quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Rita Lee: Envelhecer é uma merda e é maravilhoso...

Richard Jakubaszko 

Passam-se os anos e Rita Lee continua nos divertindo, alguém aí salve nossa rainha do rock... 



 

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terça-feira, 29 de setembro de 2020

Covid-19, Agricultura e "Agrotóxicos"

Luiz L. Foloni

A pandemia da SARS-Cov 2, ou Covid-19, impôs ao mundo uma quarentena e mudanças de hábitos sem precedentes. A velocidade de contaminação e o número de mortes advindos dessa gripe fizeram as pessoas, praticamente do mundo inteiro, alterar seus hábitos de convivência, de relacionamento familiar e interpessoal, de educação, de trabalho, de compras e de viagens, obrigando-as a ficar confinadas em casa para minimizar os riscos de contágio. Até as compras de itens básicos de alimentação sofreram um impacto inicial, pelo medo das pessoas de irem às compras e se infectarem.

Foi veiculado, em um primeiro momento, em função desta demanda atípica, que haveria desabastecimento nas gôndolas dos supermercados, fato que ocorreu em pequena escala, mas não por falta de produtos agrícolas, mas em função de logística de abastecimento, rapidamente corrigida.

A produção nacional de produtos agrícolas e a indústria de processamento a ela ligada nunca foram tão pródigas. O agricultor, diferentemente da população urbana, não ficou de quarentena, aliás, nem poderiam, pois nas propriedades rurais é preciso seguir o calendário do clima, das plantas e dos animais. Tem o tempo de plantar, de cuidar e de colher. Ainda, o de tratar dos animais, de tirar o leite, do abate e de processar as carnes. Tudo em seu tempo.

Nesse quesito, os agricultores não poderiam mudar sua rotina e não ficaram confinados. Continuaram produzindo e gerando alimentos, tanto em qualidade como em quantidade, para abastecer a população daqui e o excedente para exportação. O agro mostrou uma força pujante durante este tempo todo, pois, enquanto todos os outros setores praticamente pararam e, consequentemente, mostraram um desempenho negativo no PIB, a força do agro continuou com seu desempenho positivo e crescente. A FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentos e Agricultura) relatou que um país é autossuficiente quando produz 250 kg de alimentos por ano/habitante. O Brasil produz mais de 1000 kg, o que gera esse excedente exportável.

Diferentemente do veiculado na imprensa internacional, os agricultores, na sua grande maioria, não usam o bioma Amazônico, derrubando florestas, para a produção de grãos. Esta análise é feita por institutos brasileiros renomados como a EMBRAPA, que em mapeamentos por satélites, mostram que o Brasil usa menos de 10% de sua área territorial em atividades agrícolas e em torno de 20% para a pecuária. Em contrapartida mais de 66% do território está preservado em florestas. Nenhum país do mundo tem tanta área preservada. O paradoxo é que ao invés de ser reconhecido por manter mais da metade do seu território com vegetação florestal nativa, ele é severamente criticado por aqueles que já desflorestaram os seus países no passado.

O Brasil possui uma agricultura dinâmica, que utiliza tecnologia de ponta. Dentre os 65 a 70 milhões de hectares plantados para produzir grãos, 32 milhões são no sistema de plantio direto, e mais uma parte de cerca de nove milhões com cana-de-açúcar, onde não se utiliza o preparo do solo. A área é limpa com herbicidas, e, a seguir, a semeadura é feita por máquinas que depositam a semente diretamente no solo. Este processo permite que na região sul, parte da sudeste e sul do centro-oeste, possam ser feitas até três culturas por ano na mesma área, chamadas de cultura de verão, de segunda safra (ou safrinha) e de inverno. Nas outras regiões são possíveis as safras de verão e safrinha. A título de exemplo, o Brasil produz mais milho de safrinha (nas mesmas áreas onde foi cultivada a soja), que na própria safra de verão. Esta tecnologia é altamente eficiente, pois permite usar o solo plenamente, contribuindo para o aumento de produtividade por unidade de área. A tecnologia do plantio direto é utilizada em outros países, mas não de forma tão eficiente quanto aqui, pois lá existe um inverno rigoroso com neve, que impossibilita tal rotação.

E tem mais: este sistema, por não revolver o solo e estar permanentemente coberto com cultura ou pelos resíduos da cultura anterior, sequestra o CO² do ar (gás do efeito estufa), armazenando-o no solo. Portanto, mais da metade da área brasileira utilizada para cultivo, utiliza desse processo conservacionista. Assim, conquanto se utilizem os agrotóxicos, pratica-se uma agricultura sustentável. Os dados estatísticos mostram que a produtividade brasileira ao longo dos últimos anos aumentou não somente por incorporação de novas áreas, mas, significativamente, por unidade de área plantada. Estes dados de produtividade são de dar inveja a qualquer país. Daí o ataque ao nosso agro, que utiliza produtos fitossanitários demais, que está derrubando a floresta para implantar o agro. Na verdade, estamos incomodando os países desenvolvidos, pois até 1970 éramos importadores de alimentos. Assim, tornamo-nos um competidor eficiente no uso da terra, produzindo mais em menos, por um custo acessível.

Para manter as lavouras livres de pragas, doenças e plantas daninhas, existe a necessidade de se utilizar agentes químicos e biológicos, além de um manejo racional destas pragas (MIP – Manejo Integrado de Pragas), objetivando colher o produto final em condições de ir ao mercado. O produtor tem que cuidar da cultura implantada, da melhor forma possível, assim faz os tratamentos preventivos e/ou curativos, conforme eles ocorrem. Aí surge a necessidade de se utilizarem os tais "agrotóxicos" (na verdade produtos fitossanitários, que buscam eliminar aquelas pragas). Estas ferramentas são eficazes se utilizadas de acordo com as recomendações. Assim como os remédios para o ser humano, se usados de forma errada, podem causar a morte, na agricultura, os alimentos podem levar resíduos para o consumidor final.

E por que comparar a agricultura com a Covid-19?
Bem, a imprensa tem relatado diariamente que a solução para acabar com o medo da população será a existência de uma vacina eficaz para imunizar a todos. Tem mostrado também a notável força dos cientistas na busca incessante dessa vacina, nos países com recursos técnicos e financeiros. Não se encontra uma vacina pronta em qualquer esquina. Depende de tempo, muito tempo, utilizando todo o conhecimento científico, para o seu desenvolvimento, de forma eficaz e segura. E, após consegui-la, tem ainda as fases de testes em laboratório, em cobaias e finalmente em humanos. O desenvolvimento é longo, custoso, avaliado por muitos pesquisadores, em várias instituições.

Para os agrotóxicos o caminho é exatamente o mesmo: necessita-se de cientistas para descobrir e muito tempo para avaliar sua eficiência, a segurança para o ser humano e o ambiente e o nível de resíduo que possa ter na alimentação. Assim, os protocolos de estudo são submetidos da mesma forma às agências reguladoras e, somente após rigorosa análise, que leva vários anos, é que o novo produto é lançado no mercado. Após o lançamento, estudos continuam a ser realizados nos centros de pesquisas e nas universidades. Todos buscam a máxima segurança; a ciência não para. Assim como o médico prescreve uma receita com a medicação, os agrotóxicos são vendidos somente com receita agronômica, emitida por um engenheiro agrônomo.

Portanto, se tem alimento disponível na gôndola do supermercado, agradeça ao agricultor a disponibilidade do alimento para o seu consumo, mesmo em tempos de Pandemia.

* o autor é membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS), engenheiro agrônomo pela UNESP e doutor em Agronomia (Solos e Nutrição de Plantas) pela USP

 

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Brasil e Império Romano, a história se repete...

Richard Jakubaszko  

Enviado pelo jornalista Delfino Araújo, jornalista lá da DBO, sempre atento e sensível aos movimentos sociais que afligem o povo, o meme abaixo reflete a repetição da história, neste caso entre o Brasil contemporâneo e a Roma de Nero quando estava sendo incendiada enquanto o imperador romano tocava sua lira, e culpava os católicos pelo incidente.





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sábado, 26 de setembro de 2020

Aprosoja pede desligamento da Abag

Richard Jakubaszko
Rompimento ocorreu por divergências das ações necessárias para combater o desmatamento *

A Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil) enviou nesta sexta-feira (25/9), uma carta à Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), pedindo desligamento da entidade. Com o rompimento, o presidente da Aprosoja Brasil, Bartolomeu Braz Pereira, participante do Conselho Diretor da Abag, renuncia ao cargo.

A fervura entre as duas entidades ganhou escala depois que a Abag decidiu compor o grupo de entidades e empresas que, junto à Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, listou um conjunto de sugestões para diminuir o desmatamento na Amazônia Legal. O manifesto foi entregue ao presidente Bolsonaro. Braz tem posicionado essa ação como “politicagem”.

A decisão do rompimento ocorreu em uma assembleia extraordinária, realizada nesta quarta-feira (23/9), e foi por unanimidade das 16 entidades estaduais que formam a Aprosoja. De acordo com a nota divulgada, a “decisão se deu em razão de entendimento de não mais serem convergentes os interesses da Aprosoja Brasil e esta entidade [Abag]”.

* Publicado originalmente no Portal DBO: https://www.portaldbo.com.br/aprosoja-pede-desligamento-da-associacao-brasileira-do-agronegocio/

NOTA DO BLOGUEIRO:
Entendo que seria uma questão de tempo, até mesmo inevitável, esse desenlace entre entidades associativas representativas dos produtores rurais, como a Aprosoja, e a entidade que representa os interesses das indústrias de insumos, como a Abag, que sanciona as sugestões da
Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura ao governo de Jair Bolsonaro, em razão do conflito. Acompanho com minúcias os conflitos desses interesses desde a questão da moratória da soja, lançada em 2006, e sempre me posicionei contrário à ela. Nunca entendi e tampouco aceitei a posição inicial da Aprosoja de aderir à moratória, pois os prejuízos dos produtores rurais estabelecidos na chamada região da Amazônia Legal eram evidentes, mesmo que estivessem com áreas de plantio e criação no bioma do Cerrado, como ocorre no leste, no sul e sudeste do Mato Grosso.

Registrei essa posição de meu entendimento no livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?". A moratória da soja, uma decisão política posicionada pelo "politicamente correto", liderada pela Abiove, tinha como coautores a Abag e a própria Aprosoja. Os desmatamentos, e as queimadas, que se processam em áreas do bioma amazônico, entretanto, revelaram o conflito de interesses entre os associados da Aprosoja e da Abag, diante da evidente incompatibilidade das objetivas ações propostas pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, da qual a Abag é signatária. Diante disso ocorre o desenlace associativo, e os produtores rurais agora ficam sem o apoio dos seus parceiros fornecedores de insumos. Os dois lados perdem, porque se subdividem e tornam-se ainda mais minoritários.

Há males que vêm para o bem. Espero que a problemática dos desmatamentos e das queimadas seja discutida com objetividade e clareza a partir desse novo cenário. Continuar com posicionamentos suicidas, como tem sido feito pelos produtores rurais e pelas indústrias de insumos é perverso para todos, pois a mídia comanda o espetáculo com maestria, aplaudida por ONGs e interesses diversos inconfessáveis de governos estrangeiros, sejam de natureza política, econômica ou geopolítica, além da ambiental, monitorada pelo IPCC, na sórdida e criminosa campanha ambientalista, ancorada nas mudanças climáticas que antecedem o aquecimento definitivo do planeta, pré status do início do fim do mundo.

Como já me posicionei anteriormente, em diversas oportunidades (https://richardjakubaszko.blogspot.com/search?q=carta+aberta+a+macron ), aqui neste blog, e no livro, para acabar - ou reduzir substancialmente - com os desmatamentos ilegais bastaria exercer rígida fiscalização nas exportações de madeiras originárias da Amazônia, ou até mesmo a sua quase total proibição. As queimadas cairiam na mesma proporção. Porque ninguém queima árvores nos incêndios, chamados ironicamente pela mídia como queimadas. As queimadas ocorrem em áreas desmatadas, ilegais ou legais. Mas a emoção e o calor das discussões são levadas a um clímax emocional digno de uma prosopopeia grega, que antevê o fim da Amazônia.

Que fique claro que não sou a favor da motosserra, pois sou ambientalista, apenas não uso carteirinha. Todos os participantes desse imbróglio, ONGs, Aprosoja, Abag, Abiove, governo brasileiro, Ibama, ONU/IPCC, governos estrangeiros, ambientalistas, cometem erros grosseiros nas suas ações e propostas, posicionamentos que nunca levarão a um consenso e, especialmente, não trarão soluções para os problemas existentes.

A Amazônia não vai sumir do mapa, os desmatamentos e queimadas são consequências de processos evidentes diante da população de mais de 20 milhões de pessoas que a habitam e que lá sobrevivem com imensas dificuldades, especialmente indígenas e ribeirinhos. Refletem, sobretudo, os resultados perversos das atividades da superpopulação planetária, hoje com cerca de 7,5 bilhões de bocas que precisam de alimentos baratos. Não há mais como conter essa caminhada rumo ao precipício derradeiro da humanidade. Entendamos, em definitivo, que a superpopulação humana é a causa principal de todos os conflitos ambientais, políticos, sociais e econômicos, a que assistimos. Sem discutir e resolver essa questão básica, todos os demais problemas somente vão crescer e se agravar.

 


sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Vem aí a bateria nuclear 'eterna': carregar celular será coisa do passado?

Luís Amorim *

A bateria usa energia nuclear que emite menos radiação que o corpo humano, garante a empresa desenvolvedora, tornando a tecnologia não só muito útil como segura.

A empresa norte-americana NDB afirma ter criado uma bateria que funciona por um período de entre dez anos até 28 mil anos sem precisar ser carregada. Segundo especialistas, as baterias de nanodiamante atuam como pequenos geradores de energia nuclear.

A bateria "nuclear" é um núcleo radioativo de resíduos nucleares reciclados, uma fonte isotópica, que é revestida com diamante sintético. Os isótopos interagem uns com os outros e isto converte a energia em corrente elétrica.

"A NDB tem o potencial de resolver a grande questão global das emissões de carbono de uma só vez, sem os caros projetos de infraestrutura, custos de transporte de energia ou impactos ambientais negativos associados a soluções alternativas, como a captura de carbono em usinas elétricas a combustível fóssil, usinas hidrelétricas, turbinas ou usinas nucleares".

Uma vez que uma substância radioativa pode existir durante vários milhares de anos antes de desaparecer, a vida útil desta bateria excederia todos os tempos de funcionamento possíveis do equipamento.

Os cientistas afirmam que essas fontes são inofensivas para os seres humanos e para o meio ambiente. Os níveis de radiação desta bateria serão menores que os níveis de radiação produzidos pelo próprio corpo humano.

De acordo com a NDB, a tecnologia tornará possível criar um produto de qualquer forma ou padrão, de baterias AA mais comuns até carros elétricos.

Os representantes da empresa garantem ao portal New Atlas que seu produto terá um preço, em alguns casos, mais barato do que o das baterias de lítio existentes, devido aos fornecedores de resíduos nucleares pagarem mais à NDB pela coleta de seus materiais perigosos usados.

Segundo dr. John Shawe-Taylor, cátedra da UNESCO e professor da University College de Londres, Reino Unido, a tecnologia pode trazer grandes mudanças ao mercado mundial.

É estimado que uma versão comercial de baixa potência chegará ao mercado em menos de dois anos, e a versão de alta potência tem o seu lançamento planejado em 2025.

* o autor é colaborador deste blog, reside em Lisboa, Portugal.

 

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

A fantástica história do homem que encarnou num tigre

Daniel Macedo
 
A fantástica história do homem que encarnou num tigre e da mulher que encarnou numa pavoa, como eles se encontraram e se amaram novamente.

ESPIRITISMO
Se você entrou no assunto porque o título chamou a sua atenção, veja a história vista por outro ângulo, outra perspectiva.

O Espiritismo não é uma religião, mas como afirma o seu fundador Allan Kardec, uma doutrina filosófica. Doutrina que tem por base de discussão a descoberta da verdade através da razão. Allan Kardec fez questão de declarar que se a ciência mudasse algo, os espiritas deveriam acompanhá-la. Por que acompanhar a ciência? É simples. A discussão em torno de como começou a vida, quem somos, para onde vamos é um exercício intelectual metafísico. São cogitações da mente curiosa e a maioria destas cogitações são entretidas por lendas antigas, várias fantásticas, crenças diversas.

Os cientistas também cogitam, também fazem especulações fantásticas. Leibniz, que inventou o cálculo infinitesimal no século dezessete, imaginou que se Deus fosse infinito então toda a criação deveria ser compostas por partículas infinitesimais e então ele inventou o cálculo que revolucionou toda a matemática. Sem ele não seria possível inventarmos as máquinas que inventamos, inclusive as que nos curam nos hospitais.

A diferença é que a partir de uma cogitação intelectual fantástica, ele raciocinou e chegou a um resultado prático aplicável racionalmente em todas as atividades humanas. Ou seja, a ciência pode cogitar, mas somente é validado, se torna verdade, o que for realizável e comprovável na prática. E ainda assim a ciência muda o que foi comprovado anteriormente sempre que surgir algo que traga outra explicação para os fatos. A ciência é flexível, evolui.

A metafísica cogita e não prova nada, não é fisicamente aplicável, não é prática. E para complicar, os pensadores metafísicos, religiosos todos eles, quando se convencem de suas teorias, de suas cogitações, acham que são a mais pura expressão da verdade e congelam a “verdade” que descobriram.

A maioria dos espíritas não compreende a ciência por não saber do que ela se constitui. E não sabendo acham que fazem ciência quando na verdade estão fazendo cogitações metafisicas.

O espiritismo de Kardec também utiliza a metafísica para cogitar sobre Deus, o Universo, o que somos e para onde vamos, pois foi escrito a quase dois séculos atrás. Todavia, confronta suas cogitações metafisicas com o pensamento científico, com o método de investigação científico. E é isto, o método, que permite aos espíritas discutirem os temas espirituais à luz da razão.

No campo da moral, o espiritismo se declara cristão e se considera a terceira revelação. A primeira foi a de Moisés, a segunda a de Cristo e a terceira é a revelação através dos espíritos cristãos que retornam para divulgar a mensagem original da Boa Nova no século dezenove e é óbvio que utilizam a linguagem do referido século e não a de hoje. Portanto, precisa ser lida tendo em conta as mudanças sociais, políticas, de costumes e as científicas. Não pode ser lido e interpretado como se estivéssemos na metade do século dezenove.

Cristo, assim como os apóstolos e milhares de seguidores de Jesus foram perseguidos e assassinados. E não foram porque discutiram filosofia e metafísica, mas porque defenderam a liberdade, a justiça e a igualdade entre os homens, colocaram-se contra a exploração humana, contra a escravidão, combateram os preconceitos e os poderosos que mantinham o povo enganado e oprimido. Portanto, o cristianismo é uma causa, uma luta prática e não um balde de cogitações metafísicas e de lendas, de histórias fantásticas e melosas contadas nos romances de falsos cristãos que se dizem Kardecistas.

Para completar, veja o que Kardec escreveu sobre religião e espiritismo

O meu Templo é o Universo
“O espírita e cristão educado não precisa de nenhum rito, de nenhum culto externo, de nenhuma religião. Seu templo é o universo, cujas inúmeras estrelas são outros tantos altares, de onde são elevadas as preces de toda a humanidade para a inteligência criadora. Seu culto é o estudo da criação, o cumprimento dos deveres para consigo mesmo e para com seus semelhantes e com isso ele satisfaz os deveres que a Deus se referem. Suas missas e suas orações são a prática de todas as virtudes e da caridade em especial por ser o resumo de todas as outras, sendo bom dentro da sociedade, bom dentro da família, bom e honesto sempre em toda a parte e amando todos os homens como irmãos é como o Espiritismo estabelece seu culto”.
Allan Kardec
 
 
 
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terça-feira, 22 de setembro de 2020

Em Cilíbrium ed tamus paradoxos

Carlos Eduardo Florence *

Cilíbrium, realmente confirmada por estimativas não confiáveis, mas contraditos com dados corretos indiscutíveis, embora não seja sintoma antropofágico ou substância inexata, mas se afigura detectável claramente sem garantia alguma de sua realidade, tanto que se discute a confirmação, se existe, existiu ou existirá. Opera com ou sem desequilíbrio racionalista mitológico para achar o ponto de equilíbrio perfeito do desajuste, determinado sem referência, inseguro quando sob a égide de estabilidade instável eternamente fixa. Memórias ancestrais, consideram alguns, Cilíbrium é sintaxe do cérebro em movimento parado a passos moderados de fuga desesperada, antagônico a si e totalmente seguro no imponderável. Indefinido ou não, conflitivo talvez, mas emocionalmente imutável, com dúvida absoluta nas suas certezas, embora com forte probabilidade de não ter se feito existir como se auto pretendia e sem saber se intentara-se ser ou não ser. Com absoluta exatidão e incerteza corretas reciprocas tudo que temos está claro sem definir para podermos continuar a seguir sem nos movermos. A esquerda de Cilíbrium decodifica mensagens para se tornarem incompreensíveis e a direita as entende antes de não as devolver afim de não serem aproveitadas como o são com completo sucesso sem realização. Sem esta ação, a lógica racional não se metamorfoseia em absurdo e o incompreensível não se transmuda ao encobrir a clareza para dar sentido ao cogito.

Mesmo deixando marcas indeléveis entre o enorme diminuto espaço inexistente, inerente à concretude da existência do nada e a indiscutível inconsistência do real, Cilíbrium enlouquece de forma sã. Ali em Cilíbrium, onde se insubordinam as metáforas e as alamedas gorjeiam fora de época, os pensamentos se despregam da imaginação para brincarem de libélulas e as desilusões são de aquários, pois se desentenderam com a quinta de Beethoven. Neste recanto o ser se faz esconder em ser, por ser e em ser comprovadamente por não ser quando é e sendo ser quando não é. Cilíbrium habita o humano, tanto que descuida cautelosamente em se realizar como amor sem afeto, chantagem com honestidade, navega com tranquilidade da orgulho humilde e usa lixo descartável para irritar o vizinho. Não é por sermos cilibriuminos que teremos condições de saber se somos, vivemos, usamos, estamos ou sofremos Cilibrium.

A escola dos arruados e nas corruptelas, mundo das simplórias e desassossegadas tranquilidades exibidas, denomina este emocional-país-estado-sapiens, dos cilibriuminos, como comezinha cabeça, arrisca nomeá-la de ideia ou extrapola para pensamento, põe uma virgula e vira cachola, concorda de ser mente, quando sofistica e por aí descarece parando de sondagens por necessitar. Sem nenhuma discrepância, salvo opiniões sobre sabores das cores ou aroma dos tatos, a passividade é intoleravelmente agressiva e oscila parada neste segmento. Na borda oposta do mesmo lado, acadêmica, as teorias ontológicas, científicas, filosóficas, poéticas, religiosas, tantas demais e outras, discordam alegremente iradas com as desordens mais regulares possíveis, humilhando Cilíbrium de forma gentil e gloriosa de cogito, consciente, cérebro, alma, inconsciente, talento, razão, espírito, emoção, consciência e chega, pois não para de não parar. As teorias todas concordam dialeticamente que Cilíbrium encanta pelo desapontamento ao se afinar na desarmonia. É como o cérebro se deprime euforicamente para conseguir ser em não sendo na pavorosa beleza da mudança imóvel que acelera de forma celebrumicamente incorreta com perfeição obscura.

Existência histórica grafada em aramaico, colhida entre estoicos, filhas de Ogunxãpé, engraxates e dos sefarditas registra que Cilibrium não acompanhou, mas perseguiu o ser homem, infernizando a alegria de agredir pacificamente a sua ordem desorganizada sociológica, política e econômica, agredindo as pazes do conflito, seus raciocínios emocionais, desde que o sapiens homo foi se auto inventando, criado pelo sobrenatural, aparentemente no desconhecido do imaginário da natureza mãe que se transforma estacionada, talvez parido em fogo muito forte apagado por Comampari Grande ou brotou espontâneo no recanto paradoxal do azul, já ai nos arrabaldes românticos dos latifúndios poéticos do inexplicável, porém elucidado.

Intuitiva, mas empiricamente não comprovada cientificamente, não há a menor possibilidade de comprovar sua materialidade, pois não paira dúvida da efetividade espiritual, embora seja concreta e sólida sua existência duvidosa, que é fartamente confirmada sem comprovação. Cilíbrium se localiza exatamente onde não está e se situa sempre fora de onde se encontra. Captá-lo é tão fácil como impossível, basta procurar onde não está para acha-lo, pois ele estará aonde não se encontra. É assim que a nossa mente cilibriumínica não enxerga o objeto que estamos vendo permitindo assim revelá-lo em todo o seu momento que desaparece. A gangorra de cima sobe e a de baixo está na hora de fazer xixi. Não é efeito de semântica, mas em Cilíbrium o desconhecido é aparente e a escala dodecafônica só é escutada por quem é surdo.

O comportamento constante da região se fixa no transitório. É lindo este horror do conhecimento dessabido que enevoa as planícies montanhosas dos ventos parados que cavalgam a intranquilidade das pazes sanguinárias tranquilas de Cilibrium. No entanto, tridimensionalmente, sem clareza, mas indiscutível, queiramos ou não, nestas distantes proximidades se desacomodam sossegadamente a subjetividade objetiva, ódio afetivo, açafrão esquizofrênico, édipo natalino, inundação da seca, escargot freudiano, a última ceia inacabada, as demais racionalidades irracionais, incluindo todas as racionalizações do corpo da inexistência existencial.

Filosoficamente se filia Cibrílium à síntese perfeita das escolas materialista cigana com a cabala marxista. Resta confirmar a indispensabilidade deste estado emocional racionalista, pois sabe-se de antemão que é completamente inútil tanto como indispensável em meados do outono quando as jabuticabas brincam de joãozinho-e-maria e as mulheres gordas têm de pensar em como descer para o mais alto das árvores para engordarem até emagrecerem para viverem mortas. Esperamos ter chegado a uma inconclusão final do início, claramente enigmática, sem objetivo específico, e sobre o qual sequer possam pairar dúvidas inacabadas.

Cilíbrium tem o dom de vir a cirandar as mentes nas noites de afago entre Zodíaco e o eufemismo pelos quinhões dos ventos dos imaginários das Lagoas de Cainhanã para quem nunca conversou com Cunhabateê na Roda de Capoeira de Alpequinha e não sabe o que é ser objeto da alegria de escárnio, malícia ingênua, bulling saboroso ou perjuro sincero. Cilíbrium adentra pela parte inacessível, facilmente penetrável com resistência via o a rota sem caminho mais frágil intransponível da moleza intransponível da mente atenciosamente distraída e tem o dom de reverter desde o dessabor da paz da tormenta alegre até o vazio preenchido do raciocínio ilógico brilhante. Os Camafeus de Alcodon se comprazem em subir ao mais alto ponto de onde não descem para então atingirem as maiores alturas mínimas de Cibrílium.

Não se sabe se habitamos Cilíbrium ou Cilíbrium nos habita. A única certeza absoluta que transcorre parada em Cilíbrium é a garantia total de que a incerteza é a convicção mais certa, mas com todas as dúvidas. Acordamos em alfa, a frieira da orelha esquerda que tropicara sobre o nada irregular e ondulado plano sentiu vontade de ir à missa ou a luta de classe.

O cachorro miou para esclarecer detalhes sobre psicanálise ou o se o amendoim poderia ser prejudicial ao bem estar para se gratificar em sentir mal. Não houve mais nenhuma confusão ou tranquilidade, pois Cilíbrium expos com sua calma atabalhoada usual que a dentadura do estomago da defunta fora doada a instituição de aprendizagem para as crianças desprotegidas prestes a serem recuperadas para o tráfego de drogas do Padre Armaco.

Seria muito bem um treze de setembro honestamente larápio se a nuvem que passou mais cedo pedindo para todos gritarem calados - Silêncio ou Caramba – não tivesse descido ao subir pelo conhecido sem clareza de Cilíbrium, destroçando deliciosamente o meu cérebro apavorado na tranquilidade. Não deveria ter acordado para escutar o barulho da mudez ensurdecedora do pensar neste amanhecer que ocorrerá amanhã na noite de ontem.

* o autor é economista, blogueiro, escrevinhador, e diretor-executivo da AMA – Associação dos Misturadores de Adubos.

Publicado em http://carloseduardoflorence.blogspot.com/2020/09/cilibrium-ed-tamus-paradoxos.html

 

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segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Nesta terça, a beleza do Equinócio

Evaristo de Miranda *

Quatro vezes por ano, eu compartilho com vocês uma reiterada reflexão sobre cada um de quatro momentos cósmicos: os dois solstícios e os dois equinócios. São marcos incontornáveis no tempo, cada vez menos visíveis para quem vive nas cidades. Eles seguem presentes na vida do homem do campo, observador das estrelas. Eles fazem a “marcação do sol” no horizonte, no nascente e no poente.

Nesta terça, é dia de Equinócio. Faça chuva ou sol, o dia durará exatamente 12 horas. E a noite também. Assim será no Brasil, na Europa, na Austrália, na China, no Canadá e no Polo Sul. Em todo o planeta. Equinócio vem do latim “aequinoctĭu”, a igualdade dos dias e das noites. Equi = igual. Todo dia, o sol nasce a Leste e se põe a Oeste. Sobre o Equinócio, me disse minha filha Iris, na ocasião com 11 anos: - Pai, hoje o sol nasce “no” Leste. Exatamente “no ponto cardeal Leste”. E se porá precisamente no ponto cardeal Oeste. Aproveitem para calibrar as bússolas!

Deslocando-se em direção ao Sul, neste dia do Equinócio, o sol percorre (ou traça), a pino, a linha do Equador. Os postes não têm sombra ao meio dia na região equatorial, como em Macapá. Ali será possível ver o disco solar no fundo de um poço, ao meio dia, algo impossível em Santa Catarina ou no Rio Grande do Sul, onde ele nunca fica a pino. A partir de quarta-feira, o sol traçará seu curso em direção ao Sul até o dia do solstício de verão.

Na zona intertropical, as chuvas seguem à distância o deslocamento aparente do sol pelo zênite. Com a primavera, chegam as chuvas. Como um relógio. Podem atrasar um pouco, em anos sob a influência do fenômeno La Niña, por exemplo. Mas, nunca falham. Neste ano, no Mato Grosso e em outros locais, “os produtores já plantaram a soja no seco”. Antes mesmo das chuvas começarem. Eles conhecem os ritmos celestes. Não podem atrasar a primeira safra e comprometer a safrinha. Arriscam o plantio no pó.

A beleza dos ciclos celestes, tão arquetípicos, está na raiz da própria palavra cosmos. No grego antigo, “κόσμος”, cosmos, evoca beleza, ordem. Como na palavra cosmética. E a beleza matemática dos ciclos celestes e terrestres está também nos trabalhos do mundo rural ao cultivar a terra no ritmo da natureza.

* o autor é engenheiro agrônomo, doutor em Ecologia, pesquisador da Embrapa Territorial 

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sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Água doce no planeta não vai acabar

Richard Jakubaszko  

A grande mentira de que a água potável vai acabar no planeta "caiu por terra" com a descoberta do maior aquífero do mundo, localizado na Amazônia. Ele é quase duas vezes maior do que o Aquífero Guarani, até então considerado o maior do mundo. O Sistema Aquífero Amazônia, antes conhecido como Aquífero de Alter do Chão, é capaz de abastecer o planeta por 250 anos. Abaixo você encontra matéria do Fantástico e um documentário da ANA, a Agência Nacional de Águas.

Caiu mais uma mentira dos biodesagradáveis, agora só resta derrubar outra falácia, a das mudanças climáticas que vão causar o aquecimento. 

Com 124.000 km³ de água explotáveis o Sistema Aquífero Amazonas pode abastecer o Brasil durante 14.000 anos


Se você ler o livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?", de autoria deste blogueiro, e que tem a participação em diversos capítulos de inúmeros cientistas brasileiros, como o professor Luiz Carlos Molion, José Carlos Parente de Oliveira, Odo Primavesi, Evaristo de Macedo, Geraldo Lino, Ricardo Felício, e muitos outros, você vai ficar sabendo as razões econômicas, políticas, geopolíticas e científicas de tantos interesses sobre o meio ambiente. Inclusive a questão da água, mostrada nos dois vídeos acima.

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