Richard Jakubaszko
CTNBio aprova feijão transgênico desenvolvido pela Embrapa
Decisão marca uma vitória para a ciência brasileira, já que esse é o primeiro produto GM totalmente desenvolvido por instituições públicas nacionais. Variedades resistentes ao vírus do mosaico dourado devem chegar aos produtores em 2014.
A CTNBio - Comissão Técnica Nacional de Biossegurança aprovou hoje (15/09) durante sua reunião mensal em Brasília, DF, a liberação para cultivo comercial do feijão geneticamente modificado (GM) desenvolvido pela Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Foram 15 votos a favor, duas abstenções e cinco pedidos de diligência (necessidade de complementação). O feijão é resistente ao vírus do mosaico dourado, pior inimigo dessa cultura agrícola no Brasil e na América do Sul. Essa decisão foi um marco para a ciência nacional, pois trata-se da primeira planta transgênica totalmente produzida por instituições públicas de pesquisa brasileiras.
As variedades GM são resultados de mais de 10 anos de pesquisa e foram desenvolvidas em parceria por duas unidades da Embrapa: Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília, DF) e Arroz e Feijão (Goiânia, GO). Batizadas de Embrapa 5.1, as novas variedades garantem vantagens econômicas e ambientais, com a diminuição das perdas, garantia das colheitas e redução da aplicação de produtos químicos no ambiente.
No Brasil, o mosaico dourado está presente em todas as regiões produtoras de feijão e, se atingir a plantação ainda na fase inicial, pode causar perdas de até 100% na produção. Segundo estimativas da Embrapa Arroz e Feijão, os danos causados pela doença seriam suficientes para alimentar de cinco a 10 milhões de pessoas.
Com a aprovação pela CTNBio, as sementes transgênicas serão multiplicadas e devem chegar ao mercado dentro de dois a três anos.
Nova tecnologia de transformação genética
Para chegar às variedades geneticamente modificadas, os pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Francisco Aragão, e da Embrapa Arroz e Feijão, Josias Faria (FOTO), utilizaram quatro estratégias de transformação genética.
Em linhas gerais, eles modificaram geneticamente a planta para que ela produzisse pequenos fragmentos de RNA responsáveis pela ativação de seu mecanismo de defesa contra o vírus mosaico dourado, devastador à lavoura.
"Mimetizamos o sistema natural", diz Francisco Aragão, explicando que a grande vantagem dessa nova técnica é que não há produção de novas proteínas nas plantas, e consequentemente não há possibilidade de alergenicidade e toxidez. Além disso, os fragmentos de RNA podem causar resistência a várias estirpes do mesmo vírus.
Os pesquisadores construíram um vetor para geração de plantas transgênicas com o objetivo de bloquear a multiplicação do DNA viral.
Desde 2006, os pesquisadores da Embrapa repetem pesquisas de campo com o feijão transgênico em Sete Lagoas (MG), Londrina (PR) e Santo Antônio de Goiás (GO), regiões de alta produção no país. Em todos os casos, os grãos foram infectados naturalmente pelo mosaico dourado. Os transgênicos, diz Aragão, não apresentaram sintomas da doença. Os convencionais tiveram de 80% a 90% das plantas afetadas.
Além de testar a eficiência das variedades transgênicas, essas análises avaliaram a biossegurança para comprovar a sua inocuidade ao ambiente e à saúde humana, em parceria com a Embrapa Agroindústria de Alimentos, Embrapa Agrobiologia e a UNESP.
Impactos sociais da engenharia genética
Esse projeto é um exemplo significativo de impacto social e alimentar do uso da engenharia genética. No Brasil o feijão é uma cultura de extrema importância social, já que é produzido basicamente por pequenos produtores, com cerca de 80% da produção e da área cultivada em propriedades com menos de 100 hectares.
Além disso, é a principal fonte vegetal de proteínas (o teor das sementes varia de 20 a 33%), além de ser também fonte de ferro (6-10 mg/100 g). Associado ao arroz dá origem a uma mistura tipicamente brasileira e ainda mais nutritiva e rica em vitaminas. Na verdade, a importância do feijão na alimentação transcende as fronteiras brasileiras, sendo a leguminosa mais importante na alimentação de mais de 500 milhões de pessoas na América Latina e África.
A produção mundial de feijão é superior a 12 milhões de toneladas. O Brasil ocupa o segundo lugar na produção mundial, mas sua produção ainda não é suficiente para suprir a demanda interna, o que se deve em grande parte às perdas causadas por pragas e doenças como o mosaico dourado do feijoeiro, associadas a estresses hídricos.
“Com as variedades GM, resistentes ao vírus, esperamos poder diminuir consideravelmente os danos e contribuir para estabilizar o preço do produto no mercado”, comenta Aragão.
O principal benefício ambiental das variedades GM é a redução na aplicação de produtos químicos (inseticidas) no ambiente. Além disso, melhoram a produtividade e, consequentemente, reduzem o avanço da agropecuária sobre áreas de florestas.
=
Sao necessarios muito mais do que uns poucos testes de laboratorio para saber o impacto humano e ambiental de quaisquer variedades transgenicas, que por sinal nao garantem sucesso contra organismos que se adaptam em poucas geracoes.
ResponderExcluirAgora esperemos que os rotulos mostrem que o feijao seja transgenico de forma que os esclarecidos que cuidam da saude propria e da sua familia nao comprem (ver link sobre problemas abaixo) e que uma campanha de educacao para pequenos produtores mostre que pode-se resolver problemas de ataques por virus em plantas apenas com o uso de tecnicas agroecologicas (que dao maior rendimento que qualquer plantacao transgenica a custo mais baixo) e outros metodos naturais como reportados pelo Dr Robert Beck para various agentes virais em humanos ou plantas (ver link).
Gerson Machado
===
http://www.psrast.org/criticssuppr.htm
Suppression of the truth about GMO hazards By Jeffrey Smith
===
http://www.psrast.org/alt.htm
Alternatives to genetic engineering of food
===
http://video.google.com/videoplay?docid=-3383948315844437935&hl=en
Suppressed Medical Discovery: Dr. Robert C. Beck (Cancer, AIDS, anything viral)
1:56:59 - 5 years ago