Richard Jakubaszko
Circulando a Agro DBO de maio, recheada de novidades.
No editorial, escrevi:
O Brasil caminha aos trancos e barrancos.
Parece estar sob “nova direção”, desde que se iniciou o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, eis que o principal partido da base governamental assumiu de fato o poder, diante de uma presidente reeleita por mínima maioria, mas, agora, fragilizado por denúncias nas manchetes, capítulos intermináveis de uma novela repetitiva a que já assistimos em outros momentos históricos da nação, parece capitular ante a coalizão.
Neste clima, o Congresso Federal vota leis e propostas, temas polêmicos são aprovados apressadamente, à revelia de um necessário debate aprofundado.
Exemplos disso são a PEC 215, que transfere do executivo para o legislativo a gestão e responsabilidade pela demarcação de terras indígenas e de quilombolas.
Da mesma forma a lei que terceiriza a contratação de trabalhadores, urbanos ou rurais, sem trazer soluções legais para as diferenças nas formas de trabalho de um e de outro. Ou ainda a votação da chamada Lei dos Caminhoneiros, e pior, o emplacamento de tratores e máquinas agrícolas. A sucessão de vazios legais trará, inevitavelmente, maior insegurança jurídica ao agro.
O governo promete, para 19 deste mês, um Plano Safra com validade para 4 ou 5 anos, a juros compatíveis, e com dinheiro suficiente de crédito agrícola. A conferir, pois.
Agro DBO traz na reportagem de capa, da jornalista Marianna Peres, “A soja abre caminho”, duas questões fundamentais para o agro. De um lado, a discussão técnica mostra o alto nível dos sojicultores do Brasil Central, que exigem melhor padrão técnico das cultivares de soja, eis que os preços deste insumo, incluídos os royalties da biotecnologia, alcançam níveis elevados em descompasso com a qualidade insatisfatória nos índices de germinação. De outro lado, o movimento associativo desses sojicultores, através da Aprosoja, indica que a evolução das espécies, enunciada por Darwin no século XIX, continua a ocorrer ad eternum, pois há um notável crescimento político no debate em questão, e demonstra que há muito espaço para os produtores rurais brasileiros evoluírem e se profissionalizarem, como já fizeram americanos e europeus; assim, é lícito projetar para o agro brasileiro uma competitividade imbatível diante dos concorrentes do hemisfério norte, caso esse espírito associativo prevaleça. Desde a primeira edição da Agro DBO, 12 anos atrás, o associativismo no agro tem sido nossa bandeira para impulsionar os agricultores brasileiros para a modernidade, e o debate técnico e político sobre a qualidade das sementes é exemplo disso.
Que venham outras campanhas!
Agro DBO traz outros temas importantes, como o café de Minas Gerais e sua evolução tecnológica e qualitativa, em reportagem do jornalista Rogério F. Furtado, ou o amadurecimento do uso das terras do Pantanal, em matéria do jornalista Ariosto Mesquita, e a entrevista com o engenheiro agrônomo Orlando Carlos Martins, então presidente do CESB, que profetiza para o Brasil médias de 100 sc/ha de soja para dentro em breve.
Para manifestar sua opinião, envie e-mail para redacao@agrodbo.com.br
Abaixo vídeo no Portal DBO onde José Augusto Bezerra, o Tostão, faz comentários sobre os destaques da edição de maio da Agro DBO:
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