segunda-feira, 1 de junho de 2009

Ministro Minc: saiba que o agricultor não é vigarista!

Richard Jakubaszko 
Apesar de o Senhor ser um ambientalista, e de estar sob enorme pressão de seus companheiros para aprovar o Código Florestal, não é justificável o seu ataque para os produtores rurais brasileiros. 

O Senhor parece que cospe no prato em que está comendo, Senhor ministro. Para que fazer a apologia política e negativa contra o agronegócio? Por que essa raiva e esse ódio, Senhor ministro? A quem o Senhor presta serviços, ministro? 

Como, diante de seu discurso, avaliamos que o Senhor está mal informado, permita-nos dizer-lhe algumas palavras e dados. 
Saiba que o IBGE aponta a existência de mais de 5,5 milhões de propriedades rurais no Brasil. Mas desconte desse número, ministro, os mais de 2,5 milhões (nosso cálculo, estimativo) de chácaras e sítios de fins-de-semana, que não são propriedades rurais, são casas de lazer para o fim-de-semana, mas nos cartórios aparecem como "propriedades rurais", e assim são classificados pelo IBGE. Desconte ainda desse número, ou seja, dos 3,0 milhões de propriedades rurais, cerca de 500 usinas de cana-de-açúcar e álcool, e uns 500 produtores gigantes, pecuaristas e agricultores, não mais do que isso, em todo o Brasil, que possuem mais do que 50 mil hectares. S

Sobram 2.999.000 propriedades rurais que são de agricultores e pecuaristas familiares, geridos pelo proprietário e suas famílias. De certo que muitos têm 500 hectares, outros possuem 100 hectares, ou até menos, e uma pequena parcela deles tem mais de 1.000 ou 2.000 hectares, especialmente no Brasil-Central, onde a terra era mais barata até alguns anos atrás, mas juntos produzem a comida que o Senhor e todos nós brasileiros comemos todo dia, ministro.

E ainda exportam comida, ministro, gerando divisas e muitos empregos, ministro. Daí que para o Senhor dizer para alguns possíveis eleitores que "o agronegócio, esses com mais de 200 mil ou 500 mil hectares, poluidores dos rios, que escravizam mão-de-obra, e ganham milhões em negócios, que não pagam suas dívidas...", é uma estultice completa. É uma falácia, ministro! 

Isso é incompatível com a sua posição, ministro. O Senhor não apenas falta com a verdade, ministro, o Senhor distorce os fatos. O Senhor mente de forma inqualificável, o Senhor faz uma apologia de guerrilha, ministro, o Senhor infla e estimula a que pessoas pobres, pessoas de bem, se revoltem e invadam propriedades rurais. É isso o que deseja fazer, ministro? 

O seu Código Florestal impede, sim, o plantio de uva no Vale dos Vinhedos e em toda a serra gaúcha, impede o plantio de maçã em SC e no RS, impede e proíbe o plantio da maioria dos cafezais no Espírito Santo, ministro. Porque é um código cheio de normas e regras feitas por ambientalistas que não conhecem agricultura, que fizeram os textos ao abrigo de salas confortáveis lá em Brasília, protegidos pelo ar condicionado. 
A Embrapa Monitoramento por Satélite, ministro, já fez estudos e projeções tendo por base as normas impostas por esse código florestal, ministro, e calculou que reduz em mais de 50% a área agricultável do Brasil. 
Sabia disso, ministro? 
Leia o relatório, mande seus assessores lerem o relatório da Embrapa, ministro, assim o Senhor não fala mais bobagens. E nem chama agricultor de vigarista. 

Ministro, por gentileza, peça o seu boné e retire-se de cena, ministro, o Senhor não sabe o que diz, falou muita bobagem em poucos minutos. O Senhor extravasou toda a sua raiva, a sua enorme incompetência, a sua necessidade midiática, como brasileiro e como ambientalista. 

Ao leitor deste blog: assista no link a gravação do discurso do ministro Minc para ''trabalhadores rurais e para agricultores familiares": 


http://br.video.yahoo.com/watch/5190971/13719639  

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7 comentários:

  1. Recebi e-mail de um amigo de São Paulo, Capital, um agrônomo conhecido e respeitado, mas que prefere se manter anônimo:

    "Um parvo parvoejando parvalhices é um parvalhão sósia do parvoeirão."
    Aí perguntei: "posso publicar no blog o seu "comentário"?
    E ele me respondeu: "OK, sem expor meu nome, a não ser que perguntem com interesse específico.
    Quer dizer, se a polícia indagar, então... bem, V. saberá o que fazer!
    Abraço!"
    Pensei, apenas: He, he, he...

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  2. Caro Richard,

    Esse Senhor é um fanfarrão. O caminho para a preservação ambiental no Brasil é a parceria com o agronegócio, afinal, todos os pequenos agricultores desse Brasil amam, acima de tudo, a sua terra, e se souberem como preservá-la, farão isso com certeza.

    O discurso que ele "vomitou" foi infeliz demais, agora, eu me pergunto, será que os "representantes" da agricultura familiar e dos sem-terra vão engolir isso??? Afinal, os maiores prejudicados pelo esdrúxulo e gagá código florestal brasileiro são os próprios pequenos agricultores!

    Quanta bobagem. Precisávamos mandar um e-mail ao Jornalista Carlos Alberto Sardenberg da CBN, pois ele foi muito ingênuo em ouvir as bobagens que esse Senhor falou e não retrucar.

    Parabéns Richard por mais uma vez externar o que todos nós pensamos!

    Um grande abraço,

    Paulo Henrique Leme

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  3. Recebi e-mail do meu amigo, e engenheiro agrônomo, Leonardo Pires, de São Paulo, Capital:
    Olá Jakubasko, tudo bem?
    Adorei seu artigo, se virar manifesto assino abaixo.
    Estou trabalhando com a questão sócioambiental no município de Socorro-SP, onde ocorre grande evasão de trabalhadores rurais e a perda da identidade com a lida do campo pelas novas gerações, que acorrem para as cidades em busca da sobrevivência mediante a venda de trabalho braçal e voltam à noite para as suas propriedades somente para dormir. Esqueceram, ou não lhes ensinaram como é possível ganhar a vida com dignidade e muito mais qualidade em suas pequenas áreas rurais: nosso compromisso e desafio é o de reconstruir essa identidade de homem rural, com respeito ao meio ambiente, através da quebra de velhos de paradigmas e práticas rurais ultrapassadas, resultado do fracasso do sistema oficial de extensão rural. Nos desiludimos quando uma destas ONGs ambientalistas que mamam nas tetas e praticam o que se chama de "maquiagem ambiental", plantou em nosso sítio mais de 5 mil mudas e quase nehuma vingou, porém o dinheiro público foi gasto, ou mal gasto. Essas ONGs passam o tempo todo tentando obrigar os agricultores da região, que mal sobreviven de suas terras, a pantar milhares de árvores, pois para as ONGS, isso é um grande negócio. Foi aí que decidimos entrar na briga, mas ao lado dos agricultores.
    Estou absolutamente de acordo como seu ponto de vista a respeito de Sinistro Minc, que obedece religiosamente à dogmas surreais de um ambientalismo fundamentalista, sentado sobre tratados anacrônicos feitos nos tempos de antanho, por pessoas que jamais pisaram na terra, no máximo nas areias de Copacabana. Ao invés disso, o sinistro, deveria ser conduzido pela razão e pelo bom senso, coisa incomum nos políticos brasileiros: parece-me que o tal sinistro, se faz pelo menos três refeições ao dia, jamais se indagou de onde e por quem são produzidos os alimentos que consome. É mesmo uma vergonha, prova de despreparo e de um simplismo pueril, jogar sobre os ombros dos trabalhadores rurais toda a responsabilidade dos problemas ambientais que enfrentamos.
    Me faz feliz saber que estamos empenhados na mesma luta, na mesma trincheira, renova minhas forças para continuar. Se quiser conhecer nosso trabalho, por favor faça uma visita ao site www.anaua.org.br O site ainda não está finalizado, mas já roda direitinho.
    Saudações, precisando, e se isso contar, estamos ao seu lado.... "ou morremos todos abraçados"
    Do amigo Leonardo Pires

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  4. Recebi e-mail da Naira Barelli, da DBO:
    Richard,
    Que absurdo, como pode um ministro ser tão miópe, .........?!?!?!
    Espero que ele aproveite a aula.
    Parabéns, nosso Brasil agradece!!
    Naira

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  5. Recebi algumas dezenas de e-mails por conta desse artigo. Este foi especial, de um agrônomo lá do Sul, do MS, que pediu para não ser identificado:

    Caro Amigo Richard, hoje somos os bandidos, escravagistas, destruidores etc..

    No MS por ter 2,2 mi habitantes a situação é pior ainda, são poucos os votos, se morrer ½ dúzia de fazendeiros, qual o problema?

    Salvam metade dos votos em Campo Grande se cuidarem um pouquinho, e olhe lá.

    Fomos jogados contra índios e agora contra os “Quilombolas.”

    Não sei mais o que fazer, é injusto demais.

    OS “3” poderes, pintam e bordam, a quem não a estes pertence, que trabalhe, trabalhe muito. Que pague impostos sobre impostos, e por fim, se não formos presos que para paguemos multas intermináveis, sejam trabalhistas, ambientais etc, etc etc, etc.
    Desculpe o desabafo.
    OBS. E ainda que peço que fique em “off” este meu desabafo.

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  6. Luiz Roberto G Guilherme4 de junho de 2009 às 20:41

    Prezado Richard:

    Este senhor infeliz e despresivel foi, durante algum tempo, responsavel pela gestao ambiental do estado brasileiro que menos retornava embalagens de defensivos usados na agricultura. Isso prova uma vez mais a falta de conhecimento e o total despreparo dessa figura (impoluta?) para conduzir as politicas ambientalistas do Brasil.

    Grande abraco e continue nesta luta!

    Bebeto

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  7. Ola. Estou escrevendo monografia sobre a possibilidade e conveniencia de um regime unicameral legislativo fereral. Em procura na internet localizei que o Sr. possui artigo sobre o tema, porém, não consegui encontra-lo no Blog. Se puder manda-lo para meu email ficaria grato.
    Email : brunomiragaya@hotmail.com
    Obrigado, e parabéns pelo Blog.
    Bruno.

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