Há dias em que acordo com o espírito contestatório e provocativo da personagem Emília, de Monteiro Lobato. Acho que é isso, pois li na infância a quase totalidade dos livros deste mestre da literatura brasileira, aliás, aprendi praticamente a ler nos livros de Lobato, já que residi do 0 aos 6 anos na Chácara do Visconde, em Taubaté, SP, hoje conhecida como Sítio do Pica-pau amarelo.
Pois Emília me daria razão, se estivesse entre nós, ao propor pelo fim da regra do impedimento no futebol. A questão é clara, em meu modo de entender: o gol não é o objetivo do jogo? Por que então se tenta impedir ou dificultar a alegria maior do futebol com uma regra restritiva e que gera inúmeras injustiças, que provoca tanta polêmica e ainda tem a capacidade de truncar o jogo? O impedimento destrói a credibilidade de juízes de futebol, em especial dos bandeirinhas. As mães desses profissionais são recomendadas às profundezas dos infernos toda vez em que um lance é marcado em clima de incerteza.
De certo seu time de futebol já fez gols por intermédio de jogadores que estavam em situação de impedimento, ou na "banheira". Entretanto, com toda a certeza seu time também levou gols assim, gols que mudaram a história do jogo e até de um campeonato. Pura injustiça! Bom, só não é injustiça quando a seleção brasileira faz um gol aos 47 minutos do segundo tempo, e ganha o jogo contra a Argentina. Claro, em total impedimento...
Mas, e se fosse o contrário? Por que então não se muda essa regra? Perguntei isso a diversos amigos, alguns fanáticos por futebol. Nenhum deles foi capaz de esboçar qualquer argumento a favor da manutenção dessa regra do futebol, por si só, em meu modo de entender, e também, provavelmente, no raciocínio de Emília, apesar dela ser uma boneca de pano que nunca manifestou interesses nesses assuntos lúdicos. Com a queda dessa regra as estatísticas demonstrariam que a média de gols por jogo iria aumentar de forma significativa, e com isso ganham o futebol, os jogadores e torcedores. E não esqueçamos dos juízes e suas progenitoras...
Richard, a regra do impedimento é a mais inteligente que existe no futebol. Vou mais longe: muito do fascínio do futebol é devido a ela.
ResponderExcluirImpedimento é uma tradução triste da regra, que na verdade quer dizer que o jogador está fora de jogo. Sua origem tem por motivação dar ao goleiro e à defesa chances de defesa contra atacantes que ficassem enfiados na área, como predadores à espera de uma vítima incauta.
Hoje, ela permite que o futebol seja jogado com menos cuidados defensivos - paradoxalmente - do que se ela não existisse.
A FIFA já testou em algumas oportunidades o jogo sem impedimento e os resultados foram péssimos. Os times amontoavam-se nas defesas, ninguém queria deixar um atacante livre.
Com essa regra, o jogo fica mais equilibrado, mais emocionante, o treinador não precisa preocupar-se com atacantes avançados, atrás de sua linha de defesa.
Emerson,
ResponderExcluirblogueiro do futebol! Seja bem-vindo a este blog. Lamento, mas não consigo concordar com vc nesse aspecto. Não é que o nome seja o impedimento, é o que representa de interpretações errôneas e injustiças que acabam acontecendo. Não importa, depois, que a TV prove que o atacante estava impedido se o gol for feito e validado. O comportamento dos jogadores, atacantes e defesas, poderia até mudar, mas quem desejassee ganhar o jogo teria de ir lá na frente e fazer o gol, não muda muita coisa, não. O que mudaria é que haveria mais gols por jogo, e ainda acho que essa é a grande alegria do futebol.
Recebi e-mail do Dr. John Landers, lá de Brasília:
ResponderExcluirRichard,
Futebol hoje em dia é totalmente desleal. Para começar: pegando na camisa do adversário deve ser cartão vermelho de imediato, é proposital e não tem desculpa! Assim poderia dar mais coragem ao juiz de coibir os excessos de empurra-empurra, derubada proposital etc.
John N. Landers, OBE
o futebol acabaria sem o impedimento, tornaria-se um esporte comum com atacantes de 2m, como no basquete.
ResponderExcluirleia:
http://super.abril.com.br/esporte/nao-houvesse-impedimento-futebol-442659.shtml
Emerson Gonçalves disse que a FIFA já testou o jogo sem impedimento. Quando? Eu nao to sabendo. O fim do impedimento só faria aumentar o número de gols e acabar com esse negócio de anular um gol por milímetros. Além de muitas outras questões que tornam o impedimento ridículo. Um jogador da defesa lá na lateral dá "condições de jogo" a um atacante mesmo estando a dezenas de metros de distância, enquanto que três zagueiros há cinco centímetros atrás dele não dão, mesmo com a bola ainda sendo alçada de longe. E por aí vai. A única objeção que pareceria plausível seria a banheira, mas na medida em que o time que defende coloca um jogador para marcar o banheira, isso só vai acarretar necessidade de adaptação tática a esses fatos novos. Só isso. E o banheira vai valer pros dois lados. Se um time coloca um cara na banheira, o outro vai poder colocar também. Ninguém vai ficar proibido de fazer isso. E que vença o melhor. E que nunca mais a gente tenha que assistir campeonatos sendo decididos nos pênaltis.
ResponderExcluirConcordo por inteiro com o Sr. Richard. Fim ao impedimento, regra que não agrega em nada a beleza do futebol, aliás criar uma regra para dificultar fazer gools. Quem tem que evitar gools são os zagueiros e o goleiro. Por isso, acabe com o impedimento em nome do futebol arte. Os Messis e Neymares, agradecem.
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