Luiz Carlos Baldicero Molion, PhD *
Instituto de Ciências Atmosféricas , Universidade Federal de Alagoas
O fenômeno do efeito-estufa, como descrito nos livros de Meteorologia, é questionável e desafia as leis da Termodinâmica! Esse fenômeno não está descrito nos livros de Física. A versão clássica o compara com o que ocorre nas casas de vegetação (estufa de plantas = greenhouse), nas quais a radiação solar atravessa os painéis de vidro e aquece o chão e o ar interno. A radiação infravermelha térmica (IV), emitida dentro da casa de vegetação, não consegue passar pelo vidro, que a absorve por ser opaco a ela (vidro absorve comprimentos de onda superiores a 2,8 µm) e a impede de escapar para o ambiente exterior à casa de vegetação. Esse seria o fenômeno responsável pelo aumento de sua temperatura. Em princípio, ocorreria a mesma coisa na atmosfera terrestre. A radiação solar incide sobre a atmosfera, parte dela (30%) é refletida de volta para o espaço exterior por nuvens, moléculas do ar e pela própria superfície terrestre, porém boa parte atravessa a atmosfera e é absorvida pela superfície terrestre, que se aquece. Aquecida, a superfície emite radiação IV que, por sua vez, seria absorvida por gases constituintes minoritários da atmosfera, como vapor d’água, gás carbônico (CO2) e metano (CH4), os chamados gases de efeito-estufa (GEE), que atuariam de forma semelhante ao vidro. Os GEE emitiriam a radiação IV absorvida em todas as direções, inclusive de volta à superfície. Essa seria a explicação para o ar adjacente à superfície ser mais quente que as camadas superiores da atmosfera. Em princípio, quanto maior a concentração dos GEE, maior seria a absorção da radiação pela atmosfera e emissão para a superfície e mais quente ficaria o planeta. Ou seja, maior injeção de CO2 e CH4 na atmosfera tenderia a intensificar o efeito-estufa.
A primeira vez que o fenômeno da “casa de vegetação aquecida” foi mencionado na literatura foi por Joseph Fourier (o mesmo da Matemática) em 1826. Depois, em 1859, John Tyndall
descobriu que gases, como vapor d'água e CO2 e CH4,
absorviam radiação IV. Em 1896, Svante Arrhenius (da Química) afirmou que,
segundo seus cálculos, a temperatura global aumentaria de 5°C a 6°C se a concentração de CO2
dobrasse. Arrhenius nem calculadora tinha e o IPCC precisou de complexos
modelos de clima, que rodam em supercomputadores, e gastar bilhões de dólares
para chegar ao mesmo número de Arrhenius. Entretanto, em 1909, Robert W. Wood construiu
dois modelos de casa de vegetação, uma de vidro e outra de quartzo, que não
absorve a radiação IV, e demonstrou que as temperaturas finais das duas eram
semelhantes. Ou seja, a casa de vegetação se mantinha aquecida não por causa da
propriedade do vidro absorver radiação IV, e sim porque o ar, aquecido e menos
denso, ficava confinado dentro da casa de vegetação e não conseguia se misturar
ou subir (convecção), dando lugar a
ar mais frio, proveniente de outras camadas atmosféricas, conforme ocorre na
atmosfera livre. Portanto, a absorção pelos GEE não seria o mecanismo principal
para aquecer o ar próximo à superfície. O assunto, porém, foi deixado de lado
porque o clima era muito frio naquela época.
Foi só em 1938 que um técnico em
máquinas a vapor da British Electric, Guy S. Callendar, escreveu um trabalho,
associando o aumento de temperatura entre 1925 e 1937 à emissão de CO2
proveniente do aumento de geração de energia por termelétricas. Na época, ele
foi amplamente refutado pelos "papas" da Climatologia, mas não
desistiu. Ora, sabe-se hoje que o aumento da temperatura entre 1925-1946 foi
devido ao aumento da atividade solar, maior transparência da atmosfera e
aquecimento dos oceanos, portanto, natural! Em 1956, Charles Keeling modificou
um cromatógrafo a gás a fim de medir CO2 utilizando um comprimento
de onda de radiação IV que é absorvido pelo CO2, e passou a medir a
concentração de CO2 por absorção de IV e não por análises químicas
como era feito até então. Keeling se associou a Callendar para defender o
aquecimento global pelo CO2. Porém, ninguém se importou muito,
porque ocorreu em resfriamento global entre 1946-1976, embora a concentração de
CO2 estivesse crescendo rapidamente devido ao aumento da atividade
industrial pós-guerra. A partir de 1977, o clima começou a se aquecer novamente
e, em 1988, Dr. James Hansen (astrônomo, não meteorologista), GISS/NASA, deu um
depoimento no Congresso Americano afirmando que o aquecimento era devido ao
aumento de CO2, liberado pelo homem por meio da queima de combustíveis
fósseis: petróleo, carvão mineral e gás natural. Nesse mesmo ano, foi criado o
IPCC, e daí a histeria global se instalou! Como pode ser percebido, o
efeito-estufa nunca foi comprovado ou teve sua existência demonstrada. Ao
contrário, há 100 anos, Robert W. Wood já demonstrara que seu conceito é falso!
Porém, uma mentira repetida inúmeras vezes, torna-se verdade.
Ao medir a emissão de IV pela Terra para o espaço exterior com sensores a bordo de plataformas espaciais, encontra-se uma temperatura efetiva de corpo negro igual a 255K (18°C negativos) pela Lei de Stefan-Boltzmann. A temperatura média do ar à superfície é cerca de 288K (15°C). Aí, é dito que “o
efeito-estufa aumenta de 33°C
(diferença entre 288 e 255) a temperatura na Terra e, se ele não existisse, a
temperatura de superfície seria 18°C
negativos”! Essa afirmação é falsa, pois, se não existisse atmosfera, não
existiriam nuvens que são responsáveis pela metade do albedo planetário.
Assim, o fluxo de radiação solar seria 15% maior e a temperatura planetária igual a 268K (-5ºC). Mas, o mecanismo questionável é o processo de absorção e emissão de IV
pelos GEE. Se o CO2 for tratado como corpo negro, como ele absorve
eficientemente radiação IV em 15 microns, sua emissão, que é máxima nesse
comprimento de onda (Lei de Kirchhoff), corresponderia a uma temperatura de
aproximadamente 193K (80°C
negativos) decorrente da Lei de Wien. Um corpo frio (CO2 no ar)
aqueceria um corpo quente (superfície)? Certamente, isso fere as leis da Termodinâmica!
Quando muito, o corpo frio poderia retardar a perda de calor. Os GEE absorvem
radiação IV seletivamente, em algumas poucas faixas ou bandas de comprimento de
onda, por meio de rotação, vibração e mistas de rotação-vibração de suas
moléculas. Uma molécula de GEE, ao rodar
ou vibrar, devido à absorção da radiação IV seletiva, dissipa a energia
absorvida na forma de calor ao interagir com outras moléculas vizinhas (choque,
atrito), aumentando a temperatura das moléculas de ar adjacentes, e não
“re-irradia” IV.
Ou seja, a radiação IV absorvida pelos GEE é transformada em energia mecânica e em calor! Existem cerca de 2.600 moléculas de outros gases
[Nitrogênio (N2=78%) + Oxigênio (O2=21%) + Argônio (Ar=0,9%)
= 99,9%] para cada molécula de CO2 (0,039%). Isso constitui a
mistura gasosa denominada “ar” e suas moléculas (matéria) são aquecidas
termodinamicamente quando se fornece calor a elas. É mais aceitável, então, que
as temperaturas próximas da superfície sejam mais elevadas devido ao contato do
ar com a superfície quente (condução, “chapa quente”) e à pressão atmosférica
(peso do ar). Ou seja, a massa atmosférica, submetida à aceleração da gravidade
(peso por área=pressão), é que mantém o ar confinado na superfície que se
aquece por compressão (lei dos gases perfeitos=temperatura proporcional à
pressão) e pelo calor conduzido.
Quando o ar se aquece, sua densidade diminui, a tal ponto que se o empuxo, ao qual fica submetido, superar seu peso (1,20 kg por m3), o ar é forçado a subir (convecção = transporte de calor por meio do transporte vertical da massa de ar) e é reposto por ar mais frio que vem de seu entorno e das camadas superiores. Portanto, o processo físico mais
relevante para o aquecimento do ar parece ser a condução do calor da superfície
aquecida pela radiação solar. Em adição, o ar é aquecido por liberação de calor
latente (convecção úmida = calor liberado para a atmosfera quando o vapor
d’água se liquefaz, formando nuvens e chuva) e por um pequeno percentual de
absorção direta de radiação solar. A emissão de radiação IV teria um papel
secundário no controle da temperatura do ar próximo à superfície. E a emissão
de radiação IV seria proveniente não dos GEE apenas, e sim da massa molecular que
compõe a camada de ar como um todo. A camada de
ar (matéria) absorveria calor pelos diversos processos descritos e, ao
se aquecer, emitiria IV em todas as direções, como qualquer corpo material.
Portanto, os GEE, em particular o CO2, como são constituintes
minoritários, com muito pouca massa molecular presente na mistura gasosa,
dariam muito pouca contribuição a essa massa gasosa atmosférica total e,
consequentemente, a sua emissão. Em outras palavras, se os GEE não existissem,
a temperatura do ar próximo à superfície atingiria valores semelhantes aos que
ocorrem atualmente. Portanto, se a concentração de CO2 dobrar devido
às emissões antrópicas, o aumento de sua massa molecular seria ínfimo, de
0,039% para 0,078%, e sua contribuição, para a temperatura do ar, desprezível,
impossível de ser detectada com a instrumentação disponível atualmente.
Nos trópicos, a temperatura do ar próximo à superfície depende basicamente da cobertura de nuvens e da chuva. O ciclo hidrológico é o “termostato” da superfície. Quando o tempo está nublado e
chuvoso, a temperatura é baixa. Isso porque, a cobertura de nuvens funciona
como um guarda-sol, refletindo radiação solar de volta para o espaço exterior
em sua parte superior. Simultaneamente, a água da chuva é mais fria e sua
evaporação rouba calor da superfície, refrigerando o ar.
Quando não há nuvens e chuva, acontece o contrário, entra mais radiação solar no sistema, aquece a superfície e, como não existe água para evaporar, o calor do Sol é usado quase que exclusivamente para aquecer o ar (calor sensível). Em adição, se o ar
estiver úmido logo após uma chuva de verão, a sensação térmica é intensificada,
pois a alta umidade do ar dificulta transpiração da pele, que é o mecanismo fisiológico
que regula a temperatura dos seres humanos. Durante o período seco, tem-se ar
descente sobre a região, que provoca alta pressão atmosférica, céu claro, e dificulta
a ascensão do ar aquecido, reduzindo a cobertura de nuvens. Isso faz com que a
superfície e o ar em contato atinjam temperaturas altas.
Numa cidade, devido à
impermeabilização do solo, não há água da chuva para evaporar, todo calor do Sol
é usado para aquecer o ar. Como as cidades cresceram e a população se aglomerou
nelas, a impressão que a população metropolitana tem é que o mundo está se
aquecendo. Um termômetro, instalado numa cidade, corrobora com essa percepção,
pois passa a medir temperaturas cada vez mais elevadas com o crescimento da
área urbanizada com o tempo, o chamado “efeito
de ilha de calor urbana”.
Ou seja, a sensação térmica sentida pelo ser
humano advém de condições atmosféricas locais e não globais. Não se conhece a metodologia
de cálculo da “temperatura média global” e os locais das séries de temperaturas
utilizadas pelo IPCC. São mantidos em segredo! Mas, se ela foi calculada
utilizando-se termômetros “selecionados a dedo”, particularmente os instalados
nos grandes centros urbanos onde se localizam as séries temporais mais longas, com
dados contaminados pelo efeito de ilha de calor urbana, não é surpresa que a
década de 2000 tenha sido considerada a “mais quente” dos últimos 750 anos! Na
realidade, não há como calcular “uma temperatura média global” e a adotá-la
como medida da variabilidade climática global. Uma medida mais adequada dessa
variabilidade seria a estimativa da variação temporal do calor armazenado nos oceanos.
Concluindo, o efeito-estufa, como
descrito na literatura, nunca foi demonstrado e é difícil aceitar que o
processo de emissão pelos GEE, em particular o CO2, seja o principal
causador de temperaturas altas próximas à superfície. A emissão de radiação IV atmosférica
é proveniente da massa de ar total (matéria), para a qual a contribuição do CO2
é muito pequena quando comparada com as massas de N2 e de O2,
e o aumento de sua concentração teria um efeito desprezível na massa de ar e em
sua temperatura. Frases como “temos que impedir que a temperatura aumente mais
de 2°C,
mantendo a concentração de CO2 abaixo de 460 ppmv”, não têm sentido
físico algum. Tal cálculo é proveniente de uma grande simplificação da equação de
absorção radiativa dos GEE, “ajustada” para reproduzir o aumento de temperatura
com a variação da concentração de CO2 observada. E essa equação não
tem base científica alguma! Portanto, a redução das emissões de carbono para a
atmosfera não terá efeito algum sobre a tendência do clima, pois o CO2
não controla o clima global. E a tendência para os próximos 20 anos é de um
resfriamento global, mesmo que a concentração de CO2 continue a
aumentar. Considerando que 80% da matriz energética global dependem dos
combustíveis fósseis, a imposição da redução das emissões de carbono, na
realidade, afetará o desenvolvimento dos países pobres, particularmente o
Brasil, aumentando as desigualdades sociais no planeta.
Referência
Bibliográfica
Calendar, G.S.,
The artificial production of Carbon Dioxide and its influence on climate.
Quart. Jour. Roy. Met. Soc. 64, p: 223-240, 1938.
Fleagle, R.G.
e J.A.Businger. An Introduction to Atmospheric Physics. Academic Press, p.432,
New York, NY, 1980
Callendar, G. S. Can
Carbon Dioxide Influence Climate? Weather 4, 310–314, 1949.
.
Richard,
ResponderExcluireste e' um bom artigo mas devemos considerar o seguinte:
a) ver FAQs do Dr Richard Lawson abaixo
b) nenhum modelo e' perfeito ou nao seria modelo e nao ha' como ter dados perfeitos para sistemas dinamicos complexos na condicao humana - portanto viver com a incerteza sempre sera' parte do problema e neste caso e' preciso avaliar as consequencias das acoes dentro da incerteza (o que tambem tem incerteza)
c) e' hoje aceito como fato cientifico que eventos catastroficos no passado ligados a imensas inundacoes existiram e estao ligados a alteracoes climaticas que seriam necessarias para liberar grandes quantidades de energia para alterar a superficie da terra em evento catastrofico
d) nao ha' como prever ciclos de resfriamento como diz o autor em sua conclusao sem evidencia e isso tambem nao isentaria problemas futuros ligados a qualquer aceleracao de aquecimento nem explicaria a situacao da perda acelerada das camadas de gelo
e) embora possa ser argumentado que a proposta dos banqueiros internacionais e seus lobistas sejam de capitalizar em um modelo de histeria coletiva sobre aquecimento para controlar paises em desenvolvimento e aumentar impostos, se forem adotados os principios da economia azul (sem nenhuma necessidade de modelos idiotas de impostos de carbono) ha' pelo contrario varias oportunidades de inovacao e lideranca tecnologica compativeis com menor risco climatico e favoraveis 'a economia de qualquer pais em qualquer hemisferio.
SDS
Dr Gerson Machado
http://greenerblog.blogspot.co.uk/2012/09/arctic-ice-melts-what-about-albedo.html
http://greenerblog.blogspot.co.uk/2012/09/do-cosmic-rays-affect-earth-climate.html
http://greenerblog.blogspot.co.uk/2009/12/climate-change-debate-faqs.html
http://wattnow.org/898/the-blue-economy-a-new-way-of-designing-business
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Blue_Economy
Half of the polar ice cap is missing: Arctic sea ice hits a new record low
http://www.wunderground.com/blog/JeffMasters/article.html?entrynum=2222
By Dr. Jeff Masters Published: 8:53 PM GMT on September 06, 2012
Randall Carlson - Hour 1 - Cycles of Catastrophe & Cosmic Patterns
September 2, 2012
http://www.redicecreations.com/radio/2012/09/RIR-120902.php
http://discovermagazine.com/2012/jul-aug/06-biblical-type-floods-real-absolutely-enormous
Biblical-Type Floods Are Real, and They're Absolutely Enormous
Geologists long rejected the notion that cataclysmic flood had ever occurred—until one of them found proof of a Noah-like catastrophe in the wildly eroded river valleys of Washington State.
by David R. Montgomery From the July-August special issue; published online August 29, 2012
GERSON,
ResponderExcluirO item "C" de seu comentário é pra lá de desconexo...