Richard Jakubaszko
Boas fotos, instantâneos únicos que revelam a naturalidade e beleza do relacionamento que crianças e animais desfrutam. A maioria dos adultos perde essa naturalidade.
quinta-feira, 30 de agosto de 2018
quarta-feira, 29 de agosto de 2018
segunda-feira, 27 de agosto de 2018
Ordem inversa
Carlos Eduardo Florence *
Esgarçado o cosmos registraram-se, condignamente, sob as bênçãos das torrentes psicóticas mais saudáveis e robustas os benefícios do reaproveitamento de almas descartadas, enfeitiçadas ainda. Ainhuvãtsau, exumado em tempo e verbo, coordenou as intransigências, pois as solidões se enfeitaram mimosas para os procedimentos; rituais tradicionais “in memoriam” praticados.
Sem impactos agressivos, as luzes ideológicas não se calaram ao trazerem reconciliações e meditações, enquanto, metodicamente, os paradigmas indispensáveis eram grafados sob as melhores hipóteses após os trabalhos abertos. Os mais afoitos se desnudaram, educadamente, as dúvidas se esconderam entre as lágrimas pueris e uma chuva de provérbios desafinou melodiosa em arcos-ires para apaziguar o cotidiano. A paz beijou a tristeza. No espaço enorme, proposital, aberto à imaginação sem barreiras entre o nada e a surpresa, distribuiu-se fartamente as pretensões do acasalamento e da procriação híbrida da gênesis espiritualista com a teoria evolucionista Darwiniana. Consagrou-se o vermelho como o som preferido e acentuou-se a cor do silêncio para todos se reconciliarem ouvindo respeitosamente o infinito ressonar. Coisas do romantismo revisionista.
Confirmou-se assim, consolidando o encerramento, em Segmar Aiwan, período amorfo e incorpóreo, com total incompatibilidade geológica, carnal ou botânica presa à desprezível realidade, mesmo face às crenças fundamentalistas, que foram as almas desencarnadas acomodadas ali, provisoriamente, pois o imponderável escolhido carregava alegrias soturnas e clarezas esotéricas exigidas pelos preceitos e ritos.
Estendiam-se as almas apaziguadas, já metamorfoseadas, condignas para os cerimoniais, caprichosamente distribuídas a leste do inconsciente e acima do subjetivo. Matéria esta, espiritual, considerada fundamental e irreversível para se amoldar ao além e ao ponto nevrálgico entre o zodíaco e a premonição. Aproveitaram-se as intransigências morais indispensáveis para serem eximidos os impactos das incertezas e das fantasias, fortemente fixadas na junção da constelação de Outires com a área gangrenada do privilégio do escárnio, regiões de tonalidades assexuadas medianas, de aromas conflitivos, mas ainda em período duvidoso de putrefação saudável. A solução final, em transito, seria o inverso da sintonia dodecafônica e inacabada, imperceptível para os encarnados.
Antes do encerramento lúdico e majestoso, como previsível, Ainhuvãtsau transmudou o signo da paixão, então disfarçado de complexo de Édipo, pelos sete paradoxos indestrutíveis utilizados pelas emoções que governam as almas desencarnadas habitantes dos astros da constelação de Segmar Aiwan. Para cravar fundo e indelével a harmonia das heresias e dos pecados, as almas dos astros escambam seus enfados e desatinos pela ordem inversa das emoções materializadas pelo criador: intuição, demência, passionalidade, ciúmes, malícia, deboche, inveja.
A inversão dialética da ordem tornou claro o poder e a magia de Ainhuvãtsau.
* o autor é economista, blogueiro, escrevinhador, e diretor-executivo da AMA – Associação dos Misturadores de Adubos.
Publicado no https://carloseduardoflorence.blogspot.com.br/
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Esgarçado o cosmos registraram-se, condignamente, sob as bênçãos das torrentes psicóticas mais saudáveis e robustas os benefícios do reaproveitamento de almas descartadas, enfeitiçadas ainda. Ainhuvãtsau, exumado em tempo e verbo, coordenou as intransigências, pois as solidões se enfeitaram mimosas para os procedimentos; rituais tradicionais “in memoriam” praticados.
Sem impactos agressivos, as luzes ideológicas não se calaram ao trazerem reconciliações e meditações, enquanto, metodicamente, os paradigmas indispensáveis eram grafados sob as melhores hipóteses após os trabalhos abertos. Os mais afoitos se desnudaram, educadamente, as dúvidas se esconderam entre as lágrimas pueris e uma chuva de provérbios desafinou melodiosa em arcos-ires para apaziguar o cotidiano. A paz beijou a tristeza. No espaço enorme, proposital, aberto à imaginação sem barreiras entre o nada e a surpresa, distribuiu-se fartamente as pretensões do acasalamento e da procriação híbrida da gênesis espiritualista com a teoria evolucionista Darwiniana. Consagrou-se o vermelho como o som preferido e acentuou-se a cor do silêncio para todos se reconciliarem ouvindo respeitosamente o infinito ressonar. Coisas do romantismo revisionista.
Confirmou-se assim, consolidando o encerramento, em Segmar Aiwan, período amorfo e incorpóreo, com total incompatibilidade geológica, carnal ou botânica presa à desprezível realidade, mesmo face às crenças fundamentalistas, que foram as almas desencarnadas acomodadas ali, provisoriamente, pois o imponderável escolhido carregava alegrias soturnas e clarezas esotéricas exigidas pelos preceitos e ritos.
Estendiam-se as almas apaziguadas, já metamorfoseadas, condignas para os cerimoniais, caprichosamente distribuídas a leste do inconsciente e acima do subjetivo. Matéria esta, espiritual, considerada fundamental e irreversível para se amoldar ao além e ao ponto nevrálgico entre o zodíaco e a premonição. Aproveitaram-se as intransigências morais indispensáveis para serem eximidos os impactos das incertezas e das fantasias, fortemente fixadas na junção da constelação de Outires com a área gangrenada do privilégio do escárnio, regiões de tonalidades assexuadas medianas, de aromas conflitivos, mas ainda em período duvidoso de putrefação saudável. A solução final, em transito, seria o inverso da sintonia dodecafônica e inacabada, imperceptível para os encarnados.
Antes do encerramento lúdico e majestoso, como previsível, Ainhuvãtsau transmudou o signo da paixão, então disfarçado de complexo de Édipo, pelos sete paradoxos indestrutíveis utilizados pelas emoções que governam as almas desencarnadas habitantes dos astros da constelação de Segmar Aiwan. Para cravar fundo e indelével a harmonia das heresias e dos pecados, as almas dos astros escambam seus enfados e desatinos pela ordem inversa das emoções materializadas pelo criador: intuição, demência, passionalidade, ciúmes, malícia, deboche, inveja.
A inversão dialética da ordem tornou claro o poder e a magia de Ainhuvãtsau.
* o autor é economista, blogueiro, escrevinhador, e diretor-executivo da AMA – Associação dos Misturadores de Adubos.
Publicado no https://carloseduardoflorence.blogspot.com.br/
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sábado, 25 de agosto de 2018
O melhor de bolsonaro (pra quem gosta)
Richard Jakubaszko
Recebo e-mail lá da terrinha, de onde o companheiro Luis Amorim coletou material de um jornalista lusitano, sobre o Bolsonaro e mostra o seu melhor desempenho em termos de emitir opiniões.
O receio que a gente tem, eu e meus amigos portugueses, é que mais brasileiros concordem com esse candidato estrombólico, e que anda com a segunda colocação entre as preferências de votos de brasileiros sem a mínima noção do que seja extrema-direita, nazismo e fascismo, e outras ideologias especiais que o bolsonarismo anda apregoando, como o machismo, homofobia, racismo, xenofobia e muito mais.
Confiram o conjunto de brilhantes frases bolsonaristas pesquisadas pelo jornalista português:
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Recebo e-mail lá da terrinha, de onde o companheiro Luis Amorim coletou material de um jornalista lusitano, sobre o Bolsonaro e mostra o seu melhor desempenho em termos de emitir opiniões.
O receio que a gente tem, eu e meus amigos portugueses, é que mais brasileiros concordem com esse candidato estrombólico, e que anda com a segunda colocação entre as preferências de votos de brasileiros sem a mínima noção do que seja extrema-direita, nazismo e fascismo, e outras ideologias especiais que o bolsonarismo anda apregoando, como o machismo, homofobia, racismo, xenofobia e muito mais.
Confiram o conjunto de brilhantes frases bolsonaristas pesquisadas pelo jornalista português:
Um idiota perigoso
Pensamentos do sr. Bolsonaro
por Cid Benjamin [*]
Jair Bolsonaro fala:
Sobre a ditadura (I): "O erro foi torturar [os presos
políticos] e não matar"
Sobre a ditadura (II): "Se ela tivesse matado mais
gente, teria sido melhor"
Sobre negros (I): "Quilombola não serve nem pra
procriar"
Sobre negros (II) , ao ser perguntado sobre qual seria sua
reação se um filho se relacionasse com uma negra: "Eu não corro o risco,
meus filhos foram bem educados". ( https://youtube.com/watch?v=9T5ZSAO1MVg
).
Sobre o massacre do [Presídio] Carandiru: "A PM [Polícia
Militar] deveria ter matado mais de mil presos, e não só 111
Sobre o país: "Só vai mudar com guerra civil, matando
uns 30 mil"
Sobre homossexuais: "Eu seria incapaz de amar um filho
homossexual. Prefiro que um filho morra num acidente do que apareça com um
bigodudo por aí"
Sobre estupro: "Não te estupro porque você é muito feia
e não merece", para a deputada Maria do Rosário (https://youtube.com/watch?v=LD8-b4wvIjc
).
Sobre honestidade: "Eu sonego imposto. Sonego o que for
possível"
Sobre a Amazônia: "A Amazônia não é do Brasil. Devemos
entregá-la aos Estados Unidos porque não sabemos explorá-la" ( https://youtube.com/watch?v=pwxDm_yvaxk
).
As frases acima – de cunho fascista, racista, misógino,
homofóbico e entreguista, e que, ademais, fazem apologia de crimes – são do
deputado Jair Bolsonaro. A autenticidade das citações pode ser conferida na
internet.
Que haja quem diga tais barbaridades, paciência. Idiotas
existem. Mas é preocupante um idiota estar em segundo lugar nas pesquisas de
intenção de voto para presidente.
O fenômeno reflete o crescimento do neofascismo, que cria o
clima de ódio responsável pelo assassinato de Marielle Franco [vereadora no Rio
de Janeiro] e pelos tiros à caravana de Lula.
É bom abrir o olho. Quando, nos anos 1920, Hitler surgiu na
Alemanha também foi considerado uma figura caricata.
Deu no que deu.
Adendo:
Sobre política externa: Bolsonaro diz que se for eleito
retira o Brasil da ONU
[*] Jornalista.
O original encontra-se em https://odia.ig.com.br/opiniao/2018/04/5532557-um-idiota-perigoso.html
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sexta-feira, 24 de agosto de 2018
Glifosato continua suspenso
Richard Jakubaszko
Hoje, o ministro Blairo Maggi pediu desculpas e disse que a ordem judicial que proíbe o glifosato continua valendo, e que os recursos solicitando a suspensão estão pendentes de análise com os desembargadores do TRF1 em Brasília...
A "boa notícia" de ontem era uma fake news...
Continuamos um país de loucos!!!
Definitivamente, o Brasil não é um país sério.
Mas amanhã, ou segunda, tudo vai mudar, podem crer...
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Hoje, o ministro Blairo Maggi pediu desculpas e disse que a ordem judicial que proíbe o glifosato continua valendo, e que os recursos solicitando a suspensão estão pendentes de análise com os desembargadores do TRF1 em Brasília...
A "boa notícia" de ontem era uma fake news...
Continuamos um país de loucos!!!
Definitivamente, o Brasil não é um país sério.
Mas amanhã, ou segunda, tudo vai mudar, podem crer...
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Glifosato não está mais proibido
Richard Jakubaszko
Foi cassada a liminar que proibia o uso do glifosato no Brasil: Boas notícias!, escreveu e publicou Blairo Maggi em sua conta pessoal no Twitter.
A notícia é ótima, mas o Brasil é um país de loucos!
Depois falam que os corintianos é que são um bando de loucos...
Que a inexperiente e irresponsável juíza federal substituta Luciana Raquel Tolentino de Moura (da 7ª Vara do Distrito Federal de Brasília) sofra, no mínimo, uma censura pública de seus superiores, para depois refletir sobre as possíveis consequências que seu ato tresloucado poderia provocar.
Aos demais navegantes apenas posso sugerir que também reflitam sobre bater palmas para decisões jurídicas erráticas, pois podem causar danos irreparáveis.
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Foi cassada a liminar que proibia o uso do glifosato no Brasil: Boas notícias!, escreveu e publicou Blairo Maggi em sua conta pessoal no Twitter.
A notícia é ótima, mas o Brasil é um país de loucos!
Depois falam que os corintianos é que são um bando de loucos...
Que a inexperiente e irresponsável juíza federal substituta Luciana Raquel Tolentino de Moura (da 7ª Vara do Distrito Federal de Brasília) sofra, no mínimo, uma censura pública de seus superiores, para depois refletir sobre as possíveis consequências que seu ato tresloucado poderia provocar.
Aos demais navegantes apenas posso sugerir que também reflitam sobre bater palmas para decisões jurídicas erráticas, pois podem causar danos irreparáveis.
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quinta-feira, 23 de agosto de 2018
O mestre da fumaça
Richard Jakubaszko
Interessantíssimo o vídeo abaixo, onde um rapaz faz misérias com fumaça. Bolas e círculos é ultrapassado, ele faz bolas maiores e menores, muitas bolas de fumaça, que interagem e se sobrepõem. O cara é de circo...
Vídeo (com mais de 10 milhões de visualizações) enviado pelo amigo Odo Primavesi, agrônomo aposentado da Embrapa, que é lá de São Carlos (SP) e que gosta de curtir essas maluquices no Youtube. E quem não gosta, né?
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Interessantíssimo o vídeo abaixo, onde um rapaz faz misérias com fumaça. Bolas e círculos é ultrapassado, ele faz bolas maiores e menores, muitas bolas de fumaça, que interagem e se sobrepõem. O cara é de circo...
Vídeo (com mais de 10 milhões de visualizações) enviado pelo amigo Odo Primavesi, agrônomo aposentado da Embrapa, que é lá de São Carlos (SP) e que gosta de curtir essas maluquices no Youtube. E quem não gosta, né?
terça-feira, 21 de agosto de 2018
Desfeitando
Carlos Eduardo Florence *
Assim foi como procedeu conversa entre os desencontrados dos desatinos e dos proseados nas rodas de espreitas às socapas, daqueles que bebericavam café requentado e cachaça desaforada de ruim em boca. E nestes plausíveis do nascer do dia, não muito claros para o seu desconforme, foi que Joca tentou criar artimanha de por sentido nos redemoinhos dos solitários do consigo, cabisbaixado, remoendo desditas engravidadas pelos desatinos calhordas, jogadas nos tropeços dos seus caminhos para abusar de não dar formosura de ciência nas querências do futuro. “Se aroeira brava sofresse solidão, não se aprestava para moirão de porteira velha”, assunta, no resfolego do repente, Joca, sem rastro ou métrica de definição ajustada. O porvir que vagueava tal bando de maritacas agitadas e gritadeiras, em roça de milho verde, se pôs nas consoantes das ideias, igualados das embiras trançadas, como bornal de mantimentos onde se joga tudo nos distúrbios e nunca se encontra nada nas carências das precisões.
O beija-flor agitou suas intemperanças no caminho de destravar os encontros das tristezas com a solidão e pairou no ar para enfeitar a brisa. O riacho se fez de brioso, aprumou pelas cascatas se escondendo entre as pedras mais salientes e Joca se pôs a levantar os pensamentos para os lados das sinas melindrosas.
E não adiantava este viajar pelos nadas dos destinos, se o cavalo, único parceiro de prosa séria naqueles espigões isolados de serras bravas, não se arvorasse no rumo certo, em marcha estradeira, no intento do caboclo poder, nos entremeios, salpicar fantasias espicaçadas no arremedo de solução. Naquele toadão mal tinha arremedo de tempo de por reparo bem adornado na natureza das beiradas enriachadas que cortavam o caminhando, misturando os internos do seu eu com as quebradas abonitadas até aonde a vista cegueiva as vistas turvas. E era nestes perdidos que ele bolinava as farturas das dúvidas. O moço só arremediava nas tramuras de se empertigar por desaforo, amor embuchado e cavalo redomão, como despalpitava Sobroncio das Remeleras, que apaziguou de morrer beirando os cem.
No meio destes transviados, Joca sonhava com um dia, ninguém sabe dos quantos, em que com a mesma destreza de armar vara de pescar magote, naquelas corredeiras frias, sem tempo medido de se soltar livre em alegria, como se linha de pescar fosse para buscar fundo nas locas das pedras batidas, nos propósitos de acabar de vez com aquele medo amamentador de acanhamento vergonhoso e se arrematar só na coragem atiçada como pinga de curandeiro usada nas artimanhas. E o alazão, que lia pensamento no perfume dos ventos que carregavam os cantos da seriema do cerrado, virou nos pés arribando atalho na direção da Toca Grande, aonde a sorte derramou Rosinha desde os tempos esquecidos. Joca poderia, assim, até que enfim, gargalhar coragem de amor declarado, na barra da candura da Rosinha, pois o alazão definiu rumo e prosa. Joca não contradisse nem esmoreceu de definhar no porvir.
Mas, pois, como se falou, o resto só eles deram conta e fica para outro dia para os demais proseados com tempo de ser então tragado com cachaça, serventia e pé na estrada. Assim foi.
* o autor é economista, blogueiro, escrevinhador, e diretor-executivo da AMA – Associação dos Misturadores de Adubos.
Publicado no https://carloseduardoflorence.blogspot.com.br/
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Assim foi como procedeu conversa entre os desencontrados dos desatinos e dos proseados nas rodas de espreitas às socapas, daqueles que bebericavam café requentado e cachaça desaforada de ruim em boca. E nestes plausíveis do nascer do dia, não muito claros para o seu desconforme, foi que Joca tentou criar artimanha de por sentido nos redemoinhos dos solitários do consigo, cabisbaixado, remoendo desditas engravidadas pelos desatinos calhordas, jogadas nos tropeços dos seus caminhos para abusar de não dar formosura de ciência nas querências do futuro. “Se aroeira brava sofresse solidão, não se aprestava para moirão de porteira velha”, assunta, no resfolego do repente, Joca, sem rastro ou métrica de definição ajustada. O porvir que vagueava tal bando de maritacas agitadas e gritadeiras, em roça de milho verde, se pôs nas consoantes das ideias, igualados das embiras trançadas, como bornal de mantimentos onde se joga tudo nos distúrbios e nunca se encontra nada nas carências das precisões.
O beija-flor agitou suas intemperanças no caminho de destravar os encontros das tristezas com a solidão e pairou no ar para enfeitar a brisa. O riacho se fez de brioso, aprumou pelas cascatas se escondendo entre as pedras mais salientes e Joca se pôs a levantar os pensamentos para os lados das sinas melindrosas.
E não adiantava este viajar pelos nadas dos destinos, se o cavalo, único parceiro de prosa séria naqueles espigões isolados de serras bravas, não se arvorasse no rumo certo, em marcha estradeira, no intento do caboclo poder, nos entremeios, salpicar fantasias espicaçadas no arremedo de solução. Naquele toadão mal tinha arremedo de tempo de por reparo bem adornado na natureza das beiradas enriachadas que cortavam o caminhando, misturando os internos do seu eu com as quebradas abonitadas até aonde a vista cegueiva as vistas turvas. E era nestes perdidos que ele bolinava as farturas das dúvidas. O moço só arremediava nas tramuras de se empertigar por desaforo, amor embuchado e cavalo redomão, como despalpitava Sobroncio das Remeleras, que apaziguou de morrer beirando os cem.
No meio destes transviados, Joca sonhava com um dia, ninguém sabe dos quantos, em que com a mesma destreza de armar vara de pescar magote, naquelas corredeiras frias, sem tempo medido de se soltar livre em alegria, como se linha de pescar fosse para buscar fundo nas locas das pedras batidas, nos propósitos de acabar de vez com aquele medo amamentador de acanhamento vergonhoso e se arrematar só na coragem atiçada como pinga de curandeiro usada nas artimanhas. E o alazão, que lia pensamento no perfume dos ventos que carregavam os cantos da seriema do cerrado, virou nos pés arribando atalho na direção da Toca Grande, aonde a sorte derramou Rosinha desde os tempos esquecidos. Joca poderia, assim, até que enfim, gargalhar coragem de amor declarado, na barra da candura da Rosinha, pois o alazão definiu rumo e prosa. Joca não contradisse nem esmoreceu de definhar no porvir.
Mas, pois, como se falou, o resto só eles deram conta e fica para outro dia para os demais proseados com tempo de ser então tragado com cachaça, serventia e pé na estrada. Assim foi.
* o autor é economista, blogueiro, escrevinhador, e diretor-executivo da AMA – Associação dos Misturadores de Adubos.
Publicado no https://carloseduardoflorence.blogspot.com.br/
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segunda-feira, 20 de agosto de 2018
A pirâmide de Maslow
Richard Jakubaszko
Meu amigo Odo Primavesi me mandou um e-mail sobre a pirâmide (escala) de Maslow, interessante teoria de Abraham Maslow (1908-1970), que foi um psicólogo norte-americano, conhecido pela Teoria da Hierarquia das Necessidades Humanas, conhecida como Pirâmide de Maslow.
Primavesi me disse que “achei este texto muito interessante e vale a pena refletir sobre ele. Por minha vez, verifiquei que estou tentando escalar o 4º e o 5º degrau. O 5º é mais fácil depois que se subiu para o 4º, mais demorado e trabalhoso. Mas já encontrei material de suporte excelente”.
Respondi, entre outros argumentos, que acho prática (em termos socioeconômicos) a chamada teoria do Maslow, como tudo que os americanos fazem, mas já teve muita polêmica a respeito. Depende do nível econômico, social e cultural do indivíduo e de onde ele está situado no planeta. Complementei que devemos reavaliar a pirâmide do Maslow, e entender que a espiritualidade pode estar na base das nossas necessidades, apenas não valorizamos isso como uma necessidade ou como ordem natural da vida.
Odo Primavesi me enviou o link com vídeo do físico quântico Amit Goswami em entrevista ao programa Roda Viva, na TV Cultura, que é de 2016. Ele é um físico, um cientista em que a espiritualidade está presente de forma clara, e, de certa maneira, é uma resposta à Pirâmide de Maslow.
Vale a pena assistir o vídeo a seguir:
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Meu amigo Odo Primavesi me mandou um e-mail sobre a pirâmide (escala) de Maslow, interessante teoria de Abraham Maslow (1908-1970), que foi um psicólogo norte-americano, conhecido pela Teoria da Hierarquia das Necessidades Humanas, conhecida como Pirâmide de Maslow.
Primavesi me disse que “achei este texto muito interessante e vale a pena refletir sobre ele. Por minha vez, verifiquei que estou tentando escalar o 4º e o 5º degrau. O 5º é mais fácil depois que se subiu para o 4º, mais demorado e trabalhoso. Mas já encontrei material de suporte excelente”.
Respondi, entre outros argumentos, que acho prática (em termos socioeconômicos) a chamada teoria do Maslow, como tudo que os americanos fazem, mas já teve muita polêmica a respeito. Depende do nível econômico, social e cultural do indivíduo e de onde ele está situado no planeta. Complementei que devemos reavaliar a pirâmide do Maslow, e entender que a espiritualidade pode estar na base das nossas necessidades, apenas não valorizamos isso como uma necessidade ou como ordem natural da vida.
Odo Primavesi me enviou o link com vídeo do físico quântico Amit Goswami em entrevista ao programa Roda Viva, na TV Cultura, que é de 2016. Ele é um físico, um cientista em que a espiritualidade está presente de forma clara, e, de certa maneira, é uma resposta à Pirâmide de Maslow.
Vale a pena assistir o vídeo a seguir:
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sábado, 18 de agosto de 2018
Juízes de botequim no Supremo
Fernando Brito *
A Folha de SP, ouvindo em off integrantes do STF diz que “a tendência do Supremo, segundo quatro ministros consultados pelo Painel, é ignorar o documento de colegiado da ONU que prega a manutenção da candidatura de Lula”.
Os juízes dizem que não há efeito vinculante e que a força da declaração do Comitê de Direitos Humanos junto ao Judiciário é a mesma de uma “ata de reunião de condomínio”.
Pouco poderia haver de pior que os mais altos magistrados de um país – e agora, na prática, os governantes do Brasil – pensem e falem assim.
Imaginem Maduro, Trump ou Putin produzindo uma comparação destas. Impensável, não é?
Tratados internacionais, após internalizados, tem valor supralegal (acima das leis internas) e não é possível a alguém minimamente letrado em Direito chamá-los de “ata de condomínio”.
Não se trata sequer de contestar o entendimento de juristas respeitados, de todas as partes do mundo, que não costumar se manifestar à toa, como fazem os nossos, cada vez mais parecidos com uma roda de bar, onde se fala sobre tudo com a pretensão de donos da verdade.
Trata-se da manifestação de soberba dos novos senhores da Nação, reis já sem sequer uma Carta Magna, furiosos como a rainha de copas de Lewis Carol, a berrar o “cortem-lhe a cabeça” (de Lula).
Ata de condomínio…
Assim é para eles o valor de nossos tratados internacionais, a lex mínima do convívio entre homens e nações de todas as partes, de todas as línguas e de todas as culturas.
Todos, menos nós, apenas súditos de Suas Altezas magistrais, que não temos ou devemos ter outra regra senão a de obedecer a seus desígnios.
* o autor é jornalista, editor do Tijolaço.
Publicado originalmente no Tijolaço: http://www.tijolaco.com.br/blog/juizes-de-botequim-no-supremo/
PITACO DO BLOGUEIRO:
Charles de Gaulle tinha razão, "o Brasil não é um país sério".
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A Folha de SP, ouvindo em off integrantes do STF diz que “a tendência do Supremo, segundo quatro ministros consultados pelo Painel, é ignorar o documento de colegiado da ONU que prega a manutenção da candidatura de Lula”.
Os juízes dizem que não há efeito vinculante e que a força da declaração do Comitê de Direitos Humanos junto ao Judiciário é a mesma de uma “ata de reunião de condomínio”.
Pouco poderia haver de pior que os mais altos magistrados de um país – e agora, na prática, os governantes do Brasil – pensem e falem assim.
Imaginem Maduro, Trump ou Putin produzindo uma comparação destas. Impensável, não é?
Tratados internacionais, após internalizados, tem valor supralegal (acima das leis internas) e não é possível a alguém minimamente letrado em Direito chamá-los de “ata de condomínio”.
Não se trata sequer de contestar o entendimento de juristas respeitados, de todas as partes do mundo, que não costumar se manifestar à toa, como fazem os nossos, cada vez mais parecidos com uma roda de bar, onde se fala sobre tudo com a pretensão de donos da verdade.
Trata-se da manifestação de soberba dos novos senhores da Nação, reis já sem sequer uma Carta Magna, furiosos como a rainha de copas de Lewis Carol, a berrar o “cortem-lhe a cabeça” (de Lula).
Ata de condomínio…
Assim é para eles o valor de nossos tratados internacionais, a lex mínima do convívio entre homens e nações de todas as partes, de todas as línguas e de todas as culturas.
Todos, menos nós, apenas súditos de Suas Altezas magistrais, que não temos ou devemos ter outra regra senão a de obedecer a seus desígnios.
* o autor é jornalista, editor do Tijolaço.
Publicado originalmente no Tijolaço: http://www.tijolaco.com.br/blog/juizes-de-botequim-no-supremo/
PITACO DO BLOGUEIRO:
Charles de Gaulle tinha razão, "o Brasil não é um país sério".
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