Richard Jakubaszko
Desta vez não consegui me segurar nos pés detrás e dou
resposta ao “pseudo-intelectual” Arnaldo Jabor, pela publicação do artigo cheio
de imbecilidades adjetivas que está no Estadão de 16-7-2013. Que o leitor não estabeleça
confusões e nem mal entendidos: reproduzo abaixo o texto do Jabor, com o texto
dele grafado em preto, intercalado por meus comentários grafados em vermelho, e
em itálico, para troçar, ironizar ou contestar o neoliberal burguês Jabor. Ao final faço um desafio honesto ao Jabor.
Que
o leitor tenha uma boa diversão.
A insustentável herança maldita
O que aconteceu com esse governo foi mais um equívoco na
história das trapalhadas que a esquerda leninista comete sempre, agora dentro
do PT. O fracasso é o grande orgulho dos revolucionários masoquistas. Pelo
fracasso constrói-se uma espécie de 'martírio enobrecedor', já que socialismo
hoje é impossível. Erraram com tanta obviedade (no mensalão por exemplo ou no
escândalo dos 'aloprados'), (o intelectual Jabor não aprendeu que, “por exemplo”, se
escreve sempre entre vírgulas. Erro imperdoável num escrevinhador de sua
estirpe e renome. Mas não tem importância, né não? A classe “mérdia” alta para
quem ele escreve, e a elite raivosa, acham que ele escreve divinamente. É o
roto adorando o esfarrapado.) com tanto desprezo pelas evidências de
perigo, tanta subestimação do inimigo, que a única explicação é o desejo de
serem flagrados. Sem contar o sentimento de superioridade que se arrogaram
sobre nós, os 'alienados burgueses neoliberais'. (Até agora, nove linhas de texto, com 540
caracteres, e o alienado neoliberal burguês e inimigo confesso utilizou cerca
de 20 adjetivos com mera opinião pessoal, cheias de desideratos alucinógenos.)
Conheço a turminha que está no poder hoje, desde os idos de
1963, e adivinhava o que estava por vir. Conheci muitos, de perto. (Além de surfar na
maionese, Jabor agora se acha um predestinado adivinhador futurista “de tudo
isso que está aí”, ai, ai, ai...)
Nos meus 20 anos, era impossível não ser 'de esquerda'. Nós
queríamos ser como os homens heroicos que conquistaram Cuba, os longos cabelos
de Camilo Cienfuegos, o charuto do Guevara, a 'pachanga' dançada na chuva linda
do dia em que entraram em Havana, exaustos, barbados, com fuzis na mão e
embriagados de vitória. (Único momento de honestidade – será? -, em que admite ter
sido um dia “de esquerda”.)
A genialidade de Marx me fascinava. Um companheiro me disse
uma vez: "Marx estudou economia, história e filosofia e, um dia, sentou na
mesa (ai, Jabor,
você tropeçou no vernáculo de novo: “sentou na mesa”? Ou seria "sentou-se à
mesa"? Além de tudo você é grosseiro com a figura histórica de Marx, e dá para
apostar que você jamais leu “O Capital”, pois não?) e escreveu um
programa racional para reorganizar a humanidade". Era a invencível beleza
da Razão, o poder das ideias 'justas', que me estimulava a largar qualquer
profissão 'burguesa'. Meu avô dizia: "Cuidado, Arnaldinho, os comunistas
se acham médiuns, aquilo parece tenda espírita...". Eu não liguei e fui para
os 'aparelhos', as reuniões de 'base' e, para meu desespero, me decepcionei. (Pronto, tropeçou de
novo, e ainda deseja desmentir na maior cara-de-pau o dramaturgo alemão Bertolt Brecht, quando este
afirmou que “Quem aos 20 não tem um ideal, depois dos 40 será um crápula”. O Jabor
atual admite a decepção de antes, “aconselhado” por seu avô, que já era um lobo
em pele de ovelha, e que se decepcionou, olha só... Ou seja, confessa que o
“ideal” era uma mentira, e que a decepção se deu logo no primeiro contato com
os “da esquerda”).
Em vez do charme infinito dos cubanos, comecei a ver o erro,
plantado em duas raízes: ou o erro de uma patética organização estratégica que
nunca se completava e, a 'margarida que apareceu' agora com todo esplendor: a
Incompetência (com 'i' maiúsculo), a mais granítica, imaculada incompetência
que vi na vida. (Jabor,
por favor, defina se vale o primeiro dois pontos ou o segundo, é feio escrever
assim, dois pontos aqui, mais dois pontos acolá, tudo dentro da mesma frase. Vê
se aprende a ser competente, e a escrever corretamente...). Por quê? Porque a incompetência do comuna típico é o
despreparo sem dúvidas, é a burrice alçada à condição de certeza absoluta. É um
ridículo silogismo: "Eu sou a favor do bem, logo não posso errar e, logo, não
preciso estudar nem pesquisar". Por que essa incompetência larvar, no DNA
do comuna? Porque eles não lutam pelo 'governo' de algo; lutam pelo poder de um
futuro que não conhecem. O paradoxo é que odeiam o que têm de governar: um país
capitalista. Como pode um comuna administrar o capitalismo? O velho stalinista
Marcos Stokol confessou outro dia no jornal: "O PT entrou no governo
porque queremos mudar o Estado". Todos os erros e burrices que eu via na
UNE e nas reuniões do PC eram de arrepiar os cabelos. Eu pensei horrorizado
quando vi o PT no poder: vão fornicar tudo. Fornicaram. (É, Jabor, os neoliberais não conseguem admitir
a própria incompetência ao governar, porque fracassaram rotundamente, e odeiam ter de
admitir que os caras do PT melhoraram a vida dos brasileiros. Por isso
recorrem, como você, neste texto, a acusações adjetivadas, pseudo
intelectualizadas. Você é uma piada, Jabor, contenha-se. Seus parceiros
neoliberais nem aprenderam ainda a ser oposição. Como podem pretender ser
governo?)
E olhem que estou me referindo apenas ao 'rationale' básico,
psicológico, de uma 'boa consciência' incompetente que professam. Sem mencionar
a roubalheira justificada pela ideologia - "desapropriar os bens da
burguesia para nossos fins". A fome de uma porcada magra invadindo o
batatal - isso eu não esperava. (Isso, Jabor, o povo é uma porcada magra com fome, invadindo
seu batatal, é uma confissão antológica de como você vê as coisas. Reconheça
apenas que foram seus parceiros neoliberais que deixaram a porcada assim, né
não?)
Como era fácil viver segundo os escassos 'sentimentos'
catalogados pelos comunas: ou o companheiro estava sendo 'aventureiro' ou
'provocador' ou então era 'oportunista, hesitante, pequeno-burguês' ou sectário
ou 'obreirista' ou sei lá o quê. (Agora foi ato falho, Jabor, sua raiva contra o povo é
atávica, e recidiva, você nem consegue escrever “trabalhador”. Deve provocar
coceiras em você esse negócio de trabalhar, não é? Obreirista? Quem obra é
trabalhador, “obreirista” é um neologismo de burguês neoliberal como você, que
deve odiar trabalhadores e o trabalho. Bom, tem gente que obra, ou melhor,
defeca, o que é algo humano, mas você obra verdadeiras e fétidas diarreias
intelectuais. Esse neologismo foi fraco, Jabor, e me desculpe, tive de
adjetivar um pouco, esse negócio de fazer crítica é contagiante, sabe?). Era fácil viver; ignorávamos os ignorantes,
os neuróticos, os paranoicos, os psicopatas, os burros e os sempre presentes
filhos da p... Nas reuniões e assembleias, surgia sempre a voz rombuda da
burrice. Aliás, burrice tem sido muito subestimada nas análises históricas. No
entanto, ela é presença obrigatória, a convidada de honra: a burrice sólida,
marmórea. Vivíamos assediados por lugares-comuns. O imperialismo era a
'contradição principal' de tudo (vejam o ardor com que condenaram a 'invasão
americana' de nossos segredos de Estado há pouco. Quais? Quanto a Delta levou,
onde está o Lula?). As discussões intermináveis, os diagnósticos mal lidos da
Academia da URSS sempre despencavam, esfarinhavam-se diante do enigma eterno:
"O que fazer?". E ninguém sabia.
E veio a sucessão de derrotas. Derrota em 64, derrota em 68,
derrota na luta armada, derrotas sem-fim.
Até que surgiu, nos anos 70, uma homem novo: Lula, (Tá desculpado como
erro de digitação esse uma homem,
Jabor, mas faz favor, na próxima vez, respeita o leitor, e revisa duas, três vezes
o texto, tá?) diante de um mar de metalúrgicos no ABC. Aí, começou a
romaria em volta da súbita aparição do messias operário, o ungido. Lula foi
envolvido num novelo de ideologias e dogmas dos comunas desempregados,
desfigurando de saída o que seria o PT. (Vixe, isso é coisa de homem ciumento, Jabor: mar de
metalúrgico? Pra você seria um pesadelo, né não?)
Quando comecei a criticar o PT e o Lula, 'petralhas' me
acusaram de ser de direita, udenista contra operários. (E não é? Que isso, Jabor? Sai do armário, cara!
Confessa!) Não era nada disso; era o pavor, o medo de que a velha
incompetência administrativa e política do 'janguismo' se repetisse no Brasil,
que tinha sido saneado pelo governo de FHC. (Ora, vai mentir em sanatórios, Jabor! FHC sanou
o país? Ou ele quebrou o país pelo menos 3 vezes, e foi ao FMI de penico na
mão?). Não deu outra. O retrocesso foi terrível porque estava tudo
pronto para a modernização do País; mas o avião foi detido na hora da
decolagem. Hoje, vemos mais uma 'revolução' fracassada; não uma revolução com
armas ou com o povo, mas uma revolução feita de malas pretas, de dinheiro
subtraído de estatais, (Sobrou estatal, Jabor? Eu tinha a quase certeza que o FHC e o
Serra tinham vendido todas! Que eu saiba temos empresas públicas, como o Banco
do Brasil, Caixa Econômica Federal, e a Petrobras, que seu FHC já tinha
renomeado Petrobrax, e ia entregar pros gringos, não foi assim?) da
desmoralização das instituições republicanas. Hoje, vemos o final dessa epopeia
burra, vemos que a estratégia de Dirceu e seus comparsas era a tomada do poder
pelo apodrecimento das instituições burguesas, uma espécie de 'gramscianismo
pela corrupção' ou talvez um 'stalinismo de resultados'.
O perigo é que os intelectuais catequizados ainda pensam:
"O PT desmoralizado ainda é um mal menor (?) que o inimigo principal - os
tucanos neoliberais". (Essa é uma antológica verdade, admito isso, mesmo não sendo
petista. Dá parabéns pros seus intelectuais ironizados, mas admita pra eles que
o catequizado é você, pega melhor ser um pouco humilde nessas horas, sabe? Você
é arrogante demais pro meu gosto, cara. Outra coisa, faltou um “do”, uma
combinação da preposição de com o artigo o, depois do menor e antes do que...
Definitivamente, Jabor, você escreve muito mal, vai acabar indo pra Academia
Brasileira de Letras, e fazer companhia ao Merval, ele também escreve muito
mal, mas escrevinha melhor que você...)
Como escreveu minha filha Juliana Jabor, mestra em
antropologia, "ajudado por intelectuais fiéis, Lula poderá se apropriar da
situação com seu carisma inabalável, para ocupar a 'função paterna' que está
vaga desde o fim do seu governo. Pode ser eleito de novo e a multidão se
transformará, aí sim, em 'massa'. O 'movimento' perderá o seu caráter de
produção de subjetividades e se transformará numa massa guiada por um líder
populista". (Agora acho que entendi, esse é o medo de todos vocês, os neoliberais
burgueses depostos do poder pelo voto dos trabalhadores brasileiros, de que
Lula se reeleja presidente. Vai não, Jabor, o Lula já disse e já escreveu que a
palavra é da Dilma, e ela dá mostras de que deseja e vai conseguir a reeleição.
Por mim, Lula devia é se candidatar ao governo do estado de São Paulo, pra
acabar com a raça dos tucanos de uma vez por todas. Seria divertido assistir
isso.).
COMENTÁRIOS ADICIONAIS DO BLOGUEIRO:
1 - Arnaldinho, vá se tratar, pegue um bom psiquiatra, ou seu caso vai desandar. Nesse ritmo que você anda, daqui a pouco vai pirar total. Se amanhã o seu patrão mandar você vai se desmentir de novo, como fez no caso das passeatas?
2 - Pra seu governo, Arnaldinho, durante os governos de Lula e Dilma, foram criados 18 milhões de empregos formais,
contra 5 milhões dos anos FHC; o desemprego se reduziu pela metade e o
Brasil nunca mais voltou ao FMI, pelo contrário, somos credores. Temos até Fundo Soberano, e reservas cambiais como nunca dantes se viu na história deste país. Então, cadê a "herança maldita do Lula" de que você fala? Ficou só no título? Você vomitou adjetivos, acusou, repetiu falsas e mentirosas corrupções, e esqueceu dos trambiques no governo FHC, as privatizações corruptas da Vale e das telefônicas, a compra do Congresso pra votar a reeleição, o "sucesso" da entrega do Banespa. Quer mais? O dólar a R$ 4,00 reais, Selic de 40% a.a. Inflação de 12% a.a., dívida externa de US$ 160 bilhões, que o Lula já pagou...
3 - Arnaldinho, me aponte um único indicador social ou econômico, compare os governos de FHC e Lula, e me diga um indicador em que o tucano leve vantagem. Unzinho só, Jabor, ou então cale a boca, e engesse esses dedos pra não escrever bobagens! Você nem jornalista é, sô! Pare de fingir ser o que não é. Você é um cineasta rejeitado! Só isso...
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