Análise
O que o público tem neste vídeo é a última aparição em público, numa entrevista filmada em1980, de um dos maiores historiadores e pesquisadores do século XX, Antony C. Sutton, na qual ele relembra parte daquilo que pôde constatar ao longo de muitos anos como pesquisador da Hoover Institution, Stanford University (mais precisamente como Research Fellow do Hoover Institute of War, Revolution and Peace) e como autor e pesquisador independente a partir de 1975.
A entrevista que hoje o espectador tem à disposição é relativamente antiga e já está na Internet (em partes ou em formato integral, mas sem legendas) há uns treze anos, salvo engano. Como nota adicional, acrescento que já vinha analisando a tese de que as eleições presidenciais americanas, bem com a escolha de líderes democráticos em outros países, acima de certo patamar, eram e são um jogo de cartas marcadas. Ou, em outras palavras: as disputas existem, as correntes políticas de fato se opõem, os eleitores votam naqueles candidatos que mais lhes agradam ou convencem, mas há outro poder, maior e quase invisível que há muito vem determinando quem transitoriamente ocupa os cargos ditos “de poder”. Usando de uma imagem um tanto tosca, é como se aos presidenciáveis americanos, antes ou depois de eleitos, fosse apresentada a dura realidade: “OK. Você venceu, mas você manda e faz até onde não nos atrapalhar, entendido?”.
Também é possível que a escolha dos candidatos já passe por esse crivo invisível aos olhos do público. Esse poder consiste numa elite mundial, originalmente anglo-americana ou até anterior, com pretensões dinásticas, que pouco se importa com as ideologias citadas de início: essas seriam meros instrumentos de manipulação segundo a dialética hegeliana. Muitos políticos, intelectuais de segunda linha, “celebridades”, e as sociedades em geral, não são os verdadeiros agentes, não totalmente. Antony Sutton confirma essa tese, ou por outra, ele já a tinha comprovado, mas foi parcialmente silenciado. Assim, quem de fato age é a estrutura montada por essa elite de banqueiros internacionais que alguns chamam de “governo mundial”, “governança mundial”, “nova ordem mundial”, “comunidade internacional” e, mais recentemente, o "ambientalismo".
São os mesmos agentes, as mesmas fundações, os mesmos banqueiros internacionais (ou seus descendentes) Mas que o espectador não tome “banqueiros” como um libelo contra o capitalismo, pois essa elite o considera útil até certo ponto. Capitalismo de verdade implica riscos, competição, confiança e liberdade genuína (não custa lembrar: dar crédito = credere = confiar), e aquilo que é menos desejado por essa elite (que inclui próceres da esquerda) são riscos.
Na verdade, a única ideologia desse grupo antigo e renovável por cooptação e recrutamento é também a criação de um mundo novo, um mundo com cerca de 1,2 bilhão de habitantes (somos hoje mais de 7,4 bilhões...). E se falo das eleições americanas com mais ênfase é por dois motivos:
1 - É delas que Sutton trata;
2- Os Estados Unidos foram e são o primeiro e maior alvo de todas as grandes experiências de engenharia social desde o início do século XX até hoje. É preciso primeiro controlar e mudar o mais forte.
A entrevista de Antony Sutton revela um pouco das pressões e perseguições que sofreu por conta de suas pesquisas e livros. Sua vida profissional foi praticamente destruída: foi um homem que pagou um alto preço por dizer verdades. Para mais detalhes de sua notável biografia, acesse http://www.reformation.org/antony-sutton-bio.htmlp://www.antonysutton.com/sutton-memorial/index.html e http://www.antonysutton.com/
Finalizando esta introdução, faço uma sugestão e um pedido ao público:
1. Não tome a entrevista como se essa fosse “A” Pedra da Roseta; na medida do possível, busque mais informações nos livros citados na bibliografia (indicada no final este texto) e as compare com a “história” contada alhures;
2. Há três ou quatro lacunas “(?)”. Se o ouvinte com ouvido mais apurado conseguir confirmar os nomes (com as devidas referências), agradeço desde já.
***
Entrevista de Antony Sutton a Stanley Monteith, 1980: “Wall Street and the Rise of Hitler”
Transcrição e tradução: Henrique Paul Dmyterko *. Engº Mecânico pela UFPR, 1987. Tradutor e escritor
Vídeo original: http://video.google.com/videoplay?docid=6987303668075230852#docid=6244851259954264539
Entrevistador: Dr. Stanley Monteith, Radio Liberty.
Bibliografia de Antony Cyril Sutton:
• Western Technology and Soviet Economic Development: 1917-1930 (1968)
• Western Technology and Soviet Economic Development: 1930-1945 (1971)
• Western Technology and Soviet Economic Development: 1945-1965 (1973)
• National Suicide: Military Aid to the Soviet Union (1973)
• What Is Libertarianism? (1973)
• Wall Street and the Bolshevik Revolution (1974, 1999)
• Wall Street and the Rise of Hitler (1976, 1999)
• Wall Street and FDR (1976, 1999)
• The War on Gold: How to Profit from the Gold Crisis (1977)
• Energy: The Created Crisis (1979)
• The Diamond Connection: A manual for investors (1979)
• Trilaterals Over Washington - Volume I (1979; with Patrick M. Wood)
• Trilaterals Over Washington - Volume II (1980; with Patrick M. Wood)
• Gold vs Paper: A cartoon history of inflation (1981)
• Investing in Platinum Metals (1982)
• Technological Treason: A catalog of U.S. firms with Soviet contracts, 1917-1982 (1982)
• America's Secret Establishment: An Introduction to the Order of Skull & Bones (1983, 1986, 2002)) How the Order Creates War and Revolution (1985)
• (How the Order Controls Education (1985)
• The Best Enemy Money Can Buy (1986)
• The Two Faces of George Bush (1988)
• The Federal Reserve Conspiracy (1995)
• Trilaterals Over America (1995))
• Cold Fusion: Secret Energy Revolution (1997)
Leituras recomendadas (outros autores):
1. Carroll Quigley, Tragedy & Hope, https://www.amazon.com/Tragedy-Hope-History-World-Time/dp/094500110X/ref=sr_1_1?ie=UTF8&s=books&qid=1279011344&sr=1-1 The McMillan Company, Nova York, 1966 (Quigley foi um professor e estudioso respeitado, sinceramente favorável à ideia de uma “nova ordem”, ou segundo ele mesmo, de “uma diversidade inclusiva”. Ao que parece, falou demais nesse seu livro [1.348 páginas], que logo sumiu de circulação e que só foi reeditado em 1975 (?) pela obscura GSG & Associates. Quigley foi professor de Bill Clinton, que fez questão de homenageá-lo em seu discurso de posse (1º mandato).
2. Carroll Quigley, The Anglo-American Establishment,1981 https://www.amazon.com/Anglo-American-Establishment-Quigley-Carroll/dp/0945001010/ref=sr_1_3?ie=UTF8&s=books&qid=1279011710&sr=1-3
3. Modris Eksteins, Rites of Spring, 1989 https://www.amazon.com/Rites-Spring-Great-Birth-Modern/dp/0395937582/ref=sr_1_1?ie=UTF8&s=books&qid=1279011941&sr=1-1
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