quinta-feira, 18 de julho de 2013

A insustentável herança maldita

Richard Jakubaszko
Desta vez não consegui me segurar nos pés detrás e dou resposta ao “pseudo-intelectual” Arnaldo Jabor, pela publicação do artigo cheio de imbecilidades adjetivas que está no Estadão de 16-7-2013. Que o leitor não estabeleça confusões e nem mal entendidos: reproduzo abaixo o texto do Jabor, com o texto dele grafado em preto, intercalado por meus comentários grafados em vermelho, e em itálico, para troçar, ironizar ou contestar o neoliberal burguês Jabor. Ao final faço um desafio honesto ao Jabor.
Que o leitor tenha uma boa diversão.

A insustentável herança maldita
por Arnaldo Jabor - O Estado de S.Paulo - 16 de julho de 2013 http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,a-insustentavel--heranca-maldita--,1053948,0.htm
O que aconteceu com esse governo foi mais um equívoco na história das trapalhadas que a esquerda leninista comete sempre, agora dentro do PT. O fracasso é o grande orgulho dos revolucionários masoquistas. Pelo fracasso constrói-se uma espécie de 'martírio enobrecedor', já que socialismo hoje é impossível. Erraram com tanta obviedade (no mensalão por exemplo ou no escândalo dos 'aloprados'), (o intelectual Jabor não aprendeu que, “por exemplo”, se escreve sempre entre vírgulas. Erro imperdoável num escrevinhador de sua estirpe e renome. Mas não tem importância, né não? A classe “mérdia” alta para quem ele escreve, e a elite raivosa, acham que ele escreve divinamente. É o roto adorando o esfarrapado.) com tanto desprezo pelas evidências de perigo, tanta subestimação do inimigo, que a única explicação é o desejo de serem flagrados. Sem contar o sentimento de superioridade que se arrogaram sobre nós, os 'alienados burgueses neoliberais'. (Até agora, nove linhas de texto, com 540 caracteres, e o alienado neoliberal burguês e inimigo confesso utilizou cerca de 20 adjetivos com mera opinião pessoal, cheias de desideratos alucinógenos.)

Conheço a turminha que está no poder hoje, desde os idos de 1963, e adivinhava o que estava por vir. Conheci muitos, de perto. (Além de surfar na maionese, Jabor agora se acha um predestinado adivinhador futurista “de tudo isso que está aí”, ai, ai, ai...)

Nos meus 20 anos, era impossível não ser 'de esquerda'. Nós queríamos ser como os homens heroicos que conquistaram Cuba, os longos cabelos de Camilo Cienfuegos, o charuto do Guevara, a 'pachanga' dançada na chuva linda do dia em que entraram em Havana, exaustos, barbados, com fuzis na mão e embriagados de vitória. (Único momento de honestidade – será? -, em que admite ter sido um dia “de esquerda”.)

A genialidade de Marx me fascinava. Um companheiro me disse uma vez: "Marx estudou economia, história e filosofia e, um dia, sentou na mesa (ai, Jabor, você tropeçou no vernáculo de novo: “sentou na mesa”? Ou seria "sentou-se à mesa"? Além de tudo você é grosseiro com a figura histórica de Marx, e dá para apostar que você jamais leu “O Capital”, pois não?) e escreveu um programa racional para reorganizar a humanidade". Era a invencível beleza da Razão, o poder das ideias 'justas', que me estimulava a largar qualquer profissão 'burguesa'. Meu avô dizia: "Cuidado, Arnaldinho, os comunistas se acham médiuns, aquilo parece tenda espírita...". Eu não liguei e fui para os 'aparelhos', as reuniões de 'base' e, para meu desespero, me decepcionei. (Pronto, tropeçou de novo, e ainda deseja desmentir na maior cara-de-pau o dramaturgo alemão Bertolt Brecht, quando este afirmou que “Quem aos 20 não tem um ideal, depois dos 40 será um crápula”. O Jabor atual admite a decepção de antes, “aconselhado” por seu avô, que já era um lobo em pele de ovelha, e que se decepcionou, olha só... Ou seja, confessa que o “ideal” era uma mentira, e que a decepção se deu logo no primeiro contato com os “da esquerda”).

Em vez do charme infinito dos cubanos, comecei a ver o erro, plantado em duas raízes: ou o erro de uma patética organização estratégica que nunca se completava e, a 'margarida que apareceu' agora com todo esplendor: a Incompetência (com 'i' maiúsculo), a mais granítica, imaculada incompetência que vi na vida. (Jabor, por favor, defina se vale o primeiro dois pontos ou o segundo, é feio escrever assim, dois pontos aqui, mais dois pontos acolá, tudo dentro da mesma frase. Vê se aprende a ser competente, e a escrever corretamente...). Por quê? Porque a incompetência do comuna típico é o despreparo sem dúvidas, é a burrice alçada à condição de certeza absoluta. É um ridículo silogismo: "Eu sou a favor do bem, logo não posso errar e, logo, não preciso estudar nem pesquisar". Por que essa incompetência larvar, no DNA do comuna? Porque eles não lutam pelo 'governo' de algo; lutam pelo poder de um futuro que não conhecem. O paradoxo é que odeiam o que têm de governar: um país capitalista. Como pode um comuna administrar o capitalismo? O velho stalinista Marcos Stokol confessou outro dia no jornal: "O PT entrou no governo porque queremos mudar o Estado". Todos os erros e burrices que eu via na UNE e nas reuniões do PC eram de arrepiar os cabelos. Eu pensei horrorizado quando vi o PT no poder: vão fornicar tudo. Fornicaram. (É, Jabor, os neoliberais não conseguem admitir a própria incompetência ao governar, porque fracassaram rotundamente, e odeiam ter de admitir que os caras do PT melhoraram a vida dos brasileiros. Por isso recorrem, como você, neste texto, a acusações adjetivadas, pseudo intelectualizadas. Você é uma piada, Jabor, contenha-se. Seus parceiros neoliberais nem aprenderam ainda a ser oposição. Como podem pretender ser governo?)

E olhem que estou me referindo apenas ao 'rationale' básico, psicológico, de uma 'boa consciência' incompetente que professam. Sem mencionar a roubalheira justificada pela ideologia - "desapropriar os bens da burguesia para nossos fins". A fome de uma porcada magra invadindo o batatal - isso eu não esperava. (Isso, Jabor, o povo é uma porcada magra com fome, invadindo seu batatal, é uma confissão antológica de como você vê as coisas. Reconheça apenas que foram seus parceiros neoliberais que deixaram a porcada assim, né não?)

Como era fácil viver segundo os escassos 'sentimentos' catalogados pelos comunas: ou o companheiro estava sendo 'aventureiro' ou 'provocador' ou então era 'oportunista, hesitante, pequeno-burguês' ou sectário ou 'obreirista' ou sei lá o quê. (Agora foi ato falho, Jabor, sua raiva contra o povo é atávica, e recidiva, você nem consegue escrever “trabalhador”. Deve provocar coceiras em você esse negócio de trabalhar, não é? Obreirista? Quem obra é trabalhador, “obreirista” é um neologismo de burguês neoliberal como você, que deve odiar trabalhadores e o trabalho. Bom, tem gente que obra, ou melhor, defeca, o que é algo humano, mas você obra verdadeiras e fétidas diarreias intelectuais. Esse neologismo foi fraco, Jabor, e me desculpe, tive de adjetivar um pouco, esse negócio de fazer crítica é contagiante, sabe?).  Era fácil viver; ignorávamos os ignorantes, os neuróticos, os paranoicos, os psicopatas, os burros e os sempre presentes filhos da p... Nas reuniões e assembleias, surgia sempre a voz rombuda da burrice. Aliás, burrice tem sido muito subestimada nas análises históricas. No entanto, ela é presença obrigatória, a convidada de honra: a burrice sólida, marmórea. Vivíamos assediados por lugares-comuns. O imperialismo era a 'contradição principal' de tudo (vejam o ardor com que condenaram a 'invasão americana' de nossos segredos de Estado há pouco. Quais? Quanto a Delta levou, onde está o Lula?). As discussões intermináveis, os diagnósticos mal lidos da Academia da URSS sempre despencavam, esfarinhavam-se diante do enigma eterno: "O que fazer?". E ninguém sabia.

E veio a sucessão de derrotas. Derrota em 64, derrota em 68, derrota na luta armada, derrotas sem-fim.

Até que surgiu, nos anos 70, uma homem novo: Lula, (Tá desculpado como erro de digitação esse uma homem, Jabor, mas faz favor, na próxima vez, respeita o leitor, e revisa duas, três vezes o texto, tá?) diante de um mar de metalúrgicos no ABC. Aí, começou a romaria em volta da súbita aparição do messias operário, o ungido. Lula foi envolvido num novelo de ideologias e dogmas dos comunas desempregados, desfigurando de saída o que seria o PT. (Vixe, isso é coisa de homem ciumento, Jabor: mar de metalúrgico? Pra você seria um pesadelo, né não?)

Quando comecei a criticar o PT e o Lula, 'petralhas' me acusaram de ser de direita, udenista contra operários. (E não é? Que isso, Jabor? Sai do armário, cara! Confessa!) Não era nada disso; era o pavor, o medo de que a velha incompetência administrativa e política do 'janguismo' se repetisse no Brasil, que tinha sido saneado pelo governo de FHC. (Ora, vai mentir em sanatórios, Jabor! FHC sanou o país? Ou ele quebrou o país pelo menos 3 vezes, e foi ao FMI de penico na mão?). Não deu outra. O retrocesso foi terrível porque estava tudo pronto para a modernização do País; mas o avião foi detido na hora da decolagem. Hoje, vemos mais uma 'revolução' fracassada; não uma revolução com armas ou com o povo, mas uma revolução feita de malas pretas, de dinheiro subtraído de estatais, (Sobrou estatal, Jabor? Eu tinha a quase certeza que o FHC e o Serra tinham vendido todas! Que eu saiba temos empresas públicas, como o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, e a Petrobras, que seu FHC já tinha renomeado Petrobrax, e ia entregar pros gringos, não foi assim?) da desmoralização das instituições republicanas. Hoje, vemos o final dessa epopeia burra, vemos que a estratégia de Dirceu e seus comparsas era a tomada do poder pelo apodrecimento das instituições burguesas, uma espécie de 'gramscianismo pela corrupção' ou talvez um 'stalinismo de resultados'.

O perigo é que os intelectuais catequizados ainda pensam: "O PT desmoralizado ainda é um mal menor (?) que o inimigo principal - os tucanos neoliberais". (Essa é uma antológica verdade, admito isso, mesmo não sendo petista. Dá parabéns pros seus intelectuais ironizados, mas admita pra eles que o catequizado é você, pega melhor ser um pouco humilde nessas horas, sabe? Você é arrogante demais pro meu gosto, cara. Outra coisa, faltou um “do”, uma combinação da preposição de com o artigo o, depois do menor e antes do que... Definitivamente, Jabor, você escreve muito mal, vai acabar indo pra Academia Brasileira de Letras, e fazer companhia ao Merval, ele também escreve muito mal, mas escrevinha melhor que você...)

Como escreveu minha filha Juliana Jabor, mestra em antropologia, "ajudado por intelectuais fiéis, Lula poderá se apropriar da situação com seu carisma inabalável, para ocupar a 'função paterna' que está vaga desde o fim do seu governo. Pode ser eleito de novo e a multidão se transformará, aí sim, em 'massa'. O 'movimento' perderá o seu caráter de produção de subjetividades e se transformará numa massa guiada por um líder populista". (Agora acho que entendi, esse é o medo de todos vocês, os neoliberais burgueses depostos do poder pelo voto dos trabalhadores brasileiros, de que Lula se reeleja presidente. Vai não, Jabor, o Lula já disse e já escreveu que a palavra é da Dilma, e ela dá mostras de que deseja e vai conseguir a reeleição. Por mim, Lula devia é se candidatar ao governo do estado de São Paulo, pra acabar com a raça dos tucanos de uma vez por todas. Seria divertido assistir isso.).

COMENTÁRIOS ADICIONAIS DO BLOGUEIRO:
1 - Arnaldinho, vá se tratar, pegue um bom psiquiatra, ou seu caso vai desandar. Nesse ritmo que você anda, daqui a pouco vai pirar total. Se amanhã o seu patrão mandar você vai se desmentir de novo, como fez no caso das passeatas?

2 - Pra seu governo, Arnaldinho, durante os governos de Lula e Dilma, foram criados 18 milhões de empregos formais, contra 5 milhões dos anos FHC; o desemprego se reduziu pela metade e o Brasil nunca mais voltou ao FMI, pelo contrário, somos credores. Temos até Fundo Soberano, e reservas cambiais como nunca dantes se viu na história deste país. Então, cadê a "herança maldita do Lula" de que você fala? Ficou só no título? Você vomitou adjetivos, acusou, repetiu falsas e mentirosas corrupções, e esqueceu dos trambiques no governo FHC, as privatizações corruptas da Vale e das telefônicas, a compra do Congresso pra votar a reeleição, o "sucesso" da entrega do Banespa. Quer mais? O dólar a R$ 4,00 reais, Selic de 40% a.a. Inflação de 12% a.a., dívida externa de US$ 160 bilhões, que o Lula já pagou...

3 - Arnaldinho, me aponte um único indicador social ou econômico, compare os governos de FHC e Lula, e me diga um indicador em que o tucano leve vantagem. Unzinho só, Jabor, ou então cale a boca, e engesse esses dedos pra não escrever bobagens! Você nem jornalista é, sô! Pare de fingir ser o que não é. Você é um cineasta rejeitado! Só isso...
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7 comentários:

  1. José Carlos Arruda, BH18 de julho de 2013 às 11:54

    Cáspita!
    Isso é que é desconstruir um medíocre.
    José Carlos

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  2. O tucano mais indicado, pelo partido dele (dito 'da oposição'), para disputar a Presidência da República na próxima eleição, é de um Estado que deve muito ao Governo do Federal. Até estradas vicinais são construídas com verbas do governo Federal (muitas vezes após anos de descaso com os buracos e com as condições intransitáveis; após varias mortes decorrentes de acidentes nessas estradas). Trata-se do Estado com maior número de Universidades Federais; e um dos estados com maior número de funcionários federais (emprego gerado e mantido pelo governo federal). Talvez seja por isso que a memória e imagem do avô tem que ser obrigatoriamente lembrada como um dos maiores méritos curriculares na atuação política desse candidato.José Dias, Campinas, SP

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  3. Caro Richard,
    Parabéns !!!! Não sei como vc consegue ler este cara, parei na metade..
    abs
    Luiz P.

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  4. Ana Piemonte, Vacaria19 de julho de 2013 às 15:10

    Esse sujeitinho já estava por merecer isso faz um bom tempo.
    Ana Piemonte

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  5. Jorge F
    De mal gosto este artigo. Cada vez que leio um texto deste camarada me decepciono mais. Construir o próprio texto destruindo e fazendo chacota de outro é coisa de quem não sabe mais do que escrever, coisa de criança que quer chamar atenção. Se concordo com Arnaldinho? Não disse isso. Mas um pouco de respeito com o trabalho alheio é necessário. E pelo visto só aprova comentários a favor dele mesmo. Quantos mais será que concordam comigo e não são vistos? Liberdade de opinião por água abaixo.

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  6. Jorge F
    Como vc vê, sua opinião está aí...
    Respeito com o trabalho do Arnaldinho? Não carece disso, Jorge. Aliás, parece nem ser a opinião dele, ele amanhã pode desdizer tudo e dar outra opinião, como já fez antes, lembra, sobre as manifestações? Se o patrão dele manda, ele obedece.
    Chacota é a única coisa que dá para fazer ao Arnaldinho, e ele não responde. Aliás, o espaço para responder é esse, mas ele faz de conta que não viu nada, é mais confortável.
    Esse blog é um espaço de debate, qualquer um que se manifeste, a favor ou contra, eu dou direito, abro espaço e debato, não faço censura a ninguém, desde que se identifique. E vc, lembro-lhe, não se identificou corretamente, pois Jorge F é ninguém, pode ser qualquer um, até mesmo nome falso.

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  7. Até que tentei ler o que o lambe-botas da globogolpe escreveu, impossível continuar com a indigesta leitura, só consegui ler as tuas observações e te considero um cara com um estômago de aço.Esse sujeitinho me dá nojo.

    Nice Almeida-Itabuna

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