terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Quando a “Mãe-Natureza” está de TPM


A “Mãe-Natureza” está de TPM e a NASA tem um serviço de informações sobre calamidades naturais no seu Obervatório da Terra: http://earthobservatory.nasa.gov/NaturalHazards/ 
Na linguagem deles, “natural hazards”, ou riscos naturais em tradução livre.  Hazards é a denominação geral de qualquer situação que resulte em algum nível de risco para a vida humana, a saúde, a propriedade e o meio ambiente.  Esse tipo de risco pode ser efetivo ou potencial (como no caso de terremotos).  E podem criar uma situação de emergência, isto é, requerer uma resposta emergencial.

Neste exato momento em que este texto está sendo escrito, os australianos estão se preparando para a chegada do ciclone Yasi, que já está formado e pode atingir a costa nordeste do país com a mesma força destruidora do furacão Katrina, que devastou Nova Orleans em 2005.  Cidades turísticas e até comunidades rurais já foram evacuadas. País sério é outra coisa.

O Observatório da Terra contém imagens de baixa ou altíssima resolução (em formato Tiff com até 16 MB e possibilidade de aproximação para observação de detalhes) sobre incêndios, tempestades, poeira e fumaça, enchentes, vulcões, secas com impactos sobre a produção agrícola e outras.  Vale visitar a página e passear pelas imagens.  O sistema pode ser útil para um sistema de informações desse tipo de eventos em escala nacional, que há tempos vem sendo anunciado e cuja implantação foi novamente jogada para “um dia” no futuro, como a educação básica.

Das imagens contidas na última Newsletter, algumas são mais impressionantes.  Inicialmente, uma das últimas enchentes na Austrália, ocorridas ao final de dezembro de 2010 e em janeiro de 2011, que pode ser vista abaixo.
Não consta que essa área tenha sido considerada – antes ou depois – como “área de risco ambiental” ou que alguém tenha proposto a criação de um “parque fluvial linear” em lugar nenhum.  As chuvas foram muito intensas, anormais.  A cidade de Brisbane, com cerca de 2 milhões de habitantes, ficou sob as águas, mas o número de mortos não excedeu a duas dezenas. Pelo menos 40.000 propriedades foram afetadas, além de toda a infraestrutura rodoviária, ferroviária e muito mais, numa área correspondente aos territórios da França e da Alemanha somados.

Outra imagem impressionante, encontrada na página citada, mostra as enchentes em áreas agrícolas no Paquistão. As imagens, da metade do mês de dezembro de 2010 – o pico das inundações ocorreu em setembro –, indicam bolsões de água que ainda não haviam sido esvaziados, com indícios de se tornarem um problema mais ou menos persistente.  Uma calamidade para a segurança alimentar do país já que as enchentes atingiram a infraestrutura de irrigação de uma região altamente produtiva.
Não consta que alguém tenha sequer sugerido que esses imensos danos se deveram ao descumprimento de leis da bondosa mãe-natureza.

Na última newsletter do Observatório da Terra, incêndios espontâneos em áreas de pastagens em Oklahoma, nos EUA, ao final do mes de janeiro de 2011.  A página da NASA permite o download da imagem em alta resolução num tamanho de arquivo que não cabe neste blog, mas possibilita aproximações (zooms) muito interessantes.
O Greenpeace dos EUA e o WWF-US não propuseram a adoção de reservas legais ou de outros dispositivos do Código Florestal brasileiro para evitar que tais incêndios espontâneos voltem a ocorrer.  O Itamaraty não tomou a iniciativa de convidar representantes dos EUA para conhecer os detalhes da mais avançada “legislação ambiental” do mundo.  Ainda está em tempo de pensar em oferecer assistência técnica jurídica-institucional brasileira ao nosso irmão do Norte, em particular quando estamos próximos da primeira visita de Obama ao Brasil, acompanhado de um séquito de “homens de negócios”, acadêmicos e outros.

Há na newsletter citada imagens do lago Baikal congelado.  O Baikal, na Rússia, é o mais antigo e o mais volumoso lago de água doce do mundo – 20% da água doce superficial do planeta -, com quase 32.000 quilômetros quadrados e profundidades de 740 metros.  Como o lago encontra-se a uma altitude de 1.640 metros, com mais 160 metros ele seria totalmente considerado área de preservação permanente pelos parâmetros da mais avançada legislação ambiental da galáxia.

Há, também, imagens de tempestades de areia no Egito, de erupções vulcânicas, e de ciclones tropicais, que são sempre impressionantes.  Nos dias 27 e 28 de janeiro de 2011, o ciclone tropical Bianca deu “umas lambidinhas” na costa da Austrália.
Há dias, a bondosa mãe-natureza apenas deu amostras de sua potencial bondade com os australianos.  Neste momento, ninguém ainda sabe se ela será benevolente com os seus amados filhos nas próximas horas ou dias.  Na dúvida, a evacuação de população já foi feita e as pessoas aguardam em abrigos com estoques de alimentos básicos, como se pode ver no UOL Fotos: http://noticias.uol.com.br/album/110201australia_album.jhtm?abrefoto=5#fotoNav=5  

Comentários de Richard Jakubaszko:
1 – As ONGs internacionais, todas elas, a começar por Greenpeace e WWF, deveriam apresentar soluções imediatas aos países acima citados, como Austrália, EUA, Rússia, Paquistão, Turquia, Egito, pois já possuem experiência midiática e jurídica desenvolvida aqui no Brasil. Deveriam propor a esses países a implantação de um Código Florestal, como o brasileiro. Por que não o fazem lá, como questiona o autor Luiz Prado? Afinal, precisamos exportar serviços e tecnologias, pois isso gera mais divisas do que exportar commodities como grãos de soja ou café.
2 – Não apenas propor essas soluções, mas deveriam interferir, sempre é tempo, na questão do vazamento de petróleo da British Petroleum no golfo do México. Foi o maior vazamento da história do petróleo. Nada fizeram e tampouco criticaram a BP. Por que só no Brasil eles fazem o que fazem?
3 – Afinal, quem financia, realmente, essas ONGs? Ou será que fazem tudo por amor à natureza e ao Brasil?

No vídeo abaixo o leitor pode divertir-se, ou apavorar-se, com a força da natureza. Aconteceu também na Austrália, em Toowoomba, agora em janeiro:
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5 comentários:

  1. É meu caro Jakubaszko

    A culpa pelos desastres ambientais é da Finlândia, cujo PIB é baseado no setor florestal e donde as ongs ilibadas são enxotadas a machadadas...

    Mas, o lulla tem a solução... basta mudar a esfera planetária para um cubo, daí resolve tudo. Em 2014 elle tem planos de contratar seus financiadores empreiteiros, e dar início na obra.

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  2. Fendel,
    inclui o Lula fora dessa, o que é que o urubu tem a ver com as garças? O que é isso? Você já tá com saudade dele? Esquece, 2014 vai ser Dilma, de novo... Pode escrever que eu assino embaixo...

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  3. Prezado Richard
    O seu blog está muito interessante, mas nada ultrapassa os comentários da Internet sobre a chuva em São Paulo. É hilário. Quem foi o criador de tantas frases muito bem boladas??? Posso passar para a produção do programa do Jô??
    Um forte amplexo!!!
    Enrico Lippi Ortolani
    Colunista da DBO

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  4. Oi, Richard!
    Os australianos estão premiados: seca e incêndios, tempestades e enchentes e furacões.
    Têm uma das maiores áreas desérticas do mundo, e que antes eram um tipo de cerrado. Só falta um tsunami, um tremor de terra e um vulcão estourando.
    Chuvas fortes (com direito a mais raios e granizo) e ventos fortes são tentativas desesperadas da natureza para dissipar calor, e entrar em equilíbrio, assim como são os terremotos (reacomodação da crosta terrestre por causa de deslocamentos de pesos: retirada de água subterrânea, derretimeto de geleiras continentais etc).
    []s
    Odo

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  5. Muito bom o artigo e impressionate o vídeo da Austrália. Essa pergunta, por que só aqui, é a que eu faço há algum tempo sobre as ONGs. A resposta é fácil. Basta responder à terceira pergunta, quem financia as ONGs (mas ir mais atrás das pequenas igrejas que enviam recursos para salvar seus pobres irmãos de países em pobres. Pobres! O Brasil não é considerado pobre, e nem deve, se comparado com outros países. Então por que o Brasil? Está na cara, isto é, na agricultura a resposta.
    Hélio Tollini, Brasília

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