sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O Jaguar: o Rei das Américas.

Richard Jakubaszko
Livro faz a história da onça-pintada

(Metalivros preenche lacuna com lançamento sobre mais possante animal das Américas)
A Metalivros lançou Jaguar: o Rei das Américas, livro que reúne pela primeira vez os aspectos biológicos e antropológicos sobre o mais possante e imponente animal das Américas. O lançamento ocorreu na Livraria Martins Fontes, na Av. Paulista (preço de capa: 89,00). Com texto bilíngue (inglês ao final) do pesquisador da Embrapa Monitoramento por Satélite, Evaristo Eduardo de Miranda e da jornalista Liana John, a obra vem preencher uma lacuna literária no Brasil sobre o jaguar (Panthera onca), a onça-pintada.
Jaguar não interessará apenas aos brasileiros, mas a todos do continente americano. Divide-se em duas partes: a biologia e a ecologia da espécie, com texto de Evaristo, e os mitos e os significados culturais, de Liana John. Os autores do texto, casados há 24 anos, se uniram literariamente pela primeira vez para conduzir o leitor nessa abordagem singular e fascinante sobre o tema. A publicação tem belo projeto gráfico de Victor Burton, 300 páginas em papel couché fosco e 189 magníficas ilustrações e fotos de diversos autores nacionais e estrangeiros, entre eles Fabio Colombini e Ronaldo Graça Couto, editor da Metalivros e criador do projeto.

A associação da força bruta contida na majestade felina dos movimentos, o olhar fixo ao espreitar a caça, a beleza de formas, o porte, a pele camuflada e a genética predadora perfeita estabeleceram o grande reinado panamericano da espécie, mantida por milhares de anos no topo da cadeia alimentar, alterado apenas após a introdução do poder da pólvora nas Américas.

Jaguar, o livro, descreve casos emocionantes do perigoso contato entre o homem e a fera, muito antigos como o do padre austríaco Antonio Sepp (1655-1733), até recentes, como do o agricultor amazônico Ivanildo Reis, 28 anos, que virou mito em março de 2010, quando venceu a onça num corpo-a-corpo, com ajuda de oito cães ferozes. Fatos históricos como a relação entre a pecuária e o jaguar, além da presença da espécie pelos países do continente também fazem parte da obra, que alerta para a urgência de conservação da espécie em seu habitat, já reduzido à metade do império iniciado há cerca de 10 mil anos: hoje a onça-pintada se espalha por 9 milhões de km², sendo 50% dessa área no Brasil.

O reflexo cultural dessa longa jornada evolutiva está na segunda parte da obra, onde numerosos mitos, lendas e representações das mais diversas regiões das Américas são reunidos, trazendo pistas do fascínio exercido pelo jaguar sobre todos os povos. O texto chega ao presente, relatando alguns casos em que a divindade a ser reverenciada quando se pede chuva ainda é a onça-pintada, além dos aspectos pitorescos do mundo dito civilizado, a exemplo da escolha do nome do felino para o elegante automóvel que permanece um sonho de consumo 75 anos após seu lançamento e, ainda, abrange as menções literárias à onça e seus significados. O grande escritor João Guimarães Rosa (1908-1967), por exemplo, criou o neologismo onçar, para definir o estado de fúria de quem perde a razão e “vira onça”. E quem não se lembra do Amigo da Onça o genial personagem de Péricles de Andrade Maranhão, caracterizado pela falsidade?

A obra reúne a mais ampla iconografia sobre o jaguar jamais publicada em termos mundiais, tanto do bicho real quanto das variadas formas de cultuar a espécie, com ênfase nas culturas pré-colombianas que foram povoadas por deuses e guerreiros-jaguar.  
Realizado com recursos da Lei Rouanet, patrocinada pela Imprensa Oficial do Rio de Janeiro e pela Teadit. À venda nas boas livrarias.
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Um comentário:

  1. Estava mesmo faltando um livro sobre a magnífica panthera onca! Parabéns!!!! Vou já providenciar um exemplar!

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