Proselitismo eleitoral disfarçado de jornalismo
Jornalismo parcial. |
Diante da cobertura jornalística realizada neste segundo turno das
eleições presidenciais e de casos de censura e pressões a jornalistas, a
Federação Nacional do Jornalistas (FENAJ) vem a público alertar a sociedade
brasileira sobre a farsa praticada por muitos veículos de comunicação, que fazem
proselitismo eleitoral disfarçado de Jornalismo.
Jornalismo de esgoto! |
Como entidade maior de representação dos jornalistas brasileiros, a
FENAJ alerta para o perigo das notícias tendenciosas, das denúncias sem provas,
das análises esvaziadas de dados e cheias de opiniões, das reportagens que buscam
nexos inexistentes e das pesquisas eleitorais que, lembramos, tiveram sua
credibilidade abalada pelos resultados do 1º turno das eleições.
Reafirmamos, mais uma vez, a importância do Jornalismo e sua
possibilidade de realização tendo em vista o interesse público. Ressaltamos que
os veículos de comunicação poderiam fazer a opção de declarar apoio a uma
candidatura, o que é prática comum em outros países do mundo. Ainda assim, não
deveriam abdicar dos princípios teóricos, técnicos e éticos do Jornalismo para
beneficiar um candidato. A opção, entretanto, é por afirmar uma falsa
neutralidade e por abrir mão do Jornalismo para enganar a sociedade.
Sempre alerta! |
Por fim, a FENAJ repudia as ações de pressão, intimidação e repressão
aos jornalistas, que são penalizados justamente por defenderem o Jornalismo
como atividade garantidora do direito da sociedade à informação. Igualmente,
esta Federação repudia a postura dos que não diferenciam a prática e linha
editorial das empresas de comunicação do exercício profissional e responsável
do jornalismo.
Conclamamos os jornalistas e o conjunto da sociedade brasileira a dizer
não ao autoritarismo e a todas as formas de cerceamento à liberdade de expressão
e à liberdade do voto.
Diretoria da Federação Nacional dos Jornalistas.
Brasília, 20 de outubro de 2014.
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta, formará um público tão vil como ela mesma."
Joseph Pulitzer
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