sábado, 31 de dezembro de 2016

O paradoxo de Epicuro

Richard Jakubaszko
O paradoxo de Epicuro
A lógica do paradoxo proposto por Epicuro analisa e avalia como pressupostos três características do deus judaico, como onipotência, onisciência e onibenevolência. Se de fato são assim, quando verdadeiras aos pares, são excludentes de uma terceira. Isto é, se duas delas forem verdades, excluem automaticamente a outra. Trata-se, portanto, de um trilema. Isto tem relevância, pois, caso seja ilógico que uma destas características seja verdadeira, então não pode ser o caso que exista um deus com essas três características.

* Enquanto onisciente e onipotente, tem conhecimento de todo o mal e poder para acabar com ele. Mas não o faz. Então não é onibenevolente.
* Enquanto onipotente e onibenevolente, então tem poder para extinguir o mal e quer fazê-lo, pois é bom. Mas não o faz, pois não sabe quanto mal existe e onde o mal está. Então ele não é onisciente.
* Enquanto onisciente e onibenevolente, então sabe de todo o mal que existe e quer mudá-lo. Mas não o faz, pois não é capaz. Então ele não é onipotente.

Deus no epicurismo
Epicuro não era um ateu, apenas rejeitava a ideia de um deus preocupado com os assuntos humanos. Tanto o mestre quanto os seguidores do Epicurismo negavam a ideia de que não existia nenhum deus.


Enquanto a concepção do deus supremo feliz e abençoado era a mais popular, Epicuro rejeitava tal noção por considerar um fardo demasiado pesado ter de preocupar-se com todos os problemas do mundo. Por isto, os deuses não teriam nenhuma afeição especial pelos seres humanos, sequer saberiam de sua existência, servindo apenas como ideais morais dos quais a humanidade poderia tentar aproximar-se. Era justamente através da observação do problema do mal, ou seja, da presença do sofrimento na terra que Epicuro chegava à conclusão de que os deuses não poderiam estar preocupados com o bem-estar da humanidade.

Hedonismo
Epicuro foi também fundador do hedonismo, pensamento que está essencialmente ligado às necessidades e aos prazeres dos humanos. Destacava ele que existem três coisas naturais, sendo que a primeira é natural e essencial, sem o qual morremos, como água e alimento; a segunda é natural e não essencial, como sexo e alimento (inclusive bebidas alcoólicas) que nos trazem prazeres, mas sobrevivemos se eles não existirem. E a terceira é não natural e não essencial, como drogas alucinógenas (como fuga da realidade) e posses de bens materiais, que redundam no consumismo, causa da grande maioria das frustrações humanas, pois é impossível possuirmos tudo o que queremos e desejamos.
O consumismo possui uma denominação contemporânea eufemística, que é chamada de supérfluo.
Pense nisso. Pensar não dói...




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