Richard Jakubaszko
A presidente Dilma Rousseff anunciou, no último domingo de setembro, durante discurso na Conferência das Nações Unidas para a Agenda de Desenvolvimento Pós-2015, que o Brasil vai reduzir em 43% a emissão de gases do efeito estufa (GEE) e vai zerar o desmatamento ilegal até 2030.
Ora, em minha opinião, a presidente está muito mal assessorada na questão ambiental e prometeu inúmeros equívocos, aplaudidos pelos ambientalistas.
Nos últimos 8 anos tenho estudado em profundidade a questão ambiental, e acabei escrevendo durante 4 anos o livro título "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?", lançado em agosto último.
Considero-me, portanto, apto a contestar as promessas e compromissos da presidente, conforme analiso a seguir, e que no livro estão com maior aprofundamento, além de riqueza de detalhes, inclusive citações bibliográficas, técnicas e científicas. Assim sendo, mostro a incoerência da presidente:
1º - a emissão de gases de efeito estufa possui medição imprecisa na escala planetária. São emitidos 200 bilhões de toneladas de GEE, ou 200 gigatoneladas. O viés da imprecisão atinge 20%, para mais ou para menos.
2º - O desconcertante nisso é que 97% de todas as emissões de GEE (CO2, metano, óxido nitroso e outros) são feitas pela natureza (vulcões, oceanos, florestas tropicais).
3º - o fato é que apenas 3% das emissões dos GEE são de causa humana, ou antropogênica, pelo uso de automóveis, fábricas, navios, aviões, criação de gado, plantio de arroz, lixões urbanos gigantescos, queimadas etc.
4º - o Brasil emite 460 milhões de toneladas por ano, ou seja, apenas meros e ridículos 0,25% das emissões de todos os países, especialmente se comparado aos desenvolvidos. É uma posição coerente com o nosso tamanho e importância, eis que movimentamos 1% do total das exportações, e temos uma das fontes mais limpas de produção de energia elétrica, através da hidroeletricidade, afora o fato de que cerca de 50% do nosso combustível automotivo é etanol, consumido puro ou em mistura de 27,5% na gasolina.
5º - se as assessorias da área ambientalista da presidente Dilma Rousseff encontraram uma fórmula mágica para reduzir as emissões feitas pela natureza, a promessa pode ser cumprida, caso contrário vai cair no vazio, assim como caiu no vazio a promessa de Lula durante a COP de Copenhague.
6º - se a promessa de Dilma refere-se a economizar apenas sobre as emissões antropogênicas, teríamos 43% de redução sobre 460 milhões de t, uma economia de 197,8 milhões de t, e a paralização das atividades comerciais do país. Como a promessa não especifica qual a base de dados para essa economia, ou redução, sou obrigado a esclarecer que nem uma e nem outra é possível, é uma utopia mais do que virtual. É uma promessa midiática, nada mais.
7º - CO2 é o gás da vida. Sem ele não existiriam plantas, pois através da fotossíntese as plantas sequestram o carbono da atmosfera, e sem plantas não existiria vida no planeta, pela absoluta falta de alimentos, seja para os animais, seja para a humanidade. Portanto, economizar o quê? Precisamos é economizar emissão de CO2 nas cidades, onde o dióxido de carbono inferniza a saúde das pessoas. Fora isso é piada.
8º - Em dezembro próximo teremos a COP21, em Paris, e os ambientalistas do IPCC pretendem consolidar a Agência Internacional Ambiental (AIA), órgão da ONU com poderes supranacionais, e que terá autorização expressa para impor sanções econômicas, políticas e até mesmo militares, aos países que desobedecerem as regras a serem criadas por eles mesmos. Uma ou duas queimadas poderão gerar ações como a implantação do corredor ecológico, que corta a Amazônia de Leste a Oeste.
9º - Duas ou três queimadas na Amazônia poderão também impor multas e sanções econômicas adicionais, como a proibição de o Brasil exportar carne. Afinal, não foi isso que fez a Agência de Energia Nuclear ao proibir o Irã de exportar petróleo, porque teimava em dar continuidade ao seu programa interno de energia nuclear?
10º - As denúncias sobre as ações da AIA são suposições, baseadas no histórico da AEN, e poderão determinar um regime de terror ao Brasil.
A NOTÍCIA DIVULGADA FOI A SEGUINTE: O Brasil vai reduzir em 43% a emissão de gases do efeito estufa (GEE) e vai zerar o desmatamento ilegal até 2030. Até 2025, o governo pretende reduzir a emissão em 37%. O governo vai investir ainda no reflorestamento de áreas degradas. Segundo a presidenta, serão restaurados e reflorestados 12 milhões de hectares; recuperadas 15 milhões de hectares de pastagens degradadas; integrados 5 milhões de hectares de lavoura, pecuária e floresta.
A presidenta falou também sobre a Conferência do Clima (COP 21), em dezembro, na capital francesa. “A Conferência de Paris é uma oportunidade única de construirmos uma resposta comum ao desafio global de mudanças do clima”, apontou.
“O Brasil tem feito grande esforço para reduzir as emissões de gases de efeito estufa sem comprometer nosso desenvolvimento econômico e nossa inclusão social”.
Matriz energética - Dilma anunciou metas para o setor energético, como alcançar 45% de fontes renováveis no abastecimento brasileiro como primeiro objetivo.
Ela classificou os objetivos como “ambiciosos”. O segundo objetivo é a participação de 66% da fonte hídrica na geração de eletricidade. Em terceiro, 23% da energia deverá ser gerada de fontes eólica, solar e biomassa. O Brasil quer ampliar a eficiência energética em 10%.
O etanol carburante e outras fontes derivadas da cana-de-açúcar responderão por 16%b do total da matriz energética.
Confira outras metas:
Sobre uso da terra e a agropecuária
1º – o fim do desmatamento ilegal no Brasil;
2º – a restauração e o reflorestamento de 12 milhões de hectares;
3° – a recuperação de 15 milhões de hectares. de pastagens degradadas;
4º- a integração de 5 milhões de hectares de lavoura-pecuária-florestas.
Na área de energia
1º – a garantia de 45% de fontes renováveis no total da matriz energética.
Note-se que no mundo a média é de apenas 13% nessa participação. E, na OCDE, de 7%;
2º – a participação de 66% da fonte hídrica na geração de eletricidade;
3º – a participação de 23% das fontes renováveis – eólica, solar e biomassa – na geração de energia elétrica;
4º – o aumento de cerca de 10% na eficiência elétrica.
5º – a participação de 16% de etanol carburante e de demais fontes derivadas da cana-de-açúcar no total da matriz energética.
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