Richard Jakubaszko
A instrução do quadro de direção de arbitragens da CBF é para que os juízes de futebol apliquem cartões amarelos aos jogadores (e técnicos e dirigentes) que venham a reclamar de suas decisões (e indecisões) em campo.
Ou seja, se o jogador reclamar que levou uma pancada malvada, pode levar um cartão amarelo, enquanto que o jogador adversário, nesse caso um agressor antiesportivo, sai impune.
Dar pontapé, pode. Reclamar, não.
O que a CBF pretende? Desacreditar e vulgarizar o cartão amarelo?
A regra do cartão foi criada como símbolo para mostrar a todos, jogadores, torcedores da arquibancada e da televisão, que aquele jogador foi seriamente advertido. Se, no mesmo jogo, vier a cometer outra infração, e receber novo cartão amarelo, é obrigatória a apresentação do vermelho, e a expulsão.
O cartão amarelo é justo, para tentar coibir o jogo violento, antiesportivo, antiético, ato que pode causar fraturas no jogador adversário, e até mesmo inutilizar um profissional para a prática desportiva.
Os cartões amarelos, numa mesma competição, se aplicados 3 vezes, proíbem automaticamente a participação do jogador no jogo seguinte. Ao mesmo tempo, o cartão amarelo, e o vermelho também, já são símbolos internacionais reconhecidos, permitem que juízes que falem outros idiomas apitem jogos internacionais, sem a necessidade de ter de advertir verbalmente um jogador.
Entretanto, a CBF entendeu que deveria estender a ditadura da aplicação do cartão amarelo, diferentemente do que estabeleceu-se pela Fifa e é regra internacional. O leitor deste blog pode observar nos jogos do brasileirão deste ano, os juízes atribuem mais cartão amarelo por reclamação do que por jogada violenta.
Os juízes se protegem de quê? Por que a CBF instruiu essa norma imbecil? Isso estraga uma partida de futebol, arrebenta com o campeonato, fazendo com que jogadores importantes sejam proibidos de jogar a partida seguinte ao acumularem 3 amarelos. Se os juízes não aplicarem cartões amarelos aos jogadores que reclamam, eles serão punidos com "folgas" de trabalho, essa a ameaça da CBF aos juízes.
Se a CBF deseja "manter o respeito" aos juízes, que estes distribuam o amarelo por reclamação, mas estes não se somariam à serie de 3 amarelos por falta violenta ou antiesportiva. Mas valeria como antecipação ao jogador, naquela partida, de que, mais uma reclamação leva outro amarelo e tá expulso, É apenas uma ideia, para aplacar o furor distributivo de amarelos contra jogadores que se sentem injustiçados, levaram uma pancada, o juiz não marca a falta, não pune o adversário, mas envia um amarelo contra quem reclamou.
O critério do cartão amarelo tem razão de ser, mas se está utilizando mal a punição. Na Libertadores da América, por exemplo, o cartão amarelo vale só para a partida corrente, depois é transformado em multa ao time, se não me engano de US$ 100.00 por cada cartão. Não existe o acúmulo de 3 cartões em partidas de um mesmo campeonato. O vermelho, sim, pune o jogador de forma automática por uma partida, independentemente de julgamento, se a falta for muito grave.
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