Houve um acordo político e formal entre caminhoneiros e o governo federal para solução na "crise" dos caminhoneiros, cuja pauta incluía ajustes nos prazos de financiamento do BNDES para caminhões, redução nos valores dos pedágios para caminhões vazios, e um aprofundamento no debate da Lei dos Caminhoneiros, em aprovação no Congresso Federal, e que, segundo alguns líderes da categoria, atenderia pleitos das transportadoras e não dos motoristas. Afora isso, a pauta pretendia redução nos preços do diesel, pedido já negado pela presidente Dilma, além de correção das tarifas do transporte de cargas. A presidente Dilma comprometeu-se a sancionar a Lei dos Caminhoneiros, pois é a única coisa que ela pode fazer na questão da Lei, que é de responsabilidade do Congresso Federal, não do governo.
Sobre as tarifas de fretes, como se sabe, elas não são levadas em consideração pelos caminhoneiros, especialmente em
tempos de safras recordes,
sejam frotistas ou individuais. Eles cobram o que querem, como cobraram nas safras de 2012/13 e 2013/14 Brasil adentro, quase enlouquecendo agricultores, reduzindo o justo lucro dos produtores com essas manobras, sem correr os riscos de fazer agricultura. Nesse sentido, esse movimento dos caminhoneiros
ficou caracterizado, então, mais como um movimento político-partidário do que econômico ou social.
O buzilis da questão é que o movimento dos caminhoneiros não apresenta líderes, ou seja, é semelhante ao movimento das passeatas que pipocaram nas principais cidades brasileiras em 2014, a princípio em São Paulo, para protestar contra o aumento de R$ 0,20 centavos na tarifa de ônibus, e depois cada um dos participantes agregou seu protesto individual, chegando-se ao ridículo de alguns pedirem a aprovação da PEC 37, a Proposta de Emenda Constitucional, que tratava dos poderes dos procuradores para investigar. O que tornava ridículo os protestantes nas passeatas, pois nem sabiam de que se tratava a PEC. E abriu-se espaço para os black blocks, que destruíam o que podiam em seu caminho.
Na questão dos caminhoneiros existe, então, além da falta de líderes com quem negociar, o fator impositivo e ditatorial de uma minoria que proíbe aos colegas de ir adiante para entregar as mercadorias que estão transportando. É bom que fique claro, se um caminhão carregado de mercadorias é impedido de seguir adiante, e tivemos quase uma centena desses pontos nessas condições, especialmente no Sul e Sudeste, isto vai fazer com que algumas mercadorias comecem a faltar nos supermercados, Ceasas e feiras das cidades, principalmente frutas do Sul do país, carne suína e de aves, cebola e batata (nesses dois casos o Sul é o maior produtor nessa época do ano), trigo, arroz, o que gera uma desenfreada especulação de preços e atitudes por parte de alguns atacadistas, e aí a maionese desanda.
O Ministério da Justiça, a Procuradoria Geral da República, e a Polícia Rodoviária Federal, estão devendo à população demonstrações de ações enérgicas para conter os grupos de ativistas políticos que impedem a livre circulação dos caminhões. Dar entrevista para TVs e jornais dizendo que a polícia vai multar os "grevistas" não foi suficiente, e começa a acontecer o fenômeno da ausência dos caminhoneiros, ou seja, sabedores de que ficarão presos na estrada, por alguns dias, ou por muitas horas, eles ficam em casa desfrutando de um descanso, e indiretamente, sem saber, acabam por apoiar o movimento político-grevista, enquanto esperam pelo desenrolar dos acontecimentos (o que colabora com os grevistas), e aí o desabastecimento chega mais rápido e mais feroz, pois ao caos agregam-se os comerciantes especuladores.
É lamentável e desolador assistir a esses movimentos político-partidários, conduzidos por gente que não deseja nada de positivo, pois se constata que pretendem apenas tumultuar, tornar o ambiente político um caos. Torcem contra o Brasil, desejam apenas causar muita confusão.
Espero que dentro em breve sejam apontados os responsáveis não apenas desse movimento dos caminhoneiros, mas outros também, pois essa prática de protestos sem líderes em nome de causas difusas tem sido prática comum pelo mundo afora. Ocorreu isso na Turquia e em vários países do mundo Árabe, na Venezuela, Argentina, e antes e agora no Brasil. Há uma teoria conspiratória que aponta a CIA como responsável direta por esses movimentos, treinando brasileiros para tumultuar o país, como teriam feito no mundo Árabe, desestruturando as economias de vários países.
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