terça-feira, 31 de março de 2015

Novo teste de câncer de próstata pode aposentar toque retal

Richard Jakubaszko

O teste vai detectar câncer de próstata em amostra simples de urina
Um teste barato, fácil e preciso para detectar o câncer de próstata pode estar disponível nos próximos meses. Estudos mostram que o novo teste, feito com a urina, pode ser duas vezes mais confiável que o exame de sangue existente para a detecção da doença.

O teste também informa aos médicos a gravidade do câncer. Além de salvar vidas, vai aposentar, segundo especialistas, o toque retal. É descrito como o maior avanço no diagnóstico do câncer de próstata em 25 anos.

Além de preciso, deve custar, quando chegar ao mercado, cerca de R$ 40,00 cada exame, o que permitiria a realização de testes em todos os homens a partir dos 40 anos, como acontece com o câncer de mama.

O material foi desenvolvido por estudiosos da britânica Universidade de Surrey www.surrey.ac.uk

Cientistas anunciaram ter chegado a um acordo com duas empresas, o que porá o teste em consultórios médicos ainda este ano.

O inventor do teste é o professor de oncologia médica Hardev Pandha, que acredita no potencial de poder detectar rapidamente a doença, salvando centenas de vidas a baixo custo.

Publicado no jornal A Tarde - Salvador: 
http://atarde.uol.com.br/cienciaevida/materias/1573761-novo-teste-de-cancer-de-prostata-pode-aposentar-toque-retal
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segunda-feira, 30 de março de 2015

Pessimismo de plantão

Richard Jakubaszko

O dólar supervalorizado – no final de março em mais de R$ 3,10 – geraria mais inflação, mas foi a salvação das lavouras na safra de verão, que estão com baixas cotações das commodities. E ainda vai contribuir para "salvar o Brasil" na pauta de exportações, que deve apresentar saldo positivo em 2015.
A expectativa dos pessimistas de plantão tinha como troféu o possível rebaixamento do Brasil pela Standard & Poors como investment grade, o que também não se confirmou, pois a agência manteve o nosso status.

Ainda neste março os visionários pessimistas focaram no crédito de custeio e de investimentos para o agronegócio, cujos juros subiriam muito e também que faltaria dinheiro para crédito. O governo federal aumentou os juros do Moderfrota, e a ministra Kátia Abreu promete que não vai faltar dinheiro, com isso a indústria de tratores e máquinas se salva, nem vai perder as vendas já feitas, e que estavam travadas nos ralos da burocracia.
Agora, a nova previsão alarmista diz que o custeio da safra 2015/16 vai subir, por causa do dólar alto, quando fertilizantes e todos os insumos ficarão mais caros, e a próxima safra agrícola teria zero de lucratividade, quem sabe prejuízos.

Fazem ainda previsões, os ditos mal humorados, de que o dólar começará a cair no fim do ano, e que baixará a R$ 2,80 justamente na época de colheita da safra 2015/16, lá por janeiro de 2016. Não contentes com isso, prenunciam queda do crescimento do PIB chinês dentro de 5 ou 10 anos, para algo como 3% ou 4%...
Parece coisa de gente carente, que deseja atenção para as notícias ruins que espalham por aí. É o pessimismo de plantão!
Desejam o Brasil no samba do “quanto pior, melhor”. Coisas de políticos. Eles esquecem de que a China tem mais de US$ 3 trilhões em caixa na poupança, e que não vai reduzir importação de alimentos. Falta de comida para o povo derruba qualquer governo, seja a ditadura que for.
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sábado, 28 de março de 2015

Na Agro DBO, a quebra anunciada da safra.

Richard Jakubaszko
Mesmo atrasado neste post, informo que anda circulando a Agro DBO de março/2015, onde se destacam os problemas da quebra de safra no Brasil-Central, e a questão hídrica no Sudeste, especialmente São Paulo, onde os irrigantes sofrem com as ações do governo do estado.

No vídeo abaixo faço ainda o registro de outras novidades da Agro DBO deste mês, que também traz boas notícias, como as pesquisas do IAC, Embrapa e outros institutos. O IAC, por exemplo, desenvolveu o feijão apelidado de camelo, tolerante ao estresse hídrico, portanto, que gosta de pouca água. É a ciência dando soluções aos caprichos da natureza.
A Agro DBO de abril já está em gráfica, circula a partir do dia 1º de abril, e traz um balanço da safra de verão e os problemas da safrinha, mas isso vou deixar pra semana seguinte.

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sexta-feira, 27 de março de 2015

Timoty Cook a Mídia e a Politica

Daniel Strutenskey Macedo


O livro do norte americano Timothy Cook é uma luz moderna sobre a influência da mídia nos rumos políticos. Faz tempo que as pessoas duvidam do que é publicado, pois quando possuem referências próprias o publicado se revela superficial, enganoso e por vezes falso e mentiroso (caso da mídia nos regimes republicanos e democráticos). As pessoas também reconhecem que sem liberdade de divulgação e opinião a sociedade se torna refém dos que controlam a divulgação autorizada (caso da mídia nas ditaduras militares).


É claro que entre os dois extremos nós temos vários tons de cinza. Todavia, não somos capazes de reconhecê-los para separar o joio do trigo que nos é transmitido pela mídia. É impossível. Não temos como fazer isto. Só podemos expressar nossas opiniões pessoais, contra ou a favor do conteúdo formado.

Temos consciência de que a comunicação depende de recursos humanos, técnicos e financeiros para ser realizada. Posso enviar minha opinião via e-mail, mas ela será apenas uma gota d’água no oceano de opiniões. Para formar uma opinião pública, para que milhões de pessoas recebam informações e opiniões que influenciem seu modo de ver determinados assuntos, é preciso muita munição, é tarefa para as grandes emissoras de opiniões e notícias. É disto que o senhor Timothy Cook trata. Estamos reféns de grandes grupos divulgadores e formadores de opinião. Ele analisa a história da mídia nos EUA e conclui que precisamos mudar isto, mas também não sabe como. É da nossa natureza desejar que os outros nos reconheçam e aceitem nosso modo de ver as coisas, as grandes e as pequenas. A mídia é o equipamento moderno de massas que permite que a gente consiga isto, que sejamos reconhecidos e aceitos por muitas pessoas. As nações são formadas em função de como as pessoas de uma região se reconheçam, se aceitam e se aglutinam. Não é sem razão que as nações são, nos seus berços, sejam formadas em torno de crenças, de religiões. São os exércitos e as lutas que definem os vencedores, mas são as opiniões que formam os grupos que sustentarão os exércitos. É fácil de ver isto na história da Iugoslávia, agora na Ucrânia e na Síria.


O que Timoty aponta, foca, circunscreve e pontua é o fato da mídia não ser um partido político, não ter instrumentos de governo, mas de servir a grupos restritos e poderosos (econômica e intelectualmente) para formar a opinião pública conforme lhe interessa. A população é, portanto, manobrada. É como dizia a canção dos anos sessenta: “Êêê, vida de gado. Povo Marcado. Povo Feliz”.


Segue um resumo do Timoty feito pelo Kramer.
COOK, Timothy E. Governing with the News: The News Media as a Political Instituition. Chicago: The University of Chicago Press, 1998. (ISBN 0226115003; paperback: US$ 18,00)
HERBST, Susan. Reading Public Opinion: How Political Actors View the Democratic Process. Chicago: The University of Chicago Press, 1998. (ISBN 0226327477; paperback: US$ 16,00)
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Espetacularização da política; substituição de líderes carismáticos por políticos telegênicos; glorificação dosound-bite (aquela frase ou gesto de efeito talhado para preencher 15 segundos “no ar”) em detrimento do debate ideológico e pragmático; arrebatamento por publicitários, consultores de imagem e “marketeiros” de funções antes desempenhadas pelos partidos ou cabos eleitorais; entronização dos focus groups e de outras modalidades de pesquisa de opinião como insumos prioritários na formulação de discursos de campanha ou na “correção dos rumos” de políticas públicas – essas e outras inovações alteraram significativamente a forma e o conteúdo da atividade da política na atualidade, bem como o seu relacionamento com os meios de comunicação e a opinião pública. Tal é o horizonte em que se movimentam as duas obras aqui resenhadas e que integram a série “Studies in Communication, Media and Public Opinion” da editora da Universidade de Chicago.

Há dez anos, Thimothy Cook já publicava um trabalho inovador e marcante sobre os membros do Congresso americano e a mídia, intitulado Making Laws and Making News – a Media Strategies in the U.S. House of Representatives (1989). Agora, ele amplia seu foco de análise para avançar a tese de que os meios de comunicação são, de fato, uma instituição política tão fundamental quanto os três poderes constitucionais. Na medida em que a democracia é um sistema sob o qual os mandatários têm não apenas o direito, mas principalmente o dever de comunicar, explicar e justificar suas atitudes, escolhas, decisões e ações (e isso antes, durante e após as eleições), a simbiose entre profissionais e veículos de comunicação, de um lado, e homens públicos – sejam eles parlamentares, funcionários do Executivo ou magistrados – de outro, propõe e repõe constantemente os critérios de relevância e interesse que “emolduram” as informações consumidas pelo cidadão acerca da estrutura, do funcionamento e dos impasses da vida pública nacional.


Em sua investigação, que se serve de abundantes fontes secundárias registradas nas notas ao fim do volume (a ausência de uma bibliografia em ordem alfabética de autor não deixa de ser um pequeno incômodo), Cook desafia o tabu sagrado da “objetividade”, tão decisivo na constituição da autoimagem profissional dos jornalistas como agentes neutros e despolitizados a serviço da informação isenta, algo ainda pouco problematizado na grande maioria dos estudos acadêmicos nessa área.


A leitura de Governing with the News estimula-nos a questionar a poderosa articulação de interesses entre as fontes, os repórteres e as empresas de comunicação. As autoridades em posições de comando e poder dedicam-se a selecionar, enfatizar ou desenfatizar dados e opiniões no sentido de conferir credibilidade aos seus próprios pontos de vista, definições da realidade e rationales de atuação. Já os profissionais de cobertura política precisam cultivar um bom relacionamento com esses informantes estratégicos para progredir em uma carreira intelectualmente exigente, fisicamente estafante e fortemente competitiva. Quanto aos veículos, eles dependem dessa já referida simbiose para sobreviver e prosperar no mercado de índices de audiência ou circulação. Explorando o avesso do duplo requisito de “importância” e “interesse” que os manuais de jornalismo preconizam para a notícia, Cook desvenda uma “divisão de trabalho” em que as autoridades definem o que é importante, e os jornalistas, o que é interessante.


A preocupação cívica que orienta o inquérito de Cook é a seguinte: como instituição política que liga as demais entre si e estas, em seu conjunto, com os cidadãos comuns, a mídia detém cada vez mais poder sobre os rumos da governança democrática, muito embora não seja feita para governar, nem, muito menos, disponha de qualquer mandato de representação popular. Portanto, como pode a sociedade submeter o processo de produção e veiculação do noticiário político ao crivo democrático da transparência e da responsabilidade? Essa indagação serve de fio condutor aos oito bem urdidos capítulos do livro de Cook. À introdução, voltada para o delineamento da perspectiva teórica geral, segue-se uma rica e interessante reconstituição histórica da trajetória da mídia noticiosa americana desde os seus primórdios (capítulos II e III). O estudo avança com a (exitosa) tentativa de integrar, no marco do “neo-institucionalismo”, abordagem calcada na maximização racional de utilidades com um approach culturalista que salienta as normas, os costumes, os significados compartilhados (explícita e, sobretudo, implicitamente pelos atores), característicos da mídia como instituição. A clarificação de seu caráter especificamente político, à luz da interação jornalistas/fontes, é o objeto do capítulo V, ao passo que o VI focaliza as estratégias de comunicação como instrumento de governo, com destaque para o comunicador-em-chefe do sistema, o presidente dos Estados Unidos. Na sequência, são discutidos os limites e oportunidades com que os atores políticos em geral se defrontam ao tentar colocar a mídia a serviço de seus interesses, cultura profissional e formatos organizacionais do noticiário político.


Na conclusão (capítulo VIII), o autor reitera o dilema da mídia como detentora de poder político sem a correspondente parcela oficial de responsabilidade pública, propondo mecanismos capazes de superá-lo, ainda que parcialmente.

O foco da obra de Susan Herbst são as implicações do processo de “construção” da opinião pública para a teoria e a prática democráticas. Os “atores políticos”, referidos em seu subtítulo são aqueles que avaliam e moldam a opinião pública: jornalistas, pesquisadores, assessores legislativos e ativistas políticos. E - “surpresa”! – a autora constata que aquilo que normalmente entendemos como opinião pública pouco tem a ver com o público. De fato, a percepção que esses operadores têm da “voz rouca das ruas”, para usar uma expressão cara ao sociólogo e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é quase sempre refratada (e distorcida) pelo prisma estridente e parcial dos grupos de interesse e dos formadores de opinião encastelados na mídia.


Combinando perspectivas fornecidas pela Ciência Política, a Sociologia e a Psicologia, Herbst conduziu 44 entrevistas em profundidade e submeteu um extenso questionário a 528 outros informantes. A riqueza e a importância do material coletado traduzem-se no potencial das “teorias leigas”, quase sempre implícitas na prática profissional desses atores, para questionar, clarificar, aprofundar e reorientar as tendências dominantes no corpus acadêmico dessa área de estudo, tão tradicional e prestigiosa nas Ciências Sociais americanas, um campo construído sob a égide de Alexis de Tocqueville, Arthur Bentley, David Truman e Herbert Blumer, sem esquecer sua vertente “jornalística” capitaneada por Walter Lippmann.


Recuperando outra nobre e fecunda tradição da Ciência Política de seu país, a dos estudos políticos de comunidade – onde pontificam nomes como Floyd Hunter, Robert Dahl e o casal Robert e Helen Lynd –, Susan Herbst ambienta sua pesquisa em Springfield, capital do estado de Illinois. O progresso de sua investigação confirmou-lhe a suspeita de que a cidade, por um conjunto de razões históricas, geográficas e socioeconômicas, é um microcosmo dos Estados Unidos e um sinalizador de tendências emergentes da opinião pública nacional, preenchendo assim sua ambição original de articular macroteorização com estudo de campo em nível micro.


O capítulo I explora o variegado universo de questões envolvidas na definição de “opinião pública” e, para fundamentar a relevância do estudo de “teorias leigas”, louva-se da autoridade de estudiosos como o antropólogo Clifford Geertz. Os capítulos II a IV descrevem os resultados das entrevistas e questionários. Finalmente, no capítulo V, a autora costura suas conclusões à luz do argumento de que a “teoria leiga” dos operadores políticos pode e deve revigorar a discussão acadêmico-científica sobre a dinâmica da comunicação política e da opinião pública.


Três minuciosos apêndices metodológicos completam a obra, elucidando a concepção do projeto e reproduzindo os roteiros de entrevista bem como os questionários utilizados em campo.


Trata-se de duas contribuições extremamente bem-vindas no momento em que o debate intelectual brasileiro inicia um esforço sério de compreensão mais sistemática e menos anedótica do papel político da mídia no processo de formação da opinião pública. Vale aqui mencionar o estudo do jornalista e escritor Elcias Lustosa, O teatro político (1998), como fruto auspicioso dessa promissora safra de reflexão made in Brazil. Por sinal, já não era sem tempo: nessas duas e meia longas décadas de transição/consolidação democrática, a linguagem do marketing e das pesquisas desempenhou um papel central na estruturação do nosso cotidiano político e até já virou produto de exportação para América Latina e África.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COOK, T. 1989. Making Laws and Making News – Media Strategies in the U.S. House of Representatives. Washington, D.C.: Brookings Intituition.
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quinta-feira, 26 de março de 2015

Políticos em TPM, o povo na histeria.

Richard Jakubaszko
Esquerda e direita no Brasil andam com os ânimos exacerbados, conforme comprovam as passeatas em profusão em defesa da Petrobras e do Governo de Dilma Rousseff de um lado, e de outro os que pedem impeachment e o fim da corrupção. Fica claro que os políticos andam com os espíritos exaltados e em plena TPM. É ação e reação. Os coxinhas praticando seus panelaços me fazem rir (e não posso rir neste momento, pois ando com problemas na arcada dentária, e só dói quando rio...).

Mal sabem eles os significados dos panelaços das hermanas, esposas e mães que batiam panelas em frente à Casa Rosada quando pediam trabalho e emprego para poder comprar comida, enquanto que a classe média alta de São Paulo bate panelas nos terraços e sacadas de seus prédios de luxo em bairros como o do Jardins e de Higienópolis, em São Paulo, onde, com certeza, não falta comida. Santa Ignorância! Depois, os hermanos nos chamam de macaquitos, e há quem reclame...

Como réplica, as esquerdas radicais são infladas, é ação e reação, e o MST invadiu um centro de pesquisas (em 5 de março último) de melhoramento genético da empresa Suzano FuturaGene, em Itapetininga (SP), e destruíram milhares de mudas de eucalipto que faziam parte de pesquisas que vinham sendo realizadas há 14 anos. Trabalho científico perdido, culpa de um ato político simbólico e violento, mais do que isso, imbecil. Ato desproposital, puro vandalismo, e que agrediu a quem nada tem a ver com a polêmica política, o que demonstra que os políticos e as lideranças de seus movimentos perderam o controle da situação.

O vídeo abaixo mostra a histeria coletiva de 500 mulheres do MST em ataque, depredando, nos colocando em atraso tecnológico, sob desculpas esfarrapadas de que seria prejudicial o uso do eucalipto transgênico, que iria acabar com a água e "contaminar" as nossas abelhas...

A visão obscurantista contra os transgênicos por parte do MST repete ataques semelhantes contra centros de pesquisa de biotecnologia, tanto privados como de empresas públicas, em passado recente. O ato em si comprova uma visão de mundo fundamentalista, sociopata, desprovida de qualquer bom senso, com absoluto desprezo pela opinião da maioria esmagadora das pessoas civilizadas e da própria ciência. O MST, mais uma vez, fez má política, e mereceria represálias policiais.

A desastrada ação fez parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Camponesas. Elas exigiam a retirada de qualquer pedido de liberação comercial do eucalipto transgênico protocolada na CTNBio. Ou seja, é uma ação política, com alta infiltração de elementos histéricos, tentando influenciar uma decisão científica.

O MST acha que está fazendo política com esses atos? Ora, mais uma vez, não me façam rir. Ponham a mão na consciência: com esses ataques o MST põe o movimento na berlinda, atrai antipatias da sociedade urbana. Há maneiras muito mais eficientes de se reivindicar e trabalhar pela Reforma Agrária. Escrevi aqui no blog, dias atrás, sobre a Agricultura Familiar, vejam lá: http://richardjakubaszko.blogspot.com.br/2015/03/agricultura-familiar.html 

Os coxinhas, por sua vez, nas passeatas e, sobretudo, na blogosfera, com os seus ataques raivosos, pedem intervenção militar. Enlouqueceram? É um desatino isso! Será que, por acaso, acreditam que vão mudar a centenária aptidão dos brasileiros para a corrupção e o tradicional jeitinho da esperteza tupiniquim de se apropriar dos direitos de outros? Também não me façam rir... É vital que esses ignorantes tenham consciência de que numa ditadura é possível conversar com generais, e de que devemos temer não os generais, mas os cabos e sargentos nas esquinas, são eles que descem o cacete naqueles que ousarem levantar a voz em defesa do que acham certo.

A mediocridade política, das esquerdas e direitas, onde impera a vaidade mal disfarçada dos políticos, onde a luta é só pela conquista do poder, mesmo desrespeitando a Constituição, avança a passos largos, sob descontrole geral, e indica para o caminho da bestialidade. A mídia, em vez de debater, no lugar de informar com neutralidade, toma partido, insufla, e estimula o ódio. Definitivamente, os políticos estão em TPM, e o povo na histeria.

Espero que parem, enquanto há tempo! Pelo bem do Brasil!
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quarta-feira, 25 de março de 2015

"Podemos tirar, se achar melhor".

Richard Jakubaszko

Autêntica humilhação à profissão e vexatória submissão do jornalista que escreveu a frase título deste post, quase ao final de sua matéria na Reuters.

A hashtag #podemostirarseacharmelhor liderou o Trending Topics, os assuntos mais comentados no Twitter na última terça-feira (24), como decorrência de uma bobeada de algum editor, ao liberar a veiculação de uma reportagem publicada no portal Reuters.



A matéria refere-se a uma entrevista com declarações de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) que imputou à presidente Dilma Rousseff (PT) e ao ex-presidente Lula (PT) a responsabilidade direta no escândalo de corrupção na Petrobras. Só que o jornalista escreveu, ao final da matéria, que o governo FHC também aparece nas delações premiadas de Barusco sobre a Operação Lava Jato, que afirmou que essa corrupção teria iniciado em 1997, em pleno governo de FHC. O jornalista escreveu, mas como recado, provavelmente ao editor, nota adicional: "Podemos tirar, se achar melhor". O editor comeu mosca e saiu o texto completo...
A isso não se dá o nome de jornalismo omisso. Chama-se submisso.
Veja como foi:

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segunda-feira, 23 de março de 2015

O que o mundo espera do agronegócio?


Opinião do blogueiro: cada um olha só o seu lado.
 

O que o mundo espera do agronegócio?
Marcos Sawaia Jank *
 Ninguém mais duvida de que o Brasil é hoje uma das maiores potências agrícolas do planeta. Graças a agricultores competentes e investimentos em tecnologia tropical, tornamo-nos líderes globais em importantes commodities. Grãos, açúcar, café e algodão são exportados com base em cotações de Bolsas e chegam a mais de 200 países. Mas a pergunta que fica é: estamos conseguindo entender e atender as expectativas de nossos consumidores finais? Nosso único papel é vender commodities ou há outras oportunidades que não estão sendo exploradas?

Vejo hoje quatro grandes vetores que puxam a demanda do agronegócio no mundo.

Nos países pobres, a preocupação central é a "segurança alimentar" da população no sentido mais clássico (food security) – oferta crescente de alimentos a preços acessíveis. Quase 1 bilhão de pessoas ainda passa fome no mundo. Na Ásia e na África, mais da metade da população vive em condições precárias de subsistência em pequenas propriedades no campo, sem conhecimento, tecnologia e acesso a mercados.

Para esse imenso grupo, a palavra mágica é "produtividade", obtida pelo aumento do rendimento e escala da produção doméstica, ou pela maior abertura para importações competitivas, reduzindo as barreiras que hoje impedem o comércio. Esse é o segmento em que o Brasil se posiciona muito bem desde que existe, primeiro em produtos tropicais, depois nas grandes commodities da alimentação mundial.

Na sequência, vem outro vetor ainda pouco explorado pelo agronegócio brasileiro: a questão da "segurança do alimento" (food safety). Cresce o número de países cuja preocupação central não é mais a quantidade produzida no campo, mas sim a qualidade dos alimentos que chegam à mesa dos consumidores. Aqui o que interessa não é volume, mas sim sanidade comprovada, armazenagem adequada, distribuição rápida, certificação, rastreabilidade etc. Em suma, o consumidor quer ter certeza quanto à qualidade do alimento que vai comer e, para isso, a palavra mágica é "segurança da cadeia de suprimento".

A China deve ser o país em que essa preocupação é hoje mais intensa. O Brasil possui cadeias produtivas consolidadas e bem coordenadas que chegam com eficiência à mesa do consumidor doméstico. Porém, na exportação, com raras exceções, ainda não conseguimos ir além da venda de commodities básicas sem grande diferenciação.

Países de renda média de América Latina, Leste Europeu e alguns asiáticos se encontram no terceiro grupo. Aqui a palavra forte é "valor adicionado", traduzido em segmentação e variedade de produtos, criação de marcas globais, conveniência, sabores, embalagens e logística eficiente.

Oferecer ao consumidor produtos confiáveis, acessíveis, saborosos, de alta qualidade, na hora certa. Este é o estágio em que estamos no mercado interno. Mas no exterior ainda há muito por ser feito, principalmente entre o processamento e o consumidor final. Reside aí a maior oportunidade de internacionalização da cadeia de valor que o agronegócio brasileiro tem hoje.

No quarto grupo, estão consumidores de renda maior, que, na maioria dos casos, vivem em países desenvolvidos em que a dimensão preço x qualidade x variedade já foi conquistada. Para esses consumidores mais ricos, o que interessa são "novas demandas" do tipo de alimentos produzidos localmente, próximos à região de consumo, com mínimo impacto ambiental e menor uso de tecnologia – orgânicos, sem antibióticos, sem transgênicos, sem instalações fechadas. Exigências que costumam elevar o preço do produto.

Esses quatro vetores definem demandas com diferentes comportamentos e velocidades, às vezes em direções opostas. Por exemplo, enquanto o primeiro grupo busca o aumento da produtividade por meio da maior tecnificação da produção, o quarto grupo está disposto a pagar mais por alimentos produzidos com menor intensidade tecnológica. Cabe às empresas entender esse quadro e buscar satisfazer seus diferentes grupos de clientes e consumidores. Cabe aos países entender as diferentes dimensões da demanda global por alimentos e gerar as políticas e as regulações adequadas.

Claramente cumprimos um papel relevante no suprimento global de commodities. Mas será que estamos nos organizando adequadamente para aproveitar as fantásticas oportunidades que o mundo nos oferece?

* Marcos S. Jank é especialista em questões globais do agronegócio e assumiu a partir, deste mês, a liderança de assuntos corporativos da BRF na Ásia-Pacífico, em Cingapura.

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domingo, 22 de março de 2015

Por que não te calas, FHC?

Richard Jakubaszko
Por que não te calas, FHC? Pelo amor aos brasileiros e ao Brasil, pare de falas asneiras, como essa de que a corrupção é um bebezinho... Mantenha a postura elegante de um ex-presidente, e não a de um bebê chorão, inconformado com o atraso da mamadeira. Chega de dar entrevistinhas dizendo gracinhas, retrucando, reclamando, acusando, chega de escrever artigos chorosos e lamurientos, admita que seu partido perdeu, e espere 2018, candidate-se você mesmo, prove que é bom, chega de ficar dando estilingada, é deselegante isso FHC...

Este post é dedicado aos brasileiros desmemoriados e aos jovens com menos de 30 anos, que não sabem o que já aconteceu neste país quando os tucanos e peefelistas reinavam por aqui.

Confira: - Você  tem boa memória?

O BRASIL NÃO ESQUECERÁ
os escândalos que marcaram o governo FHC com apoio do PSDB


Itinerário de um desastre Nenhum governo teve mídia tão favorável quanto o de FHC, o que não deixa de ser surpreendente, visto que em seus dois mandatos ele realizou uma extraordinária obra de demolição, de fazer inveja a Átila e a Gêngis Khan. Vale a pena relembrar algumas das passagens de um governo que deixou uma pesada herança para seu sucessor.

1994 e 1998 - O dinheiro secreto das campanhas: denúncias que não puderam ser investigadas, graças à providenciais operações abafa, apontaram que tanto em 1994 como em 1998 as campanhas de FHC foram abastecidas por um caudaloso esquema de caixa-2. Em 1994, pelo menos R$ 5 milhões não apareceram na prestação de contas entregue ao TSE. Em 1998, teriam passado pela contabilidade paralela R$ 10,1 milhões.

A taxa
média de crescimento da economia brasileira, ao longo da década tucana, foi a pior da história, em torno de 2,4%. Pior até mesmo que a taxa média da chamada década perdida, os anos 80, com Sarney no comando, que girou em torno de 3,2%. No período, o patrimônio público representado pelas grandes estatais foi liquidado na bacia das almas. No discurso, essa operação serviria para reduzir a dívida pública e para atrair capitais. Na prática assistimos a um crescimento exponencial da dívida pública. A dívida interna saltou de R$ 60 bilhões para impensáveis R$ 630 bilhões, enquanto a dívida externa teve seu valor dobrado.
Enquanto isso, o esperado afluxo de capitais estrangeiros não se verificou. Pelo contrário, o que vimos no setor elétrico foi exemplar. Uma parceria entre as elétricas privatizadas e o governo gerou uma aguda crise no setor, provocando um longo racionamento. Para compensar o prejuízo que sua imprevidência deu ao povo, o governo FHC premiou as elétricas com sobretaxas e um esdrúxulo programa de energia emergencial. Ou seja, os capitais internacionais não vieram e a incompetência das privatizadas está sendo financiada pelo povo.
Vai dai que temos no Brasil as tarifas mais altas do mundo em telefonia e de eletricidade.


Essa recompilação serve como ajuda à memória e antídoto contra a amnésia. Mostra que a obra de destruição realizada por FHC não pode ser fruto do acaso e de muita incompetência. Ela só pode ser fruto de um planejamento meticuloso.

1995 - Extinção da Comissão Especial de Investigação. Assim que assumiu a presidência da república, em 1995, Fernando Henrique Cardoso baixou um decreto extinguindo a chamada Comissão Especial de Investigação, instituída pelo antecessor, presidente Itamar Franco, que, composta por representantes da sociedade civil, tinha o objetivo de combater a corrupção. Seis anos mais tarde, em 2001, fustigado pela ameaça de uma CPI da Corrupção, FHC conseguiu desviar a atenção da sociedade criando uma tal Controladoria-Geral da União, que se notabilizou por abafar as denúncias que motivaram sua criação. Entrava em ação o "engavetador geral da nação".

Nota: os 40 "causos" dos tucanos abaixo citados não incluem os mais novos, como o escândalo do metrô de S.Paulo, o do rodoanel de SPaulo, o aécioporto, o helicóptero dos Perrela, e muitos outros deslizes, nem mesmo o mensalão tucano de Minas Gerais, ou leis como o fator previdenciário... 

Escândalos que marcaram o governo FHC
1 - Conivência com a corrupção - O governo do PSDB é conivente com a corrupção. Um dos primeiros gestos de FHC ao assumir a Presidência, em 1995, foi extinguir, por decreto, a Comissão Especial de Investigação, instituída no governo Itamar Franco e composta por representantes da sociedade civil, que tinha como objetivo combater a corrupção. Em 2001, para impedir a instalação da CPI da Corrupção, FHC criou a Controladoria-Geral da União, órgão que se especializou em abafar denúncias.

1995 - Quebra do monopólio da Petrobras. Pouco se lixando para a crescente importância estratégica do petróleo, Fernando Henrique Cardoso usou seus rolo compressor para forçar o Congresso Nacional a quebrar o monopólio estatal do petróleo, instituído há 42 anos. Na comemoração, Cardoso festejou dizendo que essa era apenas mais uma das "reformas" que o país precisava fazer para se "modernizar".

2 - O escândalo do Sivam
O contrato para execução do projeto Sivam foi marcado por escândalos. A empresa Esca, associada à norte-americana Raytheon, e responsável pelo gerenciamento do projeto, foi extinta por fraudes contra a Previdência. Denúncias de tráfico de influência derrubaram o embaixador Júlio César dos Santos e o ministro da Aeronáutica, Brigadeiro Mauro Gandra.

3 - A farra do Proer
1995. O inesquecível PROER: em 1995 o ex-presidente FHC deu uma amostra pública do seu compromisso com o capital financeiro e, na calada de uma madrugada de um sábado, em novembro de 1995, assinou uma medida provisória instituindo o PROER, um programa de salvação dos bancos que injetou 1% do PIB no sistema financeiro – um dinheiro que deixou o sofrido Tesouro Nacional para abastecer cofres privados, começando pelo Banco Nacional, então pertencente a família Magalhães Pinto, da qual um de seus filhos era agregado. Segundo os ex-presidentes do Banco Central, Gustavo Loyola e Gustavo Franco, a salvação dos bancos engoliu 3% do PIB, um percentual que, segundo economistas da Cepal, chegou a 12,3% ou R$ 111,3 bilhões.

4 - Caixa 2 de campanhas
Em 1994, pelo menos R$ 5 milhões não apareceram na prestação de contas entregue ao TSE. Em 1998, teriam passado pela contabilidade paralela R$ 10,1 milhões.

1996 - Engavetamento da CPI dos Bancos. Disposto a controlar a crise aberta pelas suspeitas sobre o sistema financeiro, o presidente Fernando Henrique Cardoso ameaçou e "convenceu" as lideranças do Senado a engavetar os requerimentos para instalação de uma CPI sobre os bancos. Em compensação, o ministério da Fazenda se comprometeu (e nunca cumpriu) a prestar contas ao Senado sobre o PROER. Decepcionada, a CNBB distribuiu nota dizendo não ser justo "que se roube o pouco dinheiro de aposentados e trabalhadores para injetar no sistema financeiro, salvando quem já está salvo ou já acumulou riquezas através da fraude e do roubo".

5 - Propina na privatização
A privatização do sistema Telebrás e da Vale do Rio Doce foi marcada pela suspeição. Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de FHC e do senador José Serra e ex-diretor da Área Internacional do Banco do Brasil, foi acusado de pedir propina de R$ 15 milhões para obter apoio dos fundos de pensão ao consórcio do empresário Benjamin Steinbruch, que levou a Vale, e de ter cobrado R$ 90 milhões para ajudar na montagem do consórcio Telemar.

Depois, modificação na lei de Patentes. Cedeu em tudo que os EUA queriam e, desdenhando às súplicas da SBPC e universidades, FHC acionou o rolo compressor no Congresso e alterou a Lei de Patentes, dando-lhe um caráter entreguista e comprometendo o avanço científico e tecnológico do país.

6 - A emenda da reeleição
O instituto da reeleição foi obtido por FHC a preços altos. Gravações revelaram que os deputados Ronivon Santiago e João Maia, do PFL do Acre, ganharam R$ 200 mil para votar a favor do projeto. Os deputados foram expulsos do partido e renunciaram aos mandatos. Outros três deputados acusados de vender o voto, Chicão Brígido, Osmir Lima e Zila Bezerra, foram absolvidos pelo plenário da Câmara.

7 - Grampos telefônicos
Conversas gravadas de forma ilegal foram um capítulo à parte no governo FHC. Durante a privatização do sistema Telebrás, grampos no BNDES flagraram conversas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações, e André Lara Resende, então presidente do BNDES, articulando o apoio da Previ para beneficiar o consórcio do banco Opportunity, que tinha como um dos donos o economista Pérsio Arida, amigo de Mendonça de Barros e de Lara Resende. Até FHC entrou na história, autorizando o uso de seu nome para pressionar o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. O grampo mostrou a voz de FHC autorizando o uso de seu nome para pressionar o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.

8 - TRT paulista
A construção da sede do TRT paulista representou um desvio de R$ 169 milhões aos cofres públicos. A CPI do Judiciário contribuiu para levar o juiz Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do Tribunal, para a cadeia e para cassar o mandato do Senador Luiz Estevão (PMDB-DF), dois dos principais envolvidos no caso.

Subserviência internacional - Um único exemplo: ao visitar a embaixada norte-americana, em Brasília, para apresentar a solidariedade do povo brasileiro aos EUA por ocasião dos atentados de 11 de setembro de 2001, Cardoso e seu ministro do exterior, Celso Lafer, levaram um chá de cadeira de 40 minutos e só foram recebidos após passarem por uma revista que lhes fez até tirar os sapatos.

9 - Os ralos do DNER
O DNER foi um dos principais focos de corrupção no governo de FHC. Seu último avanço em matéria de tecnologia da propina atende pelo nome de precatórios. A manobra consiste em furar a fila para o pagamento desses títulos. Estima-se que os beneficiados pela fraude pagavam 25% do valor dos precatórios para a quadrilha que comandava o esquema. O órgão acabou sendo extinto pelo governo.

1998. O escândalo da privatização (1): A privatização do sistema Telebrás e da Vale do Rio Doce foi marcada pela suspeição. O ex-caixa de campanha de Fernando Henrique Cardoso e de José Serra, um tal Ricardo Sérgio de Oliveira, que depois foi agraciado com a diretoria da Área Internacional do Banco do Brasil, não conseguiu se defender das acusações de pedir propinas para beneficiar grupos interessados no programa de privatização. O mala-preta de Cardoso teria pedido R$ 15 milhões a Benjamin Steinbruch para conseguir o apoio financeiro de fundos de pensão para a formação de um consórcio para arrematar a cia. Vale do Rio Doce e R$ 90 milhões para ajudar na montagem do consórcio Telemar.

10 - O "caladão"
O Brasil calou no início de julho de 1999 quando o governo FHC implementou o novo sistema de Discagem Direta a Distância (DDD). Uma pane geral deixou os telefones mudos. As empresas que provocaram o caos no sistema haviam sido recém-privatizadas. O "caladão" provocou prejuízo aos consumidores, às empresas e ao próprio governo. Ficou tudo por isso mesmo.

11 - Desvalorização do real
FHC se reelegeu em 1998 com um discurso que pregava "ou eu ou o caos". Segurou a quase paridade entre o real e o dólar até passar o pleito. Vencida a eleição, teve de desvalorizar a moeda. Há indícios de vazamento de informações do Banco Central. O deputado Aloizio Mercadante, do PT, divulgou lista com o nome dos 24 bancos que lucraram muito com a mudança cambial e outros quatro que registraram movimentação especulativa altamente suspeita às vésperas do anúncio das medidas.

1999 - O caso Marka/FonteCindam: Durante a desvalorização do real, em janeiro de 1999, os bancos Marka e FonteCindam foram graciosamente socorridos pelo Banco Central com R$ 1,6 bilhão, sob o pretexto de que sua quebra criaria um "risco sistêmico" para a economia. Enquanto isso, faltava dinheiro para saúde, educação, desenvolvimento científico e tecnológico.

12 - O caso Marka/FonteCindam
Durante a desvalorização do real, os bancos Marka e FonteCindam foram socorridos pelo Banco Central com R$ 1,6 bilhão. O pretexto é que a quebra desses bancos criaria risco sistêmico para a economia. Chico Lopes, ex-presidente do BC, e Salvatore Cacciola, ex-dono do Banco Marka, estiveram presos, ainda que por um pequeno lapso de tempo. Cacciola retornou à sua Itália natal, onde vive tranqüilo.

2000 - O fiasco dos 500 anos: O Brasil completou seu 500º aniversário sem uma festa decente. Em nome da contenção de gastos determinado pelo FMI, Cardoso proibiu as comemorações, que ficaram reduzidas às armações do então ministro do Esporte e Turismo, Rafael Greca. O fiasco foi total. Índios e sem-terra foram agredidos pela polícia porque tentaram festejar a data em Porto Seguro. De concreto mesmo, ficou uma caravela que passou mais tempo viajando do Rio de Janeiro até a Bahia do que a nau que trouxe Pedro Álvares Cabral de Portugal até o Brasil em 1500 e um estande superfaturado na Feira de Hannover. A caravela deve estar encostada em algum lugar por aí e Paulo Henrique Cardoso, filho do presidente, está respondendo inquérito pelo superfaturamento da construção do estande da Feira de Hannover.

13 - Base de Alcântara
O governo FHC enfrenta resistências para aprovar o acordo de cooperação internacional que permite aos EUA usarem a Base de Lançamentos Espaciais de Alcântara (MA). Os termos do acordo são lesivos aos interesses nacionais. Exemplos: áreas de depósitos de material americano serão interditadas a autoridades brasileiras. O acesso brasileiro a novas tecnologias fica bloqueado e o acordo determina ainda com que países o Brasil pode se relacionar nessa área. Diante disso, o PT apresentou emendas ao tratado – todas acatadas na Comissão de Relações Exteriores da Câmara.

2001 - Racionamento de energia: A imprevidência do governo Cardoso, completamente submisso às exigências do FMI, suspendeu os investimentos na produção de energia e o resultado foi o apagão no setor elétrico. O povo atendeu a campanha de economizar energia e, como "prêmio", teve as tarifas aumentadas para compensar as perdas de faturamento das multinacionais que compraram as distribuidoras de energia nos leilões de desnacionalização do setor. Uma medida provisória do governo Cardoso transferiu o prejuízo das distribuidoras para os consumidores, que lhes repassaram R$ 22,5 bilhões.

14 - Biopirataria oficial
Antigamente, os exploradores levavam nosso ouro e pedras preciosas. Hoje, levam nosso patrimônio genético. O governo FHC teve de rever o contrato escandaloso assinado entre a Bioamazônia e a Novartis, que possibilitaria a coleta e transferência de 10 mil microorganismos diferentes e o envio de cepas para o exterior, por 4 milhões de dólares. Sem direito ao recebimento de royalties. Como um único fungo pode render bilhões de dólares aos laboratórios farmacêuticos, o contrato não fazia sentido. Apenas oficializava a biopirataria.

2001 - Acordos com FMI: Em seus oito anos de mandato, FHC enterrou a economia do país. Para honrar os compromissos financeiros, precisou fazer três acordos com o FMI, hipotecando o futuro aos banqueiros. Por trás de cada um desses acordos, compromissos que, na prática, transferiram parte da administração pública federal para o FMI. Como resultado, o desemprego, o arrocho salarial, a contenção dos investimentos públicos, o sucateamento da educação e saúde, a crise social, a explosão da criminalidade.

15 - Encol 
Eduardo Jorge Caldas, ex-secretário-geral da Presidência, um dos mais eficazes "gerentes financeiros" da campanha de reeleição de Fernando Henrique Cardoso, se empenhou vivamente no esquema de liberação de verbas para o TRT paulista. As maus línguas ainda falam em superfaturamento no Serpro, lobby para empresas de informática, ajuda irregular à Encol e manipulação de recursos dos fundos de pensão na festa das privatizações.

16 - Medidas provisórias
Autoritarismo: Passando por cima do Congresso Nacional, Fernando Henrique Cardoso burlou o espírito da constituição e administrou o país com base em medidas provisórias, editadas e reeditadas sucessivamente. Enquanto os presidentes José Sarney e Fernando Collor, juntos, editaram e reeditaram 298 MP’s, Cardoso exerceu o poder de forma autoritária, editando mais de 5.491 medidas provisórias.

17 - Drible na reforma tributária 
O PT participou de um acordo, do qual faziam parte todas as bancadas com representação no Congresso Nacional, em torno de uma reforma tributária destinada a tornar o sistema mais justo, progressivo e simples. A bancada petista apoiou o substitutivo do relator do projeto na Comissão Especial de Reforma Tributária, deputado Mussa Demes (PFL-PI). Mas o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o Palácio do Planalto impediram a tramitação.

O escândalo dos computadores: a idéia de equipar as escolas públicas com 290 mil computadores se transformou numa grande negociata com a completa ignorância da Lei de Licitações. Não satisfeito, o governo Cardoso fez mega-contrato com a Microsoft para adoção do sistema Windows, uma manobra que daria a Bill Gates o monopólio do sistema operacional das máquinas. A Justiça e o Tribunal de Contas da União suspenderam o edital de compra e a negociata foi suspensa.

18 - Rombo transamazônico na Sudam
O rombo causado pelo festival de fraudes transamazônicas na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, a Sudam, no período de 1994 a 1999, ultrapassa R$ 2 bilhões. As denúncias de desvios de recursos na Sudam levaram o ex-presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA) a renunciar ao mandato. Ao invés de acabar com a corrupção que imperava na Sudam e colocar os culpados na cadeia, o presidente Fernando Henrique Cardoso resolveu extinguir o órgão. O PT ajuizou ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal contra a providência do governo.

Mudanças na CLT: Fernando Henrique Cardoso usou seu rolo compressor na antiga Câmara dos Deputados para aprovar um projeto que "flexibilizava" a CLT, ameaçando direitos consagrados como férias, décimo terceiro salário e licença maternidade. Graças à pressão da sociedade civil o projeto estancou no senado.

19 - Os desvios na Sudene
Foram apurados desvios de R$ 1,4 bilhão em 653 projetos da
Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, a Sudene. A fraude consistia na emissão de notas fiscais frias para a comprovação de que os recursos recebidos do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) foram aplicados. Como no caso da Sudam, FHC decidiu extinguir o órgão. O PT também questionou a decisão no Supremo Tribunal Federal.


Explosão da dívida pública: Quando FHC assumiu a presidência da República, em janeiro de 1995, a dívida pública interna e externa era de R$ 153,4 bilhões. Em abril de 2002, essa dívida já era de R$ 684,6 bilhões. A dívida alcançava 61% do PIB.

20 - Calote no Fundef 
O governo FHC desrespeitou a lei que criou o Fundef. Em 2002, o valor mínimo deveria ser de R$ 655,08 por aluno/ano de 1ª a 4ª séries e de R$ 688,67 por aluno/ano da 5ª a 8ª séries do ensino fundamental e da educação especial. Mas os valores estabelecidos ficaram abaixo: R$ 418,00 e R$ 438,90, respectivamente. O calote aos estados mais pobres soma R$ 11,1 bilhões desde 1998.

Violação aos direitos humanos: em 1996, o Brasil ganhou as manchetes mundiais pelo chamado "Massacre Eldorado do Carajás", quando 19 sem-terra foram assassinados no sul do Pará.

21 - Explosão da violência
Explosão da violência: FHC transformou o Brasil num país super violento. Na década fr 1990, o número de assassinatos subiu quase 50%. Pesquisa feita pela Unesco em 60 nações colocou o Brasil no 3º lugar no ranking dos países mais violentos. Ao final do mandato de FHC, cerca de 45 mil pessoas eram assassinadas anualmente no Brasil.

22 - Acidentes na Petrobras 
Por problemas de gestão e falta de investimentos, a Petrobras
protagonizou uma série de acidentes ambientais no governo FHC que viraram notícia no Brasil e no mundo. A estatal foi responsável pelos maiores desastres ambientais ocorridos no país nos últimos anos. Provocou, entre outros, um grande vazamento de óleo na Baía de Guanabara, no Rio, outro no rio Iguaçu, no Paraná. Uma das maiores plataformas da empresa, a P-36, afundou na Bacia de Campos, causando a morte de 11 trabalhadores. A Petrobras também ganhou manchetes com os acidentes de trabalho em suas plataformas e refinarias que ceifaram a vida de centenas de empregados.

Renda em queda e desemprego em alta: a Era FHC foi marcada pelos altos índices de desemprego e baixos salários.

23 - Apoio a Fujimori 
O presidente FHC apoiou o terceiro mandato consecutivo do corrupto ditador peruano Alberto Fujimori, um sujeito que nunca deu valor à democracia e que fugiu do país para não viver os restos de seus dias na cadeia. Não bastasse isso, concedeu a Fujimori a medalha da Ordem do Cruzeiro do Sul, o principal título honorífico brasileiro. O Senado, numa atitude correta, acatou sugestão apresentada pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR) e cassou a homenagem.

Desenvolvimento Humano - Segundo o Human Development Report 2001 (ONU), o Brasil ficou na 69ª posição, atrás de países como Eslovênia (29º posição), Argentina (34º posição), Uruguai (37º posição), Kuwait (43º posição), Estônia (44º posição), Venezuela (61º posição) e Colômbia (62º posição).

24 - Desmatamento na Amazônia 
Por meio de decretos e medidas provisórias, FHC desmontou a legislação ambiental existente no País. As mudanças na legislação ambiental debilitaram a proteção às florestas e ao cerrado e fizeram crescer o desmatamento e a exploração descontrolada de madeiras na Amazônia. Houve aumento dos focos de queimadas. A Lei de Crimes Ambientais foi modificada para pior.

25 - Arapongagem 
O governo FHC montou uma verdadeira rede de espionagem para vasculhar a vida de seus adversários e monitorar os passos dos movimentos sociais. Essa máquina de destruir reputações era constituída por ex-agentes do antigo SNI ou por empresas de fachada. Os arapongas tucanos sabiam da invasão dos sem-terra à propriedade do presidente em Buritis, em março deste ano, e o governo nada fez para evitar a operação. Eles foram responsáveis também pela espionagem contra Roseana Sarney.

26 - O esquema do FAT
A Fundação Teotônio Vilela, presidida pelo ex-presidente do PSDB, senador alagoano Teotônio Vilela, e que tinha como conselheiro o presidente FHC, foi acusada de envolvimento em desvios de R$ 4,5 milhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Descobriu-se que boa parte do dinheiro, que deveria ser usado para treinamento de 54 mil trabalhadores do Distrito Federal, sumiu. As fraudes no financiamento de programas de formação profissional ocorreram em 17 unidades da federação e estão até hoje sob investigação (ou melhor, engavetadas...) do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público.

27 - Mudanças na CLT 
A maioria governista na Câmara dos Deputados aprovou, contra o voto da bancada do PT, projeto que flexibiliza a CLT, ameaçando direitos consagrados dos trabalhadores, como férias, décimo terceiro e licença maternidade. O projeto esvazia o poder de negociação dos sindicatos. No Senado, o governo FHC não teve forças para levar adiante essa medida anti-social.

28 - Obras irregulares
Um levantamento do Tribunal de Contas da União, feito em 2001, indicou a existência de 121 obras federais com indícios de irregularidades graves. A maioria dessas obras pertence a órgãos como o extinto DNER, os ministérios da Integração Nacional e dos Transportes e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. Uma dessas obras, a hidrelétrica de Serra da Mesa, interior de Goiás, deveria ter custado 1,3 bilhão de dólares. Consumiu o dobro.

29 - Avanço da dengue
A omissão do Ministério da Saúde é apontada como principal causa da epidemia de dengue no Rio de Janeiro. O ex-ministro José Serra demitiu seis mil mata-mosquitos contratados para eliminar focos do mosquito Aedes Aegypti. Em 2001, o Ministério da Saúde gastou R$ 81,3 milhões em propaganda e apenas R$ 3 milhões em campanhas educativas de combate à dengue. Resultado: de janeiro a maio de 2002, só o estado do Rio registrou 207.521 casos de dengue, levando 63 pessoas à morte.

30 – Verbas do BNDES
Além de vender o patrimônio público a preço de banana, o governo FHC, por meio do BNDES, destinou cerca de R$ 10 bilhões para socorrer empresas que assumiram o controle de ex-estatais privatizadas. Quem mais levou dinheiro do banco público que deveria financiar o desenvolvimento econômico e social do Brasil foram as teles e as empresas de distribuição, geração e transmissão de energia. Em uma das diversas operações, o BNDES injetou R$ 686,8 milhões na Telemar, assumindo 25% do controle acionário da empresa.

31 – Renúncias no Senado 
A disputa política entre o Senador Antônio Carlos Magalhães
(PFL-BA) e o Senador Jader Barbalho (PMDB-PA), em torno da presidência do Senado expôs publicamente as divergências da base de sustentação do governo. ACM renunciou ao mandato, sob a acusação de violar o painel eletrônico do Senado na votação que cassou o mandato do senador Luiz Estevão (PMDB-DF). Levou consigo seu cúmplice, o líder do governo, senador José Roberto Arruda (PSDB-DF). Jader Barbalho se elegeu presidente do Senado, com apoio ostensivo de José Serra e do PSDB, mas também acabou por renunciar ao mandato, para evitar a cassação. Pesavam contra ele denúncias de desvio de verbas da Sudam.

32 - Assalto ao bolso do consumidor 
FHC queria que o seu governo fosse lembrado como aquele que deu proteção social ao povo brasileiro. Mas seu governo permitiu a elevação das tarifas públicas bem acima da inflação. Desde o início do plano real até agora, o preço das tarifas telefônicas foi reajustado acima de 580%. Os planos de saúde subiram 460%, o gás de cozinha 390%, os combustíveis 165%, a conta de luz 170% e a tarifa de água 135%. Neste período, a inflação acumulada ficou em 80%.

33 – A falácia da Reforma Agrária 
O governo FHC apresentou ao Brasil e ao mundo números mentirosos sobre a reforma agrária. Na propaganda oficial, espalhou ter assentado 600 mil famílias durante oito anos de reinado. Os números estavam inflados. O governo considerou assentadas famílias que haviam apenas sido inscritas no programa. Alguns assentamentos só existiam no papel. Em vez de reparar a fraude, baixou decreto para oficializar o engodo.

34 - Subserviência internacional
A timidez marcou a política de comércio exterior do governo FHC. Num gesto unilateral, os Estados Unidos sobretaxaram o aço brasileiro. O governo do PSDB foi acanhado nos protestos e hesitou em recorrer à OMC. Por iniciativa do PT, a Câmara aprovou moção de repúdio às barreiras protecionistas. A subserviência é tanta que em visita aos EUA, no início daquele ano, o ministro Celso Lafer foi obrigado a tirar os sapatos três vezes e se submeter a revistas feitas por seguranças de aeroportos.

35 – Renda em queda e desemprego em alta 
Para o emprego e a renda do trabalhador, a Era FHC pode ser considerada perdida. O governo tucano fez o desemprego bater recordes no País. Na região metropolitana de São Paulo, o índice de desemprego chegou a 20,4% em abril, o que significa que 1,9 milhão de pessoas estavam sem trabalhar. O governo FHC promoveu a precarização das condições de trabalho. O rendimento médio dos trabalhadores encolheu nos últimos três anos de FHC.

36 - Relações perigosas 
Diga-me com quem andas e te direi quem és. Esse ditado revela um pouco as relações suspeitas do presidenciável tucano José Serra com três figuras que estiveram na berlinda nos últimos tempos. O economista Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de Serra e de FHC, foi acusado de exercer tráfico de influência quando era diretor do Banco do Brasil e de ter cobrado propina no processo de privatização. Ricardo Sérgio teria ajudado o empresário espanhol Gregório Marin Preciado a obter perdão de uma dívida de R$ 73 milhões junto ao Banco do Brasil. Preciado, casado com uma prima de Serra, foi doador de recursos para a campanha do senador paulista. Outra ligação perigosa é com Vladimir Antonio Rioli, ex-vice-presidente de operações do Banespa e ex-sócio de Serra em empresa de consultoria. Ele teria facilitado uma operação irregular realizada por Ricardo Sérgio para repatriar US$ 3 milhões depositados em bancos nas Ilhas Cayman - paraíso fiscal do Caribe.

37 – Correção da tabela do IR 
Com fome de leão, o governo congelou por seis anos a tabela do Imposto de Renda. O congelamento aumentou a base de arrecadação do imposto, pois com a inflação acumulada, mesmo os que estavam isentos e não tiveram ganhos salariais, passaram a ser taxados. FHC só corrigiu a tabela em 17,5% depois de muita pressão da opinião pública e após aprovação de projeto pelo Congresso Nacional. Mesmo assim, após vetar o projeto e editar uma Medida Provisória que incorporava parte do que fora aprovado pelo Congresso, aproveitou a oportunidade e aumentou alíquotas de outros tributos.

38 – Intervenção na Previ
FHC aproveitou o dia de estréia do Brasil na Copa do Mundo de 2002 para decretar intervenção na Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, com patrimônio de R$ 38 bilhões e participação em dezenas de empresas. Com este gesto, afastou seis diretores, inclusive os três eleitos democraticamente pelos funcionários do BB. O ato truculento ocorreu a pedido do banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunitty. Dias antes da intervenção, FHC recebeu Dantas no Palácio Alvorada. O banqueiro, que ameaçou divulgar dossiês comprometedores sobre o processo de privatização, trava queda-de-braço com a Previ para continuar dando as cartas na Brasil Telecom e outras empresas nas quais são sócios.

39 – Barbeiragens do Banco Central 
O Banco Central – e não o crescimento de Lula nas pesquisas – foi naquele ano de 2002 o principal causador de turbulências no mercado financeiro. Ao antecipar de setembro para junho o ajuste nas regras dos fundos de investimento, que perderam R$ 2 bilhões, o BC deixou o mercado em polvorosa. Outro fator de instabilidade foi a decisão de rolar parte da dívida pública estimulando a venda de títulos LFTs de curto prazo e a compra desses mesmos papéis de longo prazo. Isto fez subir de R$ 17,2 bilhões para R$ 30,4 bilhões a concentração de vencimentos da dívida nos primeiros meses de 2003. O dólar e o risco Brasil dispararam. Combinado com os especuladores e o comando da campanha de José Serra, Armínio Fraga não vacilou em jogar a culpa no PT e nas eleições.

40 - Muita coisa mais 
A tentativa frustrada de vender a Petrobras, o governo chegou a pagar mais de R$ 400 milhões para uma consultoria mudar o nome para Petrobrax... Teve o arrocho dos aposentados, FHC aprovou o "fator previdenciário", e ferrou com quem ia se aposentar... O segundo mandato de FHC foi uma época de desemprego, alta inflação, salários arrochados, muita corrupção e muita privatização...

E então, quem vai querer encarar o PSDB mais uma vez? Viu só como FHC deixou uma herança maravilhosa aos brasileiros? Entendeu por que FHC saiu do governo com 22% de aprovação? Entendeu por que ele só dá entrevista, e nunca se candidata a nada?

Reproduzido (com atualizações/correções) do site "PSDB nunca mais": http://www.psdbnuncamais.blogspot.com.br/ 

Veja abaixo algumas manchetes de jornais no tempo em que FHC se dizia presidente:

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