quarta-feira, 15 de julho de 2015
Nuvens negras no horizonte
Richard Jakubaszko
Em circulação a Agro DBO nº 68 - julho 2015
O “cenário nebuloso”, conforme se pode constatar na matéria de capa desta edição da Agro DBO, em texto da jornalista Marianna Peres, pois os custos de produção aumentaram, devido a alta do dólar, o crédito do pré-custeio atrasou, as compras de insumos não se concretizavam e vislumbra-se uma valorização do real por ocasião da colheita no início do próximo ano. Tudo isso é suficiente para que se coloquem as barbas de molho, especialmente no Brasil Central, diante da queda de lucratividade na próxima safra, apelidada antecipadamente "de safra da insegurança".
Na soja, registramos matéria do jornalista Glauco Menegheti com o engenheiro agrônomo e agricultor Alisson Hilgemberg, de Ponta Grossa (PR), onde revelamos os segredos desse ganhador do concurso de produtividade do Cesb/2015, o Comitê Estratégico Soja Brasil, que obteve a quase inacreditável produtividade de 141,79 sc/ha.
Outro destaque da edição é o perfil de Olacyr de Moraes, autoria de José Maria Tomazela, que resume o empreendedorismo daquele que foi denominado de “o rei da soja”, morto em 16 de junho último, aos 84 anos.
Na entrevista do mês o presidente da Aiba, Júlio Busato, mostra os gargalos do oeste da Bahia em termos de logística, e também a preocupação com a prevista baixa lucratividade dos grãos para a próxima safra.
No artigo de Decio Gazzoni festeja-se a liberação de importação da Cultivance pela União Europeia, fato que permitirá aos agricultores o uso de cultivares de soja com aplicação de outro herbicida que não o glifosato; isto, de um lado, reduzirá a pressão por aumento de ervas daninhas resistentes, e, de outro lado, abre concorrência com a soja Intacta, gerando a expectativa de que um mercado mais competitivo entre os fornecedores de sementes possa trazer vantagens aos produtores.
Já Rogério Arioli aponta em seu artigo que o agro precisa investir mais em pesquisas e desenvolvimento de tecnologias, sob pena de não acompanhar a concorrência internacional, pois perderemos competitividade.
Comemoramos antecipadamente o 28 de julho, dia do agricultor, ou melhor, o "dia do produtor de alimentos", parabenizando o homem do campo pelo comportamento otimista e profissional, safra após safra, como o grande impulsionador do crescimento do Brasil, pois a crise não chegou e nem vai chegar às lavouras, se Deus quiser.
No vídeo abaixo o Tostão mostra outros detalhes da edição:
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Em circulação a Agro DBO nº 68 - julho 2015
O “cenário nebuloso”, conforme se pode constatar na matéria de capa desta edição da Agro DBO, em texto da jornalista Marianna Peres, pois os custos de produção aumentaram, devido a alta do dólar, o crédito do pré-custeio atrasou, as compras de insumos não se concretizavam e vislumbra-se uma valorização do real por ocasião da colheita no início do próximo ano. Tudo isso é suficiente para que se coloquem as barbas de molho, especialmente no Brasil Central, diante da queda de lucratividade na próxima safra, apelidada antecipadamente "de safra da insegurança".
Na soja, registramos matéria do jornalista Glauco Menegheti com o engenheiro agrônomo e agricultor Alisson Hilgemberg, de Ponta Grossa (PR), onde revelamos os segredos desse ganhador do concurso de produtividade do Cesb/2015, o Comitê Estratégico Soja Brasil, que obteve a quase inacreditável produtividade de 141,79 sc/ha.
Outro destaque da edição é o perfil de Olacyr de Moraes, autoria de José Maria Tomazela, que resume o empreendedorismo daquele que foi denominado de “o rei da soja”, morto em 16 de junho último, aos 84 anos.
Na entrevista do mês o presidente da Aiba, Júlio Busato, mostra os gargalos do oeste da Bahia em termos de logística, e também a preocupação com a prevista baixa lucratividade dos grãos para a próxima safra.
No artigo de Decio Gazzoni festeja-se a liberação de importação da Cultivance pela União Europeia, fato que permitirá aos agricultores o uso de cultivares de soja com aplicação de outro herbicida que não o glifosato; isto, de um lado, reduzirá a pressão por aumento de ervas daninhas resistentes, e, de outro lado, abre concorrência com a soja Intacta, gerando a expectativa de que um mercado mais competitivo entre os fornecedores de sementes possa trazer vantagens aos produtores.
Já Rogério Arioli aponta em seu artigo que o agro precisa investir mais em pesquisas e desenvolvimento de tecnologias, sob pena de não acompanhar a concorrência internacional, pois perderemos competitividade.
Comemoramos antecipadamente o 28 de julho, dia do agricultor, ou melhor, o "dia do produtor de alimentos", parabenizando o homem do campo pelo comportamento otimista e profissional, safra após safra, como o grande impulsionador do crescimento do Brasil, pois a crise não chegou e nem vai chegar às lavouras, se Deus quiser.
No vídeo abaixo o Tostão mostra outros detalhes da edição:
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5 comentários:
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Toda vez que ocorre uma desvalorização cambial e o produtor está estocado de artigos importados, ele obtém uma lucratividade extra que não se repete. Na cultura da soja, os resultados dependem da Bolsa de Chicago, isso sim. Urge corrigir nossos inúmeros empecilhos, mas as nuvens podem estar menos rosadas, mas não negras. Por enquanto...
ResponderExcluirFernando Penteado Cardoso
As previsões negativas vão meio na contramão da safra recorde de grãos que tivemos no ano, até aqui.
ResponderExcluirSala Fério,
Excluiro problema é que a sua visão é urbana... Quando há supersafra, portanto, a oferta aumenta, o preço cai, e o produtor rural se ferra... Mas não é isso, a matéria trata do aumento dos insumos (tudo em dólar, sementes, fertilizantes, máquinas, agroquímicos), enquanto o preço das commodities, como soja e milho, andam em baixa. Ou seja, o produtor se programa hoje para plantar em outubro com dólar na alta, e vai colher em janeiro ou fevereiro com dólar em baixa, e como a conta não fecha, pode ser prejuízo na certa...
Sua ótica urbana, caro Sala Fério, não leva em conta o clima e nem o mercado, que é mais perverso que o clima. Por isso é que, cada vez mais, temos menos agricultores...
Richard
Pra compensar, temos investimentos públicos recorde em agricultura - em especial na familiar - isso deve compensar algo, não é? Agora uma questão antiga: não seria o caso de não vender os produtos 'in natura' e tentar agregar valor para não depender da flutuação do mercado de commodities? Ou, ainda, aumentar os lucros e a venda interna eliminando intermediários e criando redes próprias de distribuição? Sei que essas questões são complexas, é só uma consulta mesmo.
ResponderExcluirSala Fério,
ResponderExcluirsão muitas questões numa coisa só. No meio disso há muitas "teorias conspiratórias". Hoje em dia, commodities têm alto valor, por exemplo, petróleo, gás, açúcar, soja, carne, café, cobre, fertilizantes, são todos commodities, mas têm alto valor agregado. Por trás de cada grão de soja, milho ou café, há muita tecnologia embarcada, e de alto valor agregado, utilizados pelos agricultores para obter alta produtividade, como por exemplo sementes, tratores e máquinas, agricultura de precisão, agroquímicos, fertilizantes, consultorias, e todo mundo ganha. Exportar apenas grãos, ao contrário do que falam alguns economistas urbanos, é um altíssimo negócio. Os EUA, Canadá, Argentina e Ucrânia, o Brasil junto, são os maiores produtores e exportadores de grãos do mundo; em muitos casos o Brasil é o líder mundial, por exemplo, como soja, café e carne in natura. Açúcar já tem um valor agregado industrial e adicional, e poderíamos exportar mais óleo de soja, é verdade, ou farelo de soja, para agregar mais valor ainda, mas isso depende dos problemas e necessidades dos importadores.
A agricultura familiar, como conceito, tem uma distorção política em termos semânticos, pois tem muito agricultor com 800 ou 1.000 hectares, que é agricultura familiar, mas é classificado como "agronegócio", e isso é uma distorção ideológica.
A verdade é que a agropecuária brasileira é altamente competitiva, pois somos um país tropical, com muito sol (e água e terras disponíveis), com fotossíntese,e 2 e 1/2 safras ano, e ninguém poderá nos sobrepujar nisso, seremos o celeiro do mundo, e vamos garantir segurança alimentar ao planeta. Não é a troco de nada que os EUA tentam nos enquadrar em questões ambientais, para eles deveria ser "floresta lá (no Brasil) e lavoura aqui (EUA)", mas eles não conseguiram isso, mesmo com o Código Florestal, e por isso o Brasil avança no crescimento do agro, apesar de a crise nos pegar na área industrial e nos serviços, onde não temos competitividade internacional, e se precisa de um câmbio favorável para sobreviver.
Não temos maior sucesso ainda nas exportações do agro porque ainda não temos infraestrutura (ferrovias e portos), para baratear o custo Brasil, mas não deve demorar isso com as ações do PAC, e os agricultores terão melhor rentabilidade. Quando tivermos isso, aí sim, seremos imbatíveis.
Entretanto, saiba que o agro (soja e café, por exemplo) só exporta cerca de 30% do que produz, os 70% produzidos são consumo interno, o que mostra que crescemos como consumidores; é assim que o agro sustenta um PIB brasileiro ainda em crescimento, apesar de a mídia lutar contra o Brasil.
Intermediário tem no mundo inteiro, é uma praga, mas é assim que funciona... Já as flutuações dos preços das commodities são assim, a China compra, mas eles sabem fazer comércio há 5 mil anos, e nós só há 40 anos, quando tem produção recorde o preço abaixa e o produtor fica com o mico...
O mercado é mais perverso que o clima...