quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Café à beira de ser um bem escasso, diz Andrea Illy

Richard Jakubaszko
Recebo e-mail de Hélio Casale, entre feliz e eufórico com as notícias sobre o café que correm mundo.
Diz a notícia que me foi enviada que o capo da illy Café, Andrea Illy, previu que vai faltar café. Uma das causas apontadas seriam as tais das mudanças climáticas, mas nessa causa não ponho fé. O fator maior, em minha opinião, estaria no aumento do consumo, e o outro na falta de terras agricultáveis apropriadas para o cultivo do café. De toda forma, as projeções de Andrea Illy apontam para uns 5 anos de bonança na cafeicultura.

Café à beira de ser um bem escasso, diz Andrea Illy
O consumo mundial de café está aumentando, especialmente nos mercados emergentes, o que significa que a produção global tem de aumentar entre 40 a 50 milhões de sacas na próxima década. Só para termos uma ideia, isso é mais do que toda a produção do Brasil.

A advertência é de Andrea Illy, CEO da IllyCafe – uma empresa italiana de torrefação de café, sediada na cidade italiana de Trieste, que é também onde se encontra o segundo maior porto europeu do café. E a variedade arábica é a mais ameaçada, devido à subida das temperaturas a nível mundial, acrescentou em declarações à Bloomberg.
O café, recorde-se, apresenta-se sob duas grandes variedades - robusta e arábica –, sendo que a primeira é negociada em Londres e a segunda é a referência do mercado nova-iorquino.

O café tipo arábica, com um grão tido como "premium" e que é usado por marcas como a Starbucks, é o que mais tem sido castigado pelo aumento das temperaturas. Já o robusta – que é mais resiliente e robusto, como o nome indica – tem resistido melhor. O Brasil é o maior produtor de arábica e o Vietnã é o maior produtor de robusta.

A conter o necessário aumento de produção desta matéria-prima estão sobretudo dois fatores: a ameaça das alterações climáticas (a subida das temperaturas não ajuda à cultura de café) e os baixos preços a que negoceia atualmente – o que desencoraja os agricultores, a fazer lembrar o que se passa com o petróleo, cujas cotações em queda travam novos investimentos em explorações mais dispendiosas, como é o caso do pré-sal e das areias betuminosas.

E são precisamente estes problemas que estão esta semana em cima da mesa, para análise aprofundada por parte de produtores, responsáveis governamentais e representantes do setor, no Fórum Mundial do Café que decorre em Milão, destaca a Bloomberg.

As alterações climáticas ameaçam 25% da produção do Brasil, e produtores como a Nicarágua, El Salvador e México enfrentam também perdas potenciais, segundo um estudo do International Center for Tropical Agriculture, citado pela agência noticiosa. De acordo com o mesmo relatório, as zonas de produção deverão transferir-se para a América Central, para a região Ásia-Pacífico e para algumas áreas da África Oriental, onde as culturas podem desenvolver-se a altitudes mais elevadas.

De acordo com a comerciante suíça Volcafe, o mundo deverá ter um déficit de produção de café na ordem dos 3,5 milhões de sacas durante a campanha agrícola de 2015-16, que começa hoje, 2 de Outubro.

Já Michael R. Neumann, chairman dos curadores da Hans R. Neumann Stiftung, fundação associada à comerciante alemã Neumann Kaffe Gruppe, sublinha que o consumo mundial de café aumentará em um terço, para 200 milhões de sacas, até 2030. A produção, que este ano rondou os 144 milhões de sacas, terá então de aumentar bastante para atender a esta procura crescente.

Na campanha passada, o Brasil tinha já registrado uma redução da produção, em 6,4 milhões de sacas, face à época anterior – devido a um forte período de seca em 2014. Essa escassez levou a que os preços do arábica disparassem cerca de 50% no ano passado. No entanto, desde o início deste ano, as cotações já corrigiram 27%, uma vez que o real brasileiro tem estado a depreciar-se face ao dólar (aumentando a atratividade das exportações do país). Bloomberg
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