terça-feira, 30 de abril de 2013

Sem o Cerrado o Brasil ainda importaria alimentos

Richard Jakubaszko *
Quem tem menos de 40 anos de idade já chegou à idade adulta e sempre votou para eleger um Presidente da República. Não tem noção, portanto, do que seja estar em um país com presidente indicado e nomeado. Da mesma forma, quem tem menos de 40 anos também não possui a consciência do que seja um país ser dependente da importação de alimentos para suprir as populações urbanas.

Até os anos 1960 o Brasil importava quase tudo, de trigo a feijão, arroz, milho, soja, frutas e flores. Exportávamos apenas café e açúcar, um pouco de fumo e cacau, e nada de frango ou carne bovina e suína.
Portanto, em cerca de 30 anos o Brasil mudou. Passou a ser uma democracia plena, consolidada, ao mesmo tempo em que se se transformou no segundo maior exportador de alimentos do planeta, sendo líder nas exportações de soja, café, açúcar, suco de laranja, carnes bovina, suína e de frango. Somos o segundo em milho, e brigamos corajosamente em algodão e frutas tropicais.

Nada disso seria possível sem a profissionalização dos agricultores e o uso das modernas tecnologias disponíveis, como sementes, agroquímicos, máquinas, fertilizantes, o plantio direto tropicalizado, a agricultura de precisão, e ainda o apoio da pesquisa, principalmente da Embrapa, que em abril de 2013 completa 40 anos de profícuos trabalhos. De todo esse processo os agricultores brasileiros participaram, diretamente, aplicando os resultados das pesquisas, aperfeiçoando o uso, na prática, do que estava à disposição deles para uso.

Mesmo se tivéssemos todos os itens acima citados, nada seria como está hoje sem a participação de dois outros “atores”: primeiro, o desenvolvimento do Cerrado brasileiro, antes inóspito, desacreditado, e depois domado, transformado em produtivo pelo segundo ator, o produtor rural pioneiro, fossem migrantes gaúchos, catarinenses ou paranaenses, metade mais um pouco de colorados e metade menos um pouco de gremistas, que se dedicaram com admirável paixão, de corpo e alma, na utopia de viabilizar o Cerrado brasileiro para a produção de grãos e fibras e ainda o plantio de pastagens. Com isso, outros estados, especialmente os do Sul e do Sudeste, tiveram condições de diversificar a sua agricultura, mas com o exemplo do Cerrado, de aprimorar e profissionalizar o trabalho com a terra, aumentando a produção de alimentos não apenas pelo uso de novas terras, virgens, mas melhorando sempre a produtividade.

Exportamos hoje cerca de 30% de tudo o que se produz no agronegócio, o que significa dizer que consumimos 70% da produção. O preço da cesta básica, por causa dos alimentos, manteve-se baixo, segurando a inflação.
Não fosse a competência dos pioneiros do Cerrado, não fosse a coragem de enfrentar o novo, os migrantes sulistas que reaprenderam com humildade a fazer uma agricultura moderna, estaríamos ainda hoje, com ou sem democracia, importando alimentos, dependentes de tudo das vontades de além-mar.

Vencidas essas etapas, temos hoje um desafio maior, o de tornar o Brasil, sempre profetizado como “o país do futuro”, de mostrar ao mundo e aos brasileiros, que o Brasil será a América do século XXI, ou, melhor ainda, o que os EUA representaram para o planeta no século XX será o que o Brasil se tornará no século XXI, e os primeiros vislumbres disso já se mostram evidentes, através da constatação e o reconhecimento de que o Brasil tem tudo o que é necessário para tornar concreto esse sonho dos pioneiros: temos terras, temos água e sol, temos a nossa tecnologia tropical, e temos gente que acredita na agricultura.

Precisamos apenas resolver, antes de conquistar esses sonhos, a complicada questão da infraestrutura deficiente, seja em armazenamento, seja em transportes. Lembremos, entretanto, que o Norte do Paraná, no final dos anos 1960, foi a primeira nova fronteira agrícola do Brasil nos tempos modernos, e lá também não havia infraestrutura e logística adequada naqueles tempos para atender os pioneiros de então. Inegavelmente, o preço do pioneirismo sempre foi alto, mas o futuro é risonho, e torna-se necessária certa resiliência para aceitar as dificuldades impostas pelo crescimento.

A luz no final do túnel mostra que o mercado consumidor, interno e externo, continua crescendo. E os que têm menos de 40 anos de idade hoje compreendam as dificuldades contemporâneas para poder escrever de forma justa as páginas da história lá no futuro.

* jornalista e escritor, editor-executivo da revista Agro DBO www.agrodbo.com.br 

Este artigo foi publicado no site da Girassol Agrícola www.girassolagricola.com.br junto com uma série de autores convidados, para comemorar os 30 anos de atividades da empresa no Cerrado brasileiro, com o pioneirismo de seu fundador, o engenheiro agrônomo Gilberto Goellner.
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sábado, 27 de abril de 2013

Anvisa castiga a soja brasileira

Carlos Fávaro *
A soja produzida em Mato Grosso é uma das mais competitivas do planeta, mas pode perder espaço no cenário econômico internacional por causa de burocracia e de falta de vontade política. A demora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em liberar novos princípios ativos para produtos que combatem as pragas das lavouras pode impactar seriamente as próximas safras.

As projeções de crescimento da sojicultora em Mato Grosso são otimistas. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), até 2022 a produção de soja deve crescer 61,91%, passando de 24,1 milhões de toneladas colhidas para 39,1 milhões de toneladas. Com isso, haverá demanda por mais defensivos agrícolas.

E é isto que nos preocupa.

Ano após ano, verificamos a diminuição na produtividade da soja porque estes defensivos agrícolas começam a perder eficácia. Na safra 2011/12, com projeção de cair para 53 sacas por hectare nesta safra. E a perspectiva é de que os números mais recentes confirmem a queda. Em outras palavras: este é o reflexo do manejo com produtos ineficazes, agravado por doenças cada vez mais resistentes.

A ferrugem asiática volta mais forte a cada safra e preocupa os produtores rurais, além de outras pragas, como helicoverpa e nematoides. É natural que, com a evolução das espécies, haja resistência aos defensivos – o que leva aos produtores rurais a fazer mais e mais aplicações, aumentando os custos de produção.

É por isso que a liberação rápida de novas moléculas é fundamental. Menos aplicações significa mais sustentabilidade. Há pelo menos quatro anos, a Anvisa não disponibiliza quase nenhum novo princípio para que sejam fabricados defensivos eficazes para as lavouras. Sabemos da importância dos testes técnicos feitos pela Agência para que sejam liberados produtos seguros, mas isso não pode levar tanto tempo!

No ano passado, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) revelou que cerca de 90 fungicidas para controle de ferrugem asiática possuem registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Há outros que estão em processo de registro e são mais eficazes do que os produtos que estamos usando hoje. O que falta para que venham ao mercado para ajudar o sojicultor brasileiro a manter seu papel de protagonista na produção de alimentos?

Reportagem de um jornal no início deste mês já informou que, no ritmo em que está, a Anvisa levaria 117 anos para avaliar os mais de mil e duzentos processos de aprovação. A justificativa é que faltam profissionais. Os prejuízos para os produtores rurais já estão estimados em R$ 49 bilhões de reais nas últimas dez safras.

Precisamos discutir este tema. Ou corremos o risco de termos um futuro incerto para as lavouras de soja. Somos competitivos, produzimos de forma mais barata e com muita tecnologia. Mas podemos ser sabotados dentro de casa, pois o nosso próprio governo dificulta o fortalecimento da nossa agricultura.

É preciso tomar providências já!

* Carlos Fávaro é produtor rural em Lucas do Rio Verde (MT) e presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja).
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sexta-feira, 26 de abril de 2013

Quem tem BOCA vai a Roma ver o papa...

Edgar Pera (Degas)

Aqui o melhor de tudo que foi publicado sobre os hermanos e seu papa na blogosfera:
Comenta-se que quem dominou o conclave foram os cardeais dos EUA. Como sabiam que o cardeal brasileiro era o mais cotado, escolheram o cardeal de Buenos Aires, por ser a capital do Brasil.

Já que o papa é argentino, a Dilma vai convidar o Vaticano para entrar no Mercosul.

Dado que as condições físicas dos cardeais não permitem, o papa está montando um time com a guarda suíça para disputar a Champions League.

Vingança histórica: a Inglaterra fica com as Malvinas e a Argentina com o Vaticano.

Papa libera bife de chorizo na sexta feira santa!

Dizem que o novo papa é o homem mais importante do mundo. E um dos mais importantes da Argentina.

Antes de escolher o nome "Francisco", os cardeais tiveram um enorme trabalho pra convencer Dom Bergoglio de que "Jesus II" pegava muito mal.

Comentário à boca pequena que está se espalhando nos corredores do Vaticano:  "....não havia um argentino tão perto de Cristo desde Judas....."

Papa propõe trocar a hóstia por alfajor.

O Papa vai autorizar o uso da hóstia em pó, (APENAS NA ARGENTINA) para que o Maradona possa comungar....
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quinta-feira, 25 de abril de 2013

Uma ponte longe demais

Rogério Arioli Silva *
Quem hoje está nos arredores dos “cinquentinha” lembra que um dos principais passatempos dos jovens nos sábados à tarde eram as sessões de cinema. Naquele tempo, geralmente os filmes vespertinos em cartaz eram três, sendo um do gênero western (“bang- bang”), uma comédia e um de guerra. Filmes brasileiros eram proibidos para menores, pois era o auge da pornochanchada gênero que agredia mais pela péssima qualidade do que pela nudez propriamente dita. O filme que empresta o título a este artigo foi muito marcante e até hoje é muito comentado por inúmeras razões.

Trata-se da história de um erro militar estratégico e, por isso catastrófico, ocorrido durante a segunda guerra mundial, onde os aliados tentaram dominar várias pontes através das linhas alemãs, que já dominavam grande parte da Europa. A operação conhecida como “Market Garden” aconteceu em setembro de 1944 e causou mais baixas ao exército aliado do que o próprio desembarque na Normandia, o conhecido dia “D” (6 de junho de 1944) que marcou o início da capitulação do exército alemão.

Talvez pelo efeito que um erro estratégico possa ter com seus desdobramentos muitas vezes irrecuperáveis, este filme me vem à cabeça sempre que percebo excesso de planejamento e falta de objetividade. Transferir para questões atuais situações ocorridas no passado de forma alguma se traduz em saudosismo, muito pelo contrário, demonstram a lucidez e sabedoria de quem sabe aprender com erros alheios que, não raro, perdem-se na memória.
Através da realidade, colidimos com o futuro, conforme ensina o filósofo Ortega Y Gasset, porém a compreensão do passado fornece a amálgama do resultado presente.

Voltando ao referido filme, também composto de um elenco notável que talvez nunca mais tenha sido reunido na história do cinema moderno, o realismo oferecido é fantástico, e parece que o espectador também participa como ator naquele teatro bélico devastador. Aliás, muitas vezes os coadjuvantes prestam colaboração tão valiosa quanto os atores principais, pois ao protagonismo secundário nem sempre a crítica consegue atingir, o que acaba facilitando o desempenho.

A manifestação de governantes falando em planejamento de ações quando já são decorridos mais da metade de seus mandatos, provoca uma total descrença nas políticas públicas concebidas para promover o resgate da leprosa infraestrutura brasileira. Papéis são rabiscados, discursos empreendidos, bravatas vomitadas, factoides disparados e, todavia, as ações continuam imersas no imbróglio burocrático em que o país se enredou. Com a justificativa de melhorar as contas públicas subtrai-se a diminuta capacidade de investimento das empresas, levando-as a uma situação pré-falimentar que abre as portas à sonegação.

A sociedade foi escravizada. Trabalha cada vez mais para perpetuar uma máquina perdulária, irresponsável, contaminada pela corrupção e pelo desvio que, pela sua ineficiência, promete o paraíso e direciona ao inferno.  De planos e projetos as gavetas transbordam. Nem sequer fecham mais, pois abertas estão mais acessíveis a novas e inexequíveis propostas. Enquanto se empreende uma caminhada como num passeio outonal, observando a paisagem, os concorrentes correm em busca de eficiência e competitividade.  O aparato ambientalista impede que as obras importantes para a infraestrutura nacional saiam do papel tornando-se realidade e, consequentemente, beneficiando toda a população. No centro das decisões estratégicas permite-se, de maneira leniente, uma ingerência nefasta de quem não tem compromisso com o desenvolvimento do país.

A visão revanchista e demagógica de sacrificar quem acumulou algum bem em detrimento de quem não o fez, embota as ações no sentido de proporcionar criação de novas riquezas para todos. Toda vez que alguém sentir vergonha de ser bem sucedido de maneira honesta é porque algo está errado, pois, jamais a apologia do sucesso deve ceder lugar a do fracasso.

No filme descrito inicialmente o general alertou ao seu marechal de campo que talvez aquela ponte estivesse “longe demais” para o sucesso da operação. Parece que, às vezes, a construção da infraestrutura necessária ao ganho de competitividade não será alcançada devido às dificuldades que o país impôs a si mesmo. Assim como na guerra, a estratégia econômica não deve distanciar-se muito do objetivo final, sob pena de ambas perecerem.

* O autor é Engº Agrº e Produtor Rural no MT
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quarta-feira, 24 de abril de 2013

Brasil é 4º destino dos investimentos da China

Vladimir Milton Pomar
Como se poderá constatar, compensa investir para atrair investimentos chineses.

Energia responde por 46,9% dos investimentos chineses no mundo.

Levantamento realizado pelo jornal ExpressoXL, de Portugal (www.expresso.sapo.pt ), e divulgado na edição de 10 de abril de 2013, a respeito dos investimentos chineses no mundo, dá conta de que teriam atingido 472 bilhões de euros, de 2005 a 2012.

Em 2013, esse total deverá superar meio trilhão de euros. Segundo o jornal, no início do ano a CNOOC (China National Offshore Oil Corporation) comprou por 11,8 bilhões de euros a petrolífera canadense Nexen. E empresas chinesas em dezenas de países continuam comprando e investindo em instalações industriais, petrolíferas etc., etc.

Chamam a atenção nesse levantamento a concentração em energia (46,9%) e ouro (16,2%), responsáveis por 298 bilhões de euros de investimentos chineses no mundo.
O terceiro setor a receber mais recursos é o de infraestrutura de transportes, com 14,7% (69,3 bilhões de euros). Imóveis (8,0%) e o setor financeiro (6,2%) revelam-se setores de interesse intermediário. E estranhamente agricultura (3,1%), tecnologia (2,2%) e indústrias (integrantes de um genérico "outros") são os setores que menos receberam investimentos no período analisado.

Pelo estudo, a Austrália é a campeã mundial de investimentos da China, com 43,46 bilhões de euros, seguida de perto pelos EUA, com 42 bilhões (certamente o total seria bem maior, se o governo norte-americano não tivesse impedido a compra de empresas do país por empresas chinesas). O Canadá está em terceiro lugar, com 28,6 bilhões, e o Brasil em quarto, com 25,6 bilhões - detalhe: no caso brasileiro, não aparece nenhum valor em "outros", o que pode significar que os muitos (e recentes) investimentos em indústrias não foram computados nesse levantamento.
Saudações atentas,
Vladimir Milton Pomar
Revista em chinês
"Negócios com o Brasil"

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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Camisetas do amor

Richard Jakubaszko
Tudo começou quando a turma da faculdade de Direito resolveu transformar as célebres frases em camisetas em publicidade da profissão, e isso virou moda no Campus. A turma fez a seguinte frase:

Aí, o pessoal de Medicina resolveu provocar:

O pessoal de Administração não deixou por menos:

E a turma de Agronomia mandou esta:

Depois foi a vez do pessoal de Publicidade:

Logo veio a turma da Engenharia participar também da brincadeira:

Mas a frase campeã foi realmente a da Economia:  

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sábado, 20 de abril de 2013

Ensinando a internet para analfabetos virtuais

Richard Jakubaszko
Acredite, há gente com imensas dificuldades para aprender a navegar na internet, especialmente aqueles com mais idade. É hilário quando alguém se dispõe a ensinar como fazer isso, de parte a parte, os percalços de se explicar ou entender o que é a internet, para o que serve uma coisa ou o que é a outra coisa. Há um código linguístico que divide as pessoas em universos paralelos, e é isso que a gente assiste no vídeo abaixo, uma cena muito bem humorada desse rocambolesco cotidiano, numa interpretação interessante de atores profissionais, evidentemente.
Vale pelos diálogos.
Enviado por Rosana Minante, do Marketing da DBO Editores.

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quinta-feira, 18 de abril de 2013

Artimanhas de mãe

Richard Jakubaszko
Circula afoita e anônima pela internet uma historinha curiosa e muito engraçada, dizem até que foi parar no "face", como é chamada na intimidade a rede social.

Pois a mãe foi jantar no apartamento novo de seu filho, que estava agora dividindo as despesas do mesmo com um colega de faculdade.
Jantaram, e a mãe nada perguntou sobre a relação entre os dois, nem foi explicado para ela se havia ou não qualquer envolvimento ou relacionamento adicional ao da simples divisão de despesas do apartamento. A mãe inspecionou o apartamento, como toda mãe que se preze o faria. O dito cujo era pequeno, mas bem decorado, aconchegante, e tinha 2 quartos, num deles, o do seu filho, uma cama de casal, no outro uma cama de solteiro.

Terminado o jantar a mãe foi embora, com a dúvida pendurada atrás da orelha, mas consciente de que nada mudaria no amor pelo filho, fosse o que fosse.

Uma semana depois, numa conversa entre os dois companheiros, o que não era filho perguntou ao filho da mãe visitante onde estaria a bandeja de prata que os dois usavam para servir drinques. Havia sumido desde que a mãe os visitara, e ninguém tinha visitado os rapazes nesse meio tempo.

O filho imediatamente despachou um e-mail para a mãe:
Mamãe, desde que você esteve aqui a nossa bandeja de prata sumiu, e não tivemos visitas depois disso. A Senhora, por acaso, viu a bandeja, ou sabe onde ela está?
bjs do seu filho, que te ama muito

Minutos depois a resposta cheia de certezas da mãe:
Fiquei com dúvidas sobre onde guardar a bandeja, por não saber o local certo. Está debaixo do travesseiro na cama de solteiro.
bjs, de sua mamãe, que sempre vai te amar.
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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Planeta terra, um vídeo belíssimo!

Richard Jakubaszko
"Planeta terra" é um dos mais lindos vídeos documentários (sem locução, apenas trilha sonora incidental) a que já assisti. Mostra a natureza em estado puro, intocável, poderosa e majestosa, lindíssima e perigosa. Vale a pena assistir.

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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Sobrevivendo por milagre!

Richard Jakubaszko
Um pequeno avião de treinamento e demonstrações acrobáticas decola normalmente. Durante a exibição uma das asas se desprende e o monomotor inicia a queda em parafuso. Hábil, e muito experiente, quem sabe as duas coisas, o piloto consegue dominar a situação no que parece ser impossível para evitar a morte, e aterrissa são e salvo, quase como se nada estivesse acontecendo.
Não era a hora dele. Ou tudo isso é um truque?

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sábado, 13 de abril de 2013

Cadê o aquecimento?

Richard Jakubaszko 
Exatamente, cadê o aquecimento global? Mais uma vez, este ano, no inverno europeu e americano, e em outros pontos acima do Equador, o frio fez muitos estragos, conforme se pode ver nas fotos abaixo, que selecionei especialmente para ilustrar este post.

O navio de passageiros Soderarm segue jornada diária para a ilha de Husaro, no arquipélago de Estocolmo, em um canal aberto por um quebra-gelo, na Suécia; conforme o Instituto Sueco de meteorologia e hidrológico (SMHI), a cobertura de gelo no mar Báltico é a mais grossa e extensa já registrada. (foto de março 2013)

As crianças fizeram a festa com os bonecos de neve em Berlin. (DEZ 2012)
Em Chicago, EUA, o inverno deste ano foi o mais rigoroso dos últimos 30 anos. (foto FEV 2013)






Esqueceram-se do aquecimento?
(Nota publicada na Agro DBO nº 43, de abril 2013)
“O quanto o clima está aquecendo de verdade? Pesquisadores da Nasa, a agência espacial americana, evidenciaram em recente relatório que o aumento da temperatura estagnou nos últimos 15 anos. Ao mesmo tempo, há indicações de que se desloca o problema...”. É dessa forma que se inicia uma reportagem da respeitada revista "Der Spiegel", editada na Alemanha, sobre um dos temas contemporâneos mais discutidos: “afinal, o clima está aquecendo de verdade”?

O jornalista Axel Bojanowski, editor da seção de ciência da revista "Der Spiegel", entrevistou muitos cientistas e constatou enorme perplexidade, e até mesmo a contrariedade deles diante do que a grande mídia divulga, do que vem acontecendo de fato com o tempo e a temperatura no mundo. A estagnação do clima acalmou os alarmistas do aquecimento. “O impasse sugere que o aquecimento global tenha parado”, admitiu a Nasa.

O Met Office britânico declara que “apesar do rápido aumento das emissões de GEE, os gases de efeito estufa, o aquecimento global vai fazer uma pausa de 20 anos, até 2017”. Entretanto, a questão agora é: “Quantos anos mais de estagnação serão necessários para os cientistas reavaliarem suas previsões de aquecimento?”, vocifera Bojanowski, antes um adepto do aquecimento, e agora um cético dessa mesma teoria.
O jornalista Axel Bojanowski acaba de publicar um livro, "Após dois dias de chuva é segunda-feira", sobre o tema em questão.
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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Prática proibitiva

Rogério Arioli Silva *
Um dos assuntos mais comentados pelo país nos últimos dias é, sem dúvidas, o preço do tomate. Chargistas e humoristas aproveitaram a indignação dos consumidores para divulgar nos principais meios de comunicação piadas e charges sobre a considerável alta deste importante componente alimentar das mesas brasileiras. Uma das melhores sacadas mostra um rapaz declarando seu amor através do oferecimento de um tomate à namorada, ao invés do tradicional anel. Piadas à parte, o aumento de mais de 150% no preço desta solanácea (botanicamente o tomate chama-se Solanum lycopersicum) é fato incomum, porém previsível.

Acontece que, a maioria dos produtos originários do campo possui como característica a inelasticidade da oferta, ou seja, sua restrita capacidade de, em curto espaço de tempo ser ampliada. Este fato pode desencadear momentos de escassez e de superoferta de produtos dependendo do resultado das safras, este, invariavelmente ligado às condições climáticas ocorridas. Foi o que aconteceu nesta safra. Chuvas demais nos estados do sul e a maior estiagem das últimas décadas nos estados do nordeste. Sobrou para o tomate, estuário da ira dos consumidores indignados.

Além do componente climático, outros fatores influenciaram a inflação tomatiana, segundo o economista do IBRE (Instituto Brasileiro de Economia) André Braz, foram eles o aumento dos custos da mão de obra e a alta do óleo diesel que impactaram diretamente na cadeia produtiva. Some-se a isto uma diminuição de 17,5 % na área plantada neste ciclo em relação à 2011/2012 e o aumento no aparecimento de doenças bacterianas depreciando a qualidade dos frutos. Acrescente-se ainda excesso de chuvas em algumas regiões produtoras, que dizimou lavouras inteiras. E o comércio atacadista, mais o varejista, que especularam à vontade, em busca do lucro fácil. Os tomateiros mesmo, nem viram lucros, ou não tinham quase nada para vender ou estão plantando a próxima safra, mas os preços já estão caindo.

Embora ninguém goste de pagar mais caro por um produto cada vez que vai às compras, é importante que se tenha em mente o fato de que nem sempre o resultado das colheitas revela o esforço e a tecnologia aplicada pelos produtores. Indústrias são capazes de programarem sua produção sem sobressaltos, pois não estão sujeitas às intempéries nem aos caprichos da natureza. A atividade agrícola é diferente, condicionada que está a chuvas e trovoadas, além de outros estigmas não menos comuns, como pragas e doenças de difícil controle. A produção de soja deste ano aqui na região é mais um exemplo das irregularidades climáticas, pois deve ficar pelo menos 10% abaixo do esperado. Seca no plantio, chuvas na colheita, pragas novas e de difícil controle, aumento nos danos causados por nematoides, são alguns dos fatores que influenciaram negativamente o desempenho da cultura.

Muitas vezes os consumidores urbanos tendem a responsabilizar os produtores rurais pelas altas nos preços dos produtos originários do campo, o que é uma visão equivocada da realidade. Geralmente, quando as quebras de produção acontecem, quem primeiro sofre suas consequências é justamente o produtor que vê sua renda deteriorar-se, pois, invariavelmente não possui nenhum seguro de safras e muito menos de preços. Em geral os setores mais organizados que intermediam as negociações entre produtores e consumidores são os que aproveitam estes momentos de escassez, incrementando seus lucros.

Foi-se o tempo em que se podia mostrar desprezo e indignação jogando tomates naqueles que decepcionavam pela sua postura indecorosa e desonesta. Nestes tempos de tomates caros esta prática ficou inviável. Melhor opção é usar a antiga e consagrada vaia, que pelo menos não custa nada e também provoca vergonha àqueles que ainda a possuem.

* O autor é Engº Agrº e Produtor Rural no MT


COMENTÁRIOS DO BLOGUEIRO:
A blogosfera, esta semana, enlouqueceu de vez com os preços do tomate. Como a grande mídia (TVs e jornalões) toma o caminho de culpar o governo pelo fato sazonal-climático, os blogueiros de esquerda simpáticos ao governo tomam a defesa, e aí vemos abaixo, em dois exemplos, como se processa a crítica da grande mídia e a ironia da blogosfera. E la nave vá!

É ridículo e imbecil todo esse circo, até porque os preços do tomate já começaram a baixar. O povo deu o troco, reduziu o consumo... Será que as pessoas não podem ficar 15 ou 30 dias sem comer tomate? Precisa do licopeno? Coma melancia!


Revista Época radicaliza na defesa de juros altos e desemprego
Em sua capa desta semana, a revista semanal das Organizações Globo anuncia que o governo Dilma faz tudo errado no combate à inflação e diz que a presidente e o ministro Guido Mantega pisaram no tomate; autorreferente, a Globo usa declaração da global Ana Maria Braga, que disse usar uma joia ao pendurar um colar de tomates no pescoço, para afirmar que a inflação hoje assusta os brasileiros; nunca é demais lembrar, no entanto, que, nos dois governos FHC, a inflação foi substancialmente maior do que a agora, sem disparar o mesmo alarme; será síndrome de abstinência de juros altos ou de ter amigos no poder?
Brasil 247 - Nunca é demais relembrar os dados de inflação dos últimos governos. Na primeira gestão FHC (1995-1998), a taxa média foi de 9,7% ao ano. Na segunda (1999-2002), de 8,8%. Com Lula, os índices foram mais civilizados, sempre dentro da meta e, agora, com Dilma, a taxa média é de 6,2%. No entanto, nunca o alarma dos veículos de comunicação tradicionais soou tão alto como agora.

Em sua capa desta semana, a revista Época, das Organizações Globo, afirma que a presidente Dilma Rousseff e seu ministro Guido Mantega pisaram no tomate – produto que simboliza a alta de preços recente. Anuncia ainda que o governo federal faz tudo errado no combate à inflação – como se, por exemplo, iniciativas recentes, como a desoneração das contas de luz não tivesse a menor importância.

Autorreferente, a Globo usa uma declaração da apresentadora global Ana Maria Braga, a de que estava usando uma joia, ao pendurar um colar de tomates no pescoço, para indicar que a população brasileira estaria apavorada com a inflação. Detalhe: quem será que pediu para Ana Maria Braga fazer sua piadinha ridícula?

Com a capa desta semana, Época, na verdade, apenas acentua sua cruzada contra o governo Dilma e, a um só tempo, alia interesses políticos da Globo a interesses econômicos seus e de apoiadores. Os dois objetivos principais são derrotar o PT nas próximas eleições e garantir o início de um ciclo de alta de juros. No fundo, trata-se de uma síndrome de abstinência de juros e também um sintoma da falta de amigos no poder.

Outro blog, o Sintonia Fina, repercute também a revista Época:
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quinta-feira, 11 de abril de 2013

O macho está em extinção?

Richard Jakubaszko

Conforme notícia publicada no Diário de Notícias, de Portugal, alguns cientistas estão prevendo a extinção do macho para dentro de 5 milhões de anos. Portanto, que os machos heterossexuais de hoje não se entusiasmem desnecessariamente, com a possível redução na concorrência, indicando aumento de mulheres disponíveis. Por enquanto nada vai mudar. Essas mudanças são muito lentas. 
Entretanto, que algo já está mudando, isso está. Cá entre nós, pode até nem acontecer de forma generalizada e definitiva, como a extinção dos machos, apenas me parece que vai reduzir drasticamente o número absoluto.
Ainda não consegui avaliar ou definir com a necessária profundidade como é essa perspectiva de estar incluído no grupo dos machos com "ameaça de extinção".

Leia abaixo a notícia, reproduzida ipsis litteris

Estudo prevê extinção do sexo masculino em 5 milhões de anos
por Paula Mourato

Dado a fragilidade do cromossoma Y - gene que determina o sexo masculino - um estudo da investigadora australiana Jennifer Graves prevê que o sexo masculino esteja em extinção dentro de cinco milhões de anos.

A cientista da Universidade de Camberra explicou a sua investigação durante uma palestra na Academia Australiana de Ciência afirmando que a questão do desaparecimento do cromossoma Y é "um acidente evolutivo".

Na palestra "O Declínio e a Queda do Cromossoma Y e o Futuro do Homem", Jennifer discutiu o desaparecimento do cromossoma e as implicações para o ser humano. A cientista ainda não sabe o que vai acontecer quando o cromossoma Y desaparecer totalmente, mas faz o paralelo com uma espécie de roedor que vive no Japão que consegue reproduzir-se sem o cromossoma Y.

Recordando que os homens têm cromossomas XY e as mulheres XX, Jennifer Graves disse que a estrutura do Y apresentar-se hoje mais frágil em relação ao X. Sendo que há três milhões de anos, o cromossoma Y tinha cerca de 1400 genes, agora tem menos de 100 e a tendência é diminuir, essa fragilidade pode significar o seu desaparecimento no futuro.

Apesar da descoberta, Jennifer Graves não acredita no fim da humanidade porque a desintegração do cromossoma Y pode levar a que outro cromossoma - que ainda não sabe qual - desempenhe o seu papel originando assim uma nova espécie.
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terça-feira, 9 de abril de 2013

Safra difícil

Richard Jakubaszko
Foi um festival de emoções a safra de verão que vai chegando ao fim, tendo em vista que imprevisíveis batalhas foram travadas nas lavouras de soja e milho Brasil adentro. Nas próximas semanas devemos ter um balanço que registre com maior precisão os lucros e perdas desta que foi a safra das incertezas, pois os preços permaneceram bons, tanto para soja como milho, mas o clima e ainda as doenças e pragas mostraram um mau humor contínuo e permanente, desafiando o otimismo dos produtores. As perdas de lucratividade com certeza virão para muitos produtores, conforme registra a matéria “Soja aguada”, da jornalista Marianna Peres, que ouviu especialistas e produtores de várias regiões.

Na capa uma belíssima imagem de soja aguardando colheita ilustra em forma de poesia visual o desespero dos sojicultores, em foto do agrônomo José Tadashi Yorinori.

A reportagem do jornalista Ariosto Mesquita mostra a evolução dos acontecimentos em relação às invasões das lagartas no milho e outras lavouras. O episódio, crítico em algumas regiões, indica as gigantescas dificuldades do jornalismo em busca da verdade. Como já se filosofou em outros tempos, “quando há uma guerra, a primeira vítima é a verdade”. Guardadas as proporções, há uma guerra de interpretações sobre as causas do fato, e não é outro o objetivo da entrevista com o entomologista Fernando Valicente, da Embrapa Milho e Sorgo, senão o de contrapor a visão da ciência versus a emoção dos produtores. Ele informa, entre outras coisas, que "o problema das lagartas vai continuar".

Já na matéria do jornalista José Maria Tomazela o seguro de renda agrícola é dissecado mostrando o que pensam os agricultores, em franca oposição ao desiderato das seguradoras, e comprova a indiferença dos brasileiros por quase todas as formas de seguro.

Assim, mais do que a safra das incertezas, ou ainda, de safra difícil, a safra de verão poderia ser rotulada de safra das emoções, pois já agora no final de março aconteceu o que já se previa: a falta de logística e de condições de transporte da safra encareceu os custos dos fretes, entupiu estradas e os portos, especialmente os de Paranaguá (PR) e Santos (SP), e mostrou que a malandragem brasileira de estocar a safra na carroceria dos caminhões atingiu os limites do possível. Registramos o tema em diversas notas, e ainda através do colunista Décio Gazzoni, que escreveu sobre a bigorna logística.

O fato auspicioso que ressaltamos é a comemoração dos 40 anos de existência da “Nossa Embrapa”, em registro orgulhoso de Evaristo de Miranda, pesquisador prata da casa e integrante do Conselho Editorial da Agro DBO.

No vídeo abaixo meu depoimento sobre a edição 43 da Agro DBO, de abril 2013. A edição virtual da edição pode ser lida no site www.agrodbo.com.br 

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segunda-feira, 8 de abril de 2013

IDH da China

Vladimir Milton Pomar
Atualizando os dados sobre a China, que apresento no mini-curso que estou realizando, deparei-me com uma informação deveras importante: em 1980, o
IDH da China foi 0,407, e a média mundial naquele ano 0,561. 

Ano passado, o IDH da China foi 0,699 e o do mundo 0,694. 

Ainda que haja divergências sobre a real situação brasileira expressa no IDH, o Brasil que não se cuide e daqui a mais dois ou três anos a China estará à nossa frente no Ranking do Desenvolvimento Mundial.
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domingo, 7 de abril de 2013

Curiosidades & soluções de nosso corpo

Richard Jakubaszko
Dicas práticas e úteis para o seu dia a dia:
1. Se você estiver com pigarro na garganta, coce seu ouvido com o dedo mínimo: pressionando os nervos do ouvido, ele cria um reflexo na garganta, que imediatamente provoca espasmos e alivia o desconforto.

2. Para ouvir melhor use apenas um dos ouvidos: se você está em um clube e não consegue ouvir bem o que dizem, vire a cabeça e use apenas o ouvido do seu lado direito, uma vez que ele distingue melhor as conversas; enquanto que o esquerdo identifica melhor as músicas que soam no ambiente. Tapar o ouvido com um dedo também ajuda a discernir melhor a fala da musica.

3. Não pratique exercícios em locais expostos à poluição, como avenidas movimentadas. Escolha horários com menos tráfego ou praças arborizadas ou deixe para se exercitar em casa, numa esteira.

4. Tossir reduz a dor de uma injeção: um grupo de cientistas alemães descobriu que se você tossir enquanto estiver tomando injeção, irá aumentar a pressão sobre o peito e da coluna, o que inibe condutores de dor vertebral.
Obs. do blogueiro: sugiro tossir após a injeção pois no momento o corpo tem de ficar imóvel para a agulha não balançar no braço com movimento da tosse...

5. Se você tem um nariz entupido: pressione seu palato superior e o nariz. Toque no palato duro com a língua e com o dedo segure o nariz em direção da testa. Isso permite que as secreções se movam e você possa respirar melhor.

6. Quando você tem azia, durma virado para o lado esquerdo: isto cria um ângulo entre o estômago e esôfago, e evita que os ácidos passem para dentro da garganta.

7. Quando um dente dói esfregue um gelo em sua mão: você deve passar o cubo de gelo na área em "v" que existe entre o polegar e o indicador. Isso reduz em 50% a dor, visto que este setor está ligado aos receptores de dor da face.


8. Quando você se queimar, use apenas água fria, da torneira, bastante água corrente, por vários minutos, no local da queimadura, pois algo frio (não gelo) sobre o local impede que as células continuem sendo destruídas e que se formem bolhas. Se a queimadura apresentar sangramento lave apenas com água e sabão, e depois procure um médico se a área for maior do que 5 cm2.

9. Quando você bebe álcool além da conta, e tudo começa a girar: coloque sua mão em uma mesa ou superfície estável. Se você fizer isso, seu cérebro vai recuperar um sentido de equilíbrio e evitar que tudo pareça girar em torno de você.

10. Se você estiver com hemorragia nasal, faça pressão com o dedo sobre a narina que sangra: se você deitar, você pode se engasgar com seu sangue, então, sua melhor conduta é a de pressionar o dedo no nariz, na narina que está com sangramento.

11. Para quando você está nervoso: coloque o seu polegar em sua boca e sopre, isso fará seu coração bater mais lento e você poderá respirar melhor. Ou então boceje e se espreguice, isto descontrai os músculos e alivia a tensão. Ou então, sente-se numa cadeira e tente levantá-la com os braços, sem a ajuda das pernas. Isto relaxa, depois de alguns segundos.
 

12. Para acabar com a dor de cabeça, logo que aparece: respire fundo, várias vezes, preferencialmente abaixando o queixo até o peito. Passa a dor em 2 a 3 minutos. Você vai oxigenar o cérebro, provocando a normalização da circulação sanguínea no cérebro, que provoca a dor de cabeça. Isso normaliza e a dor passa, pois ela é provocada pela vasoconstrição. Outra maneira é tomar um vasodilatador, ou aspirina, o que não é recomendável, pois pode provocar hemorragias em alérgicos ao AAS.

13. Previne falta de visão quando você está na frente do PC: quando você coloca seus olhos em um objeto próximo, como um computador, a visão torna-se cansada e fica desfocada depois. Para evitar isso, feche os olhos, deixe a coluna ereta e prenda a respiração por um momento. Então, relaxe tudo. Santo remédio.

13 a. Para evitar a LER - Lesão de Esforço Repetido, especialmente no pulso e nas mãos, a cada uma hora dê uma pausa de pelo menos 5 mintos. Faça alongamento nos dedos, pressionando-os para trás.

14. Após longo período no computador ou após longa leitura, ou para obter uma visão mais nítida, boceje e pisque repetidamente por alguns segundos, isto lubrifica os olhos.

15. Formigamento nas extremidades. “Acorde” suas mãos e pés quando estiverem dormentes movendo a cabeça: se a mão ou braço estiver formigando, vire a cabeça de um lado para o outro algumas vezes, e irá passar em menos de 1 minuto, quando as extremidades superiores adormecem, isto se deve pela pressão sobre o pescoço. Se for uma perna ou pé, basta andar apenas alguns segundos.

16. Fácil método para prender a respiração debaixo d'água: antes de mergulhar, fazer muitas inspirações rápidas e fortes para fazer o ácido do sangue desaparecer, é isso que causa a sensação de afogamento.

17. Memorize os textos à noite: qualquer coisa que você ler antes de dormir, você vai se lembrar mais facilmente.

18. No computador, ou quando muito tempo sentado, estique os pés frequentemente e a ponta do pé para frente e para trás: este movimento ativa a circulação do sangue e evita coágulos e varizes; ou levante a cada hora e ande um pouco, de 3 a 4 minutos.

19. No caso de insônia, relaxe todo o corpo, e escolha um membro do seu corpo (pés ou mãos) e pense apenas nele, focalize atenção apenas nele, se a mente começar a vaguear, controle-se, e obrigue-a a voltar para o membro do seu corpo, se você se concentrar nela você adormece, exige um pouco de treinamento...

20. Coma de tudo, mas coma pouco, se sentir muita fome tapeie o estômago com pedaços de cenoura ou maçã; o jantar deve ser sempre uma refeição bem leve: peixes, legumes, sucos naturais, saladas, como rúcula e outras folhas; evite a alface a noite, pois é de difícil digestão. Os orientais recomendam comer alimentos com 5 cores diferentes, isto faz parte de uma alimentação balanceada.

21. Quando engasgar com comida, ou mesmo com líquidos, levante imediatamente o braço esquerdo, acima da cabeça, ereto, como se estivesse chamando o vendedor de pipoca na geral do estádio de futebol. Não virá nenhum vendedor, mas o engasgo some quase imediatamente. Se for num restaurante, levante o braço do mesma maneira, o garçom vai aparecer rapidinho, e você aí explica que era só pra desengasgar. Os garçons conhecem bem essa técnica...

Há uma infinidade de informações úteis que tornam a vida melhor, mas aqui ficam estas (as minhas são as de nºs 8 - 12 - 13a e 21, plenamente testadas), não testei todas as outras para me certificar de que são funcionais ou eficientes...

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sexta-feira, 5 de abril de 2013

Imbecilidades & idiossincrasias IV

Novos paradoxos
Tutty Vasques / Estadão
Ainda que Tim Maia continue atual quando citado sentenciando que “este país não pode dar certo”, há que se rever as premissas do pessimismo do artista. Quinze anos após sua morte, a maluquice maior não é mais o simples fato de que “aqui prostituta se apaixona, cafetão tem ciúme, traficante se vicia e pobre é de direita”.



Aqui e agora, como se sabe, homofóbico cuida dos direitos das minorias, desmatador zela pelo meio ambiente, condenados vigiam a Justiça e, se faltava um acusado de suborno presidindo a Comissão de Finanças da Câmara, o Congresso preencheu tal lacuna elegendo para o cargo o nobre deputado João Magalhães.



O parlamentar mineiro chegou lá justo no dia em que foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República ao STF por 33 práticas de corrupção passiva e quatro atos de fraude em licitação.



Está já há um mês se fingindo de morto em suas novas funções, provavelmente para não dividir as atenções da sociedade com o colega Marco Feliciano, que acabou virando mártir da luta contra a teimosia de quem insiste em levar este País a sério.



Como se aqui prostituta não se apaixonasse, cafetão não tivesse ciúmes, traficante não se viciasse…
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quinta-feira, 4 de abril de 2013

Afinal, o que é mais importante?

Richard Jakubaszko
A mídia preenche seus espaços e tempo com excesso de informação inútil, seja TV, jornal impresso, revistas, rádios e, especialmente, a blogosfera. Os meios de comunicação divulgam o que não é importante, relatam apenas fofocas dos "famosos" (quem?) e políticos, esquecem o debate sobre questões relevantes, e la nave vá!
Alpino, chargista de bom calibre, demonstra isso através da charge, com inteligência, sensibilidade e humor.

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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Declaração do IR impugnada

Richard Jakubaszko 
Em tempos de declaração de IR, nada como a gente divertir-se um pouco. 
Um brasileiro fez uma excelente declaração do imposto de renda em 2012.

Mas este contribuinte teve sua declaração de imposto rejeitada pela Receita Federal porque, aparentemente, respondeu a uma das questões de forma incorreta.
Em resposta à pergunta “Você possui dependentes?” o homem escreveu:
Sim, “40.000 imigrantes ilegais, 10.000 viciados, 150.000 servidores públicos, 150.000 criminosos em nossas prisões, além de uma porrada de políticos em Brasília e nos municípios.

A Receita afirmou que o preenchimento que ele deu foi inaceitável.

A resposta do homem à Receita foi:

- De quem foi que eu me esqueci??
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terça-feira, 2 de abril de 2013

Imbecilidades & idiossincrasias III

Richard Jakubaszko
Muitas imbecilidades de uma só vez

1 - As portas giratórias dos bancos, para evitar a entrada de assaltantes armados. Na verdade, só atrapalham a vida de todos. Não entro mais em bancos, pago todas as minhas despesas pela internet. Uso caixa eletrônico, se necessário, e sou feliz por isso.
 

2 – As fiscalizações da Polícia Federal nos aeroportos, em que as pessoas são obrigadas a tirar até mesmo cintos e sapatos, algumas precisam tirar até próteses especiais, porque a neurose de alguns policiais em aeroportos é mais acentuada do que a de policiais de outros aeroportos. A mesma coisa num aeroporto pode, noutro não. Então, é uma questão de critério pessoal de cada supervisor, e isso precisaria ser fiscalizado, regulamentado, normatizado, afrouxado, do jeito que está não dá, é impossível sobreviver sem sobressaltos, a qualidade de vida e a saúde vai para o brejo... 
Vou ficando, cada vez mais, altamente sociofóbico.

Num desses embarques tive de deixar para trás o isqueiro Bic tamanho grande, se fosse do pequeno passaria sem problemas... Noutro tive de jogar fora o xampu, porque excedia os 100 ml de líquido permitido na bagagem de mão... Ah! Esqueci de dizer, o xampu era de 220 ml e estava com menos da metade, uns 60 ou 70 ml, talvez, mas não podia, não valia o conteúdo real, e sim o que estava escrito na embalagem...

Ah! Como disse um dia Albert Einstein, existem duas certezas científicas: uma é a característica infinita do universo, e a outra é a imbecilidade humana. Mas ele tinha comprovadas dúvidas sobre o infinito universal...

É medíocre o aluno que estuda e se esforça apenas para obter a nota mínima exigida para passar de ano. É medíocre o estudante de pós-graduação que comparece às aulas para obter média de frequência, desinteressado, pois seu único objetivo é alcançar o certificado de conclusão do curso para engrossar o currículo. É medíocre e imbecil o trabalhador que, lacônica e covardemente, apenas cumpre ordens, destituindo-se de um mínimo de bom senso e flexibilidade, como nos casos acima relatados.

Estimulemos os medíocres a abandonarem a zona de conforto do cumprir ordens, para que se tornem pessoas especiais, comprometidas e engajadas, participantes, capazes de fazer não apenas o possível, mas de entregarem o seu melhor.

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segunda-feira, 1 de abril de 2013

Lula: “Não existe a hipótese de o Brasil não dar certo”.


Richard Jakubaszko
A entrevista abaixo foi feita com exclusividade e publicada no jornal Valor, em 27 de março último. Reproduzida pela blog Contexto Livre ( Via Contexto Livre http://contextolivre.blogspot.com.br/2013/03/a-entrevista-completa-de-lula-para-o.html?m=1 ), de onde retirei o texto, publico na íntegra.
Lula: “Você sabe que eu fico com pena de ver uma figura de 82 anos como o Fernando Henrique Cardoso viajar falando que o Brasil não vai dar certo. Fico com pena.”
O jornal Valor Econômico publicou na quarta-feira, dia 27, uma entrevista com o ex-presidente Lula. Ele conversou com o jornal após o encontro “Novos desafio da sociedade”, realizado pelo veículo. Na conversa, Lula abordou diversos temas como o governo Dilma, as perspectivas para 2014 e suas atividades como ex-presidente. Abaixo, a íntegra da entrevista.

Valor: Como está sua saúde? 
Luiz Inácio Lula da Silva: Agora estou bem. Há um ano vou à fisioterapia todos os dias às 6 horas da manhã. Minha perna agora está 100%. Estou com 84 quilos. É 12 a menos do que já pesei, mas é oito a mais do que cheguei a ter. Não tem mais câncer, mas a garganta leva um bom tempo para sarar. A fonoaudióloga diz que é como se fosse a erupção de um vulcão. Tem uma pele diferenciada na garganta que leva tempo para cicatrizar. Quando falo dá muita canseira na voz. Já tenho 67 anos. Não é mais a garganta de uma pessoa de 30 anos.

Valor: O senhor deixou de fumar e beber? 
Lula: Não dá mais porque irrita a garganta.

Valor: Dois anos e três meses depois do início do governo Dilma, qual foi seu maior acerto e principal erro? 
Lula: Quando deixei a Presidência, tinha vontade de dar minha contribuição para a Dilma não me metendo nas coisas dela. E acho que consegui fazer isso quando viajei 36 vezes depois de deixar o governo. Fiquei um ano imobilizado por causa do câncer. Estou voltando agora por uma coisa mais partidária. Sinceramente acho que no meu governo eu deixei muita coisa para fazer. Por isso foi importante eleger a Dilma, para ela dar continuidade e fazer coisas novas. O Brasil nunca esteve em tão boas mãos como agora. Nunca esse país teve uma pessoa que chegou na Presidência tão preparada como a Dilma. Tudo estava na cabeça dela, diferentemente de quando eu cheguei, de quando chegou Fernando Henrique Cardoso. Você conhece as coisas muito mais teóricas do que práticas. E ela conhecia por dentro. Por isso que estou muito otimista com o sucesso da Dilma e ela está sendo aquilo que eu esperava dela. Foi um grande acerto. Tinha obsessão de fazer o sucessor. Eu achava que o governante que não faz a sucessão é incompetente.

Valor: A presidente baixou os juros, desonerou a economia, reduziu tarifas de energia e apreciou o câmbio. Ainda assim não se nota entusiasmo empresarial por seu governo ou sua reeleição. A que o senhor atribui a insatisfação? Teme-se que esse governo não tenha uma política anti-inflacionária tão firme ou é pela avaliação de que o governo Dilma seja intervencionista? 
Lula: Não creio que haja má vontade dos empresários com a presidente. Passamos por algumas dificuldades em 2011 e 2012 em função das políticas de contração para evitar a volta da inflação. Foi preciso diminuir um pouco o crédito e aí complicou um pouco, mas Dilma tem feito a coisa certa. Agora tem conversado mais com setores empresariais. Acho que os empresários brasileiros, e eu vivi isso oito anos assim como Fernando Henrique também viveu, precisam compreender que uma economia vai ter sempre altos e baixos. Não é todo dia que a orquestra vai estar sempre harmônica. O importante é não perder de vista o horizonte final. O Brasil está recebendo US$65 bilhões de investimento direto. Então não dá para se ter qualquer descrença no Brasil nesse momento. Nunca os empresários brasileiros tiveram tanto acesso a crédito com um juro tão baixo. Vamos supor que a Dilma não tivesse a mesma disposição para conversar que eu tinha. Por razões dela, sei lá. O dado concreto é que, de uns tempos para cá, a Dilma tem colocado na agenda reuniões com empresários e partidos políticos.

Valor: Os empresários acham que ela é ideológica demais… 
Lula: O que é importante é que ela não perde suas convicções ideológicas, mas não perde o senso prático para governar o País. Ela não vai governar o País com ideologia. Se alguém ainda aposta no fracasso da Dilma, pode começar a quebrar a cara. Ela tem convicção do que quer. Esses dias liguei para ela e disse para tomar cuidado para não passar dos 100%. Porque há espaço para ela crescer. Vai acontecer muito mais coisa nesse País ainda. Não adianta torcer para não ter sucesso. Não existe a hipótese de o Brasil não dar certo.

Valor: A queixa é de que tudo que eles [os empresários] precisam têm de falar com a presidente porque os ministros não têm autonomia para decidir, ela não delega. É isso? 
Lula: Se isso foi verdade, já acabou. Sinto, nos últimos meses, que a Dilma tem feito muito mais reuniões. Tem soldado muito mais o governo. A pesquisa mostra que o governo vem crescendo e vai chegar perto dela nas pesquisas. E os ajustes vão acontecendo. É a primeira vez que a gente tem uma mulher. O papel dela não é tão fácil quanto o meu, porque 99% das pessoas que recebia eram homens, e homem fala coisa que mulher não pode falar, conta piada. Não há hábito do homem ainda perceber a mulher num cargo mais importante. Mas os homens vão ter de se acostumar. Uma mulher não pode se soltar numa reunião onde só tenha homem. Então acho que as pessoas têm de aprender a gostar das outras pessoas como elas são. A Dilma é assim e é assim que ela é boa para o Brasil. A mesma coisa é a Graça [Foster]. É uma mulher muito respeitada também. Não brinca nem é alegre, mas cada um tem seu jeito de ser.

Valor: Seu governo viabilizou projetos essenciais para o rumo que a economia pernambucana tomou, como o polo petroquímico e a fábrica da Fiat. A pré-candidatura Eduardo Campos, que agrega adversários fidagais de seu governo, como Jarbas Vasconcelos e Roberto Freire, e anima até José Serra, é uma traição? 
Lula: Não. Minha relação de amizade com Eduardo Campos e com a família dele, que passa pela mãe, pelo avô e pelos filhos, é inabalável, independentemente de qualquer problema eleitoral. Eu não misturo minha relação de amizade com as divergências políticas. Segundo, acho muito cedo pra falar da candidatura Eduardo. Ele é um jovem de 40 e poucos anos. Termina seu mandato no governo de Pernambuco muito bem avaliado. Me parece que não tem vontade de ser senador da República nem deputado. O que é que ele vai ser? Possivelmente esteja pensando em ser candidato para ocupar espaço na política brasileira, tão necessitada de novas lideranças. Se tirar o Eduardo, tem a Marina que não tem nem partido político, tem o Aécio que me parece com mais dificuldades de decolar. Então é normal que ele se apresente e viaje pelo Brasil e debata. Ainda pretendo conversar com ele. A Dilma já conversou e mantém uma boa relação com ele.

Valor: O Fernando Henrique teve como candidato um ministro e o senhor também. O senhor acha que ainda é possível demover Eduardo Campos com a proposta de que ele se torne um ministro importante no governo Dilma e depois seu candidato? É possível se comprometer com quatro anos de antecedência? 
Lula: Somente Dilma é quem pode dizer isso. Não tenho procuração nem do Rui Falcão [presidente do PT] nem da Dilma para negociar qualquer coisa. Vou manter minha relação de amizade com Eduardo Campos e minha relação política com ele. Até agora não tem nada que me faça enxergá-lo de maneira diferente da que enxergava um ano atrás. Se ele for candidato vamos ter de saber como tratar essa candidatura. O Brasil comporta tantos candidatos. Já tive o PSB fazendo campanha contra mim. O Garotinho foi candidato contra mim. O Ciro também. E nem por isso tive qualquer problema de amizade com eles. Candidaturas como a do Eduardo e da Marina só engrandecem o processo democrático brasileiro. O que é importante é que não estou vendo ninguém de direita na disputa.

Valor: Já que o senhor tem uma relação tão forte de amizade com ele, vai pedir para Eduardo Campos não se candidatar?
Lula: Não faz parte de minha índole pedir para as pessoas não se candidatar, porque pediram muito para eu não ser. Se eu não fosse candidato eu não teria ganhado. Precisei perder três eleições para virar presidente. Eu não pedirei para não ser candidato nem para ele nem para ninguém. A Marina conviveu comigo 30 anos no PT, foi minha ministra o tempo que ela quis, saiu porque quis e várias pessoas pediram para eu falar com ela para não ser candidata e eu disse: “Não falo”. Acho bom para a democracia. E precisamos de mais lideranças. O que acho grave é que os tucanos estão sem liderança. Acho que Serra se desgastou. Poderia não ter sido candidato em 2012. Eu avisei: não seja candidato a prefeito que não vai dar certo. Poderia estar preservado para mais uma. Mas Serra quer ser candidato a tudo, até síndico do prédio. Acho que pra isso que ele está concorrendo agora. E o Aécio não tem a performance que as pessoas esperavam dele.

Valor: Quem é o adversário mais difícil da presidente: Aécio, Marina ou Eduardo?
Lula: Não tem adversário fácil. O que acho é que Dilma vai chegar na eleição muito confortável. Se a gente trabalhar com seriedade, humildade e respeitando nossos adversários e a economia estiver bem, com a inflação controlada e o emprego crescendo, acho que certamente a Dilma tem ampla chance de ganhar no primeiro turno.

Valor: Como vai ser sua atuação na campanha de 2014? Vai atuar mais nos bastidores, na montagem das alianças ou vai subir em palanque em todos os Estados?
Lula: Eu quero palanque.

Valor: Vai subir em Pernambuco e pedir votos para Dilma?
Lula: Vou. Vou lá, vou em Garanhuns, vou no Rio, São Paulo, na Paraíba, em Roraima…

Valor: Seus médicos já liberaram?
Lula: Já. Se eu não puder eu levo um cartaz dela na mão [risos]. Não tem problema. Acho que ela vai montar uma coordenação política no partido e eu não sou de trabalhar bastidores. Eu quero viajar o País.

Valor: Nem às costuras de alianças o senhor vai se dedicar?
Lula: Não precisa ser eu. O PT costura.

Valor: Quais são as alianças mais difíceis? Como resolver o problema do Rio?
Lula: No Rio tem uma coisa engraçada porque nós temos o Pezão, que é uma figura por quem eu tenho um carinho excepcional. Nesses oito anos aprendi a gostar muito do Pezão, um parceiro excepcional. E tem o Lindbergh.

Valor: Lindbergh disse que vai fazer o que o senhor mandar…
Lula: Não é bem assim. Eu não posso tirar dele o direito de ser candidato. Ele é um jovem talentoso, um encantador de serpentes, como diriam alguns, com uma inteligência acima da média, com uma vontade de trabalhar, como poucas vezes vi na vida. Ele quer ser. Cabe ao partido sempre tratar com carinho, porque nós temos de ter sempre como prioridade o projeto nacional. Ou seja: a primeira coisa é a eleição da Dilma. Não podemos permitir que a eleição da Dilma corra qualquer risco. Não podemos truncar nossa aliança com o PMDB. Acho que o PT trabalha muito com isso e que Lindbergh pode ser candidato sem causar problema. Acho que o Rio vai ter três ou quatro candidaturas e ele, certamente, vai ser uma candidatura forte. Obviamente Pezão será um candidato forte, apoiado pelo governador e pela prefeitura. Na minha cabeça o projeto principal é garantir a reeleição de Dilma. É isso que vai mudar o Brasil.

Valor: Aqui em São Paulo o candidato é o Padilha?
Lula: Olha, acho que a gente não tem definição de candidato ainda. Você tem Aloizio Mercadante, que na última eleição teve 35% dos votos, portanto ele tem performance razoável. Tem o Padilha, que é uma liderança emergente no PT, que está em um ministério importante. Tem a Marta que eu penso que não vai querer ser candidata desta vez. Tem outras figuras novas como o Luiz Marinho, que diz que não quer ser candidato. Tem o José Eduardo Cardozo, que vira e mexe alguém diz que vai ser candidato e você pode construir aliança com outros partidos políticos. Para nós a manutenção da aliança com o PMDB aqui em São Paulo é importante.

Valor: Isso passa até pelo PT aceitar um candidato do PMDB?
Lula: Se tiver um candidato palatável, sim. Nós nunca tivemos tanta chance de ganhar a eleição em São Paulo como agora. A minha tese é a mesma da eleição de Fernando Haddad. Ou seja, alguém que se apresente com capacidade de fazer uma aliança política além dos limites do PT, além dos limites da esquerda. Como é cedo ainda, temos um ano para ver isso. Eu fico olhando as pessoas, vendo o que cada um está fazendo. E pretendo, se o partido quiser me ouvir, dar um palpite.

Valor: Em 2012, em São Paulo, o senhor defendeu a renovação do partido, com um candidato novo. Essa fórmula será mantida para o governo do Estado?
Lula: Hoje temos condições de ver cientificamente qual é o candidato que o povo espera. Por exemplo, quando Haddad foi candidato a prefeito, eu nunca tive qualquer preocupação. Todas as pesquisas que a gente trabalhava, as qualitativas que a gente fazia, toda elas mostravam que o povo queria um candidato como ele. Então era só encontrar um jeito de desmontar o Russomanno, que em algum lugar da periferia se parecia com o candidato do PT. Na época eu não podia nem fazer campanha direito. Estava com a garganta inchada. Eu subia no caminhão para fazer discurso sem poder falar, mas era necessário convencer as pessoas de que o candidato do PT era o Haddad, não era o Russomanno. Quando isso engrenou, o restante foi mais tranquilo. Para o governo do Estado é a mesma coisa. Não é quem sai melhor na pesquisa no começo. É quem pode atender os anseios e a expectativa da sociedade.

Lula: “Você acha que alguém viaja de graça para fazer palestra para empresários lá fora? [...] Sou um debatedor caro. E tem pouca gente com autoridade de ganhar dinheiro como eu, em função do governo bem-sucedido que fiz neste País.” 
Valor: E quem pode?
Lula: Não sei. Temos de ter muito critério na escolha. A escolha não pode ser em função só da necessidade da pessoa, de ela querer ser. Tem de ser em função daquilo que é importante para construir um leque de aliança maior. Temos de costurar aliança, temos de trazer o PTB, manter o Kassab na aliança e o PMDB. Precisamos quebrar essa hegemonia dos tucanos aqui em São Paulo, porque eles juntam todo mundo contra o PT. Precisamos quebrar isso. Acho que temos todas as condições.

Valor: Desde que deixou a Presidência, o senhor tem sido até mais alvejado que a presidente. Foi acusado de tentar manter a chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo. Agora foi acusado de ter suas viagens financiadas por empreiteiras. Como o senhor recebe essas críticas e como as responde?
Lula: Quando as coisas são feitas de muito baixo nível, quando parecem mais um jogo rasteiro, eu não me dou nem ao luxo de ler nem de responder. Porque tudo o que o Maquiavel quer é que ele plante uma sacanagem e você morda a sacanagem. É como apelido: se eu coloco um apelido na pessoa e a pessoa fica nervosa e começa a xingar, pegou o apelido. Se ela não liga, não pegou o apelido. Tenho 67 anos de idade. Já fiz tudo o que um ser humano poderia fazer nesse País. O que faz um presidente da República? Como é que viaja um Clinton? A serviço de quem? Pago por quem? Fernando Henrique Cardoso? Ou você acha que alguém viaja de graça para fazer palestra para empresários lá fora? Algumas pessoas são mais bem remuneradas do que outras. E eu falo sinceramente: nunca pensei que eu fosse tão bem remunerado para fazer palestra. Sou um debatedor caro. E tem pouca gente com autoridade de ganhar dinheiro como eu, em função do governo bem-sucedido que fiz neste País. Contam-se nos dedos quantos presidentes podem falar das boas experiências administrativas como eu. Quando era presidente, fazia questão de viajar para qualquer país do mundo e levar empresários, porque achava que o presidente pode fazer protocolos, assinar acordo de intenções, mas quem executa concretamente aquilo são os empresários. Viajo para vender confiança. Adoro fazer debate para mostrar que o Brasil vai dar certo. Compre no Brasil porque o País pode fazer as coisas. Esse é o meu lema. Se alguém tiver um produto brasileiro e tiver vergonha de vender, me dê que eu vendo. Não tenho nenhuma vergonha de continuar fazendo isso. Se for preciso vender carne, linguiça, carvão, faço com maior prazer. Só não me peça para falar mal do Brasil que eu não faço isso. Esse é o papel de um político que tem credibilidade. Foi assim que ganhei as Olimpíadas, a Copa do Mundo. Quando Bush veio para cá e fomos a Guarulhos, disse a ele que era para tirarmos fotografia enchendo um carro de etanol. Tinham dois carros, um da Ford e um da GM, e ele falou: “Eu não posso fazer merchandising.” Eu disse: “Pois eu faço das duas.” Da Ford e da GM. E o Bush tirou foto com chapéu da Petrobras. Sem querer ele fez merchandising da Petrobras. Você sabe que eu fico com pena de ver uma figura de 82 anos como o Fernando Henrique Cardoso viajar falando que o Brasil não vai dar certo. Fico com pena.

Valor: O senhor acha que São Paulo corre risco de perder a abertura da Copa porque o Banco do Brasil não vai liberar dinheiro sem garantias?
Lula: Sinceramente não acredito que as pessoas que fizeram o sacrifício para chegar onde chegaram vão se permitir morrer na praia agora. A verdade é que o Corinthians precisa de um estádio de futebol independentemente de Copa do Mundo. São Paulo não pode ficar fora da Copa. Acho que seria um prejuízo enorme do ponto de vista político e simbólico o Estado mais importante da Federação, com os times mais importantes da Federação – com respeito ao Flamengo –, esteja fora da Copa do Mundo. É impensável. Eles que tratem de arranjar uma solução.

Valor: O senhor voltará à política em 2018?
Lula: Não volto porque não saí.

Valor: Voltará a se candidatar?
Lula: Não. Estarei com 72 anos. Está na hora de ficar quieto, contando experiência. Mas meu medo é falar isso e ler na manchete. Não sei das circunstâncias políticas. Vai saber o que vai acontecer nesse País, vai que de repente eles precisam de um velhinho para fazer as coisas. Não é da minha vontade. Acho que já dei minha contribuição. Mas em política a gente não descarta nada.

Valor: Que análise o senhor faz do julgamento do “mensalão”?
Lula: Não vou falar por uma questão de respeito ao Poder Judiciário. O partido fez uma nota que eu concordo. Vou esperar os embargos infringentes. Quando tiver a decisão final vou dar minha opinião como cidadão. Por enquanto vou aguardar o tribunal. Não é correto, não é prudente que um ex-presidente fique dizendo “Ah, gostei de tal votação”; “Tal juiz é bom”. Não vou fazer juízo de valor das pessoas. Quando terminar a votação, quando não tiver mais recursos vou dizer para você o que é que eu penso do “mensalão”.
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