quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Como e por que o mundo foi (e é) enganado sobre o aquecimento global (Parte 2)

José Carlos Parente de Oliveira *

É claro que o grande objetivo daqueles que buscavam estabelecer uma dada agenda política e econômica foi criar a ilusão de que o tempo e o clima atuais eram anormais, logo não eram naturais e eram potencialmente perigosos. Eles trabalharam duramente para mostrar que tudo o que ocorreu nos últimos 120 anos, era consequência da atividade industrial antropogênica.

 Para chegar a esse objetivo eles criaram consequências falsas de uma ciência manipulável que se estabeleceu, essencialmente, porque a grande maioria da população conhece pouco ou nada dos fenômenos ligados ao tempo e clima.

Esse fato pode ser atestado por testes que se faça com a população em geral, em qualquer lugar. Nos EUA, a Universidade de Yale realizou um criterioso teste de conhecimentos sobre as Mudanças Climáticas com 2030 americanos adultos. O teste consistiu de 81 questões e o grau recebido por cada pessoa se baseou no total de respostas corretas (90% ou mais de acertos, nota A; 80-89%, nota B; 70-79%, nota C; 60-69%, nota D; e 59% ou menos de acertos, nota F). O resultado é mostrado na Figura 3. Referência:

O resultado do teste é mostrado na Figura 3, onde se vê as notas obtidas e o percentual de pessoas.
Figura 3

Uma das conclusões da pesquisa é que poucos americanos (cerca de 8%) se disseram “muito bem informados” sobre como o clima funciona, as causas e consequências, ou as potenciais soluções para o aquecimento global (notas A e B), enquanto cerca de 77% dos americanos se consideram “bem informados” (notas D e F).

Essa maioria é composta, principalmente, de pessoas que demonstraram não ter conhecimento básico das mudanças climáticas, portanto, elas são “bem informadas” pela grande mídia cujas notícias são originadas, principalmente, em duas gigantes e invisíveis agências de notícias: a Associated Press Television News (APTN) e a Reuters Television News (Reuters TV), respondem por, praticamente, 100% das notícias televisivas veiculadas no ocidente.

E mais, os promotores da ciência falsa sabiam muito bem que a maioria da população sabe ainda menos sobre clima, sequer essa maioria sabe a diferença entre tempo e clima: enquanto tempo é o estado das condições atmosféricas que você experimenta em dado lugar em pequeno período de tempo, o clima é a média dessas condições em uma região ou em um longo período.

Os formuladores de política, os políticos e, principalmente, os impositores sabem muito bem que a ignorância da população é um aliado inestimável e poderoso.

Adicionalmente a isso, e na ânsia de estabelecerem as verdades convenientes à sua agenda, eles mostraram ao mundo até onde estavam dispostos a ir – eles criaram o “consenso científico”, que afirma que a ciência do aquecimento global está estabelecida e que, portanto, não há mais o que discutir.

Nada mais anticientífico que um consenso: a ciência grande, libertadora, necessária e consequente acaba com consensos, a exemplo do que fez Galileu Galilei com o Geocentrismo e Albert Einstein com o espaço e tempo absolutos.

Vamos olhar novamente a Variação de Temperatura nos últimos 420.000 anos.

Vamos ao artigo de Petit e colaboradores citado anteriormente visto por James Hansen, cujo codinome é o “Pai do Aquecimento Global”, em seu artigo com Makiko Sato, em 2004, Greenhouse gas growth rates, publicado em Proceedings of the National Academy of Sciences, PNAS, Vol. 101(46), 16109-16114.


A Figura 4 mostra os dados de Variação de Temperatura e Concentração de CO2, nos últimos 420000 anos, coletados por Petit e colaboradores e usado por Hansen e Sato. Observa-se facilmente que a Temperatura da Terra já esteve mais de 2oC, maior que a temperatura atual – veja as linhas horizontais pretas passando próximo aos valores máximos de temperatura nos períodos interglaciais. Também é verdade que nos últimos 10.000 anos – assinalados pela elipse em preto – a temperatura da Terra oscilou em torno de zero, enquanto a concentração de CO2 aumentou de cerca de 60 ppm, ou seja, ao contrário do que parece ocorrer, a temperatura global não seguiu o crescimento da concentração de CO2, contrariando o que é diuturnamente afirmado pela grande mídia.



Outra prova de que é o CO2 que segue a variação de temperatura, e não o contrário, observe as linhas verticais pretas na Figura 4. A temperatura aumenta e cerca de 600 anos depois há o aumento da concentração de CO2. Lembre-se que a escala de tempo da Figura 4 é de 420.000 anos.

Isso ocorre porque é necessário primeiro a água aquecer para que o CO2 dissolvido nela seja liberado.

Na mesma figura há uma prova ainda mais evidente desse comportamento.

Observe as elipses verdes – quando a Terra esfria a temperatura cai rapidamente, enquanto a concentração de CO2 cai lentamente na atmosfera, à medida que é absorvida através da superfície.

 
Figura 4
 



Um pouco mais de dados da Variação de Temperatura nos últimos 5000 anos.



Observe a Figura 5 a seguir. Essa figura é baseada no trabalha de Grootes e colaboradores, e apresenta um gráfico que mostra um breve histórico da temperatura no Hemisfério Norte, a partir de medidas em amostras de gelo da Groenlândia. O artigo científico foi publicado na prestigiada revista Nature. (Grootes, P.M. et al. Comparison of oxygen isotope records from the GISP2 and GRIP Greenland ice cores, Nature, 366, 1993, pp. 552-4).


A temperatura do último século está destacada em vermelho. Esse destaque e a linha curva em azul têm o propósito de clarificar a discussão que será feita.


Figura 5
Observado a Figura 5, destacamos alguns pontos importantes que expõem a agenda política e econômica através das distorções de dados:

1. A temperatura da Terra foi próxima, quando não maior que a temperatura no século XX e início do XXI em cerca 70% dos últimos 5000 anos;


2. Os períodos assinalados em verde são conhecidos como Ótimos Climáticos – Idade do Bronze, Romano, Medieval e Atual. A História relata que nesses períodos são registrados grandes avanços nas mais diversas áreas tais como saúde, agricultura, artes, tecnologia e ciência. Uma das razões para isso é bem simples: nesses períodos as pessoas saem de suas “celas”, que são os seus locais proferidos nos períodos frios;


3. Nesses períodos – Medieval, Romano e Idade do Bronze – o mundo esteve mais quente que o período atual, ou seja, a Terra esteve mais quente que hoje há cerca de 1000, 2000 e 3500 anos atrás. Portanto, o suposto aquecimento atual, mesmo que fosse real, não seria atípico ou anormal, e não colocaria a vida no planeta sob risco, muito menos o risco de extinção; 


4. A afirmativa que a temperatura da Terra está subindo a taxa de crescimento sem precedente na história climática da Terra é, antes de errada, uma mentira grosseira em prol daqueles que estão impondo uma dada agenda política e econômica. Nem é necessário buscar muito longe provas e evidências de que já ocorreu justamente o contrário: há cerca de 1000 atrás a taxa de crescimento da temperatura (relação entre a variação de temperatura e o intervalo de tempo em essa variação ocorreu) é bem superior à taxa atual de crescimento da temperatura (assinalada por uma elipse vermelha na Figura 5).



Todas as observações de Grootes e colaboradores foram corroboradas em outro artigo científico contemporâneo, de autoria de J.A. Dowdeswell e J.W.C. White, Greenland ice core records and rapid climate change, Phil. Trans. Royal Soc. London, A (1995), 352, 359-371.

Mais recentemente, em 2014, foi publicado um artigo reconstruindo o comportamento da variação de temperatura desde o Tempo Presente até o o Período Quente Romano – Jan Esper e colaboradores, Northern European summer temperature variations over the Common Era from integrated tree-ring density records, Journal Quartenary Science (2014) 29(5) 487-494. Nesse estudo os autores utilizam dados da densidade de anéis de arvores existentes ao longo de todo o período considerado.

Qual é a explicação para o comportamento da Temperatura ao longo do tempo?

Ela inclui o CO2? (Resposta na Parte 3).


* o autor é físico, professor da Universidade Federal do Ceará, e é coautor do livro “CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando? 
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