domingo, 19 de dezembro de 2010

IPCC: mais um "mea culpa".

Richard Jakubaszko
O IPCC admitiu o erro e anunciou a reavaliação do tamanho da culpa do boi e da vaca no aquecimento planetário. Sugere, assim, novos estudos, pois "a redução dos rebanhos bovinos traria como consequência apenas falta de carne e leite". 

Este é o segundo mea culpa dos cientistas do IPCC. O jornal da TV Cultura anunciou em sua edição na última sexta-feira, dia 17/12, assista abaixo, que os os índices estão incorretos e atribuem um peso demasiado de emissão de gases de efeito estufa - GEE - às vacas e bois, no caso a emissão de metano.
Não vi essa notícia em nenhum outro telejornal, nem tampouco em qualquer jornal impresso, ou mesmo em suas web versões.

Aos poucos o IPCC vai "caindo na real", e perde totalmente a credibilidade, em minha humilde opinião. Fui um dos primeiros contestadores de toda essa estapafúrdia acusação do aquecimento global. Publiquei aqui no blog, em dezembro 2009, o artigo"Indefinições da ciência em tempos de COP15", veja lá http://richardjakubaszko.blogspot.com/2009/12/indefinicoes-da-ciencia-em-tempos-de.html
 
O IPCC, desde 2009, nem fala mais em aquecimento, apenas a mídia repete monocordiamente o refrão. Agora o IPCC fala em "mudanças climáticas" e em "eventos extremos". A palhaçada da redução do CO2, entretanto, continua nas manchetes.

7 comentários:

  1. postei no meu twitter: @carlaopublique.com
    Carlão

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  2. José Otávio Menten / ESALQ19 de dezembro de 2010 às 14:00

    Prezado Richard,
    Esta verdade, bem fundamentada, deve ser reproduzida. Vinha sendo muito fácil transferir para o agro todos os problemas ambientais e sociais do mundo, já que não havia reacão, posicionamentos com base científica e
    tecnológica...
    Abs,
    José Otávio Menten / ESALQ / USP

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  3. Richard, como sempre, botam a boca no trombone e acusam a boiada de soltar muitos "puns"... mas depois do "serviço feito" (como diriam muitos no campo), a correção dos fatos nunca recebe a atenção devida...
    Os ecologistas de plantão (quase sempre vivendo nos grandes centros urbanos) desconhecem como se dá o processo de ocupação do solo, é mais fácil manipular as emoções do que fazer o que é o que é realmente preciso: conscientização e maior conhecimento para lidar com as necessidades do planeta.

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  4. Odo Primavesi, São Carlos-SP19 de dezembro de 2010 às 22:30

    Oi Richard, veja:
    Science News
    Predictive Power of Dairy Cattle Methane Models Insufficient to Provide Sound Environmental Advice, Study Finds

    http://www.sciencedaily.com/releases/2010/11/101104194005.htm

    ScienceDaily (Nov. 5, 2010) — Canadian and Dutch researchers have shown that current equations to predict methane production of cows are inaccurate. Sound mitigation options to reduce greenhouse gas emissions of dairy farms require a significant improvement of current methane equations, according to a study of the Dutch-Canadian team in the journal Global Change Biology.

    The researchers, from University of Guelph and University of Manitoba (Canada) and Wageningen University & Research centre (the Netherlands), compared the observed methane production of cows with that predicted by nine different methane equations that are applied in whole farm greenhouse gas models. "The prediction accuracy of these equations is small, and the equations are not suitable to quantify methane production of cows," says Dr Jan Dijkstra, senior researcher worker at Wageningen University and adjunct professor at University of Guelph. "The predictive power of methane equations will have to be markedly improved if such whole farm models are used for sound decisions by governments to reduce environmental impact of dairying."

    On a global basis, according to the FAO livestock is responsible for some 18% of all greenhouse gases emitted. Methane is the most important greenhouse gas on a dairy farm.The FAO estimates that about 52% of all greenhouse gases from the dairy sector is in the form of methane. Several whole-farm models are available that predict the total amount of greenhouse gases (the sum of CO2, CH4 en N2O) of dairy farms. Such whole-farm models are applied to make an inventory of total greenhouse gas emission on farm, and to estimate the effect of management changes (changes in breeding, nutrition, etc.) on greenhouse gas emissions. Methane is the single most important element in such estimates. Methane is 25 times more potent than CO2. Hence, the accuracy of estimation of total greenhouse gas emissions of whole-farm models largely depends on the accuracy of the prediction of methane emitted per cow.

    The research team compiled a large dataset of actual observations on methane emissions of dairy cattle. The observations were largely derived from respiration chamber experiments, in which methane produced in the gut of the cow is accurately determined. These observations were used to evaluate the predictive power of equations to predict methane production.

    The prediction accuracy of all equations was low. The equations hardly account for the effect of dietary composition on enteric methane production. Most equations do not use any dietary information at all, but estimate methane production based on feed intake or milk production. For example, the widely used IPCC equation that predicts methane production based on energy intake of the cow, cannot distinguish the effect of a higher energy intake on methane due to a rise in feed intake level, from that due to a rise in dietary fat content at the same feed intake level. However, a higher feed intake will increase methane production, whereas a rise in dietary fat content will decrease methane production.

    Odo Primavesi (segue...)

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  5. Odo Primavesi, São Carlos-SP19 de dezembro de 2010 às 22:31

    continuação...
    From the analysis, it also appears that the variation in predicted methane production is far smaller that the variation in actually observed methane production. Consequently, the methane equations do not fully represent the range of effects of dietary changes on enteric methane production of cows.

    The research team concluded that the low prediction accuracy and poor prediction of variation in observed values may introduce substantial error into inventories of GHG emissions and lead to incorrect mitigation recommendations. For sound inventories and mitigation recommendations, much better methane predictions are required. At present, the researchers are actively developing more detailed and accurate models that predict methane production, based on the fermentation processes in the gastro-intestinal tract of cows.

    além de
    http://www1.foragebeef.ca/$foragebeef/frgebeef.nsf/all/ccf758/$FILE/GHGbeefIPCC.pdf

    http://www.senternovem.nl/mmfiles/Calculation%20of%20methane%20production%20from%20enteric%20fermentation%20in%20dairy%20cows_tcm24-240751.pdf

    Nossos cálculos têm como base nossas medições de campo. Nós verificamos que existem diferenças de comportamento alimentar de nossos animais (conseguem comer material de pior qualidade), e que as emissões são até similares aos animais de clima temperado comendo capim. Qdo comem grãos as emissões são menores pelos animais, mas maiores nos campos agrícolas (lá emitem muito N2O 25 vezes pior que o metano).
    Abraços,
    Odo Primavesi

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  6. Caro Richard,

    Há tempos discute-se que é preciso aprimorar as metodologias de cálculo par ter dados mais consistentes. O 5 Relatório do IPCC será assim, e o próprio governo brasileiro fez isso no 2 Inventário publicado pelo MCT em novembro. Já existe muito debate sobre isso, e até mesmo um grupo específico nas negociações da UNFCCC para tratar disso.

    abs

    Rodrigo C A Lima

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  7. Rodrigo, esse é um dos problemas, fizeram as primeiras acusações, levianas, tudo apressadinho, mas levaram 4 anos pra começar a desmentir... Vão ter de desmentir ainda por muito tempo. Tem gente aí do IPCC que merecia cadeia, sem contar os que financiaram (a energia nuclear, entre outros) toda essa neurose planetária do aquecimentos e os culpados.

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