domingo, 31 de março de 2013

Explicado porque a mídia apoia o PSDB

Richard Jakubaszko
Está mais do que explicada a razão de a grande mídia apoiar o PSDB de São Paulo em qualquer campanha eleitoral. É a verba de propaganda, provado e comprovado.
A matéria publicada hoje, 31/3/2013 - 22h10 - pelo Estadão, não deixa dúvidas e mostra o tamanho da verba de publicidade das estatais do estado de São Paulo: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,estatais-paulistas-respondem-por-metade-dos-gastos-do-governo-com-propaganda,1015386,0.htm
Em resumo:
(Os grifos em vermelho são deste blogueiro)

Estatais paulistas respondem por metade dos gastos do governo com propaganda
Em dez anos de governo Alckmin e Serra, administração direta e empresas desembolsaram R$ 2,44 bilhões, com participação cada vez maior das companhias estatais.
Fernando Gallo, de O Estado de S. Paulo
As empresas estatais paulistas responderam por metade dos gastos com propaganda do governo do Estado na última década. Levantamento feito pelo Estado via Lei de Acesso à Informação mostra que, enquanto a administração direta desembolsou R$ 1,2 bilhão entre 2003 e 2012, as cinco principais estatais de São Paulo pagaram R$ 1,24 bilhão - os valores estão atualizados pela inflação. 
Os gastos da administração direta, que inclui o gabinete do governador e as secretarias de Estado, são conhecidos - é possível acessá-los pelo sistema de execução do orçamento do Estado. Já as despesas das empresas nunca tinham sido tornadas públicas de maneira ampla e sistematizada.

Somados, os gastos com publicidade do governo paulista nesses dez anos somaram, portanto, R$ 2,44 bilhões. No período, o Estado foi governado por Geraldo Alckmin e José Serra, ambos do PSDB.
Com o valor gasto em propaganda, seria possível construir, por exemplo, mais de metade da segunda fase da linha 5 do metrô, que vai ligar o Largo Treze à Chácara Klabin, ou custear o Instituto do Câncer por sete anos. O valor gasto com publicidade também equivale a 33 vezes o orçamento da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

A lógica dos desembolsos se inverteu há quatro anos, quando as empresas passaram a gastar mais do que a administração direta. Entre 2003 e 2008, as estatais gastaram uma média de R$ 57,6 milhões por ano, ao passo que as secretarias do governo gastaram uma média de R$ 82,6 milhões anuais. De 2009 a 2012, as empresas desembolsaram um total de R$ 900 milhões, média de R$ 225 milhões ao ano, enquanto a administração direta pagou R$ 710 milhões - média de R$ 117,5 milhões.

Pico de gastos. Os dados obtidos mostram que o pico dos gastos das estatais Sabesp, Metrô, CPTM, CDHU e Dersa ocorreu em 2009, quando elas gastaram um total de R$ 340,6 milhões. O valor é quase igual aos R$ 345,9 milhões que as cinco estatais gastaram em todos os seis anos anteriores, no período 2003-2008 - em 2008, por exemplo, elas despenderam R$ 110 milhões; em 2007, R$ 48 milhões.
Em 2010, o gasto diminuiria para R$ 258 milhões, ainda assim o segundo maior do decênio. Em 2011 e 2012, já na gestão Geraldo Alckmin (PSDB), ficaria na casa dos R$ 150 milhões por ano.

Em 2009, quando o PSDB articulava a candidatura do então governador Serra a presidente da República, o Metrô e a CPTM fizeram fortes campanhas de marketing sobre a expansão de linhas e a compra de novos trens. A Dersa investiu na publicidade do Rodoanel e da Nova Marginal. A Sabesp criou campanhas sobre o projeto Tietê e o uso responsável da água e a CDHU gastou em publicidade com o Programa Serra do Mar, com a reformulação dos padrões de seus imóveis e com o Programa Cidade Legal, para promover a regularização de imóveis.
O gasto do Metrô com publicidade saltou de R$ 11,5 milhões em 2008 para R$ 71 milhões em 2009, elevação de 517%. A Dersa, que gastou R$ 2,7 milhões em 2008, elevou o dispêndio para R$ 63,4 milhão em 2009 - 2.248% a mais. A CPTM passou de R$ 4 milhões para R$ 55,7 milhões nos mesmos anos, um incremento de 1.292%.

Recorde com Serra. O governo Serra foi aquele em que as cinco estatais mais gastaram com publicidade, com valor total de R$ 756 milhões - média de R$ 189 milhões por ano. No segundo governo Alckmin, entre 2003 e 2006, elas gastaram R$ 188 milhões, ou R$ 47 milhões anuais.
No atual governo Alckmin, as empresas se tornaram mais gastadoras que na sua primeira passagem pelo Palácio dos Bandeirantes. Em 2011 e 2012, desembolsaram R$ 300 milhões, média de R$ 150 milhões por ano, embora Alckmin tenha rebaixado a secretaria de Comunicação ao status de subsecretaria, subordinada à Casa Civil, como uma sinalização de que o governo seria mais austero.

Das estatais, a Sabesp é a que mais contratou publicidade: foram R$ 557 milhões em dez anos. Em seguida vem a CDHU, com R$ 216 milhões, e o Metrô, com R$ 198 milhões. A Dersa destinou a esse fim R$ 138 milhões e a CPTM, R$ 135 milhões.
No caso da administração direta, o pico de gastos também se deu em 2009, com Serra, quando os desembolsos somaram R$ 246,7 milhões. O segundo ano com mais investimento em publicidade foi o de 2010, com R$ 217 milhões. No atual governo Alckmin, os gastos ficaram na casa dos R$ 125 milhões entre 2011 e 2012.

COMENTÁRIOS DO BLOGUEIRO:
A Sabesp é uma estatal estadual, com atividades apenas em São Paulo, mas faz (ou fazia, até 2012) campanhas de publicidade pela TV em rede nacional. Alguém tem explicações para isso? Será que precisa explicar?
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Do You Wanna Dance?


Celso Luiz Marangoni
Beatles 1963/2013 - 50 anos de sonho
Foi assim, logo depois do almoço. Bandos de nuvens cinzas despencando na ventania do céu a uma da tarde. Frio.
Um frio antigo e cheio de cachecóis garoando em tudo. Uma garoa mansa, de muito tempo, beijando o velhinho mendigo, boné azul, abraçado a seu terno encardido no banco do Trianon. E lá adiante, a algazarra dos adolescentes em frente ao Gazeta.
(Antes da travessia...)

E a garoa vai beijando e dizendo, sem dizer, com sua voz sumidinha de chuva anã: "All you need is love... love... love!"
O sinal fecha. Um ônibus cheio de sonâmbulos freia.
Uma praga qualquer sai da boca do motorista, flutúa no silêncio e morre no fastio do cotovelo dele debruçado no volante.


O sinal vai abrir e ele olha ao longe, através da tela de vidro do painel, uma terra imaginária, com o cartão premiado da loto caindo do céu, molhado e abençoado pela água benta da garoa.

Ninguém vê quatro rapazes atravessando sozinhos na faixa de pedestres: um vestido de branco, outro de agente funerário, o terceiro de jeans, o último de traje a rigor e...  descalço!

Não! Não é mais a Avenida Paulista! A avenida estreitou, pariu árvores verdes e também antigas, como há muitos séculos.

Olho na placa. Em vez de Avenida Paulista leio: "Abbey Road"...
Esfrego os olhos.
Leio outra vez: Abbey-road!
Êi! Algo aconteceu! Finalmente, algo aconteceu!
Algo de consistente, de real, na acepção da palavra.
Algo que conseguisse sacudir a pasmaceira geral das monótonas horas de almoço e seus executivos-cabides, com terninhos pendurados às costas, as mãos amarradas atrás do corpo e aquele ar de assunto sério amarrando eles e amarrando com eles os altos negócios, os altos escalões e a baixa renda do meu país.

Algo aconteceu! Estamos em pleno 1967 e eu não estou mais voltando da minha hora de almoço.
Não! Eu estou é indo pra casa da namoradinha, aquele jasmim-do-cabo exalado por todos os poros, aqueles cabelos pretos saídos do banho, aquele beijo interminável disparando e fervendo o coração da gente.
Oh! Darling, if you left me! Oh! no! Dont let me down!

O mundo sem você é só um almoço executivo!
Não se vá, please please me oh! yeah!
I want to hold your hand! Help! Help me you!
Vamos assistir "Easy Rider" com Peter Fonda, rodar nossas motocicletas até os confins do horizonte.

Não! O sonho não acabou baby! Não se esqueça de que John Lennon ainda está vivo. Mcluhan diz que o mundo é uma aldeia global e Janis Joplin e Jimmy Hendrix sequer sonharam em aparecer. É 1967 esqueceu?

O mundo é um imenso baile de formatura com Johnny Rivers e "Do you wanna dance" ao fundo.
A gente mora junto no meu apartamento, bebe e come um ao outro e nosso orgasmo vem enfeitado de "Make love, not war". Pois é o que fazemos, não é mesmo baby?

Somos a pombinha branca trazendo uma folha de hortelã e melissa pra acalmar o napalm sobre o Vietcong.
E todo nosso amanhã, todo nosso amanhã é este som dos Byrds gritando "Mr. Tambourine Man" ao nosso coração de arcanjo cósmico, incapaz de imaginar que o homem é mau, baby.
Pois é, como imaginar? Se John Lennon ainda nem lançou "Imagine", não é mesmo? Pura bobagem.
A vida é este filme: take one: à tarde make love. Take two: à noite a rota dos barzinhos.
E depois, meia dúzia de dramas existenciais gorgolejando, ralo afora, junto ao shampoo de nossos cabelos compridos.

Acreditamos. Foi isso! Acreditamos, como talvez em nenhum outro tempo da história humana.
E amamos, baby, como se o universo acabasse de nascer só pra nós.

Nem a revolução francesa, nem a traição de Brutus, nem a megalomania de Napoleão, nem Salamina e Platéia, nem Alexandre o Grande, nem Aníbal e sua troupe de elefantes, nem Neanderthal e Kro-magnon, nada nada baby, vai resistir à bomba que derrotará a bomba nuclear: este simples compacto simples
que eu trouxe pra você: "She loves you". Gosta?

A música é daqueles quatro garotos que acabaram de atravessar a avenida e, nesta simples mudança do vermelho pro verde do sinaleiro, mudaram completamente a cara do mundo.
Bem, pode não ser verdade para eles mas é verdade pra nós, baby.
Aqui, bem aqui, no acanhado barzinho dos nossos mais de 40 anos de idade. Let it be, meu amor.

Meu ponto chegou. Vou ter que descer . E olha, não vai ser fácil!
Uma multidão se espreme no ônibus da São Paulo de agora.
E estão brabos, baby. Quem sabe foi até por isso que não viram os Beatles atravessando a avenida, feito duendes, magos, com seu jeitão de quem volta pra refazer um grande Magical Mistery Tour com o mundo inteiro.

Já pensou? Em vez deste tédio do almoço, em vez desta garoinha suja, em vez de todo mundo sisudo, um novo céu e uma nova terra, com garoas de legítima prata 90 e grandes sorrisos no rosto?

O mundo inteiro de mãos dadas, num grande palco de estrelas, cantando para o universo, para as galáxias e todos os ETS:
- "All you need is love! All you need is love! Love! Love! Love!"

E até os pombos do Parque Trianon viriam em bandos, carregando o velhinho mendigo de boné azul e levando ele pelo bico, pra acordar numa outra dimensão.
Longe da esmola. Da solidão. Do abandono.
Pra cantar com todos, a vocação do encontro que mora dentro de cada coração.
Numa Beatlemania tão divina, tão divertida, baby, que nunca mais dê vontade de parar!

Celso Luiz Marangoni é poeta, publicitário e artista plástico. Publicou, entre outros, os livros "Gare 33", "Realejo Enguiçado" e "Viajante & outros silêncios".
(1º prêmio nacional acumulado de poesia e pintura em 2005, na décima edição do "Prêmio Lília Pereira da Silva"). Deu recitais na USP, no Tuca, Teatro Taib, Club Homs, União Brasileira de Escritores, Palas Athena e circuito universitário em diversas cidades brasileiras.
Realizou 12 exposições de quadros. Seus trabalhos estão em coleções particulares do Brasil, Estados Unidos e Suécia. Seu quadro “Infinito” foi publicado na primeira página da revista “Astronomy” (2006).
Também ministra palestras sobre Criatividade para empresas, grupos e associações.
Email:
engenhodotexto@uol.com.br
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sábado, 30 de março de 2013

O papel nunca vai perder sua importância

Richard Jakubaszko
A mídia impressa vai acabar? Há divergências fundamentais nessas previsões estapafúrdias. Neste comercial de TV, que começa a transformar-se em um viral, comprova-se a importância do papel para a humanidade.
Confirmem:

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sexta-feira, 29 de março de 2013

Continua lindo


Rogério Arioli Silva *

Apesar do orgulho que sinto em ter nascido no Rio Grande do Sul, na próxima encarnação (se vier a acontecer) tenho o indisfarçável desejo de nascer carioca. Aquele marzão no horizonte, sol à vontade, cerveja gelada, futevôlei, garotas de Ipanema, samba, carnaval, mulatas e aquele jeito despreocupado de se levar a vida. Ou ser levado por ela como diz o poeta. Definitivamente o Rio não parece Brasil. É muito melhor. Parece, talvez, o Brasil em férias.

Todos os grandes eventos são destinados para lá. Para lá se dirigem boa parte dos turistas com seus dólares, euros, ienes, pesos e outras tantas moedas dispostas a serem gastas nas belezas e atrações múltiplas que a cidade oferece. A gastronomia, a hotelaria, os eventos culturais como museus, teatros e shows disponíveis aos cariocas ou a quem os visita são incomuns em outros locais do país. Trata-se de realidade semelhante aos países mais desenvolvidos do mundo, embora ainda existam ilhas de exclusão. Graças a isso não é comum encontrarem-se cariocas fora do Rio de Janeiro. Sair pra que, se tudo de bom acontece por lá?

Fatos ocorridos recentemente confirmam como o Rio é diferente. Como exemplo evidencia-se a polêmica da divisão dos royalties do petróleo, na qual o estado tem se beneficiado amplamente nos últimos anos e nem pensa em abrir mão dos recursos amealhados. Dinheiro ganho é dinheiro gasto e, normalmente, esta ordem inverte-se quando se trata de despesa pública. Como diria um conhecido economista, o estado possui a mesma lógica dos bebês: engole muito de um lado e não tem nenhuma responsabilidade no outro. Resulta disso o desespero estampado pelo governador carioca, quando informado que sua fonte royaltiana deverá minguar com a nova divisão proposta pelo Congresso.

Semana passada, após a visita da Presidente Dilma ao Vaticano, o Papa Francisco confirmou sua vinda ao Brasil para participar da Jornada Mundial da Juventude que ocorrerá no mês de julho, onde mesmo? Logicamente na cidade maravilhosa, onde mais poderia ser? Ao Papa deve ser oferecida a prerrogativa de estar próximo do paraíso, no caso o Rio, do que adentrar-se pelo inferno interiorano que, por exemplo, tornou-se Cuiabá após as obras copamundescas. (nababescas=ostentatórias).

E o Rock in Rio então? O maior festival de música do mundo, que já foi até internacionalizado, começou naquela cidade e prepara-se este ano para sua 13ª edição sendo a quinta no Rio. Uma cidade do rock construída dentro de outra cidade, para receber os ícones mundiais da música, agradando seus fãs em meio a shoppings e todo o conforto oferecido nos seus 250 mil m2 disponíveis.  Coisas do Rio.
Também não é por acaso que o “maior show da terra”, o carnaval, seja celebrado no Rio de Janeiro. Luxo, beleza, dinheiro à vontade, gente bonita, famosa e, indispensavelmente, engajada nos padrões ambientalmente corretos da atualidade. Mas a parte ambiental deixe-se para o restante do país, o Rio não precisa preocupar-se com ela, a não ser, logicamente, como motivo carnavalesco.

Durante a tumultuada retirada dos indígenas do antigo Museu do Índio, localizado ao lado do estádio do Maracanã, que havia sido invadido por uma dúzia deles no ano de 2006, evidencia-se ainda mais a existência de dois brasis. Não houve nenhum acordo com os silvícolas e seus simpatizantes que foram expulsos a baionetas e gases de efeito moral, dando lugar ao novo projeto arquitetônico, em harmonia com o reformado estádio. No restante do Brasil são os produtores rurais que são expulsos a pontapés para assentarem-se indígenas que, usados pela Funai e ONGs associadas, são apresentados como museus humanos, fatos que rejeitam cada vez mais. Mas no Rio é diferente: saem os índios e assunto encerrado. No Brasil real pouco importa se produtores são jogados na beira de estradas e perdem suas terras sem direito à indenização.  Não interessa se a realidade mostra que índios já possuidores de milhões de hectares vivem na mesma penúria do que aqueles que não as possuem. No Rio é diferente. No Rio parece que as leis funcionam e que o respeito à propriedade resta preservado.

É por isso que se pode afirmar sem nenhum receio, assim como fez o compositor Gilberto Gil que: “O Rio de Janeiro continua lindo”. Aos outros brasileiros, entre eles os produtores rurais, despejados pela insana política indigenista, resta acalentar, guardado no fundo do peito, o desejo de, na próxima, nascerem cariocas.

* O autor é Engº Agrº e Produtor Rural no MT
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quinta-feira, 28 de março de 2013

Imbecilidades & idiossincrasias II

Richard Jakubaszko
Semanas atrás, durante um voo que havia atrasado, já tarde da noite, sentei na poltrona que me estava reservada, junto ao corredor da aeronave. A poltrona do meio estava vazia. Na poltrona da janela uma mãe tentava acomodar uma criança de 4 ou 5 anos em seu colo, esta com as pernas na poltrona do meio. A criança não estava bem, aparentemente se recuperava de uma cirurgia, ainda com curativos e ataduras na cabeça e pescoço. O desconforto era evidente.

Como suas pernas estavam encolhidas levantei a braçadeira, e depois mudei de poltrona, eu iria ficar mais confortável, e mais ainda a criança. Sentei na poltrona à frente, e fiquei agradavelmente surpreso ao constatar que iria sozinho na saída de emergência, com suas 3 poltronas vazias. O avião já taxiava, mas a garçonete de bordo veio rápida avisar-me de que eu teria de mudar, a não ser que tivesse pagado a taxa no chek in. Mudei de novo, mas enviei recado para o gerente e supervisor da moça de que são uns imbecis e ridículos, além de marqueteiros malandros, pois, se cobram a mais pelas poltronas com espaços civilizados, e se ninguém pagou por elas, depois de o voo decolar qualquer um poderia sentar lá e viajar de forma saudável, já que as poltronas comuns são verdadeiros suplícios.

- Estou cumprindo ordens, Senhor, retrucou a aerodebilmental.

Aí, fiquei pensando sobre o quanto as pessoas hoje em dia são domesticadas e aceitam passivamente as normas impostas por gestores em geral, regras sempre disfarçadas, rotuladas como “especiais”, ridículas, mas politicamente corretas. A impressão que tenho é de que nos chamam de idiotas e riem da nossa cara quando estão em seus happy hours. Ou se regozijam de suas brilhantes decisões estratégicas.

Só de se autointitularem "gestores" já dá para perceber a imensa imbecilidade... O que será que foi feito do bom e eficiente "gerente"?

Continuo, cada vez mais, sociofóbico e inadaptado.
A série também vai continuar, aguardem.

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quarta-feira, 27 de março de 2013

Os mitos sobre os introvertidos

Richard Jakubaszko
Recebi por e-mail o texto abaixo, com os 10 mitos sobre os introvertidos. Se você, leitor, é um introvertido, tem todo o direito de concordar ou discordar. O texto não é meu e desconheço a autoria, caso contrário daria o devido crédito. Dou divulgação do conteúdo porque é interessante, e porque há coisas com as quais concordo plenamente, apesar de discordar de outras...

Os 10 mitos, são:
1 - Os introvertidos não gostam de falar
Isto não é verdade. Introvertidos simplesmente não falam a menos que tenham algo a dizer. Eles odeiam conversa fiada. Falam, e falam muito, quando o assunto é algo em que estão interessados.

2 - Os introvertidos são tímidos 
Timidez não tem nada a ver com introversão. Introvertidos não têm necessariamente medo das pessoas. O que eles precisam é de um motivo para interagir. Eles não interagem só por interagir. Se você quer falar com um introvertido, basta começar a falar. Não se preocupe em ser educado.

3 - Os introvertidos são rudes 
Introvertidos não costumam ver razões para rodeios com gentilezas sociais. Eles desejam apenas que todos sejam verdadeiros e honestos. Infelizmente, isto não acontece na maioria das vezes, e eles podem ser muitos pressionados a se ajustar, o que é cansativo para eles.

4 - Os introvertidos não gostam de pessoas 
Pelo contrário, introvertidos valorizam intensamente os poucos amigos que têm. Se você tem um amigo introvertido, pode considerá-lo um amigo de fato e, provavelmente, você terá nele um leal aliado para a vida. Uma vez que você ganhou o seu respeito como sendo uma pessoa de "conteúdo", poderá contar com ele.

5 - Os introvertidos não gostam de estar em público
Nonsense. Introvertidos só não gostam de estar em público o tempo todo. Eles também gostam de evitar as complicações que estão envolvidas em atividades públicas. Eles captam dados e experiências muito rapidamente e, como resultado, não precisam estar "lá" por muito tempo para "pegá-los." Logo, estão prontos para ir recarregar em casa, e processá-los todos. Na verdade, a recarga é absolutamente crucial para os introvertidos.

6 - Os introvertidos sempre querem estar sozinhos
Introvertidos sentem-se perfeitamente confortáveis com seus próprios pensamentos. Eles pensam muito. Eles devaneiam. Eles gostam de ter problemas para trabalhar, quebra-cabeças para resolver. Mas eles também conseguem ficar na solidão, se não há com quem compartilhem suas descobertas. Eles anseiam por uma relação autêntica e sincera com uma pessoa de cada vez.

7 - Os introvertidos são estranhos
Introvertidos muitas vezes são individualistas. Eles não seguem a multidão, preferem ser valorizados por suas novas formas de vida, pensam por si mesmos e, por causa disso, muitas vezes desafiam a norma. Eles não tomam a maioria de suas decisões, baseando-se no que é popular ou naquilo que está na moda.

8 - Os introvertidos são nerds e distantes 
Introvertidos são pessoas que primeiramente olham para dentro, atentos a seus pensamentos e emoções. Não é que eles sejam incapazes de prestar atenção ao que está acontecendo em torno deles, é que o seu mundo interior é muito mais estimulante e gratificante.

9 - Os introvertidos não sabem como se relaxar e se divertir
Introvertidos tipicamente relaxam em casa ou na natureza, e não em locais públicos movimentados. Eles não são candidatos a emoções como os viciados em adrenalina. Se houver muita conversa e barulho acontecendo, eles "se fecham". Seus cérebros são muito sensíveis a um neurotransmissor chamado dopamina. Introvertidos e extrovertidos apresentam neurovias dominantes diferentes.

10 - Os introvertidos podem mudar e tornar-se extrovertidos
Um mundo sem introvertidos seria um mundo com poucos cientistas, músicos, artistas, poetas, cineastas, médicos, matemáticos, escritores e filósofos.
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terça-feira, 26 de março de 2013

Imbecilidades & idiossincrasias I

Richard Jakubaszko

Quando entrei na farmácia para comprar um remédio já eram mais de 23h00 e a loja estava vazia. Havia apenas um rapaz no caixa e uma moçoila atrás do balcão, lá no fundo, depois das prateleiras entupidas de xampus, sabonetes, cremes, hidratantes e outras drogas. Cheguei ao balcão e pedi o remédio pelo nome, em caixinha de 20 comprimidos, que não exigia prescrição médica. A moçoila me olhou, assim meio blaseé, e pediu que eu retirasse a senha.

- Que senha?

- Lá na entrada, disse ela.

- Retruquei: pra que a senha? Não tem ninguém!

- Sem a senha não posso atender o Senhor, disse ela.

Minha vontade foi a de dar uma cambalhota e chutar o balcão. Contive-me, civilizadamente, e antes de dar meia volta avisei que iria à outra farmácia, 3 quarteirões acima na mesma avenida, pois lá ainda não exigiam essas coisas.

- O gerente ainda não é um imbecil, afirmei.

Dei dois passos em direção à porta quando ouvi o rapaz do caixa ordenar:

- Pode atender sem senha, fulana, não precisa disso a essas horas da noite...

Na saída o rapaz solicitou educadamente que eu voltasse, pois seria atendido sem a senha. Venda consumada, fui embora pensando com meus neurônios cada vez mais sociofóbicos sobre as idiossincrasias e imbecilidades de normas que os gestores modernos implantam nas empresas, bancos, e agora em farmácias e até mesmo em padarias.

ET. O leitor já pode prever, pelo título, com o acréscimo do numeral romano, que dei início com este post a uma série de denúncias sobre o tema. Vem mais por aí, pois a imbecilidade é crescente.
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sábado, 23 de março de 2013

O futuro, a fome e a superpopulação.

Richard Jakubaszko 
Pensar o novo não implica pensar o futuro, mas dar soluções aos problemas de hoje. Todos os problemas contemporâneos da humanidade serão agravados na medida em que a população cresce no planeta, hoje somos 7,3 bilhões de bocas, e seremos 9 bilhões dentro de 30 anos.

A área mais crítica será a produção de alimentos e a logística de sua produção, estocagem e distribuição. O Brasil está bem na foto, no quesito produção, apesar das restrições impostas pelo ambientalismo, pois o Código Florestal, por exemplo, engessou as gerações futuras para a abertura de novas áreas de plantio de alimentos. A solução, por enquanto, é produzir mais na mesma área, ou seja, aumentando a produtividade, e usando as tecnologias disponíveis. Dentro de 5 anos teremos de rediscutir o uso da terra, para amenizar as limitações do Código Florestal, mas ainda será um paliativo, pois a demanda de alimentos será gigantesca, acentuada pelo modismo político (que é positivo) de inclusão social, fenômeno que acontece no Brasil, China, Índia, Indonésia e outros países populosos, inclusive Paquistão. A primeira coisa que um pobre faz, quando ganha um troco, é comprar um bife ou um frango, e atrás do bife e do frango tem soja, milho, fertilizantes, logística, ensino, tecnologias, serviços e crédito.

O fator limitante da produção de alimentos é terra agricultável (e ainda a água e o sol, na ausência de um desses 3 fatores não existe agricultura), e na Europa e EUA elas já quase se esgotaram, existe menos de 20% de área disponível para agricultura, e em pior condição se encontram a China e Austrália. Sobram a África e o Brasil. Na África há notícias de que descobriram aquíferos, entre 150 e 400 m de profundidade, queira Deus que isso seja verdade, o que salvaria a humanidade por mais uns 20 ou 30 anos à frente de 2050. No Brasil teremos que rediscutir o Código Florestal, e isso vai mitigar o problema, caso prevaleça o bom senso. Com a pressão política e econômica da fome (pois não vai haver comida suficiente para todos, e os alimentos ficarão mais caros ainda), o mundo será outro. A história da humanidade registra que muitas ditaduras, monarquias e governos poderosos caíram porque faltou comida ao povo, não foi apenas Maria Antonieta que perdeu o pescoço (ela também, por causa da ironia, "mal entendida" pelo povo, que não gostou do tom jocoso...), e os Césares já sabiam disso, daí o aforismo de "dar pão e circo ao povo", para que seja um povo feliz.

Pensar o novo, desta forma, implica não engessar as gerações futuras, significa entregar aos nossos filhos e netos um mundo tão bom como o recebemos, porém menos poluído, e menos neurótico. Esse pensar o novo acarreta um conceito filosófico de que se deveria desejar "ser", e não "ter", pois o ter, obrigatoriamente, implica num consumismo exacerbado.

Consumismo
O consumismo tem limites, não apenas na produção de alimentos, mas nas tais tecnologias com obsolescência planejada, a começar pela informática e celulares, no hardware e no software, pois nesse ritmo e velocidade a humanidade não vai longe, ela se projeta ao precipício apocalíptico, acreditem, sem nenhum pessimismo de minha parte. Haja espaço para tanto lixo eletrônico!

Portanto, pensar o novo implica em prever soluções para problemas, e para solucionar os problemas precisamos, primeiro, reconhecer que existe o problema, e que o principal problema do planeta hoje chama-se superpopulação, cujo crescimento demográfico precisa ter velocidade reduzida, cair quase a zero por alguns anos, estimulada por novas políticas públicas, sob o perigo de extinção da humanidade por esgotamento do planeta e de seus recursos naturais. Não duvidem de que o Clube de Roma volte a falar em decrescimento, seguindo as recomendações malthusianas, eles já fizeram isso, e os países desenvolvidos fazem isso há décadas, os pobres que se virem, conforme sugeriu Malthus! Na próxima solução, a ser proposta pelos ricos, o que de pior pode acontecer? Guerras, para extermínio em massa de milhões de bocas, talvez na casa do bilhão...

NOTA DO BLOGUEIRO: recebi hoje - 25-03-2013 - o e-mail abaixo, por si só explicativo:



Caro Richard,
Abaixo um parecer sobre o que estamos fazendo para atender a crescente demanda por alimentos.
Realmente, todos devem tomar atitudes para com o futuro.
Franke Dijkstra

“O impacto da produção”
Na história humana a produção de alimentos sempre de uma ou de outra forma contribuía para o esgotamento do solo. Este esgotamento, nas regiões tropicais, é observado bem mais rápido, motivo pela qual os produtores nestas regiões tropicais ou subtropicais, forçados pela natureza, adotam o Plantio Direto (PD) com maior facilidade.
 
Na Universidade de Kentucky (EUA) foi onde tudo começou, coordenado por Shirley H. Phillips, que, com sua equipe, chegou a um novo conceito de produção, o PD.

O plantio direto inverteu este processo de esgotamento, e desde o começo se mostrou como um sistema de produção com impacto positivo no solo, ano após ano ganhando mais vida, mais matéria orgânica e produção, isto representa ao nosso País, nos últimos 30 anos, um crescimento maior na produção de mais de 200% por ha.

A descoberta dos fertilizantes deu no passado um crescimento significativo nas produções de alimentos no mundo. Tentava-se manter a fertilidade na troca de minerais.

A primeira grande revolução com aumento da produção foi através do melhoramento genética de plantas: foi com Norman Borlaug, que atendeu a escassez de alimentos de 3 bilhões de pessoas nos anos 60.
A segunda grande revolução na preservação do solo e produção foi com o plantio direto. Na qual Shirley Phillips se destacou com suas experiências e ainda na divulgação do sistema, a quem queria fazer uso, e isso já está completando 50 anos. . Através do PD se conseguiu uma maior produção, atendendo a necessidade de alimentos dos 7 bilhões de pessoas atuais.

O que motivou os pioneiros do plantio direto a erigir o busto do “Em memória” a Shirley Phillips, da Universidade de Kentucky, que deu esta contribuição.
Com o apoio da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha.
Foi por uma orientação Divina, uma Luz que abriu mais esta porta para atender estas necessidades...

Franke Dijkstra

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sexta-feira, 22 de março de 2013

Cada macaco no seu galho

Carlos Heitor Cony *
Discute-se o futuro da mídia impressa, ou melhor, a falta de futuro dos jornais e revistas que ainda gravitam na "era gutemberguiana", considerada hoje como a pré-história da comunicação.

Pessoalmente, acho que sempre haverá espaço para o jornal, a revista e o livro, desde que a dita comunicação seja setorizada em forma e conteúdo. Há excesso quase imbecil de comunicação: a oferta é maior do que a procura, o supérfluo esmaga o necessário. E a mídia eletrônica, apesar do pouco tempo no mercado, já apresenta esse excesso, que só serve para poluir a programação das emissoras.

Gosto de citar o exemplo de Jacinto de Thormes em "A Cidade e as Serras", do Eça de Queiroz. Mostrando as maravilhas tecnológicas do seu palacete de Paris ao amigo que chegara das serras portuguesas, Jacinto exalta seu gabinete de trabalho, a luz elétrica e outros penduricalhos de última geração que faziam do 202 da Champs-Élysées um museu do futuro.

Nisso, o telégrafo derrama comprida tira de papel com caracteres impressos, "que eu, homem das serras, apanhei, maravilhado. A linha, traçada em azul, anunciava ao meu amigo Jacinto que a fragata russa Azoff entrara em Marselha com avaria! Desejei saber, inquieto, se o prejudicava diretamente aquela avaria da Azoff. 'Da Azoff?... A avaria? A mim?... Não! É [apenas] uma notícia!'".

Do telégrafo, que foi novidade "high tech" no século 19, para as infovias e outras vias por onde trafegam fragatas com ou sem avarias, a diferença é de grau, não de gênero. Daí que os novos veículos de comunicação, nascidos no inesgotável útero da informática, terão sempre gordura para absorver esse excesso de informação, no pressuposto de que, se Jacinto de Thormes nada tinha com a fragata russa que chegava a Marselha, haveria sempre alguém que ficaria preocupado com a revelada avaria.

Se a mídia impressa tentar competir com a velocidade e a amplidão do universo da era digital, estará ampliando a imagem de veículo ultrapassado. O exemplo que podemos sacar de um meio que deu a volta por cima de um desafio, mais ou menos igual, é o do rádio.

Com o advento da TV, os estrategistas do rádio perceberam que não poderiam competir com a imagem e procuraram encontrar aquilo que se costuma nomear de "nicho". Música e informação, debates, redes comunitárias ou religiosas --abriu-se um leque diversificado de opções em que o rádio não apenas podia competir com a TV como, em alguns casos, superá-la. É o caso óbvio da notícia em si, da primeira mão, do furo imediato.

Quando, como e, sobretudo, se a mídia impressa vai encontrar esse nicho, é uma questão aberta. Mas encontrará, não pela genialidade de seus profissionais, mas pela própria mecânica do veículo.

Noticiar, em manchete da primeira página, que o Palmeiras ganhou por 3 a 2 o jogo da véspera será sempre uma prova pleonástica desse excesso de informação. O leitor de jornal, revista e livro será diferenciado mercadologicamente do consumidor da mídia eletrônica. Exigirá mais, refletirá melhor, tentará absorver e metabolizar a informação.

Não tenho acesso confiável às pesquisas de jornais e revistas, mas entra pelos olhos que, a cada evento importante, apesar da cobertura massiva e até excessiva do rádio e da TV, jornais e revistas vendem mais no dia seguinte.

Pode-se até extrair um paradoxo da competição entre as mídias: diante de um fato realmente notável, bom ou mau, não importa, a mídia instantânea operada pelo rádio e pela TV funciona como eficiente comercial para aumentar o interesse (e a venda) de jornais e revistas.

É por aí que a mídia impressa, apesar de sua lentidão estrutural e de sua labiríntica rede de distribuição, resistirá para sempre, desde que seja encontrado o editorial que terá de priorizar a reflexão e não a emoção, a qualidade e não a quantidade.

Quanto ao livro, nada a temer dos sucedâneos nascidos da informática. Livros de serviço (dicionários, atlas, tabelas matemáticas, acervos científicos ou de arte etc.) poderão ser substituídos com vantagem pelos programas de aplicativos que a cada ano se tornam mais sofisticados.

Mas um ensaio, um poema ou um romance continuarão a ter no livro o seu espaço móvel e preciso, único e inalterável. Desde que, como o jornal em face da TV, não queira competir para anunciar que a fragata Azoff está entrando com avarias no porto de Marselha.

* Publicado no jornal Folha de São Paulo, em 1º/3/2013. 
Carlos Heitor Cony é membro da Academia Brasileira de Letras desde 2000. Sua carreira no jornalismo começou em 1952 no "Jornal do Brasil". É autor de 15 romances e diversas adaptações de clássicos.
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quarta-feira, 20 de março de 2013

Esse vídeo ninguém grava outro igual!

Richard Jakubaszko
Uma aterrissagem dessas, como você poderá assistir no vídeo abaixo, nunca mais poderá ser gravada. É impossível!
Veja lá:

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terça-feira, 19 de março de 2013

Cântico das criaturas


Fernando Penteado Cardoso
Agora que são Francisco de Assis está em alta, face a opção do novo Papa, lembrei-me que ao celebrar o jubileu da turma 1936 da ESALQ, da qual faço parte, recitei durante a missa comemorativa uma oração de São Francisco de Assis, a qual me havia comovido pouco tempo antes. Chama-se Cântico das Criaturas (natureza e beleza), que está abaixo
FPC
PS - Meus santos prediletos: São Paulo (crença), Sta. Tereza D´Ávila (ação) e São Francisco de Assis (simplicidade).

                  CÂNTICO DAS CRIATURAS *

  Louvado sejas, meu Senhor,
 com todas as Tuas criaturas.
Especialmente o irmão Sol,
que clareia o dia
e com sua luz nos ilumina.
Ele é belo e radiante,
com grande esplendor
de Ti, Altíssimo é a imagem.

Louvado sejas meu senhor,
pela irmã Lua e as Estrelas,
que no céu formastes claras,
preciosas e belas.

Louvado sejas meu Senhor,
pelo irmão Vento,
pelo ar ou neblina,
ou sereno e de todo tempo
pelo qual às Tuas criaturas dais sustento.

Louvado sejas meu Senhor,
pela irmã Água,
que é muito útil e humilde
e preciosa e casta.

Louvado sejas meu Senhor,
pelo irmão Fogo,
pelo qual iluminas a noite,
e ele é belo e jucundo
e vigoroso e forte.

Louvado sejas meu Senhor,
pela nossa irmã a mãe Terra,
que nos sustenta e nos governa,
e produz frutos diversos,
e coloridas flores e ervas.


* (Quase cego, sozinho numa cabana de palha, em estado febril e atormentado pelos ratos, São Francisco de Assis deixou para a humanidade este canto de louvor ao Pai de toda a Criação - Ano 1226).
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segunda-feira, 18 de março de 2013

Acidentes espetaculares e a estupidez humana.

Richard Jakubaszko
A grande maioria dos acidentes acontece por estupidez, enquanto a minoria ocorre por fatalidade.
No vídeo abaixo alguns exemplos da imbecilidade humana, absolutamente estúpidos, mas espetaculares quando deixam de fazer vítimas.

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