quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Os 3 maiores problemas da humanidade

Richard Jakubaszko 
Com uma população de 7,4 bilhões de pessoas, o planeta tem 3 problemas críticos para dar solução, e que a cada ano exigem inovação e criatividade na capacidade de gestão e de prover recursos crescentes (sem o aumento da carga tributária), além de uma logística exemplar, nunca dantes imaginada. Não incluo nessa conta, ou lista, a questão da superpopulação, porque é uma questão insolúvel e potencializa os 3 gargalos abaixo. De toda forma, é vital encontrar-se uma solução para a velocidade do crescimento demográfico. Na mídia, o assunto é debatido de forma lateral, apenas quando falta aimento ou água, ou quando há um apagão.

Em suma, os 3 problemas críticos são:
1 - produção de alimentos;
2 - produção de água potável; e
3 - produção de energia elétrica.

Qualquer um deles se estiver em desequilíbrio, com oferta abaixo da demanda, provocará o caos regional, com reflexos em todo o planeta e em todas as atividades humanas.

Alimentos - a disponibilidade de terras aptas para agricultura esgota-se no planeta. Só o Brasil e a África têm terras virgens para produzir mais alimentos. A razão é simples: precisamos produzir cada vez mais, para atender o aumento da demanda. Não basta apenas terra, há necessidade de disponibilidade de água e sol (tecnologia, capital e mão de obra podem ser importadas), e o Brasil é o único país do planeta com essa riqueza natural disponível. Em outras regiões do planeta, há terra, mas ou falta água (chuvas) ou falta sol. Infelizmente, a distribuição e fartura desses recursos não é igual nos diversos continentes. A falta de alimentos provoca, como sempre foi, imigração e guerras. Lembremos que a causa da Queda da Bastilha foi a falta de pão para o povo, que não dispunha de brioches. Maria Antonieta confundiu humor com políticas públicas e deu no que deu, as cabeças rolaram.
As tecnologias das ciências agronômicas têm garantido que as produtividades cresçam, e desmentem as projeções proféticas de Malthus. Um homem com fome é um revoltado, mas um homem com filhos esfomeados é um guerrilheiro.

Água potável - a água não vai acabar, como afirmam setores interessados economicamente no assunto, e a mídia repete acriticamente o assunto. Em alguns países a água mineral vale muito mais do que 1 litro de leite.
O planeta tem 71% de sua superfície em água (deveria chamar-se Água). O ciclo hidrológico encarrega-se de distribuir água pelo planeta afora, exceto nos desertos. O problema está na disponibilidade da água potável para abastecer populações de centros urbanos cada vez maiores, e na redução do desperdício. As fontes e rios urbanos, todos poluídos, degradam-se. Busca-se água limpa cada vez mais distante dos grandes centros urbanos.

Entretanto, cerca de 95% a até 99% do volume de águas de todos os rios chegam aos mares, onde reinicia-se o ciclo hidrológico. Estes 1% a 5% são consumidos pela humanidade nas suas diversas atividades. Fazer barragens, irrigação, hidroelétricas, não interfere no ciclo hidrológico (à exceção da piracema, em barragens hidroelétricas, o que causa um problema ambiental). A gestão da água potável, todavia, é um enorme problema da administração pública, que tem de planejar o estoque e o tratamente de água para abastecer tanta gente. A falta de água, regionalmente, também provoca imigrações e guerras, além de doenças.
Lembre-se, ou saiba que, a briga entre israelenses e palestinos, por exemplo, não é por alguma rixa ancestral, ou atávica, mas pelas águas do rio Jordão.

Energia elétrica - dentre os 3 problemas da humanidade esse é o gargalo maior, no momento e no futuro breve. Sua falta não causaria a morte imediata (ou doenças) de milhões de pessoas, da mesma forma como provocaria a falta de alimentos ou de água potável, mas causaria enormes prejuízos às atividades humanas, com o caos se estabelecendo depois de algumas horas se ela estiver ausente. Ou seja, não podemos ter uma vida de qualidade sem energia elétrica, impossibilitados, sem internet para trabalhar, e, ao mesmo tempo, de conservar alimentos, andar de avião ou de elevador, ou mesmo de metrô. Retornaríamos ao tempo das cavernas. Portanto, temos de investir na capacidade de aumentar a geração e distribuição da energia elétrica. Cada região do planeta tem restrições de algumas fontes de energia, dentre aquelas possíveis, como hidroeletricidade, eólica, solar, nuclear e a mais difundida mundo afora, a termoelétrica, movida por fósseis, seja carvão, derivados do petróleo ou gás.

No Brasil, somos privilegiados pela natureza, pois temos a energia elétrica com base em hidroelétricas, a mais barata e constante (porque pode-se estocar água), e a menos poluente. Devido a acidentes como Chernobyl e Fukushima, com vazamento de radioatividade, a energia nuclear perdeu espaço no crescimento dentre as fontes. Hoje em dia a energia nuclear financia a demonização do CO2 emitido pelas termoelétricas, como forma de garantir seu crescimento no futuro. O assassinato de reputação do CO2 está na base dos argumentos ambientalistas que o acusam, indevidamente, de ser um gás de efeito estufa (GEE), causador do aquecimento e das mudanças climáticas. Como as fontes alternativas (eólica e solar) não conseguem isoladamente suprir a demanda de energia elétrica em grandes centros urbanos consumidores, pois exigem a existência de um "Plano B" (que deve incluir outra fonte, especialmente termoelétrica), a disputa comercial fica entre nuclear, fósseis e hidroeletricidade.

Analisei o problema da energia eletrica, em profundidade, em meu livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?", detalhando interesses políticos e econômicos, pois é a causa principal da neurose ambientalista planetária, causada por interesses inconfessáveis que financiam o IPCC e as COPs, como a COP21 que aconteceu em Paris, em dezembro último.

No livro, faço ainda o registro de que a causa principal de todos os problemas sociais, econômicos, políticos e ambientais, é a superpopulação planetária.

Saiba como funciona um sistema integrado de energia elétrica
Vídeo com debate sobre a produção de energia elétrica, com análise da integração do sistema de energias renováveis, feito pelo programa "Palavras cruzadas", na TV Unicamp. Lamentavelmente, os entrevistados arranharam o assunto da energia nuclear, como fonte de energia elétrica. Como acadêmicos, debateram o problema sem nenhuma crítica sobre a estratégia do governo ou da ótica empresarial que vigora no Brasil.

A grande mídia deveria debater esses problemas, é uma de suas funções sociais, mas só o faz com o viés político, defendendo ou atacando os governos.

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7 comentários:

  1. Muito bom artigo. abraços do admirador Viacava

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  2. Richard,
    o principal problema da humanidade e' o monopolio da criacao de dinheiro, ver links. Acima disso ha' um problema metafisico. SDS Gerson
    ===
    Quite clearly, our task is predominantly metaphysical, for it is how to get all of humanity to educate itself swiftly enough to generate spontaneous social behaviors that will avoid extinction. Buckminster Fuller
    ===
    http://www.thrivemovement.com/the_movie
    https://www.youtube.com/watch?v=lEV5AFFcZ-s

    http://www.bankofengland.co.uk/publications/documents/quarterlybulletin/2014/qb14q1prereleasemoneycreation.pdf

    Margrit Kennedy - Interest and Inflation Free Money
    http://berlin.de/~roehrigw/kennedy/english/Interest-and-inflation-free-money.pdf

    http://www.lietaer.com/ CURRENCY SOLUTIONS

    http://sacred-economics.com/

    http://www.theguardian.com/sustainable-business/alternative-monetary-systems-address-economic-problems Trading without money? From community exchanges to the Swiss WIR

    THE 'NATURE' OF MONEY - SustainabilityScience.eu
    www.sustainabilityscience.eu/files/download/34

    Money and Sustainability The Missing Link
    www.clubofrome.org/cms/wp-content/uploads/2012/05/Money-and-Sustainability-the-missing-link-Executive-Summary.pdf

    https://en.wikipedia.org/wiki/Distribution_of_wealth

    https://www.opendemocracy.net/ourkingdom/dora-meade/does-money-grow-on-trees

    http://monneta.org/en/margrit-kennedy-if-money-rules-the-world-who-rules-money-2009/

    http://magazine.ouishare.net/2012/08/things-you-should-know-about-money/

    http://www.actuaries.org.uk/documents/link-between-sustainability-and-money-creation

    http://www.transitionnetwork.org/blogs/rob-hopkins/2010-05-24/interview-peter-north-author-local-money-how-make-it-happen-your Local Money: how to make it happen in your community
    http://transitionculture.org/shop/local-money-how-to-make-it-happen-in-your-community/

    http://reinventingmoney.com/

    http://princesoftheyen.com/central-bank-money-creation/
    Central Bank Money Creation

    http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1057521914001070
    Can banks individually create money out of nothing? — The theories and the empirical evidence

    How do banks create money, and why can other firms not do the same?
    An explanation for the coexistence of lending and deposit-taking☆
    Richard A. Werner University of Southampton, International Review of Financial Analysis 36 (2014) 71–77

    Creating Money out of Nothing: The History of an Idea
    Mike King, April 2012
    www.themeister.co.uk/economics/mike_king_creating_money_out_of_nothing_draft_one.pdf

    Explaining money creation by commercial banks: Five analogies for public ducation
    Ib Ravn1 [Aarhus University, Denmark] real-world economics review, issue no. 71
    http://www.paecon.net/PAEReview/issue71/Ravn71.pdf

    http://www.bloombergview.com/articles/2015-11-09/what-if-swiss-banks-tried-100-percent-reserve-banking- What If Banks Didn't Create Money?

    https://moneymyths.org.uk/episode1.html
    Episode 1 What is Money and How is it Created?

    http://www.neweconomics.org/blog/entry/money-creation-is-the-truth-finally-out
    Money creation: is the truth finally out

    http://www.theguardian.com/commentisfree/2014/mar/18/truth-money-iou-bank-of-england-austerity The truth is out: money is just an IOU, and the banks are rolling in it
    David Graeber The Bank of England's dose of honesty throws the theoretical basis for austerity out the window

    http://positivemoney.org/how-money-works/how-banks-create-money/
    How Banks Create Money

    http://positivemoney.org/how-money-works/proof-that-banks-create-money/
    The Proof That Banks Create Money

    http://positivemoney.org/how-money-works/how-did-we-end-up-here/
    How We Got Here

    http://positivemoney.org/how-money-works/advanced/
    The Technical Details (Advanced)

    http://positivemoney.org/where-does-money-come-from/
    Where Does Money Come From

    http://positivemoney.org/modernising-money/
    Modernising Money: Why Our Monetary System is Broken, and How We Fix It

    https://en.wikipedia.org/wiki/Money_creation

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    1. Gerson,
      do ponto de vista neoliberal e capitalista concordo com vc, Gerson. Na perspectiva humana, não dá pra concordar, pois não adiantaria ter todo o dinheiro do mundo se faltar comida, ou água, ou mesmo energia elétrica. Esse é o básico para o povo, dinheiro é preocupação da elite, e para o povo vem ainda a saúde, depois educação e segurança, o dinheiro é um mote perseguido pelos que apenas desejam ser felizes. A ironia é que mesmo com muito dinheiro seriam infelizes...
      Richard

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    2. Richard
      Seu pensamento esta' totalmente equivocado aqui. Primeiro nao sou neoliberal, segundo na perspectiva humana nao da para concordar com um sistema onde uma elite nao eleita controla um cassino financeiro mundial sem referencial para sustentabilidade, comunidade e qualidade de vida, incluindo os items basicos mencionados em seu artigo. Terceiro, o seu pensamento reflete um mundo de escassez ao inves de um mundo de abundancia que esta ligado 'a descentralizacao dos recursos financeiros que ultimamente controlam todos os outros interesses atualmente. Quarto, dinheiro nao deve ser preocupacao de elite e sim de todos, esse pensamento idiota so' leva a mais populismo e nenhuma solucao. E' preciso mais acesso a informacao e educacao, a banda larga em geral e rural em especial pode trazer grande impacto em todos os items considerados em seu artigo, mais que qualquer outro fator, em analogia 'as ferrovias da revolucao industrial. Finalmente, no dia de hoje qualquer um pode criar dinheiro e inovacao positiva, se nao for no seu pais sempre havera' outro pais de maos abertas. O que e' preciso e' conscientizacao e acao positiva e nao alienacao de que dinheiro e' preocupacao de elite, ora esta mesma elite e' supostamente responsavel pela falta de solucao dos problemas que vc descreve em seu artigo. Sugiro que leia novamente a quotacao do Buckminster Fuller que pus acima, bem como a que vem abaixo junto com os links de como voce proprio pode criar uma ruralcurrency para ajudar a resolver os problemas que menciona ao inves de deixa-los para a tal elite que os continua causando...
      SDS
      Gerson
      ===
      "Traditional human power structures and their reign of darkness are about to be rendered obsolete"
      Buckminster Fuller on the impact computers, computer systems and the flow of information would have on societies

      --http://bravenewcoin.com/news/uk-government-commits-10-million-to-digital-currency-research/
      UK Government Commits £10 Million to Digital Currency Research

      --http://cryptorials.io/how-anyone-can-make-their-own-digital-currency/
      How Anyone Can Make Their Own Digital Currency This is money made by the people, for the people.

      --https://startcoin.org/
      The digital currency for crowdfunding StartCOIN uses the power of crowdfunding and social media to create change

      --http://cryptorials.io/how-to-mine-cryptocurrency-for-science-gridcoin-and-foldingcoin/
      How To Mine CryptoCurrency for Science: Distributed Computing Rewards

      --https://www.cryptocoinsnews.com/bitcoin-developers-are-creating-a-new-digital-currency-called-decred/
      mechanisms and pathways for funding development work directly from the community

      --http://foldingcoin.net/
      --http://foldingcoin.net/the-coin/white-paper/
      FoldingCoin Inc.[1] looks to harness computational power used in alternative cryptocurrency blockchains to be better used for medical and scientific projects with goals of solving world problems. In doing so, FoldingCoin Inc. looks to compensate participants with cryptocurrencies built on Counterparty.

      --http://united-kingdom.taylorwessing.com/download/article_virtual_currencies.html
      --https://www.psr.org.uk/

      --https://en.wikipedia.org/wiki/Legality_of_bitcoin_by_country

      --http://www.zerohedge.com/news/2015-11-04/have-you-heard-digital-currency-thats-total-scam
      Have You Heard Of This Digital Currency That's A Total Scam? SDR, etc., are controlled by central banks

      --http://www.fastcompany.com/3025700/how-to-create-your-own-cryptocurrency
      How To Create Your Own Cryptocurrency

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  3. Belo texto. Feliz 2016 com muita água, alimentos e energia! :-)

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  4. Prezado, permita-me discordar do verbo utilizado nos três problemas. A questão não é "produzir", mas "distribuir". Na questão dos alimentos, por exemplo, temos terras suficientes para alimentar MUITO BEM toda a humanidade. Mas essas terras não estão distribuídas, estão nas mãos do agronegócio. O agronegócio é absolutamente INEFICIENTE, exige muita terra para produzir pouco alimento. A agricultura familiar, a agrofloresta e a permacultura são muito melhores. Há também a questão de escolha do tipo de alimento que iremos produzir. Atualmente, as grandes commodities dominam o mercado, pois são lucrativas. Mas será que trigo é melhor do que mandioca? Será que soja é melhor do que feijão? Recentemente tivemos notícia do australiano que produz o suficiente para seu consumo num quintal de 60 m2, usando permacultura. http://ciclovivo.com.br/noticia/australiano-transforma-espaco-de-60-m-em-fazenda-urbana/
    Sobre a questão da água e da energia, também trata-se de distribuir. Geração local de energia e coletores locais de água. Aliás, as casas do Minha Casa Minha Vida já vêm com aquecimento solar. E, no Nordeste, o programa de cisternas já atingiu a marca de UM MILHÃO de cisternas.

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  5. Locatelli,
    registrada a sua discordância, afinal, o blog é um espaço de debate.
    Continuo com a mesma opinião de antes, nos 3 problemas, não é um problema só de distribuição, além de econômico.
    A produção de orgânicos ainda é uma utopia, faltaria comida para todos, e precisaríamos de uma área de plantio ainda maior. Agora, a indústria de agrotóxicos começa agora a lançar produtos biológicos, quem sabe no futuro a situação melhora; já a produção de energia elétrica vc fala de coisas diferentes, eu falo de energia elétrica e vc fala de esquentar água (via solar) nas residências do Minha Casa, Minha Vida.

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