que os desmatamentos ou as queimadas decorrentes não são causa das emissões de metano? Porque onde há desmatamento e consequente queimada o fogo queima e esteriliza tudo, até mesmo o solo superficial, não sobra qualquer tipo de bactéria pra contar história. A imbecilidade no press release do IPAM - Instituto de Pesquisa da Amazônia, entretanto, continua com clima e tom científico de altíssima precisão, ao afirmar que 81% das emissões de metano são decorrentes das queimadas.
Na ilustração abaixo reproduzo um mapa confeccionado pelo satélite NOAA que exibe em vermelho onde estão as emissões de metano (CH4) no planeta. Destacam-se as florestas da Amazônia e a subsaariana, especialmente em mangues, e os arrozais irrigados na China e Indonésia. Na Índia, além do arroz, existem 340 milhões de cabeças de zebuínos e búfalos que não integram a mentirosa contabilidade ambiental de emissões mundiais de GEE, porque lá a vaca (e o boi também) é sagrada e não faz nada de errado, nem mesmo emite metano. Emissões nos EUA indicam em vermelho os lixões na confluência de New York, Washington e Chicago. A pecuária brasileira está tão espalhada no país inteiro que nem aparece nas emissões de metano. Este mapa está publicado na quarta capa do livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?", em terceira edição desde maio 2022, e lá faço comentários de outra ordem sobre metano.
O IPAM
Abaixo reproduzo a totalidade do press release recebido, seus responsáveis técnicos pelas afirmações entre aspas, e os "parceiros" do IPAM, como o Observatório Ambiental, na minha mais enfática opinião, uma entidade publicitária disfarçada, de técnicos e "especialistas" que se dizem ambientalistas.
No decorrer do texto coloquei grafado em vermelho observações sobre o conteúdo, e com o qual ou discordo ou acho curiosa a abordagem e afirmação.
Desmatamento é causa de 81% das emissões de metano decorrentes de queimadas
Fogo associado à mudanças no uso da terra foram responsáveis pela maior parte do metano emitido no setor.
De
olho nas demandas do Compromisso Global do Metano, pesquisadores
mapearam as principais atividades e processos responsáveis pela emissão
de metano no Brasil e apontaram caminhos para
a redução em longo prazo das emissões. Segundo o relatório, 81% das
emissões de metano causadas por incêndios florestais estão associadas ao
desmatamento. Por concentrar grande parte dos estoques de carbono e do
desmatamento, a Amazônia lidera as
emissões causadas por queimadas.
Chamado
de “Desafios e oportunidades para a redução das emissões de metano no
Brasil”, o relatório sobre emissões de metano é uma parceria entre
cientistas do Instituto de
Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Instituto de Energia e Meio
Ambiente (IEMA), Governos Locais para Sustentabilidade (ICLEI),
Instituto de manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) (se o Imaflora concorda com as afirmações do IPAM, é melhor fechar as portas...) e o
Observatório do Clima (este é o maior emissor de fake news sobre o clima. Curiosamente, só o Instituto Lula repercutiu essa mentira do metano, conforme o Google)
O metano é um poluente climático de vida curta com um tempo de vida atmosférico de aproximadamente 12 anos. Apesar da curta duração, seus efeitos são poderosos e seu potencial efeito de aquecimento global é equivalente a 28 (Não é 28%, seria de 23 vezes, conforme estabelecido pelo IPCC, mas o metano encontra-se estável na atmosfera, há mais de 200 anos) vezes o do dióxido de carbono (CO2). Além disso, o metano também contribui para a formação de ozônio troposférico (O3), que, assim como ele, tem efeitos poderosos no aquecimento do planeta.
Portanto, o alto potencial de aquecimento e a duração relativamente curta faz do metano um bom alvo para políticas de redução imediata de emissões de gases de efeito estufa que ajudem a humanidade a ganhar tempo para fazer a transição energética.
Segundo a pesquisadora do IPAM e uma das autoras do estudo, Bárbara Zimbres, a comunidade internacional percebeu a importância de reduzir as emissões de metano e tem firmado compromissos na área, o que aumenta a demanda por um caminho claro para a redução e um mapeamento dos principais emissores.
“Na COP26, em Glasgow, mais de cem países, incluindo o Brasil, assinaram o Compromisso Global do Metano, se comprometendo a reduzir as emissões de metano em 30% até 2030 em relação aos níveis de 2020. Portanto, as fontes de emissão de metano nos diversos setores e as oportunidades existentes para redução das emissões devem ser identificadas, para subsidiar a criação de políticas nacionais de mitigação.”, ressalta Zimbres.
De onde vem o metano?
Em
2020, as emissões globais de metano chegaram a 364 milhões de
toneladas, o que pode provocar o mesmo aquecimento que cerca de 10
bilhões de toneladas de CO2. Segundo o IPCC, o Painel
Intergovernamental sobre Mudança do Clima da ONU, um terço do aumento de
temperatura verificado hoje no planeta se deve ao gás metano. (Sobre o aquecimento, essa é a maior mentira do século XXI).
O Brasil é o quinto maior emissor de metano do mundo. Sozinhos, o país emite o equivalente a 5,5% do metano do planeta. Em 2020, as emissões brasileiras foram estimadas em 21,7 milhões de toneladas, o equivalente a 26% de todas as emissões de gases de efeito estufa do país. A agropecuária brasileira é a maior emissora do país, respondendo por 71%, cerca de 14,54 milhões de toneladas, de todo o metano brasileiro lançado na atmosfera.
Além disso, apesar do avanço das queimadas e da degradação florestal, o setor que mais emitiu metano no Brasil foi a pecuária, responsável por 64% de todas as emissões brasileiras em 2020, o que corresponde a cerca de 13,8 milhões de toneladas de gás.
Caminhos para a redução
De
acordo com dados do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções
de Gases de Efeito Estufa), caso nenhuma política de redução das
emissões de metano for adotada,
descumprindo os acordos internacionais firmados pelo governo brasileiro,
o Brasil aumentará suas emissões em 7% até 2030, passando a emitir até
23,3 milhões de toneladas de metano.
Contudo, caso sejam aplicadas alternativas viáveis, fazendo uso das melhores práticas e tecnologias disponíveis, o Brasil poderia reduzir suas emissões em até 36,4% até 2030. Isso acarretaria em uma redução acumulada de até 180 milhões de toneladas no período entre 2020 e 2030. A redução representaria uma grande contribuição para o Compromisso Global de Metano, ultrapassando em 6% as metas estipuladas pelo acordo.
Para
que essas novas metas sejam atingidas, os autores do estudo defendem
que, entre outras metas, é necessário zerar o desmatamento ilegal e as
queimadas para abertura de novas áreas,
ampliar a recuperação do metano do tratamento de resíduos animais e
investir na produtividade dos rebanhos brasileiros, assim como na
aplicação de técnicas de aprimoramento genético e de terminação
intensiva do rebanho, que reduz a área e o
tempo necessário para a criação do gado de corte.
Mais informações:
Lucas Guaraldo Itaborahy
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domingo, 16 de outubro de 2022
Jair “Pintou um Clima” Bolsonaro
Richard Jakubaszko
“Eram três ou quatro… bonitinhas, arrumadinhas… 13 ou 14 anos… pintou um clima… eu voltei e perguntei se podia entrar na casa delas…”.
Explica melhor, Jair: que clima foi esse que pintou? Foi fazer o que lá dentro da casa, Jair? Conferir o clima? Isso não é falta de decoro presidencial?
sexta-feira, 14 de outubro de 2022
Damares confessa que exagerou, só ouviu falar...
Richard Jakubaszko
Devido à enorme consternação pública que suas denúncias provocaram, agora ela desconversa. Não foi bem assim...
Esta semana, em um culto evangélico em Goiânia, a senadora eleita pelo DF, Damares Alves, confirmou que, quando ministra, recebeu informações (ou eram denúncias?) sobre muitas crianças vítimas de violência sexual no Pará. na Ilha de Marajó. Se é assim, prevaricou, pois não tomou nenhuma atitude para investigar...
Ontem mesmo (13/10), o Ministério Público do Pará exigiu que Damares mostrasse as provas das acusações feitas, que tiveram ampla repercussão na mídia. Entretanto, na entrevista, ela admitiu que as denúncias foram baseadas somente "em conversas com o povo na rua”. O que era uma fake news virou um pandemônio...
Literalmente, Damares enfatizou que “Temos imagens de crianças de 4 anos, de que quando elas cruzam as fronteiras, têm seus dentes arrancados para não morderem na hora do sexo oral"". Damares ainda ressaltou que "nós descobrimos que essas crianças comem comida pastosa para o intestino ficar livre para a hora do sexo anal”. Segundo ela, as denúncias foram investigadas, mas que desconhecia os resultados. Cadê as imagens, por que ela não mostra? Damares ainda relata algo tão escabroso como estupros de bebês recém nascidos, com uma semana de vida.
Que país é este? Uma ex-ministra, agora senadora eleita, fazer afirmações mentirosas desse tipo? Não sou advogado, nem conheço detalhes da nossa constituição sobre os limites de comportamento de personalidades políticas, eleitas ou não, mas o STF encaminhou o assunto para a Justiça do Pará, porque ela não tem mais o foro privilegiado no STF, por ser ex-ministra, mas ela ainda não empossou como senadora, portanto, também não tem imunidade parlamentar. Pois que se casse o hipotético diploma, ela não tem mais esse direito.
O Senado não pode abrigar uma cidadã do porte e do baixo nível de Damares Alves. O detalhe, como diria o ex-capitão que nos desgoverna, é que Damares não merece ser estuprada, por ser feia demais, e já deve ter perdido quase todos os seus dentes, caso contrário seria o caso de mandar extraí-los, mas isso, a bem da verdade, não traria justiça para o caso. Até porque, esse é o "novo normal". Jair trouxe ao Brasil e aos brasileiros esse sistema elegante de fazer política.
Como dizem no Pará: arre égua!!!
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quarta-feira, 12 de outubro de 2022
Dia das crianças, dos agrônomos e de Nossa Senhora da Aparecida
Richard Jakubaszko
Hoje é um dia especial, para as crianças, para os engenheiros agrônomos e da padroeira do Brasil, Nossa Senhora de Aparecida.
Louvemos as crianças, saudemos os agrônomos e adoremos a padroeira do Brasil.
Nossas crianças são o futuro, os agrônomos mostram seus inestimáveis serviços para a produção de alimentos, e Nossa Senhora de Aparecida há de proteger os brasileiros de uma hecatombe política, que assim seja.
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segunda-feira, 10 de outubro de 2022
Bolsonarismo imita Chávez, Fujimori e Orbán e quer controle do Judiciário
Jamil Chade
Nos últimos dias, entrevistas de aliados de Jair
Bolsonaro e do próprio presidente indicaram que, numa eventual vitória nas
eleições, o governo usará um segundo mandato para buscar um maior controle do
Judiciário, um verdadeiro obstáculo para a implementação de uma agenda da
extrema direita no país e, no fundo, para tornar obsoleta partes inteiras da
Constituição de 1988.
A ideia é ampliar o número de ministros e, assim,
nomear aliados do bolsonarismo. Se no Congresso foi o orçamento secreto que
permitiu um controle do Legislativo, o plano se aproveitaria de um avanço do
grupo no Senado para também submeter o Judiciário aos interesses do movimento.
Mas nada disso é inédito. Ao longo dos últimos
anos, líderes populistas que chegaram ao poder por meio das urnas usaram a
legitimidade que ganharam do processo eleitoral para desmontar a democracia em
seus países. Principalmente a partir do segundo mandato, o objetivo foi claro:
o controle do Judiciário.
Um deles foi Hugo Chávez, na Venezuela. Ao assumir
o poder, ele finalmente cumpriu o que líderes por décadas prometeram e não
cumpriram: reformou a Justiça. Mas, num primeiro momento, a transformação foi
considerada como exemplar. O Tribunal Supremo teria 20 juízes, com dez da
oposição e dez aliados ao governo.
Cinco anos depois, em maio de 2004, uma nova lei
foi aprovada, depois da tentativa de golpe sofrida pelos venezuelanos. Mas,
neste caso, a corte ganharia doze novos membros. Todos eles chavistas.
Nos anos que se seguiram, centenas de juízes de
primeira instância deixaram seus cargos e foram substituídos por aliados do
governo. Em 2021, outro informe foi ainda mais enfático: o Judiciário
venezuelano, já sob Nicolas Maduro, fazia parte dos mecanismos para encobrir a
repressão contra opositores.
As consequências foram profundas, com o regime
chavista capaz de contornar qualquer tipo de ação com o controle completo das
cortes. Mais de uma década depois, num informe da ONU sobre a situação
venezuelana, a constatação: "a independência do Judiciário estava
completamente destruída”.
Durante a década de 1990, Alberto Fujimori no Peru
também promoveu mudanças nas leis que asseguraram sua influência sobre os
tribunais e contribuíram para um clima de anarquia que facilitaria a corrupção
que assolou sua administração.
No caso em Lima, Fujimori usou um golpe de estado
em 1992 para justificar a necessidade de reformar os tribunais. Três dias
depois do evento, ele aprovou um decreto demitindo 13 juízes da corte máxima do
país. Nos meses que se seguiram, todos os tribunais superiores passaram ao seu
controle.
Naquele momento, um porta-voz do governo justificou que tais atos tinham como objetivo "assegurar a democracia”.
No poder desde 2010, o húngaro Viktor Orbán passou
os últimos doze anos adotando leis para acumular poder e, desde 2012, já
emendou a constituição em sete ocasiões. Mas foi a partir de 2014, quando ele
vence pela segunda vez a eleição, que o desmonte ganha um ritmo inédito.
Orbán, de fato, assumiu o poder depois de um
governo corrupto de esquerda e que admitiu que enganou a população ao adotar
medidas de austeridade para lidar com a crise de 2008. Ganhou o voto de jovens,
da elite urbana, da classe média e até de parte dos intelectuais. Sua guinada
autoritária, porém, afastou muitos desses grupos da base de Orbán.
Mas, até que tal reação viesse, ele já havia
fincado suas bases e iniciado um processo profundo para controlar o parlamento,
a imprensa, a academia, a arte, a sociedade civil e, claro, o Judiciário.
Ao final de
segundo mandato, que começou em 2014, Orbán se sentia suficientemente
confortável em termos de votos no Parlamento para criar um novo sistema de
cortes administrativas que poderiam ditar sentenças sobre eleições, imigrações
e até sobre violência policial.
Cortes similares existem na França e na Alemanha.
Mas, no caso de Budapeste, elas teriam ampla interferência do Executivo.
Caberia ao ministro da Justiça escolher uma parcela dos juízes e definir
promoções.
Alguns anos depois, ele apresentou a ideia em um
novo formato, transformando o sistema de pontos pelos quais os candidatos para
os cargos de juízes seriam julgados. Quem passou por funções no governo,
segundo a nova lei, ganha pontos extras. Para ter funções no governo, os
candidatos precisam estar alinhados à extrema direita.
O assalto contra o Judiciário ao final do segundo
mandato apenas completava oito anos de uma estratégia clara de controle.
Naquele período, 400 juízes foram aposentados e a Corte Constitucional passou a
ser controlada por aliados do regime.
O Ministério Público também passou a ser controlado
por Orbán e, no Escritório Nacional de Justiça, ele nomeou a madrinha de um de
seus filhos para o cargo.
O controle do Parlamento e Judiciário foram
estratégicos. Sempre que sofre um revés, o húngaro se apressa em mudar as
regras do jogo, sem freios dos demais poderes. Em 2018, dias depois de perder
as eleições municipais em Budapeste, ele aprovou uma nova lei reduzindo as
competências das prefeituras.
E sem qualquer questionamento da Justiça.
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domingo, 9 de outubro de 2022
O que Bolsonaro falou de importante na vida pública
Richard Jakubaszko
As falas, filosofias e desculpas mais importantes de Jair Bolsonaro, o sem noção de nada, estão registradas abaixo e são de conhecimento público, absolutamente incontestáveis e com evidências eloquentes de que esse quase ser humano é um genocida.
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