Dino Magnoni *
Caros colegas, tá difícil de ser  jornalista e de manter o amor pela profissão nestes tempos em que a manipulação  da informação tornou-se instrumento da barbárie!
Estou estarrecido de ver que os EUA  puseram seu principal relações públicas, B. Obama, em uma turnê  internacional. O objetivo óbvio é desviar o foco dos milhares de mortos e  dos que ainda morrerão no Japão, por conta da incompetência política do  grande parceiro da Casa Branca.  A intenção imediata é  também amenizar o impacto da ocupação da Líbia, a maior reserva de  petróleo do mundo e a reocupação gradativa de todos os territórios  árabes.
O cheiro da desgraça fabricada se  espalha por todas as direções, enquanto os jornalistas e os barões da  informação seguem firme na repetição do mantra de que os reatores  japoneses foram afetados pelo terremoto e pelo tsunami e que o acidente  está sob controle etc. O que ninguém diz é que os reatores não foram  afetados pelos dois eventos da natureza e sim pela incompetência do governo  japonês que, para reduzir custos, não seguiu as normas de segurança da  Agência Internacional de Energia Atômica: não dispunha de estoque de  combustível suficiente e nem de reservatórios seguros de água doce para  alimentar o sistema motorizado de resfriamento dos reatores.
Fukushima é uma Chernobyl piorada, mas o  Japão é aliado dos EUA e Europa. Assim, ninguém apontará os culpados, do  mesmo modo que Hiroito era tão nazi-fascita e criminoso de guerra  quanto Mussolini e Hitler. Mesmo assim morreu muito velho e coroado, sob  as bênçãos de Tio Sam.
Os melhores técnicos japoneses em  energia atômica já estão mortos e ninguém diz nada. A radiação avança  sem controle e matará milhares de pessoas inocentes exatamente porque o  Japão não cumpriu minimante o protocolo de segurança, e toda a mídia  ocidental, cristã e “democrática” , está escondendo a dimensão real da  tragédia. Enquanto isso os lobistas de construtores e concessionários de  termoelétricas e hidrelétricas aproveitam-se da desgraça do povo  japonês para turbinar mundialmente o lobby anti-nuclear, que alimenta os  bilionários negócios da indústria convencional de energia.
Os EUA e Europa, que sempre sustentaram  todos os tiranos árabes e  de outras tantas ditaduras mundo afora, agora ocupam  o mundo muçulmano petrolífero em nome da liberdade, que foi buscada na  raça, pelos povos torturados da região.
Que raios de jornalismo temos, que tipo  de jornalistas somos? Estamos vendo a absoluta subversão dos fatos e  da verdade e não falamos nada??? Uma categoria assim não merece mesmo  ter diploma e ser reconhecida como profissão. Viramos prepostos e  cúmplices dos manipuladores de vidas, de mentes e de corações.
* jornalista
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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