Sou jornalista e estive na Índia (mais especificamente em Mumbai e arredores) entre os dias 5 e 12 de janeiro de 2019 a trabalho – pela DBO Editores, a convite da empresa indiana de pneus BKT. Foi quase como tropeçar depois da ceia de Natal e cair num outro planeta. Que mundo diferente é o indiano, com seus temperos, cheiros, sons, costumes e cores únicas.
O país das especiarias tem muitas nuances e chega a ser difícil descrever a sensação de pisar na Índia pela primeira vez. O aeroporto em si já contrasta com tudo o que se vê do lado de fora, não apenas pelo luxo e imponência da sua arquitetura, mas porque quer ser um dos mais silenciosos do mundo, numa das cidades mais barulhentas que já visitei, e famosas pelo seu trânsito caótico.
Aeroporto Mumbai |
Aeroporto - eu, na área interna |
Aeroporto Namastê |
Em Mumbai, as buzinas soam como música para o ouvido dos motoristas, que não perdem a chance de tocar uma nota sequer dessa sinfonia. Mas nas estradas as coisas já estão mudando e não foram poucas as vezes em que vi um pedido legítimo dos caminhoneiros estampado na traseira: "Não buzine, por favor".
Caminhão com mensagem. |
Tuk-tuk |
Do alto de um mirante fui conhecer Mumbai mais de perto. A cidade fica às margens do Oceano Índico e era a principal porta de entrada dos navios vindos da Europa. No sul da península, está o Gateway of India (Portal da Índia), o monumento mais conhecido de Mumbai, uma espécie de Arco do Triunfo construído para receber o rei Jorge V, do Reino Unido, em 1911.
Gateway-of-India |
Gateway |
Foi por ali também que visitei o Taj, maravilhoso e caríssimo hotel cinco estrelas (porque o Taj Mahal mesmo fica na capital, Nova Deli)...
Taj-hotel |
Em Mumbai, andar por aí sozinha não é das coisas mais perigosas. A cidade é considerada segura mesmo à noite para as mulheres e é possível caminhar sem medo. Claro, como em qualquer cidade grande (no caso, gigante, porque Mumbai tem 12 milhões de habitantes) é bom manter a atenção e colocar a bolsa na frente do corpo, algo que faço em todo e qualquer lugar do mundo.
A vestimenta tradicional das mulheres no país é o sari (também se escreve saree) e existem centenas de formas de amarrá-lo ao corpo. Um sari pode ter de 3 a 8 metros! Mesmo olhando de longe, os locais são capazes de reconhecer a religião e a cultura de uma indiana pelas suas roupas e jóias. Eu tentei experimentar um modelo de sari, e até achei o tecido que escolhi bastante leve. Não sei como deve ser usar um no verão, mas a uma temperatura de 27°C, no inverno tropical de Mumbai, foi agradável.
Eu dentro de um sari |
Casa de Gandhi |
Com sua filosofia de não violência, Gandhi moveu multidões na batalha para fazer os ingleses deixarem a Índia e unir hindus e muçulmanos. Mas com a independência do país, em 15 de agosto de 1947, a Índia ficou sendo território dos hindus e o Paquistão, dos muçulmanos. Cerca de 12 milhões de pessoas migraram nesta época, para fugir de represálias, e 500.000 morreram. Em 30 de janeiro de 1948, Gandhi foi assassinado a tiros em Nova Déli por um radical hindu, contrário aos seus ideais de tolerância religiosa.
Gandhi viveu em Mumbai de 1917 até 1934, na residência Mani Bhavan. Hoje, o lugar virou um museu que tem no primeiro piso uma ampla biblioteca, com livros e documentos históricos.
Mahatma Ghandi |
Biblioteca-Gandhi |
Maquete-morte-Gandhi |
Sala-galeria |
Quarto-Gandhi |
Máquina de costura de Gandhi |
"Na essência, a democracia deve ser a arte e ciência de mobilizar a totalidade dos recursos físicos, econômicos e espirituais dos diferentes setores da sociedade a serviço do bem comum".
Democracia, por Gandhi |
* jornalista, repórter da revista DBO.
Outras fotos:
Boas-vindas-a-uma-fazenda |
Dosa-panqueca-de-arroz-e-lentilha |
Feira-livre-em-Mumbai |
Lavadeiras-beira-rio-no-interior Estado-de-Maharashtra |
Matriarca-de-uma-família-de-agricultores |
Templo-hindu-Babulnath-em-Mumbai |
Vaca-caminhando-na-rua-no-interior |
Chai-chá-tradicional-indiano-com-leite |
Deusa-Ganesha |
Dhobi-Gat-lavanderia-a-céu-aberto-em-Mumbai |
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