sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Jornalismo engajado

Richard Jakubaszko
Concedi entrevista para o Jornal da Cultura (13/8/17) sobre o tema do aquecimento e das mudanças climáticas, por conta de ser o autor do livro “CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?”. Como cético das mudanças climáticas, e por ser um suposto especialista no assunto, conforme o jornalismo da TV Cultura me informou, eu deveria contestar a opinião emitida pelo Papa Francisco divulgada no dia anterior sobre a necessidade de empresas e cidadãos do mundo tomarem iniciativas para conter o processo ambiental do aquecimento.

Procurado pela repórter Mayana Leocádio, junto com a equipe de vídeo e áudio, gravei a entrevista, durante 25 minutos, sobre várias questões que considero relevantes, e que desmentem ou colocam em xeque as afirmações do grupo de ambientalistas ligados ao IPCC (International Panel Climatic Changed), que é subordinado à ONU, e especialmente o desafio de que não existe uma única prova científica de que esteja acontecendo o tal aquecimento propalado por toda a mídia.

À noite, o Jornal da Cultura foi ao ar, demonstrando um jornalismo engajado na questão ambiental, em que deixava transparecer um objetivo paralelo, não revelado antes, de praticar um assassinato de reputação deste escritor e jornalista. Pelo menos essa é a minha "teoria conspiratória" para explicar o jornalismo distorcido feito pela TV Cultura com a referida matéria sobre clima.

A repórter, na abertura da matéria, informa mostrando seu celular que tivemos 31º Celsius de temperatura naquele dia, mesmo estando em pleno inverno. As imagens mostravam ventanias de furacões, enchentes, secas, geleiras desabando, e a repórter registrava que, mesmo assim, havia quem era cético, como este autor, e que foi mostrado folheando um exemplar do livro, e logo na sequência uma meia frase de meu longo depoimento. É evidente que eu não esperava que todos os 25 minutos fossem publicados, mas pelo menos duas ou três frases.

Dos 25 minutos de gravação de minha entrevista, utilizaram apenas uma frase, mesmo assim cortada em seu conteúdo, onde assinalei que o aquecimento e as mudanças climáticas são um prosaico milenarismo, propagado com entusiasmo exagerado pela mídia nacional, assim como foram milenarismos as campanhas de divulgação de fatos ou notícias como o clima que congelaria o planeta lá nos anos 1970 (assunto que deu quatro capas da revista Time), depois a Aids, depois a camada de Ozônio, o bug do milênio, e já neste século XXI o calendário Maia, o Ebola, as gripes suínas e avícolas, todos eventos divulgados sempre com estardalhaço pela mídia, e que em meu entender foram, todos eles, meros milenarismos.

Como o programa tem um formato diferenciado, com um âncora e dois comentaristas, estes comentaram a minha “meia frase”. Iniciou o médico da USP, Paulo Saldiva, diretor do Instituto de Estudos Avançados, dizendo que não contestaria minha posição de cético, mas destacou a seguir que fez 26 autópsias, de gente que morreu por causa da gripe suína, e que viu sangue. Depois, comentou como formam-se os vulcões, dando uma explicação simplória de como são formados, e registrou o fato de que eles sempre existiram. O outro comentarista, Gaudêncio Torquato, que é um consultor político, assinalou que um artigo que havia lido na revista Science dava conta de que entre os anos 1995 e 2000 aconteceram na bacia Atlântica mais furacões, exatamente o dobro, do que nos 24 meses anteriores. Fiz as contas, e vi que teria de ser o dobro, pois 5 anos é igual a 60 meses... A partir daí ficou clara a intenção de que fariam um assassinato de reputação deste blogueiro e escritor. Talvez pela irrelevância do comentário de Torquato, Paulo Saldiva animou-se a dar mais uma traulitada neste ingênuo escritor e jornalista, dizendo, no embalo de uma contrariedade que demonstrava fisicamente em suas expressões faciais, que eu praticava um desserviço, que isto provocaria as pessoas a desacreditarem de vacinas, e que eu não poderia negar o Ebola, pois este devastou Serra Leoa.

Ora, se o leitor assistir a entrevista, que postei abaixo, em vídeo, poderá constatar que a matéria do clima, de 4 e poucos minutos, foi um gancho para alguém do jornalismo atropelar um cético como este incauto escritor e jornalista e praticar uma desqualificação em regra, porque Paulo Saldiva, mal informado, interpretou que eu neguei o Ebola e as gripes suínas e avícolas. Não neguei, Saldiva, apenas chamei as gripes, assim como o Ebola e o aquecimento, de milenarismos, ou modismos. E frisei isso no meu depoimento, de apenas meia frase, de que vivemos essa neurose ambientalista planetária, sob a égide da comunicação e da mídia.

E dai? Daí que o Papa Francisco (neste assunto, ele é “mal assessorado”, como fala meu amigo Evaristo de Miranda, da Embrapa), sumiu da matéria, ficou só na chamada, e nem foi citado, porque ficou mais importante ao editor da matéria me colocar folheando um livro do que mostrar a opinião do Papa.

Resumindo: desconheço a razão de a TV Cultura fazer uma matéria sobre clima e cair de pau em cima de um cidadão que apenas deu sua contribuição a debates técnicos ao escrever um livro contestando a mentira do aquecimento. Estudei o assunto profundamente, nestes últimos 10 anos, e demorei 4 anos escrevendo o livro, na companhia de vários cientistas, inclusive, um deles (Odo Primavesi) ex-signatário do relatório IV do IPCC em 2007, e que pediu para que seu nome fosse retirado depois que o sumário executivo de 30 páginas desmentiu o relatório completo, de quase duas mil páginas. Dos 2.500 “cientistas” que assinaram aquele relatório do IPCC (onde constam da lista menos de 3% de climatologistas), cerca de 2.050 solicitaram a retirada de seus nomes como coautores. Destes, cerca de 50, como o Dr. Richard Lindzen, climatologista, professor emérito do MIT (Massachussets Institute Tecnology), e isso não é pouca coisa, ser professor emérito do MIT, teve de fazer cumprir essa sua exigência por intermédio da justiça americana, pois o IPCC negava-se a cumprir o pedido formal.

Os comentaristas do Jornal da Cultura desconhecem que, entre 2005 e 2017 os EUA não tiveram a “visita” de nenhum furacão, depois do Katrina, e por desconhecerem centenas de outros fatos científicos e políticos que relato em meu livro, mesmo assim, não posso perdoá-los, nem ao editor do programa que editou de forma farsesca minha fala de 25 minutos em menos de 30 segundos, e ainda assim conseguiu cortar a frase, colocando minha cabeça de bandeja para que os comentaristas cometessem seu assassinato de reputação.


Em qualquer emissora de TV séria e responsável, em outros países dariam direito de resposta ao difamado, mas aqui no Brasil, esquece, meus colegas jornalistas acham que fazem desse jornalismo engajado algo que os leve a merecer o paraíso depois que morrerem.

Mais importante que tudo, as pessoas, e os cientistas também, nesse nosso maluco mundo contemporâneo, desaprenderam a regra de ouro do debate. Pois é o debate, meus amigos, é no contraditório que as pessoas enriquecem o saber e o conhecimento. Não leram meu livro, mas são contra. Não me darão, e nem vou pedir, porque inútil, o direito de resposta. Ficou clara a intenção de apenas desqualificar alguém que pensa diferente.

Jornalistas, editores e comentaristas, acham que não têm culpa de sempre ter razão. Porque têm a convicção de que estão certos. Como nos revela um quase filósofo contemporâneo, o ex-ministro Delfim Netto, "se você tem certezas sobre o que está acontecendo, é porque você está mal informado".



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7 comentários:

  1. Algum dos dois é Climatologista ou Meteorologista? Não! Então... Zero para os comentários! Abraço.

    Ricardo Augusto Felicio

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  2. José Carlos Arruda Corazza, Belo Horizonte16 de setembro de 2017 às 00:06

    Richard,
    imaginemos, como vc fala do "jornalismo engajado", que essas emissoras de TV registram opiniões distorcidas sobre política, economia, e sobre o dia a dia das pessoas, que vergonha, não? É por isso que não assisto mais TV.
    José Carlos

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  3. Absurdo o que alguns de seus colegas fazem. Plagiando Joseph Goebbels, esses caras repetem tanto uma notícia falsa, que eles acabam acreditando que ela é verdadeira, e pior, massacram quem é contra. E pior, editam a fala de maneira covarde. Mas pelo nível do comentarista (político!?) a reportagem já perde qualquer crédito.
    Se o conheço, isto será combustível para continuar lutando.
    Abraço,
    Manfred Schmid - Curitiba

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  4. José Antonio Piedade - AEASP16 de setembro de 2017 às 09:04

    Caro Richard
    Assisti o programa da TV Cultura e também achei estranha, leiga e simplista a forma como os debatedores analisaram (?) o assunto.
    Abs
    José Antonio Piedade
    AEASP - Assoc Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo

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  5. Marília Santos Poniak16 de setembro de 2017 às 12:04

    Richard,
    como vc tem capacidade de negar o aquecimento da temperatura média de 1º grau Celsius do planeta? Como vc pode negar que 99% dos cientistas acreditam no aquecimento? Como vc pode negar que houve o Ebola, a Aids, a gripe suína, como disse o Saldiva? Quer dizer que pode liberar os desmatadores da Amazônia? Pode fazer queimadas? O mundo está derretendo e vc nega tudo isto?
    Marília Santos Poniak, Curitiba

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  6. Marília,
    não a conheço, e vc também não me conhece, estamos empatados. Mas acredite, essa temperatura média do planeta é uma ficção científica. Como se pode tirar uma média de 60ºC no deserto do Saara, com -50ºC da Sibéria? Ou da Antártida? Lembra do Wikileaks? 7 anos atrás denunciaram as falcatruas de cientistas da Universidade de East Anglia (Inglaterra), que retiraram dados de balões meteorológicos para "provar" o aquecimento. Agora em maio/17 o Escritório do Clima da Austrália também foi flagrado em fraudes semelhantes. Denunciei isso aqui no blog, em agosto, leia que vc vai entender.
    É mentira que 99% dos cientistas acreditam no aquecimento. Leia o que escrevi no post, sobre os 2.500 cientistas do IPCC, parece que vc não leu, só assistiu a entrevista na TV.
    Não neguei o Ebola, e nem a gripe suína, apenas falei que são milenarismos que a mídia aponta escandalosamente como eventos que vão exterminar o planeta ou a humanidade. Outros milenarismos se comprovaram fraudes, como o bug do milênio ou o calendário Maia, já o Ebola e a gripe suína foram reais, mas não era para escandalizar. O aquecimento não é real e já faz 30 anos que essa mentira está aí, só a mídia acredita neles.
    Não, meu ceticismo não autoriza a desmatamentos na Amazônia e nem a queimadas. O mundo não está derretendo, Marília, relaxa, toma uma cervejinha que vai ajudar... Eles só querem nos vender energia nuclear, eólica e solar, por isso acusam o CO2 do carvão de ser GEE, quando ele é o gás da vida.

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  7. Também já dei entrevista à TV meu caro Richard e eles cortam e editam da forma como bem entendem. Infelizmente isto não enriquece o debate, muito pelo contrário, empobrece-o. O fato é que a busca pelo sensacionalismo e não pela verdade dos fatos é o que tem movido as redes televisivas, o que é lamentável. É o que definiu muito bem o grande Mario Vargas Llosa: vivemos a civilização do espetáculo. Rogério Arioli Silva

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