terça-feira, 9 de abril de 2013

Safra difícil

Richard Jakubaszko
Foi um festival de emoções a safra de verão que vai chegando ao fim, tendo em vista que imprevisíveis batalhas foram travadas nas lavouras de soja e milho Brasil adentro. Nas próximas semanas devemos ter um balanço que registre com maior precisão os lucros e perdas desta que foi a safra das incertezas, pois os preços permaneceram bons, tanto para soja como milho, mas o clima e ainda as doenças e pragas mostraram um mau humor contínuo e permanente, desafiando o otimismo dos produtores. As perdas de lucratividade com certeza virão para muitos produtores, conforme registra a matéria “Soja aguada”, da jornalista Marianna Peres, que ouviu especialistas e produtores de várias regiões.

Na capa uma belíssima imagem de soja aguardando colheita ilustra em forma de poesia visual o desespero dos sojicultores, em foto do agrônomo José Tadashi Yorinori.

A reportagem do jornalista Ariosto Mesquita mostra a evolução dos acontecimentos em relação às invasões das lagartas no milho e outras lavouras. O episódio, crítico em algumas regiões, indica as gigantescas dificuldades do jornalismo em busca da verdade. Como já se filosofou em outros tempos, “quando há uma guerra, a primeira vítima é a verdade”. Guardadas as proporções, há uma guerra de interpretações sobre as causas do fato, e não é outro o objetivo da entrevista com o entomologista Fernando Valicente, da Embrapa Milho e Sorgo, senão o de contrapor a visão da ciência versus a emoção dos produtores. Ele informa, entre outras coisas, que "o problema das lagartas vai continuar".

Já na matéria do jornalista José Maria Tomazela o seguro de renda agrícola é dissecado mostrando o que pensam os agricultores, em franca oposição ao desiderato das seguradoras, e comprova a indiferença dos brasileiros por quase todas as formas de seguro.

Assim, mais do que a safra das incertezas, ou ainda, de safra difícil, a safra de verão poderia ser rotulada de safra das emoções, pois já agora no final de março aconteceu o que já se previa: a falta de logística e de condições de transporte da safra encareceu os custos dos fretes, entupiu estradas e os portos, especialmente os de Paranaguá (PR) e Santos (SP), e mostrou que a malandragem brasileira de estocar a safra na carroceria dos caminhões atingiu os limites do possível. Registramos o tema em diversas notas, e ainda através do colunista Décio Gazzoni, que escreveu sobre a bigorna logística.

O fato auspicioso que ressaltamos é a comemoração dos 40 anos de existência da “Nossa Embrapa”, em registro orgulhoso de Evaristo de Miranda, pesquisador prata da casa e integrante do Conselho Editorial da Agro DBO.

No vídeo abaixo meu depoimento sobre a edição 43 da Agro DBO, de abril 2013. A edição virtual da edição pode ser lida no site www.agrodbo.com.br 

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5 comentários:

  1. Marlene Simarelli, Campinas9 de abril de 2013 às 18:00

    Richard,
    Belo editorial e lindíssima e emocionante foto de capa!!!
    Um grande abraço,
    Marlene Simarelli

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  2. Oi,Richard!
    Parabéns pelos 10 anos de DBO. Não é fácil encontrar e publicar material de qualidade todos os meses. Parabéns!
    []s
    Odo

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  3. Boa...
    A entrevista do pesquisador sobre os OGMs X insetos está particularmente interessante.
    Abs
    Coriolano

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  4. Pela capa se mede o conteúdo de qualidade que a Agro DBO sempre apresentou a partir do cuidado com os trabalho de repórteres e editores. O editorial dispensa qualquer comentário.

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  5. Cada vez melhor a sua revista...
    Nota 10
    PARABÉNS!
    Miguel Nedel

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