A soja produzida em Mato Grosso é uma das mais competitivas do planeta, mas pode perder espaço no cenário econômico internacional por causa de burocracia e de falta de vontade política. A demora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em liberar novos princípios ativos para produtos que combatem as pragas das lavouras pode impactar seriamente as próximas safras.
As projeções de crescimento da sojicultora em Mato Grosso são otimistas. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), até 2022 a produção de soja deve crescer 61,91%, passando de 24,1 milhões de toneladas colhidas para 39,1 milhões de toneladas. Com isso, haverá demanda por mais defensivos agrícolas.
E é isto que nos preocupa.
Ano após ano, verificamos a diminuição na produtividade da soja porque estes defensivos agrícolas começam a perder eficácia. Na safra 2011/12, com projeção de cair para 53 sacas por hectare nesta safra. E a perspectiva é de que os números mais recentes confirmem a queda. Em outras palavras: este é o reflexo do manejo com produtos ineficazes, agravado por doenças cada vez mais resistentes.
A ferrugem asiática volta mais forte a cada safra e preocupa os produtores rurais, além de outras pragas, como helicoverpa e nematoides. É natural que, com a evolução das espécies, haja resistência aos defensivos – o que leva aos produtores rurais a fazer mais e mais aplicações, aumentando os custos de produção.
É por isso que a liberação rápida de novas moléculas é fundamental. Menos aplicações significa mais sustentabilidade. Há pelo menos quatro anos, a Anvisa não disponibiliza quase nenhum novo princípio para que sejam fabricados defensivos eficazes para as lavouras. Sabemos da importância dos testes técnicos feitos pela Agência para que sejam liberados produtos seguros, mas isso não pode levar tanto tempo!
No ano passado, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) revelou que cerca de 90 fungicidas para controle de ferrugem asiática possuem registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Há outros que estão em processo de registro e são mais eficazes do que os produtos que estamos usando hoje. O que falta para que venham ao mercado para ajudar o sojicultor brasileiro a manter seu papel de protagonista na produção de alimentos?
Reportagem de um jornal no início deste mês já informou que, no ritmo em que está, a Anvisa levaria 117 anos para avaliar os mais de mil e duzentos processos de aprovação. A justificativa é que faltam profissionais. Os prejuízos para os produtores rurais já estão estimados em R$ 49 bilhões de reais nas últimas dez safras.
Precisamos discutir este tema. Ou corremos o risco de termos um futuro incerto para as lavouras de soja. Somos competitivos, produzimos de forma mais barata e com muita tecnologia. Mas podemos ser sabotados dentro de casa, pois o nosso próprio governo dificulta o fortalecimento da nossa agricultura.
É preciso tomar providências já!
* Carlos Fávaro é produtor rural em Lucas do Rio Verde (MT) e presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja).
Richard
ResponderExcluirpara evitar ou eliminar completamente os atrasos e melhorar rendimentos e ter mais mercados compradores no mundo todo basta considerar a agroecologia e tecnicas de producao em escala comercial como detalhadas por exemplo na revista AcresUSA. Alem disso evitam-se dezenas de problemas conhecidos para a saude e outros ainda por serem descobertos, isso mesmo com o atraso pois na verdade para saber ao certo o tempo de aprovacao teria que ser decadas e o consumidor nem quer produto com agrotoxico ou GMO. Portanto ao aprendermos a trabalhar mais proximo com a natureza ganhamos de varios angulos... Ver os resultados nefastos de outras abordagens nas referencias recentes abaixo. SDS
Dr Gerson Machado
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http://www.i-sis.org.uk/New_GM_nightmares_with_RNA.php
New GM Nightmares with RNA
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http://www.responsibletechnology.org/posts/us-farmers-may-stop-planting-gmos-after-poor-yields/
US farmers may stop planting GMOs after poor yields
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http://www.dailymail.co.uk/news/article-2315057/Is-worlds-popular-weed-killer-causing-Parkinsons-New-study-shows-Roundup-herbicide-linked-cancer-infertility.html
Roundup, could be linked to a range of health problems and diseases, including Parkinson's, infertility and cancers, according to a new study.
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http://agroeco.org/
Agroecology in Action
agroecological knowledge and technologies into practice
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http://www.acresusa.com/magazines/magazine.htm
commercial-scale organic and sustainable farming
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Richard,
ResponderExcluira ANVISA trabalha sutilmente ao lado de outros órgãos governamentais (INCRA, Funai) para inviabilizar nossa agricultura, nosso País.
Acredite se quiser.
Abraço
Hélio
Se o Metafidofós não estivesse proibido pela Anvisa, nós produtores rurais do Tocantins e do Oeste da Bahia não teríamos os problemas que tivemos com a lagarta Helicoverpa.
ResponderExcluirJoão Luiz Hencke, Tocantins